The Killers II- Interativa escrita por White Rabbit, Neve de Verão


Capítulo 22
Capítulo 18- I'd pay for see your frown


Notas iniciais do capítulo

Hello Waifus, finalmente terminei esse julgamento. Como o caso era digamos fácil de explicar, resolvi focar também no passado do/da fulano/fulana. Então, espero que gostem ^^



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Eu Pagaria para ver sua Queda

“Você está garantida para controlar essa cidade”

The Ballad of Monalisa- Panic At The Disco

As ruas estavam solitárias, não se via nenhuma alma viva no local, exceto a si. Era tão estranho, aquela quietude era estranha, nunca estivera num lugar tão silencioso e misterioso, tinha a sensação de que a qualquer momento alguém saltaria de seu esconderijo para atacar, mas sabia se defender o suficiente para matar quem quer que ousasse investir. Não era à toa que possuía o apelido de “Unbreakable”, imbatível, ninguém podia derrubar. Nem mesmo sua maior rival.

Olhou em volta, tentando procurando por algum sinal de vida. Já fazia quase um mês que estava ali, andando pelo o que restara do mundo a procura de seus amigos. “Preciso achá-los”, dizia para si, “Preciso encontrá-los e protegê-los de todo o perigo”. Era difícil semear a esperança num local tão cheio de desespero, num local onde tudo o que se ouvia era o silêncio, um silêncio mortífero e perturbador. Um silêncio que qualquer um desejaria não presenciar.

Mas a chama dentro de si acendia-se todas as vezes que pensava em ver seus amigos mais uma vez, que se uniriam para lutar contra o desespero que “ela” trouxe ao mundo e reconstruiriam tudo. Um mundo novo, com novas ideologias, um mundo de paz onde todos se respeitassem e o mais importante... Não existisse a traição. Porque a traição era insuportável, era dolorida, era o cúmulo da maldade. E seus amigos nunca, nunca trairiam sua confiança.

Era o que pensava.

° ° °

Yuuka Misaki

Náusea era a única coisa que sentia. Nada mais, e isso ocorria todas as vezes que eu voltava para aquela sala. Eu realmente desejava que sempre fosse a última vez, mas no fundo eu sabia que aquilo se repetiria se não fizéssemos nada. No lugar que costumava ser de Mayu, havia agora uma foto sua como a dos outros e um pódio a mais foi colocado para Yui. Ela se fora para sempre, e talvez outro de nós fosse hoje também. O urso maldito ria de todos nós naquele momento, eu quase podia imaginar um rosto humano por detrás dele, dando gargalhadas macabras enquanto nos assistia morrer das piores formas possíveis.

— Upupu- ele disse balançando as patas de forma infantil- vão para os seus lugares meus queridos, pois mais um julgamento está para começar. E talvez mais alguém esteja comendo o capim pela raiz quando ele chegar ao fim não é mesmo?

Fui para o meu lugar um tanto insegura, precisava resolver o mistério daquele caso, se quisesse é claro sair viva dali.

Class Trial Start

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— Então, por onde devíamos começar? – Kon falou pacificamente apoiando-se no pódio- precisamos de um ponto de partida se quisermos entender esse caso não é mesmo?

— Porque não falamos sobre o que provavelmente levou a morte de Mayu- Yui disse chamando a atenção para si- quero dizer, a fuga dos animais. Foi provavelmente no meio disso que ela morreu não?

— Bom- dessa vez foi Onihiru quem falou- então no caso o tigre a pegou na confusão, a matou e arrastou seu corpo até sua jaula. Então se essa morte foi um acidente não existe um culpado não é?

— Não foi acidental- a voz pacífica de Mikazuki chamou a atenção, ela possuía um sorriso vitorioso no rosto, um sorriso um tanto estranho na realidade- o compartimento no qual o corpo de Mayu foi encontrado só podia ser abrido eletronicamente, mas havia a existência de uma espécie de ferrolho que me intrigou, e eu percebi que aquilo serviria para abrir o compartimento caso o sistema falhasse.

— Está nos dizendo que...- Kocho falou.

— Isso mesmo, não havia como o tigre levar Mayu até lá, logo ela foi posta lá por alguém, ou seja, existe um culpado nesse caso. E também acredito que não haveria necessidade de julgamento em caso de morte acidental. Não é Monokuma?

— Claro, claro... Prossigam! – o urso disse fazendo cara de pouco caso.

— Mas espere- Watashima cortou o silêncio- não seria meio difícil levar alguém para o compartimento durante a confusão? Digo, a pessoa que o fez poderia ter sido atacada também e estaria correndo perigo.

Ela falava a verdade. Seria mesmo muito difícil prender uma pessoa com um tigre enquanto existiam animais ferozes a solta, provavelmente essa pessoa teria se machucado em algo ou ao menos alguém viria. Fora que Mayu se defenderia também. Puxei meu ID e reli as Monokuma Files, quando vi aquela frase, logo uma ideia se acendeu em minha cabeça, eu já sabia a resposta:

— Mas e se a Mayu foi presa lá dentro antes da confusão com os animais? – todos me olharam surpresos- digamos que alguém prendeu a Mayu dentro do compartimento, e quando o sistema caiu e os compartimentos abriram, o tigre a atacou, dessa forma iríamos pensar que ela morreu durante a fuga dos animais...

— O que não é verdade- Mikazuki completou com um leve sorriso- a fuga dos animais foi somente uma distração. Creio que o culpado queria que decidíssemos isso como um acidente, para então sair ileso.

— Espere um segundo- Cody disse subitamente- mas Mayu teria se defendido não? Se alguém a prendesse num compartimento ela teria gritado, feito algo. Ela não era nem um pouco burra.

— Mas aí é que está- eu falei mostrando os Monokuma Files- segundo o que o Monokuma nos deu, aqui diz “que ela não se debateu durante a morte”. Se um tigre está te atacando e você não se debate ou reage, só pode ter sido dopado, não é?

— Então faz sentido- Nathan disse com um sorriso no rosto- assim o assassino poderia prender Mayu no compartimento e deixá-la para morrer sem problemas, o que é uma pena na verdade, ela era uma garota tão interessante...

— Enfim- eu disse cortando Nathan que me olhou um tanto emburrado- sabemos que ela foi dopada, mas precisamos descobrir outra coisa, como a doparam? Podem ter pego algo do hospital ou algo assim.

— Ele pode ter pego os sedativos para animais da clínica veterinária- Onihiru falou calmamente- a composição deles é forte, pode derrubar até um rinoceronte quanto mais uma pessoa.

— Bom, eu não notei nada faltando nos remédios- Watashima disse pensativa- pelo menos não havia nenhum tranquilizante faltando lá, podem ter colocado comprimidos na bebida dela, ou então usado outra coisa para fazê-la desmaiar.

— Espere- eu falei- e aquele dardo que encontramos por acaso perto da jaula, Watashima? Podem ter usado dardos tranquilizantes nela de verdade, mas você não notou a falta de nenhum porque usaram uma caixa inteira.

— As marcas no braço dela- Mikamaru disse- realmente a doparam mesmo, não queriam que ela acordasse nunca mais... Coitada.

— Mas esperem, então a arma do crime nesse caso, seria o tigre? – Cody perguntou ajeitando os cabelos- isso é possível.

— Upupu, não importa os meios que usem meus queridos- Monokuma disse em meio a uma risada macabra- se você causou a morte de alguém você é o culpado da vez meus queridos, não há para onde correr.

— Enfim- Onihiru falou cortando a fala do urso- sabemos agora como Mayu foi parar lá dentro e como ela foi morta. Mas existem brechas nesse caso, como o assassino sabia que poderia acabar com o sistema elétrico? Como ele sabia quanto era necessário para dopar a Mayu, e o melhor, porque o assassino fez isso.

— Do que você está falando? – Kon comentou.

— Do motivo de assassinato dado por Monokuma, o tesouro que ele nos deu. Eu e Yuuka fomos conferir- Onihiru falou mostrando os arquivos que achamos no Hotel.

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Os arquivos foram passados para todos, que olhavam curiosos o tesouro do Monokuma diante de si. Aqueles arquivos poderiam ser uma prova crucial, afinal revelariam para nós os métodos que o assassino usou e provavelmente alguma falha que ele tenha cometido nesse processo. Talvez estivéssemos a poucos passos de descobrirmos o assassino de Mayu e poder mais uma vez nos livrarmos daquilo.

— Esse arquivo contém coisas interessantes, basicamente é um plano de assassinato perfeitinho dado de bandeja ao assassino. O plano mostra como acabar com o sistema elétrico destruindo todos os botões, mostra qual a dosagem para dopar alguém pelo tempo desejado, rotas de fuga na floresta, como usar o compartimento para esconder o corpo. Enfim, tudo o que existe nesse caso. Mas uma coisa me intrigou, um bilhete deixado pelo Monokuma, que diz que ele deveria matar um "espião especial".

— Como assim? – Yui falou surpresa.

— Isso mesmo, além do plano Monokuma deu a vítima, mas há uma parte faltando no arquivo, mas creio que ele queria se livrar da Mayu não é mesmo? Mas agora eu pergunto, porquê?

Mayu era também uma chave nesse caso, não foi uma vítima escolhida ao acaso. Ela estava inclusa no tesouro dado por Monokuma, mas porque este queria se livrar dela? Apesar de um tanto estranha, ela sempre fora uma boa pessoa e não consigo realmente entender porque o Monokuma queria ela fora do jogo. Espere, talvez eu soubesse, ‘’ espião especial”, sim eu sabia o motivo.

— Acho que eu sei porque Mayu foi a vítima da vez- todos me olharam surpresos- Kocho e Yui acharam uma espécie de diário no lago, e algumas páginas desse diário mostravam anotações sobre o nosso dia a dia, momentos nossos entende? Acredito que esse diário pertencia a Mayu, porque ela era... uma espiã.

— O que quer dizer? – Watashima falou surpresa- que ela era uma espiã do manda-chuva.

— Sim, ela estava infiltrada aqui entre nós para pegar informações eu acho, mas ela desistiu de cooperar, ela não queria mais ser a espiã e o Monokuma decidiu se livrar dela porque ela sabia demais- Monokuma começou a assoviar ignorando completamente meu comentário- e como não queria sujar as mãos, usou um de nós para isso com o motivo de assassinato.

— Agora faz sentido, digo, darem um plano tão perfeito assim- Nathan falou num tom sério- mas será só isso mesmo? Será que a pessoa que achou esse tesouro mataria Mayu apenas por ela dar informações ao Monokuma? Creio que tem mais coisas por detrás disso. Como por exemplo uma figura que foi muito citada esses dias... Animal Rights Killer.

— O que? O assassino em série? – Yui falou- está dizendo que ele está envolvido com esse caso?

— De certa forma sim- Nathan falou- acho que o Animal Rights Killer e o assassino de Mayu são a mesma pessoa.

Será mesmo? Penso que Nathan pode estar delirando, mas talvez ele esteja certo. Esse assassino foi muito citado aqui dentro, inclusive pela própria Mayu algumas vezes, segundo o que Watashima dissera. Mas seria ele o assassino desse caso? Será que ele tinha algum envolvimento com tudo isso? Eu particularmente achava difícil, afinal eu li um arquivo sobre ele com a Mikazuki, sabia que ele matava pessoas ligadas a crimes ambientais e sempre deixava um boneco de cera no local do crime, dentre outras manias de serial killer... Espere, será que...

(Clica)

— Entendo o que está pensando Yuuka- a voz de Mikazuki me chamou a atenção- que talvez o Animal Rights Killers, não seja o culpado, mas a vítima desse caso.

Todos encararam Mikazuki surpresos, mas era realmente o que eu havia pensado. Talvez o único motivo pelo qual decidiram matar Mayu é porque não só ela era espiã, como também uma assassina em série, como Percy disse: “Não podia matar alguém que não merecesse”. Mas eu precisava explicar aos outros o que se passava em minha mente:

— Eu e Mikazuki vimos uns arquivos sobre esse assassino no mesmo lugar onde achamos o tesouro do Monokuma- eu comecei a explicar- e há um fato peculiar que havia nesses arquivos, que diz que ele sempre deixa bonequinhos de cera na cena do crime, bonequinhos parecidos com os que eu e Kon encontramos no quarto da Mayu.

— E havia também uma pá, me pergunto para que uma garota como ela precisaria de uma pá, não é mesmo? – Kon disse pensativo.

— E ela disse a Watashima que logo, logo Animal Rights Killer iria agir. Juntando tudo isso podemos afirmar que Mayu é a Animal Rights Killer e que estava planejando cometer um assassinato.

— Isso é loucura não?- Kocho protestou- dizer que ela é uma assassina em série.

— Upupu, loucura porém a mais pura verdade meus caros- Monokuma disse dando rodopios em seu trono- a doce e meiga Mayu Yamamoto, é na verdade uma assassina fria e sanguinária, defensora dos pobres animais. Como uma SHSL Veterinary, ela amava esses seres irracionais mais do que tudo, e mataria qualquer um que os prejudicasse, mas é irônico não é mesmo? Porque ela acabou de ser morta pela coisa que mais amava nessa vida.

— Tanto faz- falei em tom irritado- sabemos agora que a Mayu não era tão inocente, mas ainda precisamos descobrir o culpado desse caso não é mesmo?

— Ora, mas está bem óbvio Yuuka! – Mikazuki disse arregalando os olhos, senti um arrepio em minha espinha- eu já havia percebido isso a um tempo, e esperava que você percebesse também. Não se lembra do que te falei quando nos encontramos na cena do crime antes de virmos para cá?

Todos os outros me encararam curiosos, olhares até meio que acusadores. Espero que eles não me acusem de ter assassinado a Mayu, respirei fundo tentando me lembrar de tudo o que Mikazuki me falara quando nos encontramos pela última vez antes de vir para cá. Ela me falara das marcas nos braços de Mayu, da causa da morte e do boneco... espere, agora sim eu entendi tudo.

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— O boneco que faltava- eu sibilei- Mayu tinha bonecos de cera de todos nós, provavelmente para caso fosse matar alguém deixar sua marca. No entanto havia um boneco que estava no lugar errado. E esse boneco representava você... Watashima.

— Eu? – ela disse engolindo em seco- o que isso tudo tem a ver comigo?

— Se Mayu andou por aí com um boneco seu é porque planejava te assassinar por algum motivo não é mesmo? Nathan comentou também que vocês brigaram. Digamos que você tenha falado contra os animais, você precisava comprovar se Mayu era mesmo a espiã e a assassina em série, ao ter certeza, bastava chamar ela para um passeio no dia seguinte para pedir desculpas. Mas ela também já planejava matar você.

— Isso tudo é loucura Yuuka- ela gritou atônita socando o pódio- eu nunca mataria a Mayu, ela era minha amiga aqui! Isso tudo são só especulações falsas. Não existe nada concreto contra mim.

— Você comentou diversas vezes sobre nunca faltar nada nos remédios da clínica- eu continuei falando, mesmo que aquilo me doesse o coração- e sua shinai seria uma boa ferramenta para quebrar os botões não é mesmo?

— Eu não acredito Yuuka- ela disse chorosa- pensei que fossemos amigas, mas você vem me acusar dessa maneira. Eu não podia ter feito aquilo, qualquer um que tivesse acesso ao tesouro do Monokuma poderia ser o assassino.

— Na verdade existe um ponto a mais que comprova que você é a assassina- dessa vez foi Onihiru quem falou- Mayu foi presa no compartimento antes da fuga dos animais, logo era preciso saber as funções do botões. E isso não estava nos planos do tesouro.

— Mas espere- Cody falou-Watashima não estava presente quando Monokuma explicou dos botões, como ela saberia disso?

— Ela ouviu, notei que ela tem uma audição muito boa, creio que por ser necessário no kendo- eu falei lentamente- ela ouviu o Nathan espionando a briga dela com Mayu naquele dia, ouviu o grasnar do corvo quando Nathan estava machucado ele. E estava próxima quando Monokuma explicou sobre os compartimentos, ela ouviu tudo.

Watashima calou-se, lágrimas desciam pelo seu rosto. Ela abaixou a cabeça choramingando baixinho, socando o pódio com uma força terrível. Naquele momento eu tinha certeza, fora ela. Esse tempo ela era a assassina, eu não entendia o porquê, elas eram muito unidas e não via em Watashima alguém capaz de cometer um assassinato. Mas pelo menos agora aquele caso havia chegado ao fim:

— Upupu, se já sabem o culpado então podem votar- todos votamos e após algum tempo Monokuma anunciou- vocês disseram que a assassina é Utsutsuki Watashima e está.... Correto!

— Porque? – eu gritei para ela- porque justo você Watashima? E logo a Mayu? Ela era sua amiga.

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— Aquela vadia... Não era amiga de ninguém- ela olhou para mim com frieza, enxugando as lágrimas, seu rosto agora tomava uma expressão de raiva- eu me senti intrigada e fui procurar o tesouro do Monokuma, eu não planejava matar ninguém, mas se eu soubesse o que era poderia ao menos ajudar vocês caso algum assassinato acontecesse. E qual não foi minha surpresa, ao descobrir tudo sobre Mayu.

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— Você esteve nos enganando esse tempo todo? – a loira gritava, segurando de forma agressiva no braço da amiga, que apenas demonstrava indiferença- poderia ter nos ajudado muito sabia?

— Eu não ligo para o que você diz, fiz o que tinha que fazer. Afinal fui obrigada a isso- Mayu falou se soltando- e além do mais, eu não estou mais trabalhando com ele.

— E por quê? Por que ele tem um zoológico? Se preocupou mais com um bando de animais numa jaula do que com os seus amigos?

— O que está dizendo? Que vocês valem tanto assim- ela disse enrolando o cabelo entre os dedos- tentamos ser amigos esse tempo todo e olha só no que deu. Tivemos três assassinatos. Eles pelo menos não traem ninguém.

— Você está louca. São só um bando de animais burros e idiotas.

Watashima recebeu um tapa de Mayu, sentia seu rosto arder e pode ver a expressão de ódio na cara da outra. Levou a mão a sua shinai, mas recebeu como resposta apenas uma risada fria de quem não dá a mínima. Watashima recuou, a raiva enchia seu coração. Como ela podia ter sido amiga de alguém como ela? Como não percebera tudo aquilo antes? Foi quando ouviu um barulho, virou-se dando de cara com Nathan, que fugiu rapidamente.

— Isso ainda não acabou, Mayu.

— Pode ter certeza que não- disse a outra em tom de deboche- amiga.

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— Ela era uma piranha maldita, e quando eu percebi no dia seguinte que ela planejava me matar, eu fiz o que tinha de fazer- ela falou enquanto se recompunha- ela traiu a minha confiança, traiu a nossa confiança, e eu jurei para mim mesma a muito tempo atrás que não deixaria que ninguém mais me traísse.

— Então você fez tudo isso por traição? – Nathan perguntou- mas que grande baboseira, esperava mais de você, Watashima-san.

— Quieto, Nathan- Onihiru o repreendeu.

— Upupu, porque não conta mais a eles, Watashima, conte sobre o seu passado tenebroso- o olho de raio do Monokuma brilhava intensamente- ou prefere que eu conte.

— Calado, seu urso idiota- ela disse enquanto as lágrimas rapidamente voltavam a cair sobre o seu rosto- eu não suporto ser traída, não suporto que as pessoas me esfaqueiem pelas costas, porque minha própria família fez isso comigo a muito tempo.

— Do que está falando? – eu perguntei num tom carinhoso.

— Meu pai, ele fazia parte de um culto num templo do interior. Era legal, eles ajudavam uns aos outros e pregavam a felicidade. Meu pai sempre me levava a esses cultos e para mim era uma coisa boa. Eu me sentia feliz com eles, eram como minha família não é mesmo? Mas... chegou o dia de um ritual estranho, um ritual de libertação dos pecados. E meu pai... Meu próprio pai me ofereceu para ser o sacrifício daquele ritual.

— Espere- Yui a interrompeu- então foi você? Você era a garota do incidente que houve naquele templo?

— Então você sabe não é mesmo? Sabe quão horrível eles era na realidade, que todo aquele amor e felicidade eram apenas máscaras para esconder toda a perversidade que havia neles.

— Que incidente foi esse? – Cody perguntou.

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— Upupu, vamos direto ao ponto Watashima-san, basicamente Watashima foi abusadas por TODOS os membros masculinos do templo, incluindo o próprio pai. Foi o momento mais desesperador de sua vida, porque ela não encontrou defesa ali, ela confiava naquelas pessoas e elas a traíram da pior forma possível. E quando Mayu-san demonstrou quem realmente era, Watashima apenas viu ali mais alguém que precisava ser expurgado da face da Terra.

— Expurgado? – eu disse em tom de questionamento.

— Eu matei todos eles- ela falou com um sorriso no rosto- os incendiei dentro daquele templo maldito e fugi. Consegui abrigo com umas pessoas e comecei a treinar o kendo, a conseguir uma nova vida. Todas aqueles infelizes estão agora no inferno, junto com a Mayu e com todos os que ousam fazer essas coisas horríveis- ela começou a chorar copiosamente- eu sinto muito meus amigos, eu não queria trair vocês.

O choro dela era cortante, eu não aguentava ver Watashima daquele jeito. Ela era uma das pessoas com quem eu mais me aproximei ali dentro, e foi uma boa amiga. Saber de todo esse passado traumático que ela possuía apenas me deixava mais abalada. Eu não queria que nada daquilo acontecesse, mas eu sabia qual seria o fim dela. O mesmo fim de todos os outros que tentaram cometer um crime aqui dentro desta cidade... a morte.

— Upupu, chega de choro- Monokuma falou puxando o seu martelinho- porque não há mais tempo para conversas, é hora da execução!

— Me perdoem meus amigos- ela disse enxugando as lágrimas- me perdoem por ter sido tão burra! – e logo as correntes apareceram e levaram embora. Sua execução iria começar.

° ° °

(Clica)

Game Over

Utsutsuki Watashima foi decidade como culpada.

Começando a Punição.

° ° °

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The Ritual of Release

Um templo se forma envolta de Watashima, ela está sozinha no pátio, agarrada a sua shinai. Olhando com medo para os lados, quando diversos Monokumas vestidos com os trajes do culto aparecem, eles começam a rodear a garota. Olhando para ela com caras de desejo, assombrando ainda mais a garota. Quando de repente eles partem para cima dela, com suas garras tentam arrancar suas roupas, rasgando-as e deixando a garota quase nua. Ela constrangida os ataca, com golpes rápidos e precisos, ela abre caminho entre os Monokumas, procurando por uma saída.

Quando ela vê uma porta aberta, corre até ela, mas de lá saiu um Monokuma trajado com roupas iguais as suas, esse joga gasolina pelo local enquanto dança de forma infantil. Depois acende um fósforo e atira no líquido. Logo o fogo surge queimando e engolindo tudo, Watashima procura por uma saída, em meio as chamas, mas não encontra. A estrutura do tempo começa a ruir e desabar por cima de sua cabeça. Ela grita de desespero enquanto os escombros caem em cima dela. Os alunos olham curiosos para o monte de escombros, pensando que a garota havia morrido.

Mas ela sai do meio dos escombros, machucada e cansada. Andando entre eles com dificuldade. É possível ver que um sorriso brota no rosto dela, por saber que está viva. Até surgir uma espécie de caminhão de bombeiros dirigindo loucamente, que atropela a garota lançando-a longe e a matando instantaneamente.

° ° °

— Isso foi horrível- Yui disse perplexa- eu pensei que ela fosse viver, mas aquilo... foi muito cruel!

— O mundo é cruel, pequena Yui, foi cruel até mesmo com a sua irmã que era a inocência em pessoa, quanto mais com a Watashima- Monokuma disse num tom sarcástico- mas ela escolheu seu caminho, ninguém a obrigou a matar obrigou? Upupu.

— Mas você está prestes a cair também Monokuma- eu falei apontando para o urso- algo no diário da Mayu chamou minha atenção, ela sabia quem você era e eu também vou descobrir. Por todos os que meus amigos que se foram.

— Ora, isso por acaso é uma afronta? Espero que tenha sorte nessa sua busca por respostas, porque sabe Yuuka-san, traidores estão em todos os lugares- e dizendo isso ele sumiu como sempre fazia.

— Não se preocupe Yuuka- Kocho me disse com um sorriso- sei que você vai conseguir nos tirar daqui e mortes como essa não serão mais necessárias.

— Sim Kocho, eu irei... nem que seja a última coisa que eu faça.

° ° °

O sinal tocou e Watashima saiu da sala de aula apressada, puxando Mayu consigo. A outra garota protestou, mas ela não deu importância. Apenas continuou andando até chegarem a frente da escola. Quando soltou a garota, a raiva fervilhava nela de uma forma intensa. Ela não podia suportar as ofensas daquele garoto por muito mais tempo:

— Não entendo porque se importa tanto com o que o Nathan diz- Mayu falou num tom calmo.

— Quem não entende sou eu, porque continua andando com aquele garoto? Nós duas sabemos o quanto ele é doido, Mayu. É melhor se afastar enquanto é tempo.

— Você está sendo paranoica, ele é sozinho e um tanto inconveniente, mas não chega a ser maluco.

— Vai perceber quando ele enfiar uma pá na sua cabeça.

— Não se enfiarem uma pá na dele primeiro- uma voz quase angelical chamou a atenção das duas, era a modelo Junko- Nathan, seria o gamer não é? Confesso que ele é muito estranho sim. Mas não deviam ter medo dele...

— E por que diz isso? – Watashima falou impaciente.

— Porque tem coisas muito maiores para temer aqui nessa escola- a loira falou, seus olhos azuis brilhavam e Watashima sabia muito bem ao que ela estava se referindo.

° ° °

Alunos Sobreviventes 08/17(?)

 


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Notas finais do capítulo

então pessoal, espero que tenham gostado. Ainda estou esperando os comentários de vocês viu. até a próxima ^^



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