Marvel: Os Maiores Heróis da Terra escrita por Larenu


Capítulo 50
O Último Dia


Notas iniciais do capítulo

Agradeço ao HumanLivre pela sugestão para a introdução de um novo personagem, que eu adaptei, e ao MatheusHQD pela segunda recomendação da fic (YEY!).

Desculpa a demora, mas, como prometido, o capítulo de hoje.



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Quando o décimo quinto dia amanheceu, Bruce Banner ainda estava em uma cama do hospital, repousando após a enorme doação que fizera no dia anterior. Fora um sacrifício necessário para salvar a vida de sua querida prima, Jennifer Walters.

O doutor responsável por Jen estava ao seu lado quando acordou.

­— Senhor Banner, que bom que acordou.

A expressão do médico era de tristeza. A princípio, Bruce pensou ser um sinal de que algo correra mal com Jen. Mas então se ligou. Era o décimo quinto dia da trégua de Thanos. No dia seguinte estariam todos condenados.

— Me leve para Jennifer.

O médico relutou.

— Imediatamente.

— O senhor tem certeza disso?

— Claro que sim!

Se entregando, o doutor se levantou.

— Senhor Banner, acima de tudo peço que mantenha a calma, está bem?

— O que está acontecendo?

— Siga-me, por favor.

O médico começou a guia-lo pelos corredores do hospital.

— Nós acreditamos que ela tenha reagido bem ao seu sangue, mas houve um efeito colateral proveniente da...

— Radiação Gama — disse Banner, começando a ficar nervoso e a se culpar por ter feito algo de ruim a Jennifer.

O doutor parou em frente ao quarto de Jen. Conversou com a enfermeira que acabara de sair dali, Claire Temple.

— Por favor, acompanhe o senhor Banner. Tenho que... fazer uma ligação rápida.

Ela assentiu e abriu a porta, deixando Banner entrar. O médico já estava distante no corredor. Quando Banner entrou, logo viu o que acontecera. Os cabelos outrora loiros de Jennifer estavam agora morenos, escuros como os de Bruce.

E, a diferença mais significativa: ela estava verde. A pele dela mudara completamente de cor, adotando a coloração verde-clara do Hulk. A forma dela ainda era feminina e humanoide, já que não se transformara num monstro enorme, mas ainda assim a cena espantara Bruce. Ver sua prima transformada trouxe uma enorme tristeza para ele.

Quando seu celular começou a tocar, ele se irritou. Pegou-o e leu o nome de Tony Stark. Sem pensar duas vezes, recusou a ligação. Se sentou ao lado de Jennifer e  olhou para a enfermeira.

— Vá atrás do doutor e traga-o aqui imediatamente.

— Senhor Banner, ele foi apenas dar um telefonema...

— É isso que temo, enfermeira. Se ele ligar para o governo, as coisas que farão com ela...

Um flashback tomou conta de sua mente. Estava em seu antigo laboratório, um banker abandonado da S.H.I.E.L.D. Nick Fury acabara de entrar. Então, a parede explodira, e o General Ross descera de uma quinjet. Ele olhava para Banner como se ele fosse uma aberração.

A imagem logo foi substituída pela transformação do General em uma cópia vermelha do Hulk, e o som da risada do Caveira Vermelha enquanto levava Nick Fury. E Bruce, transformado no Hulk, fugia, temendo a Hidra. A verdade era que Bruce Banner era um covarde. Fugira toda a sua vida. Claire Temple acabou com seus devaneios.

— Ele vai vir assim que terminar o telefonema...

— EU NÃO ESTOU PEDINDO PARA QUE VOCÊ VÁ! — ele gritou, cerrando os pulsos. Suas veias ficaram ressaltadas sob a pele.

Ele respirou fundo e se acalmou.

— Por favor.

Claire se virou e foi em busca do médico, se dando por vencida. Quando ela retornou com o doutor, ele segurava espantado seu telefone celular. Banner estendeu a mão.

— O celular. Agora.

— Senhor Banner, não entendo seus motivos para me interromper. Também não vejo por que eu deveria te entregar meu telefone.

— AGORA!

Apavorado, o médico jogou o celular para Bruce. Ele viu as chamadas recentes, e não se surpreendeu ao ler o número da polícia.

— Você ia chamar a polícia...

— As autoridades precisam saber disso, senhor Banner.

— Não, elas definitivamente NÃO PRECISAM!

A pele de Bruce Banner começou a se esverdear. Ele se curvou, e começou a aumentar de tamanho. Seus músculos aumentaram, e o médico virou o monstro. No lugar de Bruce Banner, o enorme Hulk destruíra a cadeira e o suporte para o soro que Jennifer estava tomando.

Ele urrou e puxou Jennifer, colocando-a no ombro. Àquela altura, o smartphone recém-comprado pelo médico já ora reduzido a pedaços na mão do grandalhão. Com um chute, o Hulk abriu um buraco na parede. Ele pulou para fora do prédio através do buraco, deixando o médico e a enfermeira boquiabertos no quarto de hospital. O monstro correu pelas ruas, pisoteando carros sem dó. Ele ia na direção de um enorme edifício em Manhattan: a Torre dos Vingadores.

Enquanto isso, no Triskelion, Tony Stark estava sentado em frente à mesa do secretário Fury. Atrás do Homem de Ferro, o Capitão América andava impaciente de um lado para o outro.

— Capitão, se acalme.

— Não, Fury. Você não vê? Podemos todos morrer amanhã, e estamos sentados em uma sala.

— Tecnicamente, você está de pé — comentou Stark.

— Você me entendeu, Stark. Devíamos estar fazendo algo para proteger as pessoas.

Fury suspirou, irritado.

— Tipo o quê? Vamos, Capitão. Diga-me o que tem em mente.

Rogers ficou em silêncio.

— Foi o que eu pensei.

— Poderíamos fazer um comunicado. Conversar com o povo.

Insatisfeito por Rogers estar continuando a conversa, Fury ficou mais irritado.

— E diremos o quê? Que há alienígenas disfarçados de humanos, e que estamos entrando em desespero? Me escute com atenção, Steve. A última coisa que nós precisamos é de um monte de cidadãos em pânico protestando e exigindo mais de nós do que nós sozinhos já fazemos.

Tony olhou para o Capitão América.

— Detesto dizer isto, mas concordo com Fury.

O secretário soltou um riso irônico e ficou de pé.

— Senhores, antes que os outros cheguem, quero mostrar uma coisa para vocês. Por favor, sigam-me para a sala da diretora Jones.

Os três saíram da sala e entraram no elevador de vidro, que dava uma visão panorâmica do prédio por dentro. O Capitão América desceu com o olhar vidrado em um canto do prédio, como se tivesse visto um fantasma.

— Algum problema com escadas, Capitão? — riu Stark.

— Não... Eu estava apenas pensando.

Tony deu um risinho e voltou a se calar. Desceram no andar da diretora Jones e entraram na sala dela. Fury entrou e se sentou à mesa, mexendo em alguns livros e arrumando-os.

— Venham para o meu lado.

Os dois heróis se reuniram ao lado de Fury. Ele levantou um dos livros, revelando um pequeno compartimento. Levantou-o, e pressionou o botão dentro dele. Dois monitores surgiram ao lado do computador da diretora. Neles, a imagem em tempo real do interior de um trailer vista de ângulos diferentes era mostrada.

As pessoas na imagem eram o que mais chamava atenção. Sentada no banco de motorista estava uma jovem. E atrás, sentado numa cama, estava um homem musculoso vestindo uma tanga metálica com uma espécie de cinturão cruzando o peitoral nu.

— Quem são?

— Super-humanos — disse Fury. — Pelo que sabemos, ela tem o poder de gerar tremores sísmicos de diferentes níveis e ele tem super-força.

— Há quanto tempo vocês os observam?

— Ele surgiu há alguns dias.

— E ela?

— Desde que dois dos nossos agentes a resgataram da Hidra.

— Quando foi isso?

Fury tomou cuidado com a reação deles.

— Quando ela tinha seis meses de idade.

Os dois heróis olharam para ele.

— Como? — perguntou Stark, incrédulo.

— A S.H.I.E.L.D. não tem esse direito, Fury.

— Não tem? Na verdade, nós temos, sim. Se visarmos a segurança civil, temos o direito de plantar escutas e vigias onde for necessário e, portanto, “espionar” quem for necessário.

— E por que ela?

— Temos nossos motivos.

— São os poderes — afirmou o Capitão.

— Não só isso — negou Fury. — Além dos poderes perigosos de gerar tremores, a espionagem para garantir a segurança da jovem foi um pedido de Jessica Jones.

— Uma super-humana ordenando a espionagem de outra... — disse Stark.

— Para protegê-la.

— Ou usa-la, o que julgo ser mais lucrativo para a S.H.I.E.L.D. — respondeu com ironia Stark.

— Não. Como uma super-humana, Jessica vê que não deve usar os poderes dela a favor da S.H.I.E.L.D.

Ainda com um pé atrás, Tony pediu para que Fury prosseguisse.

— Qual seu terceiro motivo?

— O fiasco do Projeto Deathlok.

Tony compreendeu na mesma hora. O fiasco do Projeto Deathlok era algo famoso na comunidade empresarial. Querendo ou não, era um exemplo a não ser seguido. Um exemplo do que não fazer.

— Ela é...

Fury assentiu. O fiasco do Projeto Deathlok fora um acontecimento que fizera a imagem da S.H.I.E.L.D. cair perante a população.

— O que foi “o fiasco do Projeto Deathlok”? — perguntou Capitão América, confuso.

O secretário suspirou nervoso. Lembrar do fiasco que fora aquele projeto, que acontecera sob sua supervisão nos seus tempos de diretor, era vergonhoso.

— Uma vez, alguns agentes da S.H.I.E.L.D. enfrentaram um ciborgue criado por um criminoso. Esse ciborgue, um super-soldado metade humano metade robô, se chamava de Deathlok.

Rogers se apoiou em seu escudo, escutando com atenção.

— Ele foi derrotado por Jessica Jones, a Safira, e entregue para a S.H.I.E.L.D. Graças a nossos cientistas brilhantes, conseguimos extrair as peças de metal sem danos ao humano por trás do Deathlok e cura-lo. A tecnologia curativa que fora desenvolvida na Coreia do Sul, naquela época, nos foi de grande ajuda.

— Consigo imaginar o que houve em seguida.

Fury soltou um suspiro.

— Selecionamos uma equipe para usar o sistema dele a nosso favor. Chamamos de “Projeto Deathlok”, já que o ciborgue se nomeara assim. Porém, não contávamos com os avanços da criptografia. Foi assim que uma jovem hacker conseguiu descobrir arquivos do Projeto Deathlok e posta-los em um fórum online. Consegue imaginar o caos que foi explicar para as autoridades que o Projeto Deathlok era completamente seguro? O Conselho, insatisfeito, cancelou o projeto e usou os programadores envolvidos para desenvolver melhores barreiras encriptadas para os arquivos da S.H.I.E.L.D.

O Capitão se levantou.

— Deixe-me adivinhar. Ela era essa hacker?

— Exato. Skye conseguiu levar a S.H.I.E.L.D. à vergonha. Com ajuda de criptógrafos contratados, rastreamos o usuário do fórum que postara os arquivos até o computador dela e reforçamos a vigia sobre ela.

Ele suspirou.

— Você sabe, Fury, que isso não dá a vocês o direito de invadir a privacidade dela. Ela tem o direito de privacidade, e você sabe disso.

O secretário estava indignado.

— Sabe quanto dinheiro nós perdemos com esse projeto? Foram milhões de dólares gastos à toa, já que não houve nenhum lucro. O Projeto Deathlok era promissor, Steve. Conseguiríamos recriar a fórmula do super-soldado sem o uso de químicas errôneas. Nenhum efeito colateral. Nada além de eficiência.

O Capitão respirou fundo.

— E quanto às cobaias do projeto?

— Foram restauradas à forma normal e mandadas para casa.

Rogers e Stark se entreolharam. Era uma mentira clara.

— Você sabe muito bem que é mentira, Fury — disse Stark.

Ele suspirou.

— A maioria morreu durante os experimentos. Os cientistas estavam encontrando problemas para fazer do robô eficiente. Era diferente de substituir uma mão ou uma perna, pois já fizemos isso diversas vezes com agentes feridos. Desta fez, estávamos unindo armas a um ser humano.

— Errado — disse o Capitão. — Vocês estavam transformando um homem numa arma. Isso é diferente de dar uma arma na mão de um homem.

— Fizemos o que foi necessário — disse Fury, dando de ombros.

— Mentira — disse Stark. — Fizeram o que acharam conveniente para a S.H.I.E.L.D.

Interrompendo-os, o Capitão falou:

— E os sobreviventes?

— Houve apenas um.

— Onde ele está?

— Trabalhando, é claro.

Rogers teve uma leve sensação de náusea ao receber a notícia.

— Vocês mantêm um dos Deathloks em ativa?

Fury assentiu.

— Garanto que, quando ele estiver auxiliando os Vingadores a derrotar alienígenas, você vai se permitir aceitar a existência dele.

Stark interrompeu os dois, irritado.

— Por favor, podemos voltar a falar sobre a jovem e seu parceiro malhado?

— Bom, vocês devem estar se perguntando o que eu queria com vocês aqui.

— Claro — respondeu Tony.

— Estou oferecendo a vocês a possibilidade de recruta-los.

Tony ficou um tanto surpreso.

— Sério? Que surpresa agradável. Eu aceito, é claro. Como já disse, toda e qualquer ajuda é bem-vinda.

O Capitão América apenas observou. A facilidade com a qual o humor de Stark mudara para atender seus interesses fora incrível. A experiência de Rogers e sua convivência com vários tipos de homens o fizeram identificar que Tony Stark era exatamente como seu pai, Howard Stark.

Antes que pudessem prosseguir, entretanto, o comunicador de Fury apitou.

Fury? Aqui é Maria Hill. Seu convidado está te aguardando em sua sala.

— Ah, muito obrigado. Estamos a caminho.

Ele desligou.

— Vamos, ele nos espera.

Antes que saíssem, Fury mandou uma rápida mensagem. Esta foi recebida em algum lugar pelo agente Phil Coulson, que recebia sua permissão para agir. Espiando através do vidro de seu carro, ele analisou o trailer do outro lado da rua. Abaixou os óculos escuros e desceu do veículo.

Ao mesmo tempo, Pepper Potts observava Nova York de seu quarto na Torre dos Vingadores. Lá embaixo, na rua, as buzinas sinalizavam a chegada do Hulk ao prédio. Ela se virou e saiu do quarto, indo para a sala principal. Lá, os Vingadores sozinhos que não tinham família faziam companhia uns aos outros.

Jessica Drew, cujos pais estavam mortos, assistia televisão com a Tigresa, cujos parentes que ela conhecia foram assassinados pelo Alto Evolucionário para fazê-la sumir do mapa. Visão, que outrora fora J.A.R.V.I.S., conversava com os gêmeos órfãos Maximoff em uma mesa. Os não Vingadores Hank Pym e Janet van Dyne estavam sentados em poltronas, pois foram convidados por Stark para ficar ali. Sua filha, Hope Pym, não pudera comparecer.

Com a cabeça apoiada em seu martelo, Thor estava sentado à mesa com Clint Barton e Natasha Romanoff. Aquele não era o fim de seu mundo, pois Asgard continuava segura, mas ele se importava muito com a Terra. Não pudera estar com sua querida Jane Foster, mas se preocupava com ela.

— O Hulk está lá embaixo — disse Pepper, indiferente.

— Bruce? Deixe-o entrar — disse Hank Pym.

— Não Bruce Banner, mas o Hulk.

Pym quase deu um pulo em sua cadeira.

— O Hulk?! Oh, Deus, estamos com problemas.

— Jura que temos problemas? Que tal a invasão alienígena que vai acontecer amanhã? — disse Gavião Arqueiro, irônico.

Hank fulminou Barton com o olhar e sussurrou algo para Janet. Ela se levantou e passou por Pepper, avançando com calma pelo corredor. Intrigada, Pepper a seguiu silenciosamente. Observou Janet acessar as câmeras do prédio. Uma delas mostrava o Hulk entrando pelo hall de entrada. Pepper viu que ele carregava uma mulher nos ombros.

Janet mexeu em alguns botões e puxou um microfone para perto de si.

— Bruce, por favor, se acalme — ela disse.

O Hulk olhou em volta, confuso. Através de um sistema de autofalantes, que servia para avisos entre andares em caso de emergências, Janet esperava conseguir acalma-lo.

— Bruce, sou eu, Janet. Lembra de mim? Sou a esposa de Hank.

O Hulk pareceu falar algo, que Pepper não escutou. Pela imagem era visível que ele estava se acalmando. Então, ele começou a diminuir de tamanho. Bruce Banner surgiu no lugar do monstro, colocando a mulher no chão.

Janet, eu preciso de ajuda. Agora! — ele disse nervoso.

Em um pulo, a Vespa se levantou e foi para a sala. Pepper conseguiu chegar antes, e disfarçar sua presença ali.

— Bruce voltou a ser ele, mas quer ajuda. Acho que ele está com uma mulher ferida.

Gavião Arqueiro e Thor se levantaram, prontos para auxiliar Bruce a trazê-la para cima. Lá embaixo, Bruce Banner olhava par Jennifer. Ela continuava desmaiada, e isso o preocupava.

No Triskelion, Homem de Ferro, Capitão América e Nick Fury estavam sentados em uma sala de reunião com o convidado. Ele era um homem estrangeiro, líder de uma nação africana que viera para Nova York afim de tratar da segurança de sua nação na sede da ONU. O resultado, porém, fora a ONU mandando-o tratar de segurança com a S.H.I.E.L.D.

— Diga-me, T’Chaka, como vai Wakanda? — perguntou Fury.

— Em geral, vamos bem. O comércio está melhor do que nunca, porém temos que tomar cuidado com exploradores como Ulysses Klaw. Sabe como é, o Vibranium atrai todo tipo de pessoa. A rivalidade com M’Baku continua como sempre esteve.

— E quem está cuidando da nação na sua ausência?

— T’Challa, o meu filho, é claro.

Fury assentiu.

— Até quando vai ficar em Nova York?

— Pretendia ir embora hoje pela noite, antes dos ataques.

Ele assentiu novamente.

— Muito bem, tratemos de negócios. Estou aqui com o senhor Stark, que está produzindo armas para segurança nacional desde a transmissão mundial de Thanos, e com o Capitão América, que está auxiliando a S.H.I.E.L.D. com a equipe dos Vingadores Secretos. Então, minha proposta é a seguinte: podemos fechar um acordo entre nós quatro por Vibranium.

— Que tipo de acordo?

Compreendendo o pensamento de Fury, foi Stark quem respondeu.

— Eu ofereço armas e alguns Legionários de Ferro em troca de Vibranium, Fury a proteção de agentes da S.H.I.E.L.D. e o Capitão o serviço de um de seus Vingadores Secretos.

T’Chaka parou um pouco para pensar. Quando ele ia responder, Rogers o interrompeu.

— Os Vingadores Secretos não trabalham por recompensas. Somos heróis. Ofereço a proteção de um dos meus parceiros sem receber nada em troca.

Stark olhou incrédulo para Steve. Aquilo era irreal para Tony. Aquela humildade nunca fora recorrente na vida de Stark. Fora criado por pais ausentes que não possuíam as características nobres de Steve. Os homens que Tony conhecera em vida também não eram assim. O mais próximo que Tony conhecera de alguém nobre como o Capitão, durante a infância, fora Edwin Jarvis, o mordomo de seu pai. Em homenagem a ele, criara seu mordomo artificial, J.A.R.V.I.S.

— Não vejo por que recusar — disse T’Chaka, satisfeito.

— Ótimo, providenciaremos tudo a tempo de você voltar para Wakanda nesta noite. A ONU providenciou um transporte privado para você?

— Sim — ele confirmou.

— Ótimo. Acredito que não nos veremos mais hoje.

T’Chaka cumprimentou os três e se retirou. Ao mesmo tempo, porém, um homem de sobretudo, óculos escuros e chapéu atravessava um aeroporto privado afastado da ilha de Manhattan. Ele entrou em um jato particular da ONU, que levaria o rei de Wakanda para casa.

Tirou o sobretudo, revelando quatro tentáculos metálicos. Eles seguravam peças de uma bomba para ativar à distância. Montou-a e programou-a corretamente, rente ao motor do jato. Em seguida, escalou o prédio e saiu da mesma forma que entrara.

A noite caiu sobre Nova York como os alienígenas cairiam no dia seguinte. Peter Parker estava em casa, com sua Tia May. Falava no telefone com sua namorada, Gwen Stacy, que estava em casa com seu pai policial. Na casa ao lado, Mary Jane Watson jantava com sua família, sem notícias de seu namorado Harry havia dias.

Na Torre dos Vingadores, Bruce Banner observava sua prima dormir, segurando na mão dela. Tony Stark descansava com Pepper, a pedido dela. Os Vingadores sem família para visitar estavam juntos.

Hank Pym e Janet Van Dyne estavam na torre da PymTech, com a mente em sua filha Hope. No Instituto Xavier, os X-Men apoiavam uns aos outros — exceto Emma Frost, que estava tratando de seus “negócios” em outro lugar.

Stephen Strange meditava em Sanctum Sanctorum, junto de Wong, que trabalhava em outros cômodos. O Doutor Estranho, porém, estava com a mente em outro lugar. Não conseguia se concentrar pois, no fundo, se preocupava com a segurança de uma mulher.

Juntos como a família que eram, os membros do Quarteto Fantástico se reuniam em seu apartamento no Edifício Baxter. E, conforme a meia-noite se aproximava, um jato da ONU explodia, levando consigo T’Chaka.

A quinjet que transportava Eric O’Grady, armas, agentes da S.H.I.E.L.D. e Legionários de Ferro reduzia a velocidade. A ordem, porém, era prosseguir para Wakanda.


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