GTA - Uma vida no crime escrita por Oliver Anderson, Land68


Capítulo 10
Capacity


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Fiquei esperando Pablo ser liberado, quando ele finalmente saiu.
– Ei irmão, venha, vou te levar pra casa. - Eu disse. Ele não Respondeu. Simplesmente não esboçou reação. Só foi até o carro. No meio do caminho ele me perguntou:
– Ela sofreu?
– Eu não sei. Mas escuta, eu vou achar o cara que estava com ela quando eu saí de lá e vou resolver isso. Mas primeiro, vamos cuidar do enterro dela. - Ele concordou com a cabeça e então o deixei na casa da minha mãe. Liguei para uma funerária e então arrangei tudo para o enterro. Olhei pela janela do meu quarto e vi que havia começado a chover. Voltei para a sala e vi Pablo apontando sua pistola para sua cabeça.
– Pablo, abaixe a arma. - Eu disse enquanto encarava ele. Joguei meu Ifruit no chão pois iria usar as duas mãos para desarmar ele. Comecei a andar lentamente em direção a ele. Estava a uns 7 passos de distância.
– Vamos cara... Você não precisa fazer isso. Não é o que sua mãe iria querer. - Ele começou a chorar. Dei mais dois passos.
– Vamos cara, para com isso. Larga a pistola, você é um Jeesan. Vamos resolver isso. - Observei que seu dedo não estava no gatilho, mas a pistola estava destravada. Me aproximei mais.
– Pablo, cara, larga a arma. Não faça isso comigo irmão... - Forcei lágrimas para ver se isso afetava ele. Enfim ele me entregou a pistola quando eu já estava pronto para desarmá-lo. Tirei o cartucho da pistola e retirei a bala da câmara. Levei tudo para meu quarto onde havia um cofre do meu pai que somente eu sei a combinação. Tranquei a arma dele lá. Voltei para a sala e ele estava no sofá. Estava ficando tarde, decidi levá-lo para jantar no Burger Shot. Para aliviar a tensão, Decidi chamar Rachel e levar Jake. Quando expliquei a situação para Rachel ela também entrou em choque. Antes de ir pegar Jake, Pablo me pediu desculpas pelo ocorrido.
– Tudo bem cara, você estava em choque. Eu também perderia a cabeça se isso acontecesse comigo. - Eu respondi. Peguei Jake na casa de sua avó e busquei Rachel. Jake e Pablo se davam bem. Pablo sempre levou jeito com crianças. Fomos em meu Fugitive, com espaço suficiente para todos. Estávamos nos divertindo no Burger Shot quando de repente Jake pediu para ir ao banheiro. Eu ia levantar para levá-lo mas Pablo foi na frente e disse:
– Deixa comigo. - Então comentei com Rachel:
– Você conhece algum psicólogo bom?
– Conheço um. Por que? - Perguntou ela preocupada.
– Antes de te ligar, Ele quase se suicidou. Tá bem óbvio que ele ficou traumatizado. Acho que até eu estou um pouco abalado.
– Meu Deus! Vou te passar o número do Dr. Friedlander. Ele cobra caro, mas para o caso dele, vai valer a pena. - Disse ela enquanto me passava o número.
– Então, como vai no trabalho? - Perguntei. Quando ela ia responder, ela foi interrompida por dois idiotas que entraram atirando no teto da lanchonete.
– Todo mundo parado! Isso é um assalto. Passa o dinheiro da registradora magrelo ou todo mundo leva chumbo! - Gritou um deles que estava armado com uma escopeta. O outro estava com uma pistola e passou recolhendo os celulares de todos e colocando-os em uma mochila. A primeira coisa que procurei foi Pablo e Jake que estavam próximos ao balcão onde fica a registradora. Aparentemente Jake havia pedido um sorvete. Eles estavam muito próximos aos assaltantes que agora estavam juntos. Pensei em usar minha pistola num ataque surpresa, mas lembrei que a polícia confiscou-a. Usei uma tática mal planejada. Toda hora que os assaltantes viravam as costas, eu sentava em uma cadeira diferente até conseguir chegar perto deles. Pablo percebeu que eu ia atacar e tentou se afastar com Jake, colocando seu corpo na frente para o caso de tudo dar errado. Tocava "too close" de Alex Clare no ambiente da lanchonete. O cara da pistola percebeu que Pablo e Jake se afastavam e então tentou retomar o controle.
– Volta aqui moleque! - Disse ele enquanto puxava Jake brutalmente. Nesse mesmo momento eu agi. Pulei da cadeira dando um soco em sua cara. Pablo segurou Jake em seus braços e correu. Decidi atacar o cara da escopeta. Empurrei a escopeta para o lado, observando para onde ia a mira e o empurrei contra o balcão. A mira estava em seu parceiro. Puxei o gatilho, rasgando o parceiro ao meio. Disputei forças contra ele para manter a escopeta longe de meu corpo, mas eu estava perdendo. Ele estava levantando a mira quando eu percebi que ela eventualmente iria pegar em meu rosto. Me aproximei dele, fiz ele mirar para o teto e disparei novamente. O tiro passou do lado de meu ouvido esquerdo e do lado do ouvido direito dele. Ambos estávamos desnorteados. Eu gritei quando o barulho ensurdecedor aparentemente estourou meu tímpano. As pessoas começaram a correr. Me concentrei novamente e agarrei-o, joguei-o por cima de meu corpo até ele atingir o chão. Então fui para o chão finalizá-lo. Desferi diversos socos em sua cara e até algumas cotoveladas, até ter certeza de que ele havia desmaiado. Parei para recompor meu fôlego e então observei a situação. Algumas pessoas filmaram o ocorrido. Pelo visto o assaltante não recolheu todos os celulares. Olhei minhas mãos, haviam sangue do assaltante que eu acabara de espancar. A polícia havia chegado. Pelo menos dessa vez eu tinha certeza de que não serei algemado ou levado para a delegacia. Saí da lanchonete e encontrei Rachel atrás de Pablo que ainda segurava Jake.
– Vocês estão bem!? - Eu Perguntei. Rachel veio me abraçar, tomei cuidado para não sujá-la com sangue.
– Jake está um pouco assustado. Só isso. - Disse Pablo. Enquanto segurava Jake evitando que a criança olhasse para mim. Aparentemente havia sangue em meu rosto.
– E você!? Está bem? - Perguntou Rachel enquanto limpava meu rosto.
– Só estou um pouco surdo. O tiro foi muito próximo. - As pessoas ainda filmavam. A polícia estava se aproximando.
– John, seu ouvido está sangrando. - Disse Rachel. Os policiais se aproximaram.
– Senhor, se ajoelhe por favor! - Gritou um dos oficiais. Depois de explicar a situação toda, fui atendido por paramédicos. Eles disseram que meu ouvido irá melhorar eventualmente. Voltei até a lanchonete e lavei minhas mãos. Olhei minha camisa azul, estava com respingos de sangue. Rachel, Jake e Pablo me esperavam no carro. Todos estavam exaustos após darem o depoimento para a polícia. Estava tarde e chovia. Tirei a camisa com sangue e fui para o carro. Peguei chuva no caminho, mas não me importei. Deixei Rachel em casa e levei Jake para sua avó. Quando enfim cheguei em casa, liguei a TV. Na Weazel News passava o vídeo em que eu lutava contra os assaltantes. A manchete era: "Herói anônimo impede assalto e salva vidas". Eu acabei rindo sozinho. Eu podia estar no lugar dos assaltantes. Pablo havia ido tomar um banho. Ele estava demorando mas não me importei. Apesar da hora liguei para o Consultório do Dr. Friedlander.
– Consultório do Dr. Friedlander. Dr. Friedlander falando, em que posso ajudá-lo?
– Boa noite, desculpe a inconveniência, mas eu gostaria de marcar duas sessões, uma para mim e outra para outra pessoa.
– Nessa semana estarei ocupado com diversas consultas, mas na próxima semana tenho horário vago. Quais os nomes dos pacientes? - Perguntou o Dr.
– John e Pablo Jeesan. - Até achei estranho falar o nome de Pablo com o sobrenome da minha família.
– Ótimo senhor Jeesan, irei aguardar sua visita na próxima semana. - Então fui checar o Life invader. Enquanto olhava meu feed de notícias, abri o aplicativo Spotify e coloquei minha playlist de músicas para tocar. A primeira música que tocava era "Sex on Fire" de Kings Of Leon. Quando voltei para o Life Invader, vi inúmeras notificações e mensagens. Aparentemente eu era o herói de Los Santos naquela noite. O vídeo havia se espalhado e eu tinha recebido várias mensagens. A única que Respondi foi de Sam que estava preocupada, perguntando se eu estava bem.
"Estou ótimo Sam. Esqueceu que eu sou mais forte do que pareço?". Joguei meu Ifruit num canto do sofá e então Pablo enfim saiu do banho enrolado numa toalha. Ele ia para o quarto quando Perguntei a ele:
– Ei, o que você acha de faltar as aulas por alguns dias?
– Pode ser. - Respondeu ele
– E obrigado por hoje... O jeito que você protegeu Jake com sua própria vida... Foi algo espetacular. - Eu disse.
– Não foi uma decisão difícil. Se a decisão de eu ou ele levar tiro, o melhor seria só eu levar tiro.- Respondeu Pablo
– Pensamos da mesma maneira. - Eu disse. Com Pablo ficando em casa, eu não o deixaria sozinho depois de sua quase tentativa de suicídio. O enterro de sua mãe só seria em 3 dias. No meio da madrugada, recebi uma ligação de Detetive Halden.
– Ei John, sobre Carl Weathers, ele mora na Groove street. Território dos Ballas. Os detetives encarregados do caso vão dar uma passada lá em breve. Se você pretende ir atrás desse cara, agora é a hora. - Então ele desligou. Rapidamente levantei, coloquei uma calça Jeans com meu par de sapatos pretos e uma jaqueta de moletom cinza. Peguei as chaves do meu carro e saí. Fui até a Groove Street. Chegando lá estacionei meu carro próximo a casa. Olhei ao redor em busca de câmeras, mas a vantagem dessa área é ser uma área pobre. Procurei minha pistola e então lembrei novamente que estou desarmado. Coloquei minhas luvas de couro e fui assim mesmo. Coloquei o capuz da jaqueta e dei uma olhada na casa. As luzes estavam apagadas, sem sinal de movimentação. Procurei qual seria o melhor lugar para entrar. Foi quando percebi que a porta poderia ser facilmente arrombada com um chute. Me concentrei para o chute não ser tão forte e nem tão fraco. Teria que ser um chute objetivo para evitar o barulho em excesso. O chutei foi um sucesso. Rapidamente vasculhei a casa e encontrei um cachorro. Um Labrador. Ele veio me atacar. Rapidamente chutei seu pescoço, fazendo ele recuar. Deitei no chão e esperei ele vir me atacar novamente. Quando ele veio, desviei agarrando-o pelo pescoço e o colocando de baixo de meu joelho até quebrar. Terminei de vasculhar a casa e nenhum sinal de Carl. Percebi que algumas coisas haviam sido mexidas, e que alguém saiu de lá com pressa. Procurei as coisas de Carl em busca de uma pista, quando achei um número de celular. "Tio P". Amassei o papel e o coloquei em meu bolso. Foi quando ouvi passos próximos a mim. A chuva e meu ouvido não me ajudaram nessa situação. Uma pistola estava apontada para mim.
– Parado. LSPD! - Disse Detetive Pardo. Ele não viu meu rosto. Usei isso em minha vantagem.
– Mãos atrás da cabeça, devagar! - Obedeci ele, colocando as mãos próximas a minha cabeça, quando virei agarrando a pistola e lhe dando um soco no queixo. Ele foi nocauteado instantâneamente. Saí da casa. Peguei um beco próximo para evitar que ele saia da casa e me veja. Nesse beco um gângster tentou me assaltar com um canivete. Eu estava sem as luvas.
– Passa a grana branquelo! - Num movimento rápido, afastei a faca de meu corpo, lhe dei um soco na costela, outro no rosto, agarrei a mão que segurava a faca, quebrei seu pulso e peguei a faca pra mim. Ele gritava de dor, agarrei ele pelo pescoço e disse:
– Obrigado pelo Canivete. - Então cortei sua garganta.

Chegando em casa, Pablo ainda estava dormindo. Tirei minha roupa molhada, fiquei só de cueca e voltei para minha cama. Me cobri com o cobertor e fui dormir. Passei 3 dias em casa, acompanhando Pablo, evitando um incidente. No dia do enterro, decidi comprar roupas para representar o luto. Fui até uma Suburban e comprei uma jaqueta preta, graças ao frio que estava fazendo. Comprei Jeans preto e um óculos aviador. Saindo da loja, fui andando até meu carro quando vi um fanático religioso gritando na rua:
– Não caiam na tentação do Satanás! Venham para a igreja! - Tentei passar ignorando, mas então ele chamou minha atenção.
– Você! Jovem, sinto a influência do capeta em você! Venha para a igreja, Nosso senhor Deus pode te ajudar.
– Não, obrigado. Não curto muito religiões. - Respondi educadamente
– Jovem, se você deixar as forças de lúcifer te dominarem, não terá volta! Aceite Jesus como salvador. Venha para a igreja. - Disse ele enquanto me segurava pelo meu braço.
– Se você não soltar a porra do meu braço, vou fazer você encontrar o menino Jesus em menos de dez segundos seu filho da puta maluco. - Respondi com total ignorância.
– O Diabo dominou a alma desse Jovem! Venham para a igreja enquanto ainda há tempo! Deus irá lhe perdoar! - Gritou o homem. Enfim cheguei em meu carro e voltei para casa. Já estava chegando a hora do enterro. Os dias estavam chuvosos, Los Santos parece perder a vida durante esses dias.

Após me arrumar para o enterro, esperei Pablo se arrumar e fomos para o cemitério. Chegando lá, ninguém compareceu. Éramos apenas eu e ele. Após o processo todo ter se encerrado, esperei mais um pouco e dei um espaço para Pablo. Longe percebi que haviam inúmeros Ballas no enterro de diversos membros. Me Perguntei se seriam os caras que eu matei. Possivelmente eram. No meio deles vi o homem que estava com Carl dentro da casa. Aquela seria minha pista principal. Depois de sacar um pouco o acontecimento, vi membros dos Vagos se aproximando. De longe vi as armas. Voltei para falar com Pablo.
– Escuta, você precisa sair daqui agora.
– Por que? - Perguntou ele inocentemente.
– Vai ter um tiroteio de gangue, e um dos caras de lá pode me levar até o cara que estava com sua mãe. Só vou sair daqui quando ele estiver seguro e me responder o que eu quero. - Respondi rapidamente
– Eu não vou embora. Ela era minha mãe. Ninguém quer saber a verdade mais do que eu! - Gritou ele. Não sei o poder que ele tem contra mim, mas não consegui negar isso.
– Ok, se abaixe e me siga. - Ambos fomos agachados até estarmos perto dos Ballas. Contei quantos haviam, e haviam cerca de 20 de cada lado. Seria um tiroteio massivo. Os Ballas não perceberam, então na hora que os Vagos foram atirar, eu me joguei no cara que eu tinha que conseguir as respostas. Ambos paramos no chão. 3 Ballas caíram mortos perto da gente. Rapidamente rastejei e peguei uma pistola que estava no chão. Atirei em 5 vagos. Me levantei e peguei a Micro SMG de um dos Ballas mortos e joguei a pistola para Pablo. Atirei em rajadas e matei mais 4 Vagos. Os Ballas estavam se virando. O cara que eu havia salvado falou comigo:
– Qual foi maluco!? Me ajuda a sair daqui!
– Me siga. - Eu disse. Ele percebeu que eu estava tentando salvar ele. Mas acabei sendo um alvo fácil. Um branquelo ajudando os gângsters. Se algum dos Vagos saísse de lá vivo, eu definitivamente teria a atenção desejada que Halden pretende que eu tenha. Eu, Pablo e o Balla corremos até um dos carros deles, um Glendale. Por conveniência as chaves estavam na ignição. Depois de fugimos da área, ele começou a falar.
– Valeu moleque. Se eu ficasse lá, eu ia virar presunto com aqueles otários.
– Não há de que. Antes de eu te deixar, vou só deixar o moleque em um lugar. - Eu disse. Pretendia ir para o Rio LS. Chegando lá, estacionei o carro e apontei a SMG pra ele.
– Pegue as armas dele. - Eu disse para Pablo que estava no banco de trás. Ele estava com um revólver.
– Como é seu nome? - Perguntei
– Jeffrey - Respondeu ele.
– Certo Jeff. Onde está seu amigo Carl? - Perguntei.
– Carl? Que Carl? - Disparei em seu joelho direito.
– Carl Weathers. Seu amigo. Onde ele está? - Jeffrey Gritava de dor. Pablo não esboçou reação. Isso me preocupava.
– Ok, Ok! Quando Carl soube que a polícia e um branquelo estavam atrás dele, ele meteu o pé e foi pra casa do tio Phil. - Disse Jeff. Como ele sabia que eu estava atrás dele? Só uma pessoa pode ter avisado... Halden. Resolveria isso depois.
– Onde encontro a casa de Tio Phil? - Perguntei
– Sandy Shores. Tio Phil vende armas pra uns mexicanos. Tio Phil tem um exército. Você nunca vai conseguir chegar em Carl.
– Isso é meu problema. Saia do carro. - Ele saiu.
– Comece a andar. - Esperei ele dar cinco passos. Então dei um tiro em sua nuca. Levei o carro até Simeon e então entrei em seu escritório.
– Trouxe outro carro. Mas houve uma complicação, e provavelmente você vai encontrar sangue dentro dele. - Eu disse.
– Ah, que delícia! Já experimentou esse suco de laranja que vendem aqui perto? - Perguntou Simeon ignorando tudo o que eu disse. Ignorei-o e saí. Fui até a casa de Lester. Chegando lá bati na porta.
– Lester, sou eu! Abra a porta. - Gritei. Depois de muito ele abriu a porta. Pablo me acompanhou mas não me importei.
– Você devia ter deixado ele lá fora! - Gritou Lester.
– Pablo é de confiança. Confio mais nele do que em você. Preciso que você rastreie esse número pra mim. - Lhe entreguei o Número de Phil. Em segundos ele rastreou.
– O celular está em Chumash. Nessa casa. O que você pretende fazer lá? - Ele perguntou.
– Sequestrar um cara. - Respondi.
– Posso apagar as câmeras da área pra você por US$1000.
– Faça isso. - Eu dei a confirmação. Ele e Pablo conversaram um pouco. Então fui até lá.

Chegando na casa, percebi que parte do que Jeffrey disse era verdade. Phil comandava um exército. Mas isso não iria me parar.
– Dessa vez você vai esperar no carro. - Eu disse.
– Sem essa. Vou entrar lá. - Disse ele teimando. Usei uma mentira básica.
– Eu preciso de você no carro. Depois que eu pegar Carl, vamos ter que sair daqui rápido. Você vai ficar no volante. - Fiz ele acreditar nisso e me preparei para entrar na casa. Haviam 3 andares. Tocava "Mercy" de Kanye West. Resolvi agilizar a situação, escalei até a sacada do terceiro andar. Chegando lá, me aproveitei do fato da chuva e evitei fazer barulho. Cheguei próximo a porta e entrei. Atirei em dois caras e então corri para chegar até Carl. Foi quando vi granadas de fumaça sendo lançadas e as portas sendo arrombadas. A N.O.O.S.E. estava invadindo. Atirei num bujão de gás e fui jogado para fora da sacada. Caí com toda a força no chão.

Momentaneamente apaguei, mas logo voltei a consciência. Meu corpo todo doia, mas para não ser preso, me levantei e tentei correr igual um miserável. Estava mancando, mas consegui chegar em meu carro. Sentei no banco de trás e mandei Pablo acelerar. Os policiais sobreviventes emitiriam um alerta para prenderem um homem com roupas idênticas as minhas. Rapidamente tirei minha jaqueta, peguei a pistola que estava com Pablo, peguei a SMG, limpei as digitais e joguei na lata de lixo de um beco que passamos perto. Troquei de camisa, colocando uma branca sem estampa e me arrastei para o banco do passageiro.
– Você está bem? - Perguntou Pablo
– Acho que não. Meu corpo todo dói, meio difícil identificar o pior. Pare no próximo estacionamento. - Após chegarmos lá, tentei sair do carro e enfrentei problemas. Minha perna esquerda doia demais, meu pulso direito estava inchado, mas eu conseguia movê-lo. Enfim saí do carro e liguei para Halden.
– Precisamos nos encontrar agora. Estacionamento do Píer. - Eu disse sem esperar uma resposta. Depois de esperar um pouco, ele chegou acompanhado.
– Você espalhou a informação né seu filho da puta? Você queria que eles estivessem preparados pra mim. - Eu disse com ódio
– John, se acalme. Tenho uma explicação lógica pra tudo. Aliás, esse é o Detetive Hernández da divisão de narcóticos. - Disse Halden mantendo a calma
– Explicação lógica? Você me fez encarar um tiroteio desarmado e uma batida da polícia. Qual é a porra do seu problema!? Eu podia ter morrido! - Gritei
– Mas não morreu. Se acalme. - Disse Detetive Hernández. - A gente só estava te testando. Saber se você é capaz para fazer aquela nossa proposta.
– Saber se eu sou capaz? Vocês querem um prova do que eu sou capaz? Para qual delegacia Carl Weathers foi levado?
– Delegacia de Downtown. Ele vai ser fichado por tráfico de drogas e armas. - Disse Halden.
– E nada sobre a mãe de Pablo? - Perguntei. Pablo estava me esperando no carro.
– Por mais que tenhamos certeza de que ele causou a overdose, a promotoria não conseguiu acusá-lo disso. - Respondeu Halden.
– Não vá para a delegacia de Downtown hoje a noite. E diga para seus amigos não ficarem por lá. - Eu disse
– O que você pretende fazer John? - Perguntou Halden.
– Mostrar do que sou capaz. - Então saí mancando e voltei ao carro. Pedi para Pablo me levar para casa.

Chegando em casa, tomei analgésicos para a dor, peguei minha jaqueta preta, uma bandana de caveira que eu tenho, meu óculos de sol e um boné de Pablo escrito "LS". Pegamos o Gauntlet e fomos até a delegacia. Chegando lá Pablo me perguntou:
– Então, qual o plano?
– Estou pensando. Mas você vai ficar com a parte da fuga. - Liguei para Lester.
– Por acaso você consegue bloquear as comunicações da área? - Perguntei.
– Posso fazer isso. Mas cobro US$1000 por minuto. - Respondeu ele.
– Ótimo. Preciso de cinco minutos nessa área.
– Ok, quando a ligação for cortada, o tempo começou. Sincronize seu relógio. - Disse Lester. Então a ligação foi cortada. Saí do carro, fui até o porta-malas e peguei um martelo. Entrei na delegacia usando a bandana, óculos e boné, acertei duas marteladas na cabeça de um oficial que estava conversando no balcão da recepção com uma garota. Me abaixei e peguei sua pistola. Segurei a pistola com minha mão esquerda e o Martelo com a direita. Pulei por cima do balcão desviando de um tiro e acertei outro oficial com o Martelo. Agora havia começado um tiroteio. Fiz movimentos simples de cobertura para cobertura. Meus tiros eram fatais, havia matado 7 policiais em sequência sem errar um único tiro. Avancei para o segundo andar, onde ficavam parte das celas e ouvi alguns policiais gritando:
– Ele está chegando! Lembrem-se do protocolo de segurança. Vamos pegar este filho da puta! - No final da escada havia um policial que tentou me acertar com um cassetete. Acertei sua cara brutalmente com o Martelo. Parei para recarregar meu fôlego. Peguei uma MP5 que achei numa mesa, peguei cobertura e vi que haviam 5 policiais apontando Carabinas em minha direção. Olhei em meu relógio, haviam dois minutos e trinta segundos sobrando. Depois disso, a N.O.O.S.E. iria chegar com força total e Downtown seria fechado. Eu ficaria sem saída. Respirei fundo e corri pela linha de tiro. Descarreguei a MP5 e consegui chegar até o outro lado do segundo andar. Lá avancei um pouco e rendi um policial.
– As chaves das celas! Onde estão!? - Gritei.
– Na sala no final do corredor! - Então nocauteei o policial. Avancei até o fim do corredor e fui surpreendido por 3 policiais, gastei o resto da munição neles, mas infelizmente um deles ficou vivo. Ele estava com uma escopeta. Haviam um minuto e quarenta e sete segundos, rapidamente peguei o Martelo e arremesei-o em sua cara. Isso fez ele cair. Quando ele estava caído, rolei pelo chão, peguei sua escopeta e espalhei seu cérebro pelo chão. Peguei as chaves e voltei para as celas. Lá haviam dois homens com Carl. Um deles parecia ser Phil. Matei os outros dois e deixei Carl vivo. Carl sem entender nada tentou me atacar. Dei uma coronhada em sua cara e arrastei seu corpo para fora da delegacia que agora estava cheia de corpos. Chegando no carro, joguei Carl no Porta-malas e fui para o banco do carona. Haviam 37 segundos sobrando.
– Para onde agora? - Perguntou Pablo.
– Para a loja de materiais de construção. - Eu iria me divertir fazendo Carl sofrer.

Depois de comprar um Maçarico, pregos, arames, fios condutores de eletricidade, Cordas parar amarrar ele e uma serra, fomos para uma casa abandonada em El burro Heights. Amarrei Carl numa cadeira e disse para Pablo esperar do lado de fora. A única iluminação era uma lâmpada dentro da casa abandonada. Carl ainda estava apagado. Dei dois socos em sua cara e então ele acordou. Abaixei a bandana e ele se lembrou de mim.
– Só quero lhe fazer uma pergunta. Por que você matou ela? - Eu disse
– Ela quem? Eu não matei ninguém. - Disse Carl. Quebrei o dedo anelar de sua mão esquerda. Ele Gritou de dor.
– Não sei se você percebeu, mas eu não sou policial. Posso fazer o que quiser até você me responder o que eu quero. Peguei os materiais que iria usar para torturar ele e coloquei uma pistola junto das coisas.
– Ok, ok! Eu matei ela, mas não foi por querer. A vadia gostava das drogas. Ela pediu pra eu injetar a heroína nela. - Disse ele. Dessa vez, peguei um prego e o martelei em cima da unha de seu dedão do pé direito. Admito que até me senti um pouco mal com essa.
– A verdade Carl. Por que você matou ela?
– Eu não matei ela! Me solta, por favor me solta! - Dessa vez liguei o maçarico e esquentei a serra. Ele iria sentir dor dupla. Encostei a lâmina da serra em seu rosto. Então comecei a serrar seu ombro direito. Quando a serra já estava fundo o suficiente para ficar lá sozinha, voltei e fiz novamente a pergunta.
– Ok! Eu matei a vadia porque ela tava devendo mais do que podia pagar. Só sexo não pagava o suficiente. - Disse ele.
– Ótimo. - Então chamei Pablo e entramos na sala de tortura. Ele ficou abalado com o estado de Carl.
– Repita o que você disse pra mim. - Eu disse
– O que? Por que? - Perguntou Carl
– Porque eu estou mandando seu filho da puta! - Gritei eu enquanto pressionava a serra.
– Ok! ok! A vadia tava devendo muito. Só sexo não ia pagar. Fui lá, peguei a agulha no chão e injetei nela! Por que tanto caso por uma vadia? - Gritou Carl. Foi quando vi tiros sendo disparados contra seu peito. 7 no total. Depois houve um oitavo disparo na cabeça. Pablo havia executado Carl.
– Se sente melhor? - Perguntei.
– Um pouco. Bastante... Pra falar a verdade.
– Vamos sair daqui. - Disse eu enquanto pegava tudo que haviam minhas digitais. Pedi para ele carregar a pistola e saímos. Chegando em casa, liguei a TV e vi as notícias do "Assalto a delegacia" como era descrito nas reportagens.
"Aparentemente um grupo de mercenários, não se sabe quantos ao certo, invadiram a delegacia desarmados fazendo um massacre que resultou na morte de 22 policiais e na hospitalização de 7. Além dos policiais, dois prisioneiros foram mortalmente feridos"

John estava em frente a TV, ele não piscava, não emitia reações. Acho que agora ele estava em estado de choque. Na sede de vingança dele, ele não deve ter reparado na brutalidade em que ele agiu.
– John... Você... Está bem? - Eu Perguntei.
– Não sei Pablo. Simplesmente não sei o que eu fiz. Esse não sou eu. Eu não faço essas coisas. - Disse John, definitivamente em estado de choque. Eu não sabia o que fazer já que John estava em choque. Fui até o armário de remédios e peguei remédios para o sono. Misturei num copo de Uísque e dei para ele.
– Você tá tentando me fazer dormir? - Disse John.
– Como você adivinhou!? - Perguntei indignado
– Senti pelo cheiro que a bebida não tá pura. Mas foda-se. Preciso de uma boa noite de sono. - Respondeu John enquanto bebia o uísque em um único gole. Mal sabia John que a quantidade de remédio que estava na bebida o faria dormir por muitas horas. Fui tomar um banho. Durante o banho pensei no que fiz executando Carl. Por mais que tenha sido algo ruim, eu não me arrependia do acontecido. Quando saí do banho encontrei John de cueca apagado no sofá. Consegui arrastá-lo até o quarto e então o deixei em sua cama. Parei um pouco para mexer no Notebook. No Bleeter encontrei um link para as fotos dos policiais que morreram. Por um tempo fiquei receoso em ver as fotos, mas depois pensei que nada poderia me abalar. Errei miseravelmente. As fotos eram brutais. As faces de vários policiais estavam desfiguradas, pedaços de cérebros no chão e sangue para todos os lados. Me Perguntei como esse bastardo conseguiu fazer isso tudo com um martelo e ferido. Tenho medo da verdadeira capacidade de John. Depois de um tempo o celular de John começou a tocar. Era Andre.
– John! Me diga que aquilo na delegacia não foi você! - Gritava Andre preocupado
– Sou eu. John está dormindo.
– Foi ele Pablo? Ele fez o ataque a delegacia? - Perguntou ele
– Sim. O cara que matou minha mãe estava lá. John não pensou direito e agiu sem preparação. - Respondi.
– Merda... Ele devia ter chamado eu e Jack. Nós iríamos sem problemas. Isso foi muito perigoso pra ele fazer sozinho.
– Vai por mim, ele tá bem arrependido sobre o que aconteceu. - Eu disse.
– Ok Pablo. Quando ele acordar, peça pra ele me ligar. Tchau. - Então Andre desligou. Continuei na internet, até que o celular de John recebeu outra ligação.
– Sei que é tarde, mas recebi uma proposta urgente e lucrativa. Dois caras em Vinewood Boulevard. 25k, topa? - Disse Lester.
– Ei, Lester certo? John está dormindo, e garanto que só vai ficar disponível amanhã de manhã.
– Isso é uma pena garoto... E você? Se interessa? Preciso desses dois caras apagados o quanto antes. Não deve ser nada difícil se você tomar cuidado. Um deles é traficante meia boca e o outro é um cafetão. Eles ficam transitando a pé com frequência. Eu esperaria eles chegarem em um beco e apagava os dois. - Olhei para o lado e vi John dormindo... Achei que ele aceitaria por ser algo simples.
– Ok, estou indo pra lá. - Eu Respondi.
– Ótimo. Leve esse celular, vou te mandar a foto dos alvos. - Então após Lester desligar, peguei dinheiro na carteira de John, a pistola que usei para matar Carl, minha identidade falsa para comprar munição e coloquei o colete balístico de John. Passei na Ammu-Nation e então comprei além de munição, um silenciador. Assim ficava mais difícil para guardar a pistola. Então deixei o silenciador separado da pistola. Estava sem jaqueta por mais que estivesse fazendo frio, mas não me importei. Continuei assim mesmo. Estacionei o carro perto da área de onde os alvos estariam e comecei a andar a procura deles. Lester me mandou as fotos pelo celular de John, memorizei os rostos e guardei o celular. Primeiro achei o traficante, foi fácil achar ele, mas ele estava acompanhado. A distância pude ver um amigo dele. Teria que dar um jeito de fazer isso rápido. Depois enfim achei o cafetão. Ele estava num beco batendo em uma prostituta. Coloquei o silenciador, cheguei por trás dele e atirei duas vezes em suas costas. Ele caiu ainda vivo, mas morreria logo. Peguei sua pistola antes que pudesse atirar em mim, então a prostituta olhava para mim. Era jovem, deveria ter uns 20 anos no máximo. Cabelos lisos e castanhos, pele clara, olhos verdes.
– Você tá bem? - Perguntei
– Sim, obrigada. Preciso contar pras meninas. - Ela disse. Peguei o dinheiro que estava com o cafetão e dei para ela.
– Eu nunca estive aqui, ok? - Disse eu evitando que ela me colocasse na cena do crime.
– Claro, obrigada por tudo gatinho. - Agradecia ela enquanto me dava um beijo no rosto. Tirei a foto do corpo e mandei para Lester.
"Ótimo, agora o outro." comentava ele na mensagem. Com o traficante eu decidi fazer uma tática arriscada. Peguei meu carro e parei perto do traficante, acendi os faróis sinalizando que queria falar com ele. Quando ele chegou perto do carro, abaixei o vidro, apontando a pistola para seu rosto. Um tiro perfeito na testa. Acelerei e saí do local. Sem ninguém me seguindo, liguei para Lester.
– Tá feito.
– Ótimo, vou depositar o dinheiro na conta do seu irmão. Agora vocês são oficialmente irmãos, correto? - Perguntava Lester.
– Sim. - Respondi. Então fui para casa.

No meio do caminho recebi uma ligação. Era Tracey.
– Ei lindo, preciso de sua ajuda pra uma coisa. - Dizia ela.
– E o que seria? - Perguntei preocupado. Afinal, já estava tarde.
– Eu posso acidentalmente ter me metido em uma encrenca e posso estar devendo um favor pra um amigo meu que me deu um pouco de cocaína. Você pode me ajudar? Eu chamaria meu pai e tal, mas então ele literalmente mataria todo mundo.
– Puta merda! - Gritei - Qual é o favor?
– Ganhar uma corrida de rua pra ele.
– Merda... Ok. Onde vai começar a corrida? - Perguntei
– Rockford Plaza. - Respondeu ela.
– Ok, estou indo. - Desliguei o celular e fui pra lá. Chegando lá encontrei Tracey e vários playboys de Rockford Hills. Como eu odiava esse pessoal.
– Esse é o garoto? - Perguntou um dos amigos dela.
– Sim, esse é Pablo. - Respondeu Tracey
– Achei que você ia chamar um homem de verdade e não um moleque. - Disse o mesmo amigo. Todos ao redor ficaram rindo. Eu particularmente fiquei puto.
– E eu achei que estivesse vindo resolver problemas com traficantes de verdade e não merdinhas com dinheiro. - Respondi. Tracey ficou surpresa com minha resposta, os outros ficaram quietos e o amigo dela começou a se estressar.
– Com quem você acha que tá falando moleque? Quer morrer!? - Gritou ele enquanto vinha pra cima de mim como se fosse um touro. Não me movi, mas se fosse necessário, a pistola estava ao alcance da minha mão.
– Você quer que eu ganhe a merda da corrida ou não? - Perguntei. Depois de nos entendermos, ele me explicou que a corrida iria passar por Downtown, Vespucci Boulevard e terminar no Píer Del Perro. Eu iria correr contra 5 carros. Fui para meu carro, Tracey veio junto por mais que eu tenha insistido que ela fosse para casa, então coloquei meu carro em posição. No rádio do carro tocava "We own It" de 2 Chainz. Esperei até a largada, eu estava em terceiro na posição de largada. Quando enfim os carros saíram, fiz uma rápida troca de marchas desenvolvendo o carro até atingir uma boa velocidade, freei nas curvas mais fechadas e recompensei quando meu carro derrapava. Estávamos em Downtown e eu estava em 4º lugar. Peguei vácuo atrás de um Futo e usei isso em minha vantagem para ultrapassar e ficar em segundo lugar. Já estávamos em Vespucci Boulevard e eu precisava assumir a liderança. Quando meu carro estava ao lado do Dominator, o motorista tentou bater em mim. Meu reflexo foi o suficiente para eu reduzir e fazer com que ele passasse direto perdendo o controle e me dando a liderança. Quando percebi, já estávamos no Píer. Eu havia ganhado uma corrida de rua. Saí do carro e fui falar com o amigo de Tracey.
– Então, estamos resolvidos? - Perguntei.
– Sim, mas não vou mentir garoto, você corre bem pra cacete. Não quer tentar outras corridas no futuro?
– Não faz muito o meu estilo, mas tenho certeza que meu irmão se interessaria. Se você pagar e isso for ilegal, ele vai adorar.
– De qualquer maneira, pode me chamar de Chucky. Anote meu número, fala pro seu irmão me ligar a qualquer hora. - Disse Chucky.
– Ok, vou avisar ele. - Voltei para o Carro e deixei Tracey em sua casa em Rockford Hills. Ela me perguntou se eu gostaria de dormir lá hoje, já que estava tarde, mas eu acho que não estou pronto pra conhecer a família dela ainda. Nos despedimos e eu fui para casa. Tirei meus tênis, minha camisa e escrevi um bilhete para John:
"John, Lester ligou para você com uma oportunidade imperdível. Fiz essa por você, cheque sua conta bancária. E a propósito, um amigo de Tracey procura alguém interessado em corridas. O dinheiro é bom. Seu nome é Chucky, o número dele está no seu celular."
Com o bilhete deixei seu celular, estava tão cansado que deitei na cama e dormi do jeito que eu estava.

Acordei sentindo um cheiro saboroso, era cheiro de panquecas. Me levantei da cama e fui até a cozinha. Lá encontrei John preparando nosso café da manhã. John parecia uma pessoa nova depois dos acontecimentos de ontem.
– Bom dia. - Disse John enquanto dividia as panquecas para nós dois.
– Bom dia. - Respondi. Me sentei na mesa ainda usando a calça de ontem.
– Leu meu bilhete? - Perguntei.
– Sim. Inclusive, temos que conversar sobre isso. - Respondeu John.
– O que você fez ontem... Foi algo... Sensacional. Você agiu com rapidez e precisão de acordo com Lester. Você até foi inteligente e comprou um silenciador. Cara, foi incrível! - Disse John me surpreendendo. Eu esperava que ele fosse reclamar comigo, dizendo que eu não deveria fazer esse tipo de coisa, mas ele estava elogiando como eu matei duas pessoas.
– Agora é sério. Precisamos esclarecer isso. Você quer mesmo entrar no jogo? - Perguntou John.
– Por que não? O dinheiro é bom, não acho que tenho muito a perder. - Respondi.
– Bem, eu particularmente não aprovo isso. Mas essa decisão cabe somente a você. Posso te fornecer alguns contatos quando eu tiver certeza de que são confiáveis. No momento continue com o Lester. E mais uma coisa, você não pode largar a escola agora. Isso seria bem suspeito. - Disse John. Concordei com tudo que ele disse. Enquanto comíamos as panquecas, o celular dele tocou.
– Sou eu... Isso... Sim... Obrigado. - Disse John enquanto falava ao celular.
– Quem era? - Perguntei.
– Era da imobiliária. O apartamento está pronto. Só tenho que passar lá pra pegar as chaves. Preciso resolver algumas coisas antes. Você se importa de ficar em casa e pegar todas as nossas coisas? - Perguntou John.
– Claro que não. Vou separar as coisas, quando você voltar, tudo já deve estar pronto.
– Ótimo, vou me arrumar pra sair. - Disse John enquanto ia ao banheiro. Fui para o quarto e comecei a separar nossas coisas.

Saindo de casa, fiquei imaginando se Pablo daria conta de arrumar tudo. Provavelmente ele iria. Primeiro parei na casa de Sandra pra avisar ela sobre a mudança.
– Ei Jake, sua vó está aí? - Perguntei enquanto entrava na casa. Minha intimidade com eles era grande o suficiente para eu ter uma cópia da chave. Quando Sandra chegou, conversei com ela longe de Jake.
– Sandra, estou me mudando. Consegui uma oportunidade de emprego, e as coisas vão mudar um pouco pra mim.
– Isso é ótimo! Você deve aproveitar todas as suas oportunidades.
– Eu vou visitar Jake com menos freqüência, mas pretendo ajudar sempre que for possível. - Disse eu enquanto lhe entregava US$2000
– John, não precisa fazer isso. - Disse Sandra
– Sandra, eu preciso sim. Isso não é nem metade da minha dívida com esse garoto. Preciso ter certeza de que vocês vão ficar bem. A propósito, abra uma conta no banco no nome dele. Sempre que possível vou depositar dinheiro lá. Digamos que vai ser o dinheiro da faculdade dele. - Sandra Agradeceu me abraçando enquanto seus olhos escorriam lágrimas. Saí da casa dela e fui em direção a casa de Richard. No caminho recebi uma ligação.
– Ei John, aqui é o Gerry, o novo gerente do seu bar. Andre me contratou. As preparações para a grande reinauguração estão quase prontos. Só precisamos estabelecer uma coisa. Qual vai ser o nome do bar?
– Merda Gerry... Eu nem pensei nisso. Andre deu alguma sugestão?
– Sim, "Bar of The Allies". - Disse Gerry.
– Ótimo nome, aprovado. Tem mais alguma coisa pra me falar?
– Por enquanto é só Sr. Jeesan. - Então desliguei. Chegando na casa de Richard, ele me disse:
– Tenho alguém interessado em conhecer você
– E quem seria? - Perguntei
– Alguém importante pros Families. Uma grande oportunidade pra gente.
– Ok, onde vamos encontrar ele?
– Já ouviu falar nas lutas de jaula de L.S.?
– Não. Só na de Liberty City. Temos uma dessas em Los Santos? - Perguntei
– É bem ilegal, a maioria dos gângsters importantes vão pra lá e levam seus melhores lutadores. Esse cara, David, quer que a gente encontre ele lá. Me siga, te levo lá. - Sem discordar entrei em meu carro e fui seguindo ele.

Chegando no local, os fundos de um prédio comercial em Downtown, de longe eu podia sentir o cheiro de sangue e suor. Os gritos eram altos, e havia bastante gente. A maioria eram agiotas, gângsters e alguns lutadores individuais. Segui Richard pelo meio da multidão e vi um trecho de uma das lutas. A brutalidade reinava. Richard me contou que haviam diversos modos de evento. O que eu presenciei era o clássico duelo. Parte de mim jurou nunca querer entrar naquela jaula. Quando chegamos em David, ele estava separado de todos, em uma espécie de área VIP, onde ele tinha visão total da luta.
– Esse é o cara que eu tava te falando. - Disse Rick
– John Jeesan. É um prazer conhecer vocês. - Cumprimentei todos da sala.
– Andem comigo rapazes. - Disse David. Eu, Rick e dois de seus seguranças o acompanhamos. No caminho conversamos
– Como vocês devem perceber, essas lutas organizadas são um ótimo modo de fazer dinheiro rápido. - Disse David
– Aposto que sim. - Eu comentei
– Por isso que estou interessado em ver do que você é capaz Jeesan. Vá com meus rapazes se preparar. Eles vão te explicar o esquema.
– Mas que porra é essa!? Você quer me colocar dentro dessa merda!? - Gritei alterado
– Calma John. - Disse Richard
– E você sabia disso Rick? Qual é a porra do problema de vocês? - Gritei novamente.
– Jeesan, você vai entrar lá ou vamos ter um problema? - Disse David. Considerei atirar meu caminho para fora daquele lugar. Mas a quantidade de gente armada e a retaliação dos Families iria acabar me matando do mesmo modo. Decidi ir me preparar pra luta. Eu iria sem blusa, os rapazes de David ajudaram a enfaixar meus punhos. Quando eu estava indo em direção a arena, Richard apareceu.
– John, vou te explicar uma coisa rápida. O que você vai lutar é o chamado "Apenas um para a vitória". Vai ser você contra diversos caras em alguns Rounds. David me disse que depois do terceiro round você pode pedir pra sair.
– Eu só não entendo uma coisa. Por que eu tenho a leve impressão de que eu tô no seu lugar? - Perguntei, recebendo como resposta o silêncio. Entrei na Arena. No primeiro Round eu deveria enfrentar apenas um cara. Parecia ser um pouco mais velho que eu. Não vi nenhum problema nisso. Ergui meus punhos preparado pra me defender em qualquer ocasião, e para o caso de ter que atacar rápido. A multidão ao nosso redor gritava em busca de sangue. Esperei ele atacar, no primeiro soco dele desviei, dei uma rasteira nele e finalizei ele no chão. Sua cara estava toda ensanguentada, e a platéia gritava, pedindo sua morte. Não quis matar ele sem motivo, mas tinha o pressentimento de que ter a platéia a meu favor seria algo bom. Levantei ele do chão, o coloquei ajoelhado e quebrei seu pescoço para todos verem. O público delirava pela agilidade da morte. O segundo Round começou, agora eram dois caras. Um deles estava com um bastão de baseball. No seu primeiro golpe desviei, tendo tempo suficiente para dar um golpe devastador em suas costelas. Foquei minha atenção no outro. Lhe dei um chute, jogando-o longe. Desarmei o cara do bastão e o usei para esmagar seu crânio. O outro simplesmente levou um golpe na mandíbula, o suficiente para desmaiar. O segundo Round havia acabado e eu estava com o bastão como vantagem. No terceiro Round entraram 5 caras na jaula. Dois armados com facas. Comecei a me desesperar. Os caras com facas vieram me atacar primeiro. Usei o bastão para me manter a uma boa distância deles. Mas infelizmente meus reflexos não foram rápidos o suficiente para conter todos. Me distraí tentando evitar cortes, mas acabei levando golpes dos outros três caras. Acertei um deles com 4 golpes na costela. Quebrei o nariz de um dos caras com faca e peguei-a. Eu estava manuseando o bastão com a mão direita e mantendo o canivete com a esquerda, como se eu fosse ambidestro. Depois de sincronizar diversos golpes, só restava um. Bati em seus joelhos com o bastão. Ele se ajoelhou, agarrei seu pescoço e olhei para a multidão e Gritei:
– Vocês são a escória dessa cidade, os maiores covardes que podem se encontrar! Tentando fazer lucro de homens corajosos que morrem pela ganância. Espero que cada um de vocês tenha a experiência que esse homem irá sentir! - Então cortei a garganta do último lutador. Ví seu sangue esguichar e a platéia aplaudir. No final das contas, meu discurso foi inúti. Pedi para sair da gaiola e então sem vestir minha camisa fui direto ao camarote de David.
– Você tem bons movimentos Jeesan. Todo mundo duvidou de você. Você faz mais o estilo nerd que não sabe se defender. - Disse David
– Sou um garoto branco criado em Chamberlain Hills. Sem querer ser racista ou algo parecido, mas eu tive que aprender a me virar. A parte da brutalidade eu uso um pouco de criatividade. Um exemplo disso é o que eu fiz na delegacia. Eu usei um martelo pra entrar lá. Nada mais. - Disse eu tentando contar vantagem, mostrando minha capacidade para todos na sala.
– Mentira. - Disse Rick. - Você é o louco das notícias? Sabia que inventaram um apelido pra você na internet? Skull Smasher. Você estragou uns rostos lá. Alguns policiais estão fazendo cirurgia para ver se irão continuar desfigurados ou não.
– É, eu admito que fui brutal de mais lá. Mas foram motivos pessoais. Mas agora vamos aos negócios. - Dizia eu enquanto apoiava minhas mãos na mesa de David. - Como você pode ver, eu sou capaz de me adaptar pra situações inseperadas. Precisa de um cara pra arrebentar alguém? Esse cara sou eu. Precisa de um cara pra fazer uma batida em alguém? Mandar um recado? Esse cara sou eu. Precisa de um cara pra roubar algum traficante esperto? Eu posso fazer isso com um pouco de ajuda. Precisa de alguém protegido? Eu sou seu cara. Você quer apenas um assassinato? Faço de maneira simples, e dependendo da situação, silenciosa. O que eu quero dizer David, é que eu topo qualquer serviço. Não importa a dificuldade. Eu dou um jeito. Tenho experiência com diversas armas. - A última parte do que eu disse era mentira, mas se eu realmente sou capaz de me adaptar, uma arma nova não será um problema.
– Ótimo. No momento a única coisa que tenho para você é um serviço de escolta. - Disse David.
– Isso é sério cara? Você tem um possível grande mercenário aguardando ordens e você quer apenas uma escolta? - disse eu fazendo desfeita do serviço.
– Não é apenas uma escolta. É a mesma escolta 5 dias na semana. Dylan é a coisa mais importante que eu tenho na minha vida. Você só tem que buscá-lo na escola em La Puerta e levá-lo até a minha casa em Vinewood Hills.
– Por que eu? Você tem tantos seguranças confiáveis. - Perguntei
– Não pode parecer um segurança. A escola gosta de criar problemas. Eu posso dizer que você é um primo adotado. Qual carro você dirige? - Perguntou David
– Um Fugitive. Mas quando estou trabalhando normalmente uso um Gauntlet. Mas como isso tem que ser feito com cautela, eu uso o Fugitive para o conforto dele.
– Ótimo. Irei falar pra ele procurar um Fugitive na saída. Você começa amanhã as 15:00. Esteja lá. O pagamento será US$500 por semana. Mas como você vai começar amanhã, aqui está um adiantamento demonstrando boa fé. - Disse David me entregando 500 dólares.
– Só mais uma pergunta. Qual o grau de risco da escolta? Quem são seus inimigos? Devo ter armamento pesado? Levar um Colete para Dylan?
– Os vagos são um problema. Os Ballas também. No momento estamos bem com os motoqueiros. E o mais importante de tudo. Nunca use uma arma perto do meu filho. Se você perceber que está sendo seguido, corra para a minha garagem em Davis. Lá vocês terão proteção. - Respondeu David.
– Tenho o pressentimento de que vou pintar um alvo nas minhas costas. Então peguei minha camisa e saí do local.

Lá fora Richard me agradeceu:
– Obrigado por ter feito isso cara. Acho que eu não teria tido tanta sorte.
– Não foi sorte, foi habilidade. Eu sei como lutar. Você também tem que aprender. - Eu disse
– De qualquer maneira, vamos aguardar, quando David tiver alguma coisa pra gente ele vai entrar em contato. Enquanto isso, se você souber de alguns bicos, eu devo estar livre. Ou se você apenas quiser sair pra tomar umas, ir pra alguma boate ou até pra praia, é só me ligar. Valeu John. - Agradeceu Richard enquanto saia com seu carro. Entrei no meu, e antes de dar a ignição recebi uma ligação de Halden.
– QUE PORRA FOI ESSA!? - Gritou ele
– Eu sei, antes de você ficar mais histérico, tenho duas explicações óbvias pra isso.
– E quais seriam? - Perguntou ele
– Primeiro, eu exagerei. Eu só precisava ter pego o cara. Mas fui brutal, o que me leva a segunda explicação. Seu amigo da Narcóticos sabe do que sou capaz.
– Merda John... Não posso te proteger se você continuar fazendo as coisas bem expostas. Agora todos os detetives estão em alerta. O objetivo do momento é acabar com o Skull Smasher. Jogue aquela bandana fora. - Disse Halden.
– Foi mal. Não vai rolar. Aquela bandana acabou criando uma certa reputação. - Então desliguei a ligação. Passei na imobiliária e peguei minhas chaves do meu novo apartamento. Voltei para casa e encontrei Pablo pronto com as bolsas contendo nossas coisas.
– Pronto pra grande surpresa? - Perguntei.
– Você não tem noção. - Respondeu ele.
– Me siga, temos até um estacionamento. Os carros não vão ter que ficar na rua. - Eu disse. Após entrarmos em nossos carros, fomos para nosso novo apartamento.


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