Vínculo. escrita por Isadora Nardes


Capítulo 10
Riptide, 277 e O Fenomenal Livro das Merdas Infinitas.


Notas iniciais do capítulo

Não pesquisem imagens da 277 no Google, pq não vão achar nada que preste, só fotos de acidentes. Ao invés disso, vejam essa foto (vão entender depois): file:///C:/Users/Casa/Downloads/why%20do%20you%20care.jpg



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Depois de muita insistência de Wandy, o garçom – que se chamava Leonardo, e que ganhou o apelido mais estupidamente comum que um Leonardo possa ganhar: “Le-delícia” (não é necessário e muito menos relevante dizer que foi ideia de Wandy, mas eu vou escrever mesmo assim, porque esse capítulo não precisa ser necessário e muito menos relevante) – concordou em ir com eles, saindo de fininho pela porta dos fundos e entrando na caminhonete praticamente arrastado por Wandy.

–- Então, qual é a de vocês? – perguntou Leonardo, depois de se acomodar ao lado de Wandy. A caminhonete estava ficando pequena para tantos loucos.

–- Qual é a nossa? – Ethan indagou. – Hum, drogas...

–- Muitas drogas – concordou Clarisse.

–- E sexo, se é que você me entende – disse Katrina.

–- Bebidas, também. Adoramos bebidas – disse Timothy.

Leonardo arqueou as sobrancelhas.

–- Uau. Mas me contem: vocês fugiram de um hospício? – ele perguntou.

–- Não, mas a minha casa parece um pouco com um – murmurou Ethan.

–- E o que vocês fizeram antes de ir tomar café? Quer dizer, vocês não estão parecendo um bando de mendigos do nada.

–- Três... Quatro overdoses em 24 horas. Fomos acampar, fizemos uma fogueira, e eu suspeito que alguns tenham fugido para trepar – disse Patrick.

–- Ora, orgias – surpreendeu-se Leonardo. – Onde acamparam?

–- É segredo – disse Wandy. – Porque se nós contarmos que fomos ao Up The Floor, você pode nos denunciar.

Todos olharam para Wandy, que ficou vermelha. Ethan deu risada e bagunçou o cabelo louro dela.

–- Se ele nos denunciar, nós matamos ele – disse Ethan. Olhou para Leonardo. – Isso será necessário?

–- Não – garantiu Leonardo. – Eu e uma galera já tentamos fazer trilha naquele bosque.

–- O que aconteceu? – perguntou Jacqueline.

–- Não me lembro bem – Leonardo franziu o cenho. – Alguma coisa envolvendo suricatos.

–- Não existem suricatos no Brasil – contestou Katrina.

–- Vamos fingir que existem, certo? É que eu não entendo muito bem a diferença entre um tamanduá, um suricato e uma capivara.

–- Aqui é Curitiba. Muito mais provável que seja uma capivara – Ethan disse.

–- Eu amo capivaras – disse Wandy.

–- Está na cidade certa para amar capivaras, Wan.

–- Alguém quer uma música? – perguntou Timothy, virando-se para o grupo. Olhou para Leonardo. – Só temos indie e folk.

–- E música de bichinha – disse Otávio. – Amamos músicas de bichinhas porque somos bichinhas.

–- Certo. Coloquem o que vocês costumam ouvir – disse Leonardo.

Timothy sorriu e colocou um CD pra tocar.

–- I was scared of dentists and the dark. I was scared of pretty girls and starting conversations. Oh, all my friends are turning Green. You’re the magician’s assistant in their dream.

–- Nada sorriu – disse Leonardo, sorrindo. – Vocês parecem um bando de indies malucos e drogados.

–- Basicamente isso – disse Douglas, puxando um cigarro. Estendeu para Leonardo. – Quer?

–- Não fumo – disse Leonardo.

–- Oh, and they come unstuck. Lady, running down to the riptide, taken away to the dark side, I wanna be your left hand man. I love you, when you’re singing that song, and I got a lump in my throat ‘cause your gonna sing the words wrong.

–- E agora, pra onde vamos? – perguntou Timothy.

–- Não pra casa – disse Jacqueline.

–- Que ideia. Não. Vamos fugir daqueles Daleks Humanos que dizem ser nossos parentes.

–- Exterminate! – disse Otávio, pegando uma batedeira de ovos e colocando na cara de Ethan, que afastou e perguntou:

–- Onde conseguiu isso?

–- Por aí – disse Otávio, girando o objeto nos dedos. Deu um sorriso. – Se você pensar bem, pode ser uma ótima motosserra.

–- Num universo paralelo, talvez – disse Douglas, jogando a batedeira pela janela.

–- Cara, se alguém viu isso, a gente vai levar multa – avisou Timothy. – Você vai pagar.

–- Isso é crime por aqui? – perguntou Leonardo.

–- É, sim – disse Katrina. – Mas você nunca ligou muito pra isso, Tim.

–- Se forem confiscar o carro, eu ligo – retrucou Timothy.

–- Mas, cara, você tem idade pra dirigir? – perguntou Leonardo.

–- Quantos anos você acha que eu tenho? – Timothy se virou pra trás.

–- Sinceramente? Você parece um menor abandonado – disse Leonardo. Depois que as risadas cessaram, ele apontou pra Ethan. – Mas não está pior que ele.

–- Cara, eu tive duas overdoses – murmurou Ethan. – Me dá um desconto.

–- Como você sobreviveu?

–- Ah, você sabe... Sobrevivendo.

–- Aham.

–- There this movie that I think you’ll like. This Guy decides to quit his job and heads to New York City. This cowboy’s running from himself. And she’s been living on a ioghest shelf. Oh, and they come unstuck.

* * *

–- Onde a gente tá, porra? – perguntou Douglas, pulando da caminhonete com um cigarro na mão. A fumaça foi parar nos olhos de Wandy e eles arderam, mas ela chegou perto de Ethan e murmurou:

–- Você sabe onde a gente tá?

Ethan olhou para a garota e balançou a cabeça.

–- Não, Wan – virou-se para Timothy, que coçava a cabeça. – Onde a gente tá, Tim?

–- Eu estava tentando ir pra fazenda do tio Rog... – começou Timothy.

–- Não me interessa. Onde a gente tá, pelo amor de Deus?

–- Ahn... Algum lugar na 277.

Ethan passou as mãos pelos cabelos. Os fios cacheados ficaram ainda mais despenteados do que já estavam. A BR 277 era quase infinitamente longa, e só acabava quando começavam os municípios da praia. Era cercada, dos dois lados, por verde. No começo, apenas floresta. Depois, montanhas e mais montanhas. De vez em quando, alguns bares ou restaurantes.

Com frio, Ethan se encolheu em seu pulôver,

–- Por que a gente tá na 277, porra? – Ethan perguntou.

–- A fazenda do tio Rog ficava em algum lugar na 116...

–- Porra! – gritou Ethan, abrindo os braços. Tornou a se encolher no pulôver, chegando mais perto de Timothy, indignado. – São quase 30 quilômetros, cara. 30 quilômetros!

–- Certo, nós estamos muito longe de casa... – começou Patrick.

–- Estamos muito longe de qualquer coisa! – disse Jacqueline. – Se você ultrapassou 30 quilômetros...

–- Quase 30 quilômetros – corrigiu Timothy.

–- Certo. Se você ultrapassou quase 30 quilômetros, isso significa que estamos há uns 120 quilômetros de Curitiba, e há 60 quilômetros da próxima cidade.

–- Resumindo – disse Douglas, soprando a fumaça do cigarro. – Estamos fudidos.

–- Gente – disse Katrina. – Por que a gente simplesmente não faz o retorno?

–- Me parece uma ideia maravilhosa – comentou Leonardo. Olhou para Otávio e Wandy. – Não acham?

Todos olharam para Timothy, que abaixou a cabeça.

–- Sobre isso... – murmurou Timothy.

–- Tim – grunhiu Patrick. – Pelo amor de Deus, o que foi?

–- Estamos sem combustível, cara – Timothy abriu o jogo. – Eu não teria parado se não fosse isso. A gente tá, tipo... No zero. Nada.

–- 180 quilômetros – murmurou Jacqueline. – 180 quilômetros de qualquer porra de cidade, sem sinal de celular, sem gasolina. A gente tá na porra do fim do mundo – Jacqueline gritou.

–- Desculpa, ok? – Timothy levantou os braços em redenção. – Me desculpem.

–- Mas que porra! – gritou Ethan, virando, passando as mãos no cabelo e no rosto. – E agora? Porra...

–- Você nunca se importou muito com isso – murmurou Timothy.

–- O quê? – Ethan se virou para Timothy, com os olhos semicerrados.

–- Se perder – disse Timothy. – Você nunca se importou com isso. Você não tentava se achar, Et. Você tentava se perder.

–- Eu me perco em lugares que eu conheço – disse Ethan. – Não no fim do mundo.

–- Não é o fim do mundo. É o fim do estado.

–- Cala a porra da sua boca – Ethan se sentou na beira da caminhonete, ao lado de Clarisse. Ela observava, sem falar nada.

–- O que muda agora? – perguntou Timothy. – Tipo, foda-se. A gente tá junto.

–- É claro que a gente tá junto – retrucou Katrina. – Porque não há nenhum lugar melhor para se perder do que no meio do nada.

–- Seu bando de hipócritas – murmurou Timothy. – Não finjam estar preocupados. A gente vai dar um jeito.

–- É claro que vamos – disse Jacqueline, com raiva. – Vamos virar um bando de selvagens, caçar animais na floresta e fazer cabanas de madeira!

–- Você fica achando que é tão melhor que eu. Pelo amor de Deus, você adora maconha tanto quanto qualquer um aqui!

–- Pelo menos eu não fiquei sem gasolina no meio da 277!

–- Nós. Estamos. Bem – disse Timothy, separando cada palavra. Estamos muito bem, porra. Entenderam? Muito bem.

–- Não, porra – disse Ethan, levantando a cabeça. Seus olhos estavam brilhantes de um jeito estranho, e seu rosto estava vermelho. – Nada está bem, porra.

–- Do que você está falando? Vamos ficar bem. Vamos achar uma solução, Et.

–- Como a gente chegou aqui, porra?

–- Dirigindo.

–- Não! – Ethan gritou. – Desse jeito! Porra, era pra gente acampar na beira de um precipício. Só isso.

–- É muito pouco, claro – a voz de Timothy estava cheira de sarcasmo. – E você nunca se importou, Et. Você queria que o mundo se ferrasse.

–- Eu quero que você se ferre, Tim – Ethan maneou a cabeça. – Você está fudendo com tudo.

–- Há doze horas atrás você estava rindo e dançando em volta de uma fogueira – retrucou Timothy. – Você saiu na rua pra pegar hipotermia simplesmente porque disseram que você não podia pegar a coca. Você não se importa com si mesmo.

–- Tem razão! – Ethan explodiu. – Não me importo comigo! Mas me importo com ela, com ele e com ele – Ethan apontou para Katrina, depois para Wandy e para Otávio. Foi apontando para os outros dos grupo. – Eu me importo com eles e eu me importo com você, seu vagabundo!

Ethan deu as costas para o grupo e contornou a caminhonete, desaparecendo da vista do grupo. Otávio passou as mãos pela cabeça, depois apoiou um braço no ombro de Douglas. Suspirou, e perguntou, em voz baixa:

–- Vocês disseram que a irmã dele morreu?

–- Sim, mas fazem quatro meses – disse Jacqueline. – Ele não pode estar pirando por causa disso.

–- Meu pai é psicólogo. Ele disse que o luto pode levar um ano.

–- Cara, ele detestava a irmã dele – disse Timothy. – Quer dizer, e fodi com tudo, mas...

–- Não, ele não detestava ela – disse Wandy. – Ele disse que sente falta dela.

–- Quando ele disse isso?

–- Ontem a noite. Ele tava deitado com o Nicotina, a Clar e o Otário, e daí ele acordou um pouco e... Ele tava meio louco. Falando coisas estranhas. Sobre gente esquisita.

–- Que tipo de coisas?

–- Ele falou sobre uma mulher que apanhava de um cara – Wandy abaixou a voz. – Acho que eram os pais dele. Mas ele também falou de uma garota pequena de cabelo cacheado.

–- A Marcela tinha 14 anos. Não era tão pequena assim.

–- Eu não acho que ele tava falando um pouco antes de quatro meses atrás. Acho que ele tava falando de quando ele era criança.

–- Criança?

–- Algo assim. Tipo, ele falou que tinha um novo cara. Alguma coisa tipo “ele foi embora, o viado chegou”.

–- Porra – murmurou Timothy. – Rodrigo. É o padrasto dele.

–- Ele bate na mãe do Et? – perguntou Otávio.

–- Não. O Ethan simplesmente detesta ele.

–- Por quê?

–- Sei lá. Acho que ele detestava mais a mãe dele, mas o Et é o Et.

–- O que quer dizer com isso?

–- Ele não sabe separar as coisas, né?

O silêncio caiu no grupo por um momento. Em seguida, Katrina foi até Douglas, pegou o isqueiro e dois cigarros, e começou a andar.

–- Onde você vai? – perguntou Jacqueline.

–- Vou falar com ele – disse Katrina, sem se virar. Ela contornou a caminhonete pelo mesmo caminho de Ethan. Uma música baixa ainda saia da caminhonete. Katrina encontrou Ethan apoiado na parte da frente da caminhonete, olhando pra baixo e se encolhendo cada vez mais em seu pulôver.

Katrina se apoiou ao lado dele na caminhonete. Colocou os dois cigarros entre os dedos e acendeu o isqueiro. A ponta dos cigarros queimou. Ela estendeu um para Ethan, que balançou a cabeça.

–- Se você não pegar esse cigarro agora, eu vou queimar seu pau com ele – ameaçou Katrina, sem alterar o tom de voz. Ethan olhou pra ela, depois pegou um dos cigarros acesos e colocou na boca. – Bom. Agora me fale da sua irmã.

Ethan olhou para Katrina. Os olhos castanhos do garoto estavam levemente inchados. Ele parecia estar represando alguma coisa. Voltou o seu olhar pra frente. A estrada ia reto, depois virava levemente, até desaparecer.

–- Ela era... Teimosa. Uma cretina, na verdade – Ethan tirou o cigarro da boca e soprou a fumaça. – Se importava mais com as próprias piadas do que com o colégio.

–- Você se importa mais com suas drogas do que com o colégio. Et – murmurou Katrina. Colocou seu cigarro da boca e olhou pra cima. – Você nem tenta, não é?

–- Tento o que?

–- Tenta se importar – Katrina olhou para Ethan. – Quer dizer, você topou tudo. Topou beber, topou fumar, depois topou cheirar e beber mais um pouco. Topou acampar, lanchar e entrar numa caminhonete sem saber pra onde tava indo.

–- E daí?

–- Nesse tempo todo, você nem pensou no que os outros iam dizer. Você desligou na cara do seu padrasto, você esqueceu o colégio e sua vida.

–- Essa é minha vida – murmurou Ethan. – Essa porra toda.

–- Ethan.

–- Oi?

–- Você já pensou no porque da gente fazer isso?

–- Isso o que?

–- Cheirar, fumar, trepar, sair.

–- Por que é legal, eu acho.

–- É claro que é legal. Mas seriados são legais, literatura é legal e essas coisas todas também. Mas a gente escolhe isso aqui – Katrina apontou pra caminhonete. – Sabe por quê?

–- Por quê?

–- Porque somos nós, Et – Katrina tirou o cigarro da boca, segurando-o entre os dedos. – Nós não fomos feitos pra ir na igreja nem pra estudar. Aquela é a verdadeira merda. A merda que todo mundo faz, mas nós não somos todo mundo. Nós fazemos isso pra viver.

–- Viver?

–- É – Katrina maneou a cabeça, inspirando mais um pouco da nicotina. – Tipo... ter histórias pra contar pros netos, sei lá. Talvez escrever um livro com... Eu sei lá. Com isso tudo – Katrina deu uma risadinha. – Contar quantos cigarros o Douglas fumou, contar quantas vezes o Timothy nos fudeu, quantas drogas a Clar experimentou...

–- Ah, um livro de merdas infinitas? – Ethan perguntou, rindo fracamente. Katrina riu também, e Ethan riu mais. Os dois estavam rindo da merda inteira, e estavam rindo porque estavam rindo. Estavam rindo por motivo nenhum, e por todos os motivos. Por fim, Katrina olhou pra Ethan, e disse:

–- É. Nossas merdas infinitas. De todos nós -- Ethan passou um braço pelos ombros de Katrina, soprando mais do seu cigarro, quase no fim. -- Vamos – disse Katrina. – Precisamos ajudar aqueles desmiolados a achar uma solução pra merda que o Tim Vagabundo fez.

Arrastando os pés, os dois andaram ao lado da caminhonete.

–- Kat? – chamou Ethan.

–- Oi?

–- Se nós contássemos nossas merdas pros nossos netos, não seria uma má influência?

Katrina riu de lado.

–- Claro que sim – ela disse, olhando para Ethan. – Mas nós não vamos precisar contar. Eles vão ler o livro de merdas infinitas.

Ethan sorriu.

–- Qual vai ser o nome do livro? – ele perguntou.

Katrina soprou mais da fumaça do cigarro e disse, olhando pra cima:

–- Que tal... – ela ergueu o braço, como se mostrasse uma construção invisível. – O Fenomenal Livro de Merdas Infinitas?

Ethan riu alto. Os dois já haviam chegado perto do resto do grupo, que se virou para olhá-los. Katrina ria também; ela jogou o cigarro no chão e pisou nele, apagando. Os dois jovens se apoiaram ao lado da van, quase se desequilibrando e rindo ainda mais.

–- Eram cigarros de maconha? – perguntou Patrick, para Douglas.

–- Não – Douglas respondeu.

–- Ei – Leonardo chamou Ethan. Ele levantou o rosto. – Meça suas drogas aí, parça.

Todo o grupo desatou a rir loucamente. O clima, antes tenso, parecia ter virado do avesso, expondo todos os risos que eles já haviam guardado na vida. Apoiaram-se uns nos outros, na esperança de não cair no asfalto.

Tudo estava bem.

Era só mais uma merda para o Fenomenal Livro de Merdas Infinitas.


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Notas finais do capítulo

Que capítulo grande! Tava inspirada.



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