O filho do pirata escrita por Eduardo Marais


Capítulo 18
Capítulo Dezoito




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– Precisa controlar-se, Andreas! Não pode ser preso em quase todos os dias!

– Ora, Majestade! Isso não foi nada! Apenas uma prisão por desordem! Já fui preso outras vezes e as prisões eram sujas! Foi apenas um momento em cárcere!

A prefeita olha para Marlene procurando apoio.

– Por que você não põe um pouco de juízo na cabeça dele?

– Você quer que eu dê conselhos para Andreas? O que eu posso dizer? Andreas, meu querido, deixe o sapo anão abrir seu crânio com uma picareta de quebrar diamantes! Assim, evitará ser preso novamente!

A prefeita maneia a cabeça negativamente.

– As pessoas desta cidade estão hostis porque acabamos de sair de uma horrível maldição. Entenda que você tem oferecido combustível para comentários desagradáveis a seu respeito.

– Eu soube de comentários que não entendi.

Regina sorri desdenhosa.

– Entendeu sim, Andreas! Você está adorando ser o centro das atenções, mesmo que para isso ponha em risco a sua integridade! E caso continue isento, acabarão por atacar a todos nós! Inclusive a mim, que estou dando abrigo a vocês.

– mas sobre o que estão falando?

– Estão falando que você é consorte do Capitão Gancho! – Regina fala e arqueia as sobrancelhas. – E o seu digníssimo pai não se comprometeu a desmentir! Primeiro, ele sequer o reconhece como filho! Depois, permite que o reino todo o acuse de pederastia!

– O que é pederastia? – pergunta Marlene.

– Estou esperando que meu pai tenha a coragem nata de assumir minha origem, sem ser pressionado, Majestade. – Andreas fala com naturalidade, uma vez que o assunto já havia sido falado pelo casal.

– O que é pederastia?

Regina aproxima-se de Andreas e apoia sua mão na nuca do rapaz. Olha-o ainda mais encantada. Ama a sensação!

– Eu penso que seu pai e você deveriam esclarecer de vez o parentesco, para evitar outros ataques. Não o atacarão em minha casa, porque sabem que sou antissocial e feroz. Mas você precisa sair, em breve terá de trabalhar e ter uma vida normal. Poderá ser atacado mais uma vez!

– O que é pederastia?

– Não temos que nos preocupar, Majestade. Estamos em paz. Porém, caso formos atacados, iremos usar a força física para nossa defesa. Não precisa temer pela nossa segurança, porque eu irei garantí-la.

– Não pretendo usar meus poderes para prejudicar essas pessoas. Porém, caso eu me sinta ameaçada ou mesmo perceber que querem ferir você, serei obrigada a expor o pior de mim! – Regina sorri.

– Alguém pode dizer o que é pederastia?

Era o início da noite, quando Emma estaciona seu fusca na região das docas. Seu coração estava agitado e incomodado pelos comentários indiretos, jocosos e maldosos sobre o relacionamento de Killian com o rapaz visitante. Era a piada preferida pelos moradores da cidade, que começavam a considerar Andreas uma persona non grata na região. Leroy havia se incumbido de comprometer a integridade moral do jovem e do pirata. O anão mostrava-se furioso e seus amigos e irmãos faziam coro com ele, aumentando a tensão na cidade.

Parada ali na região das docas onde Killian aportava seus barcos, Emma sente-se corajosa para esclarecer aquela situação que sequer alterava as expressões do rosto bonito de seu noivo pirata. Ele não se mostrava incomodado e parecia divertir-se muito com os comentários.

A loira observa a movimentação dos trabalhadores e consegue identificar os empregados de Killian em meio a tantos homens fortes e rudes. Identifica sem esforço, a figura bonita do pirata, fazendo alguma anotação em um bloco de papéis. Ele se recusava a usar a tecnologia além do necessário. Ela acha graça.

Um tempo depois, a caminhonete de David é estacionada justamente ao lado do fusca de Emma. O homem sente estranheza pela coincidência, mas não desiste de seu objetivo. Não poderia permitir a continuidade daquelas insinuações que estavam afetando a saúde espiritual de sua filha. A mera insinuação sobre o relacionamento escuso de Killian e Andreas provocava desconforto em sua alma de pai. Não estava apreciando em nada os comentários e cobranças das pessoas sobre o comportamento ambíguo do pirata, seu amigo e seu genro.

Com olhares rápidos e atentos, consegue ser exitoso em sua procura. Encontra o homem procurado e não iria adiar sua conversa, a menos que algo maior o impedisse. E algo maior o impediu: ali, sentado num dos bancos de madeira das docas estava Killian e não estava sozinho. Sereno e confiante enlaçava os ombros de Andreas com um dos braços e com o outro braço, envolvia os ombros de Emma, que descansava preguiçosamente em seu outro ombro. Uma cena muito harmoniosa e estranha ao mesmo tempo.


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