New Perspective escrita por lantejulia, Lala Ferreira


Capítulo 13
O Tal Casal - Vanessa da Mata


Notas iniciais do capítulo

Tenho que pedir um milhão de desculpas, principalmente porque o cap tá meio fuá, então não esperem muita coisa, viu? Culpa da Julia que me deixou meio sem ação no último cap.
Desculpem a demora e obrigado por serem tão compreensivos, amo vocês. E valeu Ju por me aguentar mesmo quando eu faço a dramática, tea-doro



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Caminharam em silêncio por um tempo, enquanto o céu se tornava cinzento com o nascer do sol. Não havia ninguém nas ruas e Renato calculou que deviam ser 4 ou 5 horas da manhã quando decidiu quebrar o silêncio.

— Então... Sem querer ser chato, por que estamos indo pra sua casa?

— Por que me recuso a ser assaltada 4 da manhã e é o que vai acontecer se formos pra sua casa. — Lay respondeu.

O garoto sorriu levemente e continuou andando enquanto observava a fantasia dela. O vestido preto estava molhado aqui e ali, talvez por suor ou alguma bebida que ela tenha derramado. Sabia quem era, porque ela tinha passado a semana falando disso.

Ele tinha ido à festa de Marco Antônio, com uma saia, um colar e um chapéu extremamente ridículos que não conseguia se lembrar o nome de jeito nenhum, mesmo que se lembrasse de Nicole gritando pra que ele decorasse todos.

De repente, em sua cabeça, veio a imagem de Nicole, provavelmente ainda dançando, sem se lembrar de sua existência.

Ela tinha dado uma ótima Cleópatra, morena e de cabelos escuros, mas só tinha aceitado seu convite para entrar na festa e não precisou de muito pra que se perdessem um do outro.

Eles pararam em frente à casa de Lay e a garota destrancou a porta com uma chave que guardara dentro da arma de mentira que tinha levado pra a festa. Os dois entraram quase sem fazer barulho, enquanto ela ligava as luzes e ia em direção ao quarto.

— Quem está em casa? — Ele perguntou, fechando a porta do quarto atrás de si.

— Nós dois. — Ela respondeu, procurando alguma coisa na cômoda amarela. — Meu pai deve estar de plantão.

— E cadê a sua mãe?

— Difícil saber com ela viajando a cada 2 horas. — A garota se virou, sorrindo, e então explicou. — Turnê com o teatro. Agora senta aí.

Ele sentou na cama enquanto ela espalhava o conteúdo de uma caixa branca, examinando os vidros cuidadosamente. Encharcou uma toalha com um líquido escuro e apertou contra o queixo dele, fazendo os cortes arderem como o inferno.

— Não vai perguntar o que aconteceu? — Ele perguntou.

Estava saindo da sala de uma das freiras, que tinha lhe passado um imenso sermão sobre políticas da escola e brigas quando Lay apareceu. Não disse nada, apenas colocou as mãos na cintura e lhe lançou seu melhor olhar reprovador, depois suspirou, murmurou um “anda” e eles saíram da escola, sem comentar nada.

— Eu vou saber de qualquer jeito então tudo bem se não quiser falar disso. — Ela respondeu, sem tirar a atenção do maxilar roxo de Renato.

— John apostou que sairia com a Julia.

A garota levou meio segundo pra processar a informação, mas quando finalmente entendeu, lançou a ele um olhar malicioso, que o fez sorrir. Ainda assim...

— Acho que estraguei a noite... — Murmurou.

— Não... — Ela voltou a pressionar a toalha suavemente. — Estragou o seu boletim? Claro. O seu queixo? Definitivamente. A cara do John? Espero com todo o meu coração que sim. Mas não pode dizer que estragou a noite.

Lay abaixou a toalha e deslizou os dedos pela longa mancha roxa que ficaria ali por semanas, torcendo a boca.

— E nós? Estraguei isso? Ainda somos amigos?

Ela abaixou as mãos e beijou seu rosto. Esperava que a pressão de seus lábios contra o rosto machucado fosse maior e encolheu o rosto, mas quando eles se tocaram, não sentiu nada.

— Vai melhorar. — Ela sorriu como uma enfermeira para uma criança.

Renato não pode deixar de sorrir junto com ela. Eles estavam bem. Ficariam bem.

***

A garota abriu a porta devagar e olhou preguiçosamente pra Well, que a esperava, nervoso.

— Estava dormindo? — Ele perguntou, torcendo pra que ela o expulsasse dali.

— Estou sempre dormindo. — Jess sorriu.

Ela abriu a porta, Well entrou e manteve os olhos grudados nela. Embora já passassem das 3 da tarde, a garota usava um pijama branco de bolinhas coloridas e tinha o cabelo numa completa bagunça. Ainda assim, olhar pra ela era como observar um raio de sol.

Ficou em silêncio por um longo instante, pesando as palavras. A noite passada tinha se tornado um vulto e ele lutava para colocar os fatos em ordem. Tudo tinha acontecido muito rápido, mas ele sabia o que devia fazer a seguir.

— Jessica eu tinha que te pedir desculpas por ontem...

— Ok, quem te mandou? — Ela o interrompeu.

— Artur. — Well confessou. — Ele te ligou?

— Não, mas é bem a cara dele te mandar consertar corações que ainda não foram quebrados.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que não precisa se preocupar em me dar satisfação de nada. A gente se beijou, foi legal. Não vou dizer que não gostei, nem que não estou a fim, mas nós dois sabemos por quem você se interessa. — Por um segundo, sentiu-se nu sob o olhar da garota, como se ela pudesse ver os cantos mais escuros de sua alma. — Beijou ela?

— Não. — Mentiu.

— Devia ter beijado... — Ela se jogou no sofá. — Eu não ia morrer por isso.

— O que está me dizendo, exatamente?

— Somos adolescentes, a gente fica por ficar e às vezes acaba se apaixonando, mas se não acontecer continuamos ficando por ficar. Se quiser ficar comigo e com outras cem garotas, só precisa ter em mente que eu vou fazer o mesmo. Não estamos comprometidos, você não me deve nada. — Jess voltou a se levantar e empurrou Well até a porta. — Agora some da minha casa, quero dormir pelo resto do fim de semana.

Ele não teve tempo de fazer ou falar nada antes que ela o empurrasse para fora da casa e fechasse a porta. Sabia que as bochechas deviam estar como dois tomates, mas ainda assim sorriu e ligou pra Artur.

— Falou com ela? — Ele perguntou, antes que Well pudesse dizer “alô”.

— Falei.

— E?

— Eu adoro essa garota.


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