Cry Wolf escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 9
Capítulo 08 - A Criação




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Miranda saiu do seu quarto e caminhou pelo corredor até o quarto de Fiona. Quando entrou e viu o corpo, ela levou a mão à boca. Fechou a porta e correu. Desceu as escadas e encontrou Max, que vinha do corredor da cozinha.

– Fiona está morta?

– O que? – Ele ficou chocado – Oh meu deus, se eu estivesse lá isso não teria acontecido.

– Onde está o Klaus?

– Eu não sei, não faço ideia.

Neste momento, ambos ouviram um barulho de algo atingindo a janela. Max olhou para ela bem a tempo de ver outra pedra a atingindo. Ele caminhou até lá e de longe, parado no portão, com as mãos para trás, ele viu alguém, com uma capa de chuva e um capuz. Não dava para ver o rosto, mas ele sabia que era o assassino.

– Não saia daqui! – Disse ele, abrindo a porta.

– O que foi? – Perguntou Miranda.

– É ele!

Max saiu correndo no meio da chuva até o portão. O homem correu também e ele foi atrás.

O piloto seguiu o assassino até uma floresta ao lado da casa. Max hesitou um pouco, mas continuou a correr para dentro da floresta, úmida e cheia de terra molhada. A essa altura sua calça branca já estava muito suja.

Ele enxergava o assassino com dificuldade, já que era muito escuro, mas continuava o seguindo. A chuva permanecia caindo e não facilitava nada.

Ele podia ver uma luz no final, o fim da floresta. Era pequena.

Ainda conseguia ver a silhueta do assassino no meio da luz.

Max tropeçou e caiu, batendo a testa em uma grossa raiz exposto de árvore. Quando levantou, porém, o assassino havia sumido. Ele olhou ao redor e não conseguia ver nada, então ele levantou e caminhou até a parte onde não havia mais floresta. Era um penhasco e depois, rochas e o oceano.

Será que ele caiu? Pensou ele.

Max se aproximou e olhou para baixo no penhasco. Não conseguia ver nenhum corpo lá embaixo. Talvez ele tivesse afundado na água.

Neste momento, ele sentiu algo frio tocar sua nuca. Algo metálico. Soube na hora que era a arma do assassino.

O piloto levantou as duas mãos.

– Calma cara – Disse ele – Não faça nenhuma beste...

Klaus não o deixou terminar, puxou o gatilho da espingarda e a bala explodiu o pescoço de Max, jogando pedaços da carne nas rochas e muito sangue.

Com um grande buraco no pescoço, o corpo dele caiu penhasco abaixo. Klaus observou enquanto ele se chocava com as pedras. Provavelmente havia rasgado toda a barriga, deixando os órgãos espalhados pelas pedras.

O cirurgião tirou a capa de chuva com o capuz e jogou pelo penhasco também. Em seguida, voltou pela floresta.

***

Miranda estava sentada no sofá da sala da mansão, com os cotovelos apoiados nas coxas e as mãos juntas no queixo. Estava preocupada, era visível. A porta da sala, atrás de si, estava aberta, deixando o ar gelado entrar, mas ela não se importava.

Neste momento, Klaus entrou pelo portão, segurando a espingarda. Ele caminhou pela passarela de pedra e foi para a varanda. Ficou parado, observando a mulher que estava de costas.

Se aproximou com a arma em mãos. Miranda nem fazia ideia que o assassino estava tão perto. Ele caminhou lentamente até chegar bem atrás dela, em silêncio. A mulher não percebeu, mas estava a meio metro do autor de todos aqueles crimes.

Ele estava ali, parado com uma arma em mãos.

– Você o matou? – Perguntou ela.

– Sim – Respondeu ele.

Miranda se virou e sorriu. Levantou-se do sofá e abraçou Klaus, dando-lhe um beijo.

– Finalmente! – Exclamou ela.

– O corpo caiu no mar.

– Não tem problema, seis servem.

Ele jogou a arma no chão.

– Vamos começar? – Perguntou ela.

– Com certeza.

***

Klaus e Miranda passaram a noite inteira carregando os corpos dos assassinados ao porão. Estavam todos deitados em mesas de ferro, como em um necrotério, com exceção de Harry, cujo cadáver queimado havia sido incinerado.

– Serra automática – Disse Klaus, usando uma roupa de cirurgião, até mesmo a máscara.

Miranda, sua enfermeira, caminhou até uma mesinha com uma bandeja e pegou uma grande serra circular com um longo fio que já estava conectado na tomada. Entregou a ele.

Klaus ligou e começou a serrar a perna de Charlotte. O sangue espirrava para todos os lados, mas os dois pareciam sorrir por trás das máscaras. Seus olhos brilhavam.

A perna saiu do corpo e ele foi para a outra, fez o mesmo procedimento sangrento e arrancou a outra perna. Colocou-as dentro de um grande recipiente com gelo. Miranda levou a mesa com rodinhas onde o cadáver sem pernas de Charlotte estava até um canto da sala e os dois se dirigiram até o corpo de Edward.

Klaus ligou a serra novamente e começou a cortar os braços do homem. Eles podiam ouvir os ossos dela sendo cortados.

Após terminar, eles colocaram os dois braços em outro recipiente com gelo e se dirigiram até o cadáver de Fiona. Era tão bela, por isso havia sido escolhida para doar a sua cabeça.

– Serra comum – Disse ele e Miranda tratou de pegá-la na bandeja, devolvendo a serra circular ensanguentada para lá.

Ele posicionou a serra no pescoço com marcas roxas de Fiona e começou a cortar, fazendo o sangue espirrar para todos os lados. Quando a cabeça foi desgrudada do corpo, deixando à mostra muita carne com sangue, Miranda levou a cabeça até outro recipiente com gelo dentro.

Eles agora iriam retirar o coração de Agatha e implantar no tronco de Rachel, depois tudo estaria perfeito.

***

Minutos depois, Miranda e Klaus estavam parados no meio de uma carnificina, com suas roupas totalmente ensanguentadas e sorrisos nos rostos. Uma grande máquina estava ao lado deles.

Na mesa à frente deles, havia algo grotesco. Era um corpo, mas não um corpo normal, era costurado. Tinha as pernas de Charlotte, os braços de Edward, o tronco de Rachel, a cabeça de Fiona e o coração de Agatha, que ele havia implantado.

Havia vários fios da máquina ligados à cabeça do “boneco” do casal. Vamos chamá-la de Penny, disse Miranda, alguns meses antes, quando eles planejavam os assassinatos.

Os dois se entreolharam e Klaus apertou um botão, que emitiu ondas elétricas no cadáver. O corpo tremeu com o choque, mas não reagiu em mais nada, por isso o médico aumentou a voltagem. Por mais cinco segundos, nada aconteceu.

– Não pode ser – Disse ele – Não pode ter dado errado.

Aumentou a voltagem. As luzes já estavam piscando de tanto eletricidade que havia no corpo. Já começavam a sentir um cheiro de carne queimada. Não funcionou.

O boneco não se mexeu, era um cadáver, como qualquer pessoa normal esperaria, mas não Klaus. Ele se achava um médico brilhante, por anos tentou criar um monstro de partes humanas, mas aquela era mais uma de suas tentativas falhas.

Com raiva, ele chutou a máquina e derrubou o corpo no chão. Começou a quebrar tudo do laboratório.

Miranda estava com medo. O marido havia ficado violento assim todas as vezes.

– Eu não aguento mais! – Gritou ele e pegou a serra circular, ligando-a.

– O que vai fazer com isso? – Perguntou ela.

– Nós falhamos mais uma vez, somos um desastre, não merecemos a vida.

Klaus avançou em Miranda e cortou-lhe a garganta com a serra. O sangue jorrou aos montes no chão. Com a mão sobre o grande corte, ela olhava para ele com tristeza. Por que você fez isso? Dizia seu olhar.

Ela caiu morta no chão e ele soltou a serra. Subiu as escadas do porão e caminhou pelo corredor até a sala, onde pegou sua arma, que estava no chão.

Fechou a porta, ajeitou uma almofada que estava errada no sofá e se sentou. Parou um pouco, respirando fundo, em seguida pegou a espingarda e colocou em sua boca.

Boom, lá se vai o cientista maluco.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado ;)



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