Laços. escrita por G V Gomes, G V Gomes


Capítulo 1
Voto Perpétuo.




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A primeira vez que o vi foi na King’s Cross, estava embarcando no Expresso Hogwarts para meu quarto ano letivo na escola; ele era magro, um pouco desajeitado e tinha um nariz pontudo, estava acompanhado de uma menina dona de longos cabelos vermelhos, quase tão belos quantos os meus cachos dourados perfeitos. Não havia uma cabine vaga, ou pelo menos nem um dos veteranos parecia querer dividir lugar com os novos alunos; contrariando um dos muitos ensinamentos de minha miu renomada família, tive compaixão deles e lhes permiti que dividissem cabine comigo.
É incrível como todos aqueles que ingressam pela primeira vez na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, ficam maravilhados com tudo, porém pude sentir que a menina, que era chamada de Lilian pelo menino, não devia conviver muito com a magia, logo concluí que poderia se tratar de uma mestiça, assim como o garoto que, até então não sabia o nome.... Quando o trem parou, descemos, pedi a um de meus pretendentes que os ajudassem com os pertences deles; ora, devido minha aparência angelical e divina sempre tive garotos correndo atrás de mim.
—Muito obrigado, meu nome é Snape, Severo Prince Snape. -Ele sorriu para mim, estranhamente sorri de volta. -Esta é Lilian. -Ele me apresentou formalmente sua colega, a menina olhou para minhas vestes e para a insígnia em meu peito.
—O que é isto? -Lilian pergunta para mim, apontando para o brasão da casa a qual eu pertencia.
—Logo, irá saber. –Deixei o mistério na cabecinha da ruiva, lembro-me de quando soube da divisão de casas que havia em Hogwarts fiquei empolgada, queria ir para onde todos de minha família foram, a majestosa Sonserina, fundada pelo maior dentre os quatro grandes bruxos de sua época Salazar Slytherin, e como só me relacionava com os de minha casa, confesso que até desejei que o chapéu seletor os colocasse em minha "família escolar"; os acompanhei até a professora McGonagall, ela já tinha o rosto completo por rugas, e não aparentava ter a idade que alegava. Nunca gostei desse fator mortal, envelhecer; perder a beleza jovial, prometi a mim mesma que jamais envelheceria, mas se acaso não conseguisse evitar o faria de forma lenta e bela.
Minhas irmãs ainda estudavam, Bellatrix estava no último ano e Andrômeda no sexto; meu primo Sirius também estava iniciando os estudos e realmente ele era um problema na família, sempre contrariando o tio Orion e a tia Walburga. Sentei-me próximo do filho dos Malfoy, um dos poucos garotos que me tirava do sério, mas eu estava tão entusiasmada quanto os calouros, havia gostado de Severo, mas Lilian tinha algo que não me cheirava bem, ela falava como… como TROUXA... Não pude deixar de pensar que ela poderia ser uma “Sangue-Ruim”.
—Livian Evans. –A professora Minerva chama a garota, quase me levanto para ver o velho chapéu seletor pousar na cabeça dela e dizer “Sonseri…”
—Grifinória! –Ele proclama, com um canto suave, a mesa dos “Leões Sonhadores” explode em comemoração, Snape olhou a ruiva ir até sua nova “família” e ser inundada por abraços.
—Severo Prince Snape. –A professora chama o próximo a ser selecionado, meu pequeno amigo. Confesso que fiquei apreensiva ao torcer por ele, sua amiga foi para a nossa casa rival, e ele não tinha muitos amigos na Sonserina; bem, na verdade com exceção de mim e não tinha amigos...
—Sonserina! –Minha mesa explodiu em comemoração, mesmo com o fato de que ninguém se misturaria com ele, empurrei Penélope para o lado e acenei para ele, que de cabeça baixa veio até mim, parecia triste.
—Bem vindo, Severo. –Sorri para ele e o abracei pelo ombro, tentando confortá-lo; senti que Bellatrix não gostou do que eu havia feito, ela era conhecida como “Bellatrix, a Devastadora” tudo para ela era tão destrutível e superficial; para ela, eu não devia ter amigos, mas sim aliados; uma vez me lembro que Bella havia roubado minha boneca preferida, chorei e nosso pai veio ver o que estava acontecendo, lembro-me dele apontando sua varinha para mim e dizendo que um Black jamais deveria chorar, disse que aquilo era um sinal de fraqueza, logo depois ele pronunciou: “Crúcio”, senti várias agulhas penetrarem minha pele macia, gemendo de dor aprendi que um Black

NUNCA DEVE CHORAR.


Logo as aulas estavam começando, as minhas eram em horários diferentes de Severo, mas sempre que o tempo me permitia, eu lhe mandava uma carta mágica, em forma de tsuru. Ele passava o dia sozinho, Lilian sempre estava acompanhada de um garoto chamado Tiago, igualmente com outros alunos da corja da Grifinória, a qual meu odioso primo Sirius, de um modo não surpreendente fazia parte; o passatempo deles era pegar no pé do pobre garoto, quando soube disso resolvi ser “madrinha” de Snape, um ato muito raro entre os veteranos; escolher um calouro e cuidar dele, mas antes tinha que explicar para Severo o que isso significava.
Foi em uma noite chuvosa, estávamos na masmorra; já deviam ser vinte e três horas; o salão Comunal de nossa casa era o melhor dentre todas os outros, a imagem de nosso mestre e fundador ficava em cima da lareira, o tapete era verde, safira; como as cortinas, com detalhes dourados e brilhantes; tudo do mais fino e luxuoso. Decidida a fazer aquilo, convenci minha irmã, Andrômeda a ser a Avalista, Snape era pequeno e ranhoso, não tinha certeza se faria, enquanto eu estava convicta do que faria, esperamos até que os últimos sonserinos fossem para seus dormitórios. Tudo pronto, porém o Barão Sangrento insistia em ficar voando pelo salão.
—Já, são onze horas, vocês não vão dormir? –O Barão era um fantasma bem feio, com seus trajes manchados de sangue e com correntes presas nos braços.
—Barão, deixe-nos. –Falei com em tom totalitário, que fez Snape se encolher. –Quer dizer, poderia nos deixar a sós, ou posso contar para todos como foi que o Romeu morreu. -O fantasma recuou e ficou balbuciando algumas coisas. –Lembra da Dama Cinzenta, ou de um Diadema... –Falei alguns fatos do passado do fantasma que ficou encabulado e planou para o andar superior fingindo caçar Pirraça. -Andie, podemos começar. -Minha irmã sacou sua varinha, fiz um sinal chamando Snape, eu o segurei pelo pulso e ele o meu, Andie tocou-nos com sua varinha e uma língua de fogo se fez, entrelaçando nossas mãos, de início fiquei com medo, mas consegui relaxar, pude sentir que Severo estava com medo também, afinal só tinha sete meses na escola e estava se envolvendo com uma das alunas mais populares do lugar. -Continue.
—Narcissa Rosie Black, você promete proteger Severo Prince Snape, enquanto estiver em Hogwarts? -Andrômeda me questionou fria, um dom que ela quase não utilizava, e eu sabia o por quê; a fazia soar como Bella.
—Sim. -Disse, olhando para Snape nos olhos.
—Ciça, promete cuidar dele como seu irmão, e se alguém o irritar ou provocá-lo você tomará partido?
—Sim. -Vi outra língua de fogo sair da varinha de Andie e entrelaçar em nossas mãos.
—Promete, tomar suas dores, seus medos e seus problemas? -Houve um momento de silêncio antes que respondesse, estremeci, mas não rompi o elo; aquilo era necessário.
—Prometo. -O rosto de Andie se avermelhou, refletindo o clarão da terceira língua de fogo que saiu da varinha, enrolando nas demais e se fechando em torno de nossas mãos, grossa como uma corda, como uma serpente de fogo que brilhou por dois segundo e se apagou por completo.
—Está feito. -Andrômeda guarda a varinha, mais trêmula do que Snape, nós suspiramos sem saber o que o futuro nos reservava.
—Vamos Snape, já está tarde; -Eu disse dando um tapinha no ombro dele, Severo olhava muito para o punho, e eu sabia o porquê, podíamos sentir sentir o laço em nossos pulsos. -Boa noite, meu irmão.

O resto do ano de Severo foi calmo, estava sob minhas asas e eu estava sempre no meio de garotos mais velhos, mais ricos e mais… bom, ricos. Lúcio sempre me importunava, talvez pelo fato de nossas famílias serem próximas, mas o Malfoy tinha ciúmes de Severo, só porque eu levava, onde quer que estivesse e, sempre que podia me sentava ao lado do solitário ranhoso. Eu o passei a ajudar em lições de feitiços, e ele era brilhante quando o assunto era poções; quanto mais me aproximava mais me sentia a vontade em conversar, em desabafar coisas da minha vida complicada; ele estava se tornando para mim um pequeno Príncipe Mestiço.

No segundo ano dele perguntei sobre Lilian, foi a primeira vez que eu havia tocado no nome dela depois da seleção das casas.
—Lilian, nasceu em uma família de, como se diz... Trouxas. –Então eu soube que ela era uma “Sangue-Ruim”, como não pude suspeitar!?
—Severo, têm algumas que preciso lhe dizer sobre os nascidos trouxas. –Eu fechei meu livro de feitiços e olhei para ele, no fundo de seus olhos escuros. –Os Sangue-Ruins, como eles devem ser chamados, são a pior espécie de bruxos que poderia existir. O ministério só os deixa estudar aqui por piedade, por mim eles seriam proibidos de entrar no mundo Bruxo. –O que falei foi duro, mas era isso que eu sentia, ou o que havia me sido ensinado em casa. Se me pedissem para escolher quem viveria entre um rato e um Sangue-Ruim, eu escolheria o rato;  afinal o animal teria serventia, seria alimento para as corujas. Apesar da minha admoestação ela continuou a seguir aquela Sangue-Ruim nojenta, até um dia eu a peguei perto de nosso Salão Comunal, irritada, por Sev não ter me obedecido eu a enfeiticei, assim como uma amiga gorducha; a maldição Imperius é muito divertida, fora que o método de verificação do Ministério é arcaico, fácil de burlar. Sempre me lembrarei de quando Bella me ensinou a usá-la.

Em meu último ano em Hogwarts, me lembro que estava no banheiro, penteando meu longos e belos cachos dourados; como eu adorava me admirar no espelho, afinal eu sempre fui linda, assim como a própria Afrodite; talvez esse tenha sido o motivo de ter recebido o nome de Narcissa, assim como a criação que possuía tanta beleza que ao se contemplar no lago se afogou; mamãe sempre me dizia que minha beleza bastava, dizia que eu havia herdado não só a bela dos Black, mas a dos Rosier também. Esse era um dos momentos em que me fazia me perder no tempo, mas, naquele dia em especial minha amiga, Penélope veio até mim, desesperada e ofegante.
—Ciça! Achei você, venha, é Severo. –Ela correu antes que tivesse a chance de entender sobre o que ela tinha me avisado, olhei despercebidamente para meu punho e vi a língua de fogo arder, compreendi que Severo estava em perigo. Corri pelos corredores, me guiando pelos berros e gargalhadas altas, quando cheguei ao pátio ví Snape flutuando de cabeça pra baixo e Sirius, junto com aqueles “Marotos”.
—Siriuis largue, Snape agora! –Ordenei, quase inquestionável.
—O que foi Narcissa, está apaixonada pelo Ranhoso!? –O tal Tiago Potter, falou caçoando de mim, se ele soubesse o que eu era capaz de fazer, certamente não teria a coragem de repetir aquilo.
—Seu namorado fala por você Sirius? –Lancei um olhar frio e mortal para o quatro olhos, que engoliu em seco.
—O que disse sua narcisistazinha. –Sirius ousou me ameaçar com aquela varinha podre dele, estava entendendo o motivo dele ter sido expulso de casa.
—Não aponte essa varinha pra ela. –Lúcio se interpõe no assunto, ele foi firme e forte; como nunca tinha visto antes, ameaçou meu primo com sua varinha com punho prateado.
—Lúcio, não se preocupe. Posso resolver isso sozinha. –Agradeci a ajuda de Lúcio; é impressionante como as coisas em nossa vida mudam; há dois anos atrás eu não o suportava, agora eu e ele éramos praticamente o casal favorito da Sonserina. –Sirius, onde estávamos? –Chamei a atenção de Sirius e dei-lhe um belo soco no nariz, parecia que tinha quebrado a mão, olhei para os lados e infelizmente lá vinha Minerva, furiosa; e para piorar algo desastroso havia ocorrido, eu quebrara minha unha.
—Senhorita Black, o que está acontecendo!?
—Eles estão pegando no pé de Snape; e como a Senhora, com sua idade avançada tardou ao acudir o garoto, senti-me na obrigação de auxiliar um membro da sonserina que carecesse de ajuda. Então intervi, de um modo demasiado violento, admito, contra meu primo, resultando em um garoto com o nariz quebrado, -Apontei para Siruis –outro com a autoestima baixa, -apontei rapidamente para Snape, que estava no chão pegando seus livros... – e uma unha quebrada. –Mostrei a ela desastre que ocorrera em minha unha, uma pequena rachadura e um pedaço tão pequeno quanto um grão de mostarda faltando nela.
—Bem, Tiago leve Sirius para a Ala Hospitalar. –Minerva pareceu não esperar minha resposta tão formal e explicativa; como um membro da Família Black, sempre soube como ter uma resposta na ponta da língua. –Senhorita Narcissa, saiba que trinta pontos serão tirados da Sonserina por isto. –Naquela altura do campeonato não me importava mais com a copa das casas, só queria me certificar que Severo estava bem e concluir meus estudo, afinal meu destino já estava certo, de acordo com meu pai, eu me casaria com um jovem “Sangue-Puro” da alta sociedade bruxa.
—Se precisar de mim, estarei na Masmorra. –Avisei a velha, e sem aguardar sua resposta peguei na mão de Severo e de Lúcio e fui para o Salão Comunal da Sonserina. –Severo, porque eles começaram a mexer com você? –Perguntei, assim como uma mãe preocupada em ver seu filho sofrendo bullying . –Foi por causa daquela “Sangue-Ruim”, não foi? –Ele apenas olhou para baixo. –Sev, já lhe disse que esse seu sentimento por essa “Sangue-Ruim” vai lhe trazer problemas.
—Mas Ciça...
—Já lhe disse que os Sangues-Ruins, são a pior raça de bruxos que existem Severo, quero que fique longe dela... Olhe pra mim. –Coloquei minhas mãos no rosto dele e o fiz levemente olhar para mim, Severo estava chorando; seus olhos escuros estavam brilhando cheio de lágrimas. - Em breve não estarei mais aqui e não poderei te proteger, não chore; não deve mostrar a eles que venceram. –Limpei as lágrimas que escorriam pelo seu fino rosto com meus polegares. –Vamos, sorria. –Comecei primeiro para encorajá-lo, até consegui fazê-lo sorrir, mas para minha decepção logo atrás dele o Professor Horácio Slughorn surge a minha procura, na época ele era o Diretor da Sonserina; quando o vi acenei com a cabeça, dei um beijo na bochecha de Sev, a ponto de deixar uma marca rosa, minha cor de batom favorita e corri para saber o que o professor queria… Me repreender e me tirar do "Clube do Slugue" devido a confusão.


Um dia antes de me casar, Lucio resolveu ser o noivo ciumento; não querendo que Severo fosse seu padrinho; mas eu não disse nada quando ele me pediu para que o pai me levasse para o altar. Fiz questão de chamar Severo para minha casa no momento exato em que Lucio se preparava para sua despedida de solteiro.
—Escute aqui, Lucio Malfoy. Se você quer que eu apareça amanhã naquela cerimonia, é melhor que você diga para aquele seu primo ridículo não aparecer, nem que seja pintado de ouro. E trate de colocar Severo como seu padrinho de Casamento, se não eu mesmo farei o nome de sua família ser sinônimo de escória. -Falei tão ameaçadoramente que até mesmo eu me assustei, jamais tinha ameaçado alguém na minha vida e tinha realmente gostado daquilo, pareceu com lapsos momentâneos de coragem que Lúcio tinha; por sorte Severo não havia escutado nada de nossa conversa. -Severo, Lucio têm uma coisinha pra te pedir.
—Tenho!? -Meu noivo gagueja, comecei a pensar no motivo pelo qual ia me casar com ele. -Ah é...Quersermeupadrinho.
—O que!?
—Eu disse, "Quer ser meu padrinho?" -Não dei a chance de Sev responder empurrei os dois para fora de casa, ia começar minha despedida de solteira e estava muito atrasada.


Anos haviam se passado e a noite mais sombria de minha vida havia chego. Lucio, assim como muitos outros haviam se voltado para um bruxo muito poderoso, chamado Tom Marvolo Riddle, ou como se auto-nomeou Lorde Voldemort; os seguidores do suposto Lorde mantinham uma adoração a magia negra e em sua maioria eram todos ex-alunos da Sonserina, pois seus ideais eram muito iguais aos do grande Salazar; ele pregava a importância dos bruxo de Sangue Puro, assim como minha família; confesso que fiquei inclinada a fazer parte de seu grupo de seguidores, os chamados “Comensais da Morte”, que faziam suas reuniões muitas vezes em minha casa, para minha surpresa Severo fazia parte desde grupo seleto, assim como meu marido e minha irmã. Bellatrix, mas naquela noite... Lucio tinha me deixado sozinha com meu pequeno Draco, eu não conseguia dormir, não conseguia fazer nada; minha mente se preocupava com Lucio, com Bella e com Severo; o Lorde das Trevas havia ordenado o fim da Ordem da Fênix, as mortes e sequestros já haviam se tornado um problema em Londres; os segundos se tornaram minutos, minutos que se tornaram horas sem qualquer notícia... Eu só conseguia pensar no recém-nascido, que dormia no berço ao lado de minha cama, aprendi a amá-lo mais do que a mim mesmo, e faria de tudo para proteger seu futuro. Em meio a chuva a campainha toca, corro para saber se era Lucio ou Bella com notícias, para minha surpresa era Severo, com os olhos cheios de lágrimas, desesperado.
—Sev, o que foi?
—Ele a matou....
—Quem?
—Lilian.
—Mas, e o Lorde? E o garoto?
—O Lorde das Trevas se foi! E o garoto, ele têm os olhos dela, exatamente iguais aos da mãe...
—Severo, e Lucio?
—Ele foi, pego....
—Por Merlin!? -Minha mente gira, meu marido fora capturado pelo Ministério Mágico, se algo fosse descoberto eu poderia perder meu maior tesouro, não suportaria viver sem ele, sem Lucio talvez, mas Draco; não, ele era perfeito.
—Narcissa, você está bem...
—Já sei, eu vou pra cama, isso. Vou fingir não saber de nada; e quando for convocada para o julgamento, vou usar minhas habilidades... É, isso vai ajudar muito. Sou uma ótima Oclumente.
—Ciça, do que está falando!?
—Severo, você... -Minha mente estava confusa, o Lorde das Trevas havia caído, como Draco viveria em um mundo cercado de mestiços e Sangues-Ruim, como ele viveria sem o pai, como eu viveria sem ele!? -Vá embora, eles podem ter te seguido. Por favor, não morra.

 


Naquela noite chuvosa, antes do início do ano letivo de Hogwarts, o Lorde veio a mim, ou melhor, a meu filho; com belas palavras iludiu ainda mais a cabeça de Draco, não me bastava Lúcio estar em Azkaban, agora o Lorde queria que meu filho cumpri-se uma missão suicida. Quando meu filho me contou qual seria a missão, recusei a aceitá-la, pois uma mãe conhece o coração de seu bebê. Draco não poderia fazer isso. Recorri então ao único que poderia me ajudar, Severo; mas para ter certeza ele teria que fazer por mim, o que uma vez fiz por ele, juramos perpetuamente.


Dumbledore foi morto, não pelo meu filho; ele não tinha que fazer aquilo... Mas Sev, ele cumpriu o Voto Perpétuo, como antes eu havia feito. O motivo da reunião era esse; A morte de Alvo e a Ascensão do Lorde, e me pareceu que o Lorde das Trevas estava excitado para começar, mas faltava um, Severo. Draco estava aflito, era essa a expressão que estava passando, também com todos aqueles bruxos das trevas na nossa casa...Segurei a mão de meu precioso menino, na tentativa de acalmar seu coração, mas Bellatrix contava pela milésima vez sobre como matou nosso primo Sirius e como Severo havia matado Alvo. Já estava farta de tudo quando, enfim Severo chega, todos tinham notícias sobre Harry Potter e seus amigos, fiquei entediada em ficar ouvindo o blá, blá, blá de sempre, até que finalmente alguém dizer uma algo plausível, foi Severo “no próximo Sábado, ao anoitecer” sua informação era incrivelmente exata, ele parecia certo daquilo e seus argumentos eram perfeitos, parecia ter vindo da própria Armada de Dumblodore.

 


Depois de tudo, os caçadores de recompensa os levaram para minha casa, ele e seus amiguinho; ver aquela Sangue-Ruim Granger ser torturada por Bella, me lembrou do dia em que Andie foi expulsa de casa por se envolver com um nascido trouxa, e por irônia do destino Draco também estava desenvolvendo sentimentos pela garota que gemia de dor em meu assoalho. Mais uma vez Lucio se mostrou incapaz de ser o patriarca da família, resolvi então tomar as rédeas da situação, mas era tarde... Harry já havia invadido o cofre de Bellatrix; Voldemort me torturou por tê-lo deixado escapar, jurei a mim mesma que ele pagaria por aquilo.

 


Estávamos nos terrenos de Hogwarts, quando Severo chegou até nós na floresta negra; olhei para ele, sem deixar de segurar a mão de meu filho. Naquela altura não importava se viveria ou morreria, só queria que Draco ficasse bem. Para meu tormento ele era um Malfoy, e assim que a barreira mágica foi quebrada do Castelo ele se livrou de minhas mãos e aparatou para dentro da Escola, olhei para Lucio desesperada, se Draco morresse ali, o que eu faria da minha vida...

—Soube que o Lorde das Trevas deu um fim em Severo. –Bellatrix me conta, com um sorriso amarelado na boca, meus joelhos tremem; Lúcio se vira para mim; havia visto, assim como eu, que o destino que ele escolhera para nosso filho poderia também o levar para ruína. Em meu peito uma explosão de temor e medo; se Severo estava morto, o que será que havia acontecido com meu filho confuso pelas tolas idéias do pai...
—Ainda sentia algo por ele? -Meu marido diz tremendo cheio de covardia; caio de joelhos, meu mais querido confidente fora morto a sangue frio, sinto um leve puxão no pulso ao olhar para ele vejo a língua de fogo se romper de meu pulso e planar com o vento rumo a céu, rumo ao que já tinha sido o castelo de Hogwarts. Meu coração se enche de tristeza e desespero, Draco estava no meio da batalha e Snape morto… “UM BLACK NUNCA DEVE CHORAR”, antes de respondê-lo, uma lágrima solitária escorre por pelo meu rosto.
Always...


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