Não conseguia nem mesmo respirar de tanto que eu estava chorando, meu coração estava despedaçado, senti os braços de Joe em volta de mim.

- Ele esta bem, ele sabe se cuidar –

- Joseph, lá tem armas, explosivos, granadas e... para eles Nick é só um soldado, um numero, um a mais para lutar com eles, ou um a menos para morrer pela pátria –

- Ele não gostaria que voce ficasse assim –

Joe era um bom amigo, mas ele estava tentando fazer o impossível, me consolar, me fazer ficar calma.

- Joe, eu vou para casa, conversamos depois – tentei conter as lagrimas, fazer Joe pensar que eu estava melhor

- Tudo bem, qualquer coisa me ligue –

- Ok -

Respirei fundo e passei pela porta, logo cheguei em casa. Me sentia mal, fraca deitei no sofá mesmo deixando algumas lagrimas caírem.

Me cortava por dentro saber que... que enquanto eu estava ali, deitada, ele estava correndo risco de morte.

Adormeci ali mesmo. Acordei com o som do celular, tocando uma musica conhecida, a nossa musica.

- Nick? - eu pulei do sofá para atender

- Desculpa te ligar tão tarde da noite – me virei para olhar no relógio

03h30min da manhã. – Aqui são 08h10min – ele parecia sorrir

Lagrimas voltaram ao meu rosto

- Rê, não chora, meu amor. Eu estou bem –

- Até quando Nick? Porque voce fez isso? –

- Sempre quis vir para cá, servir meu país, a única coisa que me impedia era voce, eu não iria te deixar -

- Nick, voce deveria ter me contado, eu não deixaria voce fazer isso -

- Me perdoa Becca, por tudo que eu fiz com voce –

- Claro que sim, meu bebê –

- Era só isso que eu precisava ouvir – ele disse sorrindo

- Nick, volta, meu amor. Volta por seus pais, por seus irmãos, por mim, Nick, eu preciso de voce -

Ouvi ele respirar fundo – Não é tão fácil quanto parece, voce só sai daqui de duas maneiras -

- Qual é a segunda? – a primeira eu já poderia imaginar como era

- Quando o soldado já esta aqui há um tempo ele tem direito a ir visitar a família –

- E de quanto é esse tempo? –

- 6 meses – ele disse baixo, mas eu consegui ouvir

Seis meses? Ele teria que ficar seis meses naquele inferno para então poder sair de lá?

Escutei uma voz grossa como se estivesse gritando com os soldados. “Todos dormindo agora, amanhã o dia será pior do que hoje”.

- Eu te amo – ele sussurrou e desligou o telefone

Pior do que hoje? Meu Deus!