League of Legends: As Crônicas de Valoran 2ª Temp. escrita por Christoph King


Capítulo 1
Prelúdio


Notas iniciais do capítulo

Shurima vive seus dias de glória mil anos antes dos eventos dessa temporada, embora Azir, o rei, viva seus piores devido a um terrível problema.



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Prelúdio:

1000 anos atrás – Antiga Shurima

O rei Azir se assentava em seu trono enquanto um de seus cavaleiros da areia trazia uma triste mensagem. Era um homem com uma armadura reluzente, dourada. Ele parecia cansado, suado, ofegante.

Azir se levantou do trono, algo que nunca fazia. Sua armadura, que consistia em ouro, pedras preciosas e panos vermelhos, fez alguns barulhos com o movimento. Um tilintar de cristais, diamantes, rubis e safiras. Só ele era de uma riqueza grandiosíssima, porém, sua expressão não demonstrava tanta imponência.

Ao seu lado, Xerath, seu conselheiro e mago, observou o guerreiro friamente.

– Como ousa chegar à presença do rei sem um aviso prévio? – sua voz era seca e sua expressão mas ainda. Não parecia perceber o quão desesperado ele e o rei estavam. Seguia as leis estritamente, principalmente quando tinha uma outra intenção. Assim como o rei, ele se vestia de forma elegante, com uma armadura azulada com safiras. Seus cabelos eram loiros como a areia de Shurima, e seus olhos eram azuis como suas pedras.

Azir ergueu uma mão para ele.

– Deixe que ele se aproxime – fez um sinal para o homem. – Como vai a saúde de Amu?

O homem ofegava, como se tivesse corrido o palácio inteiro. E tinha.

– Senhor, a situação do jovem seu filho está crítica. Os curandeiros não conseguem fazer nada, meu rei. A infecção se alastra, como uma maldição.

Azir cerrou os punhos.

– Malditos Seterish! – praguejou.

Seterish, era como chamavam magos das areias das trevas. Aqueles que se opuseram ao reinado de Shurima, ao reinado de Azir, e caíram na desgraça. Deles são as maldições e feitiços mais diabólicos lançados sob as areias. Eles sempre perderam em batalhas grandes, mas dessa vez estavam ganhando em uma pequena.

Azir deu um passo à frente, mas foi repreendido por Xerath e sua expressão fria.

– Não pode ir, rei. Ainda tem muitos casos e desavenças a concluir. Seu povo precisa de você.

– Meu filho precisa mais!

Xerath riu, uma risada má. De toda a forma, Azir o respeitava e aceitava suas decisões. Era um dos conselheiros mais sábios, senão o mais sábio. Porém, dessa vez deveria tomar uma decisão maior.

– Não, não, meu rei. Ele pode esperar.

Azir fincou seu cajado no chão, e ele se fundiu ao solo de ouro.

– Ele não pode esperar, Xerath! – exclamou, enfurecido. – Dessa vez não irei seguir suas ordens. Eu sou o rei, o que diabos está pensando?

Azir saltou do trono, descendo as escadas planando, como uma águia faz. Em seus braços haviam imensas fitas vermelhas que dobravam o ar ao redor dele, fazendo-o planar. Ao encostar no chão, seguiu o guerreiro que o levou para fora do hall do trono, deixando Xerath sozinho. Haviam pessoas na parte de fora, que esperavam ter seus casos resolvidos. Porém, sem rei, sem soluções.

Xerath olhou para o trono, ousando permitir um pensamento adentrar em sua mente. Em passos lentos e ordenados, se assentou ao trono. Aconchegou-se e sorriu.

– Cuidarei de seus casos enquanto o rei se ausenta – as pessoas iam entrando lentamente, todas de uma vez só. A expressão de Xerath se tornou de uma raiva descomunal e repentina. – UM DE CADA VEZ!! – sua voz ecoou por todo o hall, uma voz forte e grossa, não como a de um nobre, mas como a de um selvagem. Quando as pessoas fizeram fila, ele sorriu. – Ótimo.

[...]

Azir entrou no quarto de Amu num grande ímpeto. Na cama dourada do rapaz havia somente uma curandeira, que parecia-se com uma sacerdotisa que cuidava do ferimento. Ao lado estava a rainha, Seevier. Ela era incrivelmente bela, com roupas douradas e com várias pedras preciosas. Tinha longos cabelos castanhos e olhos verdes como esmeralda, porém, estes estavam borrados de maquiagem por conta das lágrimas. Na cama, um garoto loiro de nove anos estava deitado, com a blusa aberta, com várias ataduras no peito. A curandeira mantinha as mãos estendidas à ferida, e elas brilhavam. A mulher recitava algumas palavras mágicas, mas ela não parecia ter muito sucesso.

Quando Amu viu o pai, forçou um sorriso, pois estava muito fraco. Sua pele estava pálida, como a de morto. Tinha olheiras fundas, não muito comuns em crianças. Estava magro, seco, como se não comesse fazia dias.

– P-pai... – ele disse, fracamente. – V-você veio.

Azir sorriu, quase caindo em prantos.

– Sim, meu filho. Eu vim.

Seevier foi até o marido, abraçando-o forte. O beijou e depois o olhou nos olhos.

– Nosso bebê está morrendo – sussurrou de forma que Amu não ouvisse.

Azir ignorou o que a esposa disse, deixando-a e indo até o filho. Pediu um tempo à curandeira, e ela saiu da sala, esperando à porta. Sentou-se ao lado do filho, segurando a mão fria dele. Por mais que o sol em Shurima reinasse, trazendo mais vida e mais calor àquela cidade magistral, utópica e perfeita, nada mais importava à Azir que a vida do filho mais novo.

– Oi – disse, sorrindo, ao filho. – Papai veio te visitar.

Amu sorriu fracamente.

– E-eu pensei q-que não viria mais – a mão dele tremia. – O tio Xerath disse que você é muito ocupado para mim.

A expressão do jovem príncipe era de uma tristeza amargurada de partir o coração.

– Não é verdade, filho. É só que... que... – teve uma ideia; ergueu as mãos e areia rodopiou no ar, se transformando numa águia pequena, feita de areia que logo se transformou em ouro. – Eu estava a procurando para você, filho.

A águia girou enquanto voava por cima da cabeça de Amu, que sorria, maravilhado. Seevier quase chorou de emoção ao, finalmente, ver um pouco de vida nos olhos do filho pequeno. Ele parecia feliz, em tanto tempo passado. Ela se perguntava por que os deuses haviam deixado aquilo acontecer. Uma alma tão jovem, tão promissora.

Azir aproveitou o devaneio do filho para erguer as ataduras e ver a ferida. Nunca vira algo tão feio na vida, em todo o tempo que vivera em Shurima. Era como se o peito do garoto tivesse quebrado e recolocado caquinho em caquinho. Haviam fendas escuras e adoecidas, com uma espécie de energia sombria brotando dali. Já vira aquilo antes. Guerreiros tragos da batalha contra os Seterish que voltavam com ferimentos daqueles nunca se curavam e quando mortos, não podiam ressuscitar com o poder das fontes celestiais shurimanes.

Seu filho morto, e mesmo que seus olhos cintilassem ao ver a águia de areia dourada, podia sentir a morte chegar para ele. Precisava fazer alguma coisa.

[...]

Azir foi até a sacada do topo do castelo, enquanto anoitecia na grande Shurima. Viu a cidade com uma vista surreal para qualquer outra pessoa nos cantos de Valoran. A cidade consistia em um reino circundado de ravinas e precipícios, porém, era tão bela quanto qualquer uma. Haviam cachoeiras que jorravam água mágica da cura, ruas de ouro e casas douradas. Tudo reluzia, principalmente um gigantesco Disco Solar que planava sob a cidade. Nele o símbolo de Shurima.

Pensava em Amu Mu. Não poderia salvar seu filho, não dessa vez. Seu filho mais velho estava na guerra, e, de alguma forma, o mais novo se infectou com a maldição dos Seterish. Não sabia como aquilo pudera acontecer.

Xerath apareceu atrás dele, se apoiando na sacada também.

– Sinto muito pelo Amu Mu – suas palavras pareciam verdadeiras. – Crianças não deveriam morrer nunca, não é?

Azir nada respondeu. Estava chocado demais para acreditar que seu filho morreria em questão de tempo.

– Seria bom se pudéssemos impedir a morte dele, não? – continuou.

Azir olhou para os olhos azuis de Xerath, que pareciam sinceros. Nunca conseguia entende-lo. Mudava de personalidade muito rápido, parecia bipolar.

– Temos a ressurreição brotando em fontes, Xerath, e nem assim podemos salvar meu filho!

Xerath sorriu.

– E se eu te disser que tem?

Ele franziu a testa.

– Como assim?

– Existe um ritual muito antigo, meu rei, que lhe permitirá se tornar quase um Deus. Você poderá, assim, salvar Amu.

Azir arregalou os olhos.

– Por favor, me ensine a fazê-lo!

Xerath assentiu, malicioso.

– Claro, meu rei. Eu irei lhe ensinar a ascender.


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Notas finais do capítulo

A história de Azir será dividida em três partes, Prelúdio, Interlúdio e Poslúdio. Sendo o último o Epílogo, logo a segunda parte será lançada na metade da história.



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