A viagem seguiu silenciosa pois Sakura não tinha intenção de revelar os seus sentimentos a um desconhecido, afinal era isso que Sasuke representava para ela, um desconhecido que tinha sempre um efeito irritante e estranho. Sasuke continuava em silêncio até que Sakura dicidisse falar mas continuava a segurar a mão dela apesar de Sakura já ter várias vezes tentado soltar-se.

Alguns minutos depois Sasuke levantou-se, puxando Sakura que estava distraída olhando pela janela. Ela seguiu-o mesmo protestando, não tinha força para se soltar dele.

- Para onde me levas? – Perguntou ela fazendo força para se tentar soltar mas novamente sem sucesso.

Sasuke não respondeu, continuou a puxa-la para fora do autocarro. Agora Sakura estava mesmo com medo e não sabia o que fazer. Eles ficaram par4ados durante algum tempo a ver o autocarro desapareceu numa curva mais à frente.

- Vais falar ou vou ter de te deixar aqui sozinha? – Perguntou Sasuke olhando para ela.

Sakura não sabia o que dizer. Mentir não podia, ela era péssima nisso e Sasuke já esperava isso dela, então ela decidiu permanecer calada, olhando para a rua. Sasuke percebendo que ela não iria dizer nada soltou-lhe a mão e começou a caminhar ao longo da rua. Quando se sentiu livre a primeira reacção de Sakura foi afastar-se dele mas então percebeu que não sabia onde estava.

- Sasuke onde vais? – Perguntou ela depois de dar alguns passos na direcção contrária à dele.

- Para casa. – Respondeu sem sequer parar de andar olhando apenas por cima do ombro para ela.

Sakura ficou em pânico. Ele estava mesmo a ir embora e deixou-a sozinha, tal como tinha dito que faria. Ela estava completamente perdida e então fez algo que Sasuke não esperava.

- Por favor não me deixes aqui sozinha – Murmurou quando se aproximou dele e lhe segurou novamente a mão. – Eu fiquei envergonhada. Nunca nenhum rapaz chegou assim tão perto de mim. Agora por favor não me deixes aqui.

Sasuke olhou para ela e sentiu-se muito mal quando viu as lágrimas escorrerem-lhe pela face. Nunca foi intenção dele fazê-la chorar, queria apenas divertir-se um pouco, mas agora estava arrependido disso.

- Anda. – Foi a única coisa que ele disse antes de voltar a andar puxando-a gentilmente pela mão.

Caminharam em silêncio durante alguns minutos até que Sakura avistou uma enorme mansão. Eles continuaram a andar, sem que algum deles largasse a mão do outro. Quando estavam a chegar perto do portão por onde entravam os carros, este abriu-se e Sasuke olhou para trás vendo o seu irmão, dentro do carro, aproximar-se.

- O que fazem aqui? – Perguntou Itachi assim que parou o carro ao lado do “casal”.

- Podes levar a Sakura a casa? – Perguntou Sasuke esquivando-se à pergunta do irmão.

- Claro! – Respondeu Itachi olhando desconfiado para os dois.

Sasuke largou a mão de Sakura e abriu a porta do carro para que ela entrasse. Depois virou costas e seguiu até à mansão sem dizer mais nada. Sakura ficou alguns segundos a vê-lo afastar-se e depois entrou no carro sorrindo para Itachi, que pôde ver os olhos vermelhos de choro dela.

A viagem até casa de Sakura decorreu em silêncio. Itachi apesar de curioso com a situação não perguntou nada à rapariga, deixaria as perguntas para mais tarde quando estivesse a sós com o irmão.

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Na manhã seguinte Azumi acordou cedo, estava ansiosa para ir trabalhar com o pai. Levantou-se e foi tomar um banho demorado para acordar de vez. Quando terminou saiu para o quarto apenas enrolada na toalha e escolheu uma das poucas roupas que tinha para encontros sociais.

Ela não gostava muito de saias e vestidos, apenas usava a saia do uniforme da escola porque era obrigada, então decidiu-se por umas calças clássicas pretas, uma blusa branca, que deixou os primeiros botões abertos, um casaco que fazia conjunto com as calças e, por fim, uns sapatos de salto agulha não muito alto. Olhando-se ao espelho verificou que talvez fosse melhor fazer uma maquilhagem simples e secar o cabelo, mantendo-o solto.

Depois de pronto verificou uma vez mais o seu refelexo ao espelho e sorriu perante o resultado. A roupa social justa realçava-lhe as belas curvas e o pequeno decote, deixado pelos botões abertos, realçava os seus seios fartos. O cabelo negro esticado batia-lhe quase no fundo das costas e emoldurava-lhe o rosto e a maquilhagem leve fazia com que os olhos também negros sobressaíssem.

- Perfeita! – Exclamou Azumi para si própria.

Virou costas ao espelho e saiu do quarto, descendo com certa pressa para a sala de jantar.

- Estás linda querida. – Disse a mãe assim que Azumi se aproximou da mesa.

- Arigatou Kaa-san. – Respondeu enquanto se sentava no seu lugar habitual.

- Ohayoo Azumi! – Disse o seu pai sem sequer tirar os olhos do jornal que lia.

- Ohayoo! – Azumi ficou desanimada com a atitude do pai e isso foi notado pela falta de entusiasmo com que falou.

Ele olhou para o rosto agora triste da filha, não queria tê-la deixado assim e tentou de imediato redimir o seu erro.

- Então preparada para o primeiro dia de trabalho? – Perguntou ele com um pequeno sorriso no rosto.

- Azumi olhou para o pai e ao vê-lo sorrir não foi capaz de deixar de sorrir também.

- Claro! – Disse ela de forma alegre fazendo o seu pai sorrir mais perante o seu entusiasmo.

Quando terminaram o pequeno-almoço (N/A: pequeno-almoço = café da manhã) Azumi foi até ao quanto para buscar as suas coisas e depois seguiu o pai até à garagem, onde entraram no carro e seguiram para o escritório.

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Depois de deixar Sakura em casa, Itachi seguiu para a mansão, queria realmente ter uma conversa séria com o irmão. Parou o carro na garagem e apressou-se a ir ao quanto de Sasuke.

- Entre. – Ouviu o irmão dizer depois que Itachi bateu à porta.

Ele entrou e fechou a porta atrás de si. Ficaram os dois em silêncio, Itachi não sabia como começar a conversa mas então decidiu que seria muito melhor ser directo.

- O que se passa entre ti e a Sakura? – Perguntou enquanto se sentava na cadeira da secretária e a virava de modo a ficar de frente para a cama onde Sasuke estava deitado a olhar para o tecto.

- Nada. – Respondeu ele sem sequer olhar para o irmão.

- Então vou fazer a pergunta de outra forma. – Disse Itachi bastate sério. – O que fizeste à Sakura?

- Mas porque achas que lhe fiz alguma coisa? – Sasuke tinha-se sentado na cama e olhava o irmão sério e também irritado.

- É o que costumas fazer Sasuke. – Disse enquento se levantava e depois de arrumar a cadeira no sítio olhou de novo para o irmão e falou ainda mais sério. – Vê se entendes isto de uma vez Sasuke, nem todas as raparigas são como a Karin, que tu usas apenas quando queres. A Sakura pareceu-me muito abalada com alguma coisa e eu vou fazer-te um aviso Sasuke, se magoares a Sakura é comigo que vais depois ter de ter cuidado.

- Não me digas que te apaixonaste por ela, Itachi? – Disse Sasuke de modo divertido, com um sorriso no canto dos lábios.

- Não. – Respondeu sério. – Mas não vou permitir que magoes mais uma rapariga inocente.

Itachi abriu a porta para sair mas antes disso virou-se novamente para o irmão. Que o olhava com raiva, e voltou a falar.

- Vê se cresces Sasuke. Já não tens mais doze anos e a desculpa que a mãe morreu.

Itachi fechou a porta após ter saído do quarto, mesmo a tempo de não levar com a jarra que Sasuke tinha atirado com raiva ao irmão.

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- Será que posso saber o que tanto escreves? De certeza que não é nenhum trabalho para a escola. – Disse o pai de Azumi já não conseguindo mais conter a curiosidade, quando parou o carro no parque de estacionamento do escritório.

- Um dia vais saber, prometo! – Azumi sorriu enquanto arrumava o computador portátil na bolsa e vendo o pai com uma expressão desconfiada.