The Killers II- Interativa escrita por White Rabbit, Neve de Verão


Capítulo 26
Capítulo 22- I'm headed straight for the castle


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, mais um capítulo saindo do forno. PRIMEIRA COISA, NÃO ME MATEM PELO AMOR DE DEUS.
Sei que muitos vão me odiar quando esse capítulo acabar, mas peço compreensão por parte de todos. Não enrolei muito nas pistas, fui direto ao ponto e creio que o caso esteja até fácil de qualquer modo. Beijinhos :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/604425/chapter/26

Estou andando em direção ao castelo

"Eles aprisionaram este reino"

Castle- Halsey

Angel olhava pela janela pensativa, a paisagem destruída a sua frente era um tanto quanto perturbadora, mas já estava mais do que acostumada a ela. O mundo era agora apenas guerra, como se todos os desejos insanos da humanidade tivessem acordado de uma hora para a outra e explodido como uma bomba relógio guardado a séculos. Ela vira de perto o que essa destruição causou, viu pessoas inocente sendo mortas na sua frente, viu prédios explodindo, viu cidades sendo reduzidas a poeira enquanto outros gargalhavam alto por isso. O desespero era mais real agora do que nunca.

Demon havia saído para buscar comida, ele nunca deixava ela ir com ele e isso a deixava aflita, ela o amava mais do que tudo e não queria perde-lo, mas ele era esperto e sabia se cuidar lá fora. E ele sempre voltava antes do anoitecer, fora uma sorte imensa achar aquela casa ainda de pé em meio aos destroços, era bem isolada por isso ninguém apareceria por ali, e haviam posto algumas armadilhas contra intrusos o que os dava certa tranquilidade, mas ela não queria viver assim, ela queria uma vida normal como a que sonhava quando adolescente, seu erro teria sido entrar na Academia? Ou tudo aconteceria com ela do mesmo modo?

— Será que ainda há esperança para nós? – perguntou-se fitando o horizonte.

° ° °

Onihiru estava sentado em uma das cadeiras da delegacia, fitando a parede sem emoção nenhuma. Podia ouvir os outros agentes conversando sobre um caso qualquer enquanto zanzavam pelo corredor, mas ele tinha assuntos mais urgentes a resolver. Ser um perito criminal assim tão jovem era uma imensa responsabilidade, e com a fama que crescera em cima de si ela só crescera, ele simplesmente não podia cometer erros. Tudo nele precisava ser perfeito e isso o incomodava. A porta abriu e o chefe de polícia entrou, lançando um olhar maroto ao garoto:

— É um prazer revê-lo Onihiru-kun, aceita café? – Onihiru apenas negou com a cabeça e sorriu falsamente- vamos direto ao ponto então, deve estar curioso para saber porque o chamei aqui não é?

— Um pouco sim, mas já imagino o que seja- o rapaz respondeu apoiando os cotovelos na mesa- só quero mesmo saber o motivo.

— Sei que sua área não é esse tipo de investigação, mas o diretor da sua academia insistiu muito. A filha dele Kirigiri Kyoko-san já está envolvida no caso, mas precisa de mais alguém para dar conta não é mesmo? E você é um dos nossos melhores agentes.

— Porque acha que tem algo acontecendo naquela escola? Eu estudo lá e nunca percebi nada demais, tirando o assassinato da Shsl Little Sister*, anda tudo normal.

— Bom, o diretor tem motivos muito fortes para ter que pedir ajuda policial, precisamos apenas que você dê uma conferida entende. E não se preocupe, não estará sozinho. Arrumamos um parceiro para você.

— Olá- o rapaz entrou a sala, encarando Onihiru com um leve sorriso- Onihiru-kun, é bom vê-lo aqui.

— Olá, Haruka-kun, vejo que vai trabalhar neste caso comigo.

— Sim- ele disse sentando-se numa cadeira próxima- afinal a muito o que se descobrir sobre a academia... Não é mesmo? - e lançou aquele olhar severo, capaz de arrepiar qualquer espinha.

° ° °

A escuridão já durava algum tempo, não conseguia ver nada a minha frente e de certa forma isso me desesperava. Devia ter tido alguma falha no sistema, talvez um corte na corrente elétrica, qualquer coisa do gênero, eu só queria me obrigar a me manter calma principalmente num momento como aqueles. Comecei a andar lentamente pelo local, tateando a minha frente para não esbarrar em nada, podia ouvir alguns burburinhos, mas não identificava os donos das vozes. Eu tive vontade de chamar por eles, mas minha voz também não saía, tudo o que poderia fazer era esperar que a luz voltasse.

— Upupu- a voz de Monokuma pode ser ouvida- ouve uma pequena falha, mas já foi concertada. A luz voltará em pouquíssimo tempo, não se desesperem por causa do escuro meus queridos.

Senti que esbarrei em alguém, e sibilei um pequeno “desculpe”, logo após ouvi um pequeno ruído e senti uma corrente de ar fria passar por mim. Fiquei parada por um tempo tentando enxergar algo naquele breu, mas não conseguia ver muita coisa. Logo a luz voltou, meus olhos ficaram um pouco incomodados no começo, mas logo eu estava enxergando normalmente. O local estava como antes, todos me encarando com certa dúvida, mas havia um de nós que não estava mais ali.

— O que é... isso?- Kocho apontou para para o banheiro feminino, um tanto assombrado- será que...

Antes que ele terminasse a frase, corri até o banheiro feminino, havia um rastro de sangue que levava até seu interior. Considerando que eu e Yui estávamos ali só podia ser ela. “Não, por favor...” eu implorava para mim mesma enquanto me aproximava lentamente da porta. Quando toquei na maçaneta, meu corpo estremeceu, eu não queria abrir, eu não queria ver o que tinha ali dentro. Mas eu precisava, então eu abri a porta e não pude conter um grito de horror.

Corpo Descoberto

Yuuka Misaki... A menina que lutou por todos nós todo esse tempo, a garota que dedicou-se a nos ajudar a descobrir uma saída daqui e que suportou muito sofrimento para nos trazer esperança. Estava encostada junto a parede, uma faca cravada em seu abdômen, seus óculos jogados um pouco longe, próximos a uma imensa poça escarlate. Corri até ela e me aproximei, colocando minha mão em seu pulso. Estava morta, disso não havia dúvidas. Senti as lágrimas quentes correrem por meu rosto enquanto os outros se aproximavam, também abalados.

— Precisamos chamar o Nathan e o Cody- Kon disse num tom superior- não fique assim Mikazuki-san, ela não gostaria de te ver assim. Vamos investigar e descobrir o que realmente aconteceu.

— Onihiru, Yuuka... Perdemos os dois em tão pouco tempo, e não tivemos como defende-los- eu disse me levantando, enxugando as lágrimas- mas eu vou vinga-los, e vou descobrir todos os mistérios dessa cidade de merda.

Logo Cody e Nathan chegaram, ambos chocados ao saber que Yuuka não estava mais entre nós. Cody claro ficara bem mais abalado, e foi difícil acalmá-lo, mas precisávamos investigar. Afinal regras eram regras não eram? Monokuma devia estar agora rindo em sua cadeira de controle. Afinal um dos maiores pivôs de esperança daqui estava destruído. Mas eu iria vinga-la, e todos os outros que também já partiram. Não havia mais tempo a perder.

Investigação

Senti o meu cartão vibrar e sabia o que era, as Monokuma Files diziam: Yuuka Misaki foi encontrada morta no banheiro feminino do cybercafé, existe um único ferimento na região abdominal da vítima e provavelmente ela regurgitou uma boa quantidade de sangue. Não há quaisquer sinais de violência contra seu corpo ou que indiquem uma luta entre ela e o assassino. Com certeza essas informações iriam ajudar e muito.

(Prova N°1- Monokuma Files)

— Vamos nos dividir como nas outras vezes? – Kon falou lentamente, um tanto atordoado- digo, um grupo procura por aqui e outro dá uma olhada no resto. Assim podemos terminar isso mais rápido.

— Tem razão, vamos ser bem mais rápidos assim- eu falei com um pequeno meneio de cabeça- eu você e Kocho podemos ficar aqui, Nathan, Yui e Cody vão dar uma olhada em outros locais, depois nós mesmos procuramos também e juntamos as pistas que contramos.

Todos concordaram e nos separamos, me ajoelhei junto ao corpo de Yuuka, verificando seus braços, pernas e cabeça, a procura de sinais de violência e não encontrei nenhum assim como dito nos Monokuma Files, no entanto havia uma certa quantidade de sangue em seus lábios o que indicaria que ela teria vomitado sangue talvez. Retirei com cuidado a faca de seu abdômen e vi que a quantidade de sangue ali era um tanto menor que o esperado, embora as roupas dela estivessem sujas de sangue, a faca era uma comum que podia ser encontrado inclusive no cybercafé.

— Essa poça de sangue me intriga- Kon disse olhando para o chão atentamente- ela está próxima da porta, mas a Yuuka está um tanto longe dela, deveria ter um rastro que a levasse até ali. Ao invés disso tem essas marcas estranhas perto da poça.

— Marcas? – olhei para o piso e vi que perto da poça haviam sim “borrões” que não eram pegadas, mas pareciam que algo havia caído ali- entendi, talvez isso seja importante futuramente não é mesmo?

(Prova N°2- Poça de Sangue)

(Prova N°3- Faca)

Dei mais uma olhada pelo banheiro, a procura de outras pistas, mas não havia nada de significativo. Então resolvi olhar outros pontos do local, o assassino poderia ter deixado cair mais um pista não é mesmo? Foi quando bati meus olhos numa pequena taça deixado em cima da mesa, a mesma que vi pertencer a Yuuka durante a festa, era uma mesa mais afastada e ficava um tanto escondida ali no escuro, por isso não tinha enxergado a taça antes, me aproximei dela pegando o pequeno objeto de vidro. Estava vazia, mas havia uma espécie de pó amarelado no fundo, devia fazer parte da bebida, mas de qualquer forma o que me chamou a atenção para aquele local não era a taça em si.

Perto da mesa havia uma espécie de assento acolchoado um tanto grande, no qual estavam feitos pequenos furos que eu não tinha visto antes. Me ajoelhei junto ao assento e olhei por um dos furos, me surpreendi ao ver que era oco ali dentro. Apoiei os dedos embaixo da parte acolchoada e fiz um pequeno esforço para erguê-la, vi que aquilo se tratava de uma espécie de baú. Estava vazio no momento, com exceção é claro de uma coberta avermelhada que o forrava. Poderia não ser nada, mas aquilo tinha me intrigado.

(Prova N°4- Taça de Vidro)

(Prova N°5- Baú)

— Não tem nada de estranho na cozinha, as janelas continuam fechadas, ou seja ninguém entrou ou saiu por aqui- Kocho disse saindo da cozinha, após ter dado uma olhada rápida- posso procurar com mais cautela, mas não há nenhuma “passagem secreta” também.

— Significa que não tinha nenhum intruso na festa não é mesmo? – Kon disse pensativo- Logo o assassino tinha de estar aqui desde o início não é mesmo? Entre nós?

— Sim- Kocho disse- ele não poderia sair sem que ninguém visse, por mais que estivesse escuro teríamos notado alguma coisa.

— Falando em escuro, e aquele apagão? – Kon falou- o que foi realmente aquilo?

— Upupu, eu já disse que foi uma falha técnica não é mesmo? – o odioso urso surgiu ao nosso lado como por um passe de mágica- alguém ferrou com a caixa elétrica desse bairro, cortou todos os fios e fez uma bagunça enorme, a energia ainda durou muito até cair.

— Caixa de energia? – eu sibilei lentamente.

— Sim, fica bem aqui atrás com um adesivo enorme dizendo “Caixa de Energia”- ele falou numa animação infantil- sou bem discreto sabe, upupu.. Oh pobre Yuuka-san, não irei sentir falta dela tagarelando.

— Você é um doente- Kocho disse irritado.

— Ora, ora, vamos com calma menininho de rua. Todos aqui são doentes de uma forma de outra, todos aqui cometem loucuras, se fossemos pôr numa balança, eu sou o mais são entre todos vocês- e dizendo isso, saiu saltitando pela porta como se nada demais tivesse acontecido.

— Eu vou dar uma checada nessa tal caixa de energia- falei dando uma piscadela pros garotos- tomem conta daqui por favor.

Sai pela porta da frente, dando a volta para os fundos do cybercafé, pude notar que havia realmente uma espécie de caixa metálica ligada a parede, com um aviso laranja cintilante que dizia “afaste-se”, na realidade foi o adesivo que me fez notá-la, já que sua cor se camuflava na parede. Me aproximei notando que ela estava aberta, lá dentro pude ver os fios que foram cortados manualmente e remendados de forma estranha, e eu não sabia se quem havia feito fora o assassino ou o próprio Monokuma, dei uma olhada ao redor em busca de pistas, mas não havia mais nada ali.

(Prova N°6- Fios danificados)

Voltar a cena do crime também não ajudaria muito, esperava apenas que Kon e Kocho pudessem encontrar mais alguma coisa, então resolvi procurar por Cody, Nathan e Yui. Talvez eles tivessem encontrado alguma coisa útil, ou pelo menos terem uma dedução sobre o que aconteceu, especialmente Nathan e Cody que não estavam presentes na hora da festa, podiam ter notado alguma coisa “anormal” por ai. Comecei a andar pelo bairro atrás dele e notei a porta do laboratório de química aberto, ao entrar lá me deparei com Cody olhando intrigado para o armário de venenos.

— Cody? – eu chamei sua atenção, ele me encarou com um olhar perdido- o que houve? Tem algo errado?

— Não sei dizer, só me pergunto o que um frasco quase vazio está fazendo aqui- ele pegou o pequeno frasco de vidro, que continha agora uma quantidade quase nula de um líquido roxo- digo, todos os outros vidros estão cheios exceto esse?

— É realmente estranho – me aproximei pegando o frasco para olhar melhor- será que o assassino pode ter usado isso para alguma coisa? Ou outra pessoa usou e botou aí?

— Não sei, mais está faltando um conta-gotas de uma caixa daqui, pode não ser nada. Talvez até o próprio Monokuma tenha utilizado para alguma coisa, mas se foi o assassino então tem algo sobre esse caso que ainda não sabemos.

— Não sabemos, mas que logo iremos descobrir- falei confiante com um sorriso no rosto- por favor guarde esse frasco com o maior cuidado sim?

— Claro- ele disse pegando o frasco e pondo no bolso do casaco- vou dar mais uma olhada aqui, talvez eu encontre mais alguma pista útil.

— Obrigado Cody- eu disse com um sorriso, saindo dali, para mim as coisas estavam começando a se encaixar.

(Prova N°7- Frasco de Veneno)

Saindo do laboratório de química, olhei para os lados em busca de mais alguém, mas as ruas estavam vazias e silenciosas. Por algum motivo o silêncio da noite me trouxe lembranças, me lembrava agora de Yuuka, sorrindo alegre e pedindo para que ninguém desanimasse. Implorando para que continuássemos esperançosos ao tentar sair daqui, ela cuidou e se aproximou de nós como uma amiga de verdade, como um anjo. E agora estava ali, morta, jogada num banheiro de um café qualquer, esse tipo de coisa não entrava na minha mente. Balancei a cabeça, não era hora para pensar nisso, eu tinha que me concentrar.

Voltei a andar pelas ruas, observando tudo atentamente, era noite, era a primeira vez que investigávamos no horário noturno o que apenas deixava a situação mais macabra do que o normal. “Será que eles acharam alguma pista?” eu me perguntava a todo momento, não podia deixar passar nada naquele caso. Foi quando avistei uma figura de cabelos brancos mexendo na lixeira, logo vi que era Nathan.

— Ei Nathan- eu gritei chamando sua atenção, ele não se mexeu, gritei de novo e ele se virou para mim, apressei o passo até ele, ele apenas me encarou sério, forçando um sorriso forçado depois- encontrou alguma coisa?

— Bom, não sei se é importante, mas vim remexer na lixeira para tentar achar algo, estava perdendo as esperanças até achar isso- ele me mostrou um pedaço de papel ameaçado, o peguei em minhas mãos com cuidado- não sei se é uma pista muito relevante, mas creio que ajudará no caso.

Desamassei o papel aos poucos, era um dos papeis de motivos que Monokuma havia nos dado. Lembrei do meu motivo automaticamente, uma ordem sem pé nem cabeça sobre queimar um livro da biblioteca o qual não havia nada escrito, eu realmente não entendi a necessidade daquilo, mas também não importava agora. No papel haviam apenas as palavras “Matar Yuuka Misaki”. Recebi aquilo como um tiro no coração.

— Minha conclusão é- Nathan começou a falar- a pessoa que fez isso não teve nenhuma escolha, não se tratava de matar alguém, se tratava de matar Yuuka. Não sei quem fez isso, mas posso garantir que devia estar desesperado e desnorteado.

— Eu não entendo...

 - Porque Monokuma queria se livrar dela? Bom, Yuuka sempre trouxe esperança para nós, de todos aqui ela era um grande pivô de motivação e nunca desanimava nem um segundo. Fora que era muito esperta, o manda-chuva devia morrer de medo dela. Ou talvez, ela soubesse de algo que teria arruinado com os planos dele, o motivo é... Ele precisava que Yuuka estivesse fora do jogo.

— Faz sentido, sabemos como aquele urso de merda gosta de jogar sujo.

— Sabe eu estive pensando... Sobre o manda-chuva, acha mesmo que uma pessoa só conseguiria lidar com tudo isso? – olhei para ele intrigada, porque tocar nesse assunto num momento como aquele? – Digo, e se forem mais de um? E se enquanto houver um por trás do Monokuma, tiver outro escondido por aí... Ou entre nós...

— O que está insinuando Nathan? Que um de nós é o manda-chuva?

— Não necessariamente, mas estive pensando se alguém que nós conhecemos agora ou até mesmo antes quem sabe, não seria capaz de criar esse joguinho horroroso. Olha, melhor deixarmos essa conversa para outro momento.

— Eu concordo- falei guardando o papel dentro da minha luva- boa sorte na sua investigação.

— Igualmente- e após uma leve troca de sorrisos eu sai dali para olhar outros lugares.

(Prova N°8- Motivo do Monokuma)

Aos poucos as pintas se encaixavam em minha mente, por mais confuso que aquele caso pudesse parecer. E o que tornava mais confuso era o motivo por detrás dele, porque Yuuka tinha de ser eliminada? O que ela sabia que complicaria tanto a vida do manda-chuva? Não, eu tinha que pensar no caso agora, poderia deixar para pensar nisso depois. Continuei andando pelo bairro escuro e vazio, dessa vez eu procurava por Yui, talvez ela tivesse encontrado alguma pista. Não precisei procurar muito, pois logo vi a garota em uma das ruas, olhando temerosa para os lados.

— Olá Yui-san – eu me aproximei lentamente, ela apenas sorriu tímida, parecia preocupada com alguma coisa- está se sentindo bem? Está um pouco pálida.

— Não é nada, é só uma sensação estranha- ela pôs as mãos junto ao peito encarando o chão, como se estivesse sentindo algo de ruim, eu podia notar isso em seus olhos- sabe, quando a luz apagou e tudo ficou no escuro, eu tive a sensação de que tinhas mais alguém lá, digo, se Yuuka morreu na festa, o assassino tem de estar na festa não é mesmo? Mas eu estava do lado de Kocho na hora, e lembrava da localização dos outros, e senti que alguém passou por mim, mas vindo de uma direção de onde não havia ninguém.

— Estou entendo um pouco- eu ponderei por alguns segundos- mas pode ter sido só impressão sua Yui, deve ter ficado surpresa quando a luz apagou.

— Sim, eu sei, pode ser só uma intuição boba, alguém pode ter mudado de lugar rapidamente, enfim. Mas é algo que tem me incomodado, talvez seja certa receio de querer acreditar que alguém matou a Yuuka-san.

— Entendo, mas nós vamos chegar a conclusão desse caso, pode ficar tranquila- eu falei com o sorriso mais simpático que eu conseguia dar- encontrou mais alguma coisa?

— Ah sim, eu achei isso- ela fez um sinal para que eu a acompanhasse, até alguns arbustos próximos, de onde ela retirou duas caixas, uma delas continha uma espécie de furadeira encontrada nas ferramentas da loja e a outra um aparelho que eu desconhecia- eu estive olhando em lugares como esse porque nunca se sabe, e encontrei isso, me pergunto porque uma furadeira e esse tipo de silenciador estariam aqui, digo... Devem pertencer ao assassino sim?

— Sim, tenho certeza disso- eu levei a mão ao queixo, para que alguém teria usado aquelas ferramentas? Com qual intuito? – muito obrigado Yui-san, foi de grande ajuda, se achar mais alguma coisa, só me dizer.

— Sim, pode deixar.

(Prova N°9- Testemunho de Yui)

(Prova N°10- Pessoas presentes na festa)

(Prova N°11- Furadeira e Silenciador)

Depois de dar uma longa olhada pelo bairro, resolvi voltar à cena do crime para ver se os rapazes haviam encontrado mais alguma coisa. Quando eu cheguei, notei que eles analisavam algo no chão com muita atenção, pigarreei um pouco para chamar a atenção deles. Kon fez um sinal para que eu me aproximasse, quando cheguei ele apontou para algo no chão, olhando cuidado notei que era uma espécie de mancha esverdeada, e que mais a frente havia outra. Kocho se levantou e apagou as luzes do lugar, e eu vi que a mancha brilhava no escuro.

— Kocho que percebeu essas manchas, elas formam uma espécie de trilha por todo o lugar, das mesas ao banheiro, até a cozinha, até a porta da frente- Kon começou a explicar- deve ter sido a forma do assassino de se guiar por aqui no escuro e cometer o crime.

— Essa tinta pode ser encontrada no supermercado- Kocho disse timidamente- eu já tinha visto ela lá, chamam de fosfe... fosfa... fosforescente.

Dei uma olhada pela trilha de manchas e vi que ele realmente passava por todo o local, como se a mapeasse. Só me pergunto como nenhum de nós tinha visto aquelas manchas antes, talvez fosse pela surpresa do apagão, ou pelo pânico momentâneo que se instaurou logo depois. Mas de qualquer forma, havíamos percebido e já tínhamos uma pista a mais para pôr no caso. “Eu vou conseguir Yuuka, vou conseguir por você”.

(Prova N°12- Tinta Fosforescente)

— Upupu, o tempo acabou bastardos- a voz odiosa do urso se fez ouvir por todo o bairro, céus como eu odiava aquele urso- já sabem onde se encontrar para o nosso amado julgamento.

E mais uma vez iríamos começar tudo de novo... E eu tinha a sensação de que ainda haviam julgamentos pela frente.

° ° °

Yuuka olhava desatenta pela janela, a sala de aula vazia e silenciosa, todos tinham saído para fazer alguma coisa, mas ela não tinha vontade de fazer nada. Por algum motivo não estava nem um pouco animada aquele dia, a noite anterior fora um tanto “pesada” e aquelas coisas que ela lhe disse... Não, não pareciam certas. Ela sabia que tinha seus problemas, sabia que o mundo era perverso, mas não iria descontar os seus próprios anseios e tristezas em pessoas inocentes.

“- Você sabe Yuuka... Seu pai não merece seu perdão- sua voz doce lhe soava ao mesmo tempo como um poderoso veneno escorrendo daqueles lábios- o que ele fez foi inaceitável não foi?

— Mas ele é meu pai, e também não há sentido em fazer isso- Yuuka respondeu um tanto desnorteada, a garota apenas riu, e aquela risada lhe fez estremecer.

— Você está preocupada em perder seu paizinho? Darei uma nova família a você, basta aceitar.

— Não sei do que está falando.

— Em breve saberá.”

Sim, os erros de seu pai foram terríveis. Ele não tinha o direito de enganá-la, ou enganar sua mãe como fez, mas era a única coisa que ela tinha no momento. Sua única família, ela não tinha irmãos, tios, nem nenhum outro parente próximo. Se expulsasse seu pai da sua vida, estaria expulsando de si todos os laços familiares e tudo o que seu pai fizera de bom, porque um erro não apagaria as qualidades dele. Mas o discurso da garota fora tão convincente... Ela quase se deixou levar por aquelas palavras bobas.

— Enoshima Junko- sussurrou para si mesma- até onde você irá com isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~me defendo das pedras e tijolos.
Sinto muito, mas teve de ser assim. Vou ficar devendo a foto post mortem tá amores, amanhã estarei atualizando o capítulo com ela. E novamente, não me matem.
Amo vocês ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Killers II- Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.