Agilidade escrita por Diane


Capítulo 2
Capitulo 2 - Um Pequeno Acidente.




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— Christine, acorde, você vai se atrasar!

Senti alguma criatura me empurrar da cama, rolei para o lado, ficando o mais longe possível da beirada da cama — Bom, pelo menos eu acho que era para aquele lado que ficava a beirada da cama... —, e ergui o lençol cobrindo o meu rosto.

— Mãe me deixe dormir mais uns quinze minutos — murmurei.

Alguma coisa sacudiu meu braço.

— Eu não sou sua mãe, Christine! E agora tire o seu traseiro da cama e vá se arrumar para a faculdade.

Eu estava com tanto sono que nem conseguia abrir os olhos, por mais que tentasse a minha visão ficava desfocada assim que eu abria as pálpebras. Afundei o rosto no lençol e fechei os olhos novamente. Era disso que eu precisava... Dormir, dormir e dormir até o seis horas da tarde, e depois acordar, comer e dormir mais dez horas.

Novamente uma criatura me sacudiu.

— Mãe, eu já falei que é para me deixar dormir.

Ouvi a criatura bufar.

— Eu não sou a sua mãe! Sou eu, Vanessa Kroell, e, aliás, sua mãe está á quilômetros daqui tratando de problemas de deuses!

Vanessa tentou puxar o lençol, mas me mantive firme a ele. A criatura soltou o lençol e ouvi os passos dela se arrastando.

“Finalmente paz” pensei. Eu realmente acreditava que ela tinha saído e me deixado dormir, mas então senti algo gelado caindo encima de mim.

Levantei em um pulo e abri os olhos mais rápido ainda. Eu estava ensopada, os lençóis e minha cama estavam no mesmo estado, e na minha frente, uma criatura segurava um balde cheio de água.

— Sua vaca! — Foi a única coisa que consegui dizer.

Ela nem reagiu, provavelmente já estava acostumada com as pessoas xingarem ela de vaca. A vampira levantou o pulso e checou as horas.

— Você está quinze minutos atrasada.

Atrasada. Essa palavra fez um enfeito milagroso em mim. Corri até o meu guarda roupa numa velocidade recorde, peguei minha toalha e me tranquei no chuveiro. Se eu perder minha vaga do curso de medicina de Harvard, minha mãe me mata, e ela é uma deusa com poderes.

A água do chuveiro estava incrivelmente quente. Nunca fui fã de banhos no chuveiro, sempre preferi uma boa banheira hidro, mas a água quente era maravilhosa para tirar o frio do corpo. Vanessa é uma criatura cruel. Jogou um balde de água fria em mim, em pleno inverno! Essa vaca ainda via receber o troco...

— Christine! Saia do chuveiro, você está aí a mais de meia-hora!

Digamos que hoje, Vanessa está obcecada por horários. Duvido realmente que eu esteja atrasada nesse nível, mas hoje a ruiva quer apresentar o seu novo namorado para nós no café da manhã, então ela quer encontrar sua paixonite o mais rápido possível. Revirei os olhos pensando que na semana que vem ela já vai ter dado um pé na bunda desse namorado e já vai estar com outro.

Então a água parou de descer pelo chuveiro. Inferno, aquela criatura desligou o registro de água! Ilithya vive dizendo que preciso de um psicólogo, mas estou começando a pensar que ela devia levar a sobrinha dela em um psiquiatra.

Enrolei-me na toalha e saí do chuveiro de cara feia.

— Oi? Bom dia? Ah, claro, ninguém fala isso para Christine — Murmurei ironicamente.

Vesti-me o mais rápido que pude e quando olhei para o relógio, surpresa, eu nem estava atrasada, era apenas Vanessa dando chilique.

Vanessa estava impecável. Usando jeans e uma blusa rosa — ela adora roupas rosa — decotada, e com a cara coberta de maquiagem.

Coloquei a minha mochila cheia de livros sobre anatomia humana nas costas e comecei a caminhar pelo corredor na direção do refeitório com a criatura ruiva me seguindo rapidamente com seus saltos altos irritantemente sonoros.

Como sempre, me sentei-me à mesa de costume, lá estavam sentados Damien, Mary e Sam, pelo visto Alec ainda estava dormindo, já que eu não estava ouvindo os pensamentos irritantes dele.

Vanessa veio caminhando na nossa direção acompanhada por um garoto. Ele era bonito, tinha a pele da mesma cor que a minha e cabelos castanhos, o mais incrível era que seus olhos eram dourados, tipo, igual ouro.

Ele estendeu a mão para mim, me cumprimentando.

— Você é a irmã da Nessa? — ele perguntou.

Antes que eu pudesse responder, Alec apareceu. Bom, estava quieto demais para ser verdade.

— Eu sou o irmão dela.

Naquele momento, Alec estava encarando o garoto com aquela cara, tipo, se-você-der-encima-da-minha-irmãzinha-ou-fazer-alguma-besteira-eu-te-mato. Típico.

As criaturas se se sentaram à mesa. Tudo seguia na perfeita normalidade: Mary lia um livro de romance enquanto devorava um mousse — Nunca vou entender como alguém consegue ler enquanto come — Sam e Damien estava discutindo entre si... E Alec estava encarando o namorado de Vanessa como se estivesse analisando uma espécime de laboratório.

— Qual é seu nome? — Alec perguntou.

O garoto revirou os olhos. Não precisava ser um gênio para saber que ele e Alec não seriam melhores amigos.

— Ian Lennox.

Alec estreitou os olhos.

— Você usa lentes de contato ou tem alguma síndrome ocular? —O vampiro perguntou.

Ian lançou um olhar fuzilante para ele e depois sorriu ironicamente.

— Meus olhos são perfeitamente originais.

Revirei os olhos. Será que a toda semana sou obrigada a aguentar isso?

— Alec deixe a criatura em paz, não tem chances de ele ser Cronos pegando a sua irmã.

Alec me lançou um olhar assassino. Eu, obviamente, revidei.

— Eu não vou com a sua cara — Ian apontou para Alec.

— Meus deuses — Alec observou, dando outra mordida da maçã — é porque sou mais bonito do que você?

A cara de Ian se contorceu em uma careta. Comecei a rir, mas acabei me engasgando com o suco.

“Alec, tu tá malvado hoje, hein criatura” falei mentalmente.

“Ah, são apenas seus olhos”.

— Então, imitação de Cronos, você é o que? Vampiro? Feiticeiro? Elfo ou Fadinha? — O vampiro perguntou.

Digamos que Alec é o pesadelo de qualquer namorado de Vanessa.

— Feiticeiro — Ele respondeu e seus olhos dourados brilharam maldosamente — É verdade que alguns vampiros brilham no sol?

— Pergunte para sua namorada — o vampiro respondeu — Ela também é uma vampira.

Vanessa lançou um olhar irritado para os dois.

— Podem ficar quietinhos, por favor?

Alec revirou os olhos.

— Claro, minha amada irmãzinha.

Por um momento jurei que Vanessa iria jogar o garfo nele, mas ela apenas espetou o garfo no mousse de um modo muito furioso. Mary tentou pegar o mousse, mas ele caiu encima dela, Sam tentou ajuda-la a se limpar e esbarrou na mão dela. Mary ficou vermelha.

— Olhe, a Srtª Mary está corando... — Alec deixou escapar.

Mary lançou um olhar assassino á ele.

— Se fizer mais um desses comentários patéticos, eu vou quebrar seu lindo rostinho ao meio.

Alec olhou para mim e depois para Mary.

— Mary você está passando tempo demais com Christine.

Revirei os olhos. Hoje aquela criatura está especialmente irritante. Por algum motivo, quando olhei para ele me lembrei do meu sonho esquisito.

— Nossa! Eu ia esquecer de te contar, Vanessa — falei depois de engolir um pedaço do mousse — Hoje eu sonhei que você estava se agarrando com alguém.

Vanessa riu.

— Ian, cuidado quando for passar pela porta. Abaixe a cabeça senão seu chifre pode bater no batente.

Não é necessário dizer que Ian ficou muito irritado com o comentário amável de Alec. Provavelmente se Vanessa não o tivesse contido, os dois iriam estar se socando nesse momento.

Olhei para o meu relógio. Já era hora de ir para a faculdade.

— Tchau para vocês que agora já tenho que ir — falei — E Alec, você já está atrasado, e se preza a sua vaga em Havard é melhor começar a correr.

Dizendo isso, sai da mesa e caminhei o mais rápido que pude até a saída do refeitório.

[...]

Á um tempo atrás eu nem sabia que o campo de treinamento tinha garagem. Agora eu deixo minha moto aqui

Minha moto foi presente de Hades. Pois é, sei que é estranho o deus da morte dar uma moto de presente á uma garota menor de idade, minha mãe também surtou quando descobriu isso.

A moto era de marca e totalmente preta, com exceção de chamas prateadas desenhadas com tinta prateada. As vezes quando olho com atenção para as chamas prateadas eu vejo silhuetas de caveiras nelas. Mas o que eu podia esperar de um presente do deus dos mortos? Ursinhos e borboletas?

Eu gosto da moto por que ela passa dos limites do som. Literalmente. Quando ando nela é como se tudo virasse um borrão. Os pobres mortais que estão na rua nem me vem, e principalmente, os radares de velocidade não registram nada. É como se andar naquela moto te deixasse invisível á mortais e aparelhos eletrônicos.

Tirei a chave do casaco e coloquei-a na moto. Imediatamente o motor começou a vibrar.

Minha mãe me mataria se soubesse que eu ainda andava naquela moto logo depois de me dar um sermão sobre a minha inconsequência. Coloquei o capacete e subi na moto.

Coloquei na velocidade mínima, que já era muito comparada a máxima de mortais. Pode não parecer, mas eu prezo a minha pele.

Atravessei os portões da garagem e me dirigi para a saída do Campo de Treinamento. Então, subitamente, a moto não obedeceu ao comando. Virei novamente ela, na direção do portão aberto, mas mesmo assim a moto continuava caminhando na direção da parede.

Tentei frear. Os freios não funcionaram.

Então fiz uma coisa que minha mãe me mataria se soubesse. Pulei da moto antes que ela se chocasse com a parede em alta velocidade.

Rolei pelo asfalto, provocando series de arranhões pelo meu rosto. Ao meu lado, pedaços metálicos voaram.

Então foi assim que meu presente de aniversario virou um amontoado de metal.

[...]

— Diga uma boa razão para não ligarmos para sua mãe.

Ilithya me olhava desafiadoramente. E infelizmente, não era só ela, eram todos os mentores do Campo de Treinamento. Consegui o feito de reuni todos os mentores, desde os que eram apenas professores comuns de matemática e geografia, até Ilithya e Raphael.

— Ela vai me matar — tentei parecer convicta.

A feiticeira se aproximou de mim e colocou a mão no meu rosto. Imediatamente senti um frio deslizar por toda a minha pele, curando todos os arranhões imediatamente. Ela resmungou algo sobre ela estar desperdiçando energia de cura.

— Vamos confiscar sua moto — Ela disse duramente.

— Teoricamente não temos nada para confiscar — Um professor de história falou — Mas mesmo assim vamos guardar todo aquele amontoado de metais.

Ilithya me lançou um olhar sério.

— E mais alguma idiotice que você fazer, vamos chamar sua mãe até aqui.

[...]

Naquele dia não fui para a faculdade pelo pequeno acidente que me atrasou demais. Felizmente, os mentores enviaram um e-mail para Harvard dizendo que eu tinha sofrido um acidente e só voltaria no dia seguinte. Portanto, continuo com meu cargo intacto.

Isso até que foi bom. Bom por que pude dormir a manhã inteira.

Dormir. Nada é melhor que isso.

Claro que meu paraíso não poderia durar para sempre. Nunca dura. Dessa vez foi Ilitya que me acordou e me mandou ir para a sala de Treinamento de lutas. Felizmente, não teve um balde de água fria na minha cara.

Aulas de lutas são as minhas aulas favoritas, já que não me destaco muito no quesito magia.

Os horários dos alunos mais novos e dos mais velhos se diferenciam. Os alunos mais novos que estão no ensino médio ou menos passam a manhã tendo aula de matérias normais como matemática, DG, e etc., já quem está na faculdade é livre dessas aulas. Mas o horário após a manhã era o mesmo para ambos. Á tarde tínhamos aulas de lutas e á noite tínhamos aulas de domínio da magia.

O professor de luta é Raphael. Uma criaturinha irritante e o possível amante de Ilithya. Ele é amigo de longa data da minha mãe, tipo, eles se conhecem á mais de 500 anos, portando, ele é bem mais rígido comigo.

Enquanto Raphael estava dando instruções á alguma criatura que nem conseguia socar um saco de pancadas eu fiquei apoiada na arquibancada tirando uma da cara de Damien.

— Não vai treinar não, criatura? — perguntei.

Damien não parecia a fim de treinar. Ele como a maioria dos feiticeiros estava jogando faíscas no teto.

— Não, estou com dor de cabeça hoje.

— Você sempre sente dores nas aulas de lutas — Alec falou enquanto polia a espada — Ontem você disse que estava com dor no braço.

— E antes do ontem você disse que estava com dor nas costas — Sam lembrou.

— Todo dia você está com uma dor — falei — Só falta dizer que está com dor nas nádegas.

Começamos a rir da cara dele. Então Raphael parou de ensinar a pobre criatura a socar e veio na nossa direção. Os olhos cor de caramelo faiscando.

— Aparentemente alguém está de mau humor hoje — murmurei.

Infelizmente eu tinha esquecido que vampiros tem uma audição sobrenatural.

— Christine, para a arena. Agora.

A arena é o lugar especial para lutas e combates. É fora da sala de treinamento, ao ar livre.

— Vou lutar com quem?

Ele não respondeu. Então fui para a arena mesmo assim. No caminho peguei um tridente de prata na prateleira. Tridentes são armas ideais, longas e com capacidade de desarmar espadas.

Fiquei olhando ao redor. Geralmente quando Raphael está irritado comigo ele me manda lutar com Alec, o que é muito ruim, já que bater em Alec é o mesmo que bater em eu mesma, literalmente. Na última vez eu e Alec passamos dois dias na enfermaria.

Então Raphael entrou na arena.

— Quem é meu oponente.

— Eu.

Ele respondeu com um sorriso irônico que me deu vontade de soca-lo. Raphael podia aparentar ter uns vinte anos, mas na verdade ele tem mais de 500 anos, igual á Ilithya. 500 anos de experiência.

— Você está de brincadeira comigo, né?

— Não.

Desde que flagrei ele se agarrando com Ilithya, os dois não estão de bom humor comigo. Desconfio que torturar alunos seja antiético.

Ele tirou uma corrente de ouro do seu pescoço e ela virou uma lança. A lança era longa e com uma ponta afiada demais para a minha saúde. O mais surpreendente era as rosas negras entalhadas na extensão, normalmente eu tiraria uma da cara dele por estar usando uma lança com desenhos de rosas, mas aquelas florezinhas me davam medo.

— É um presente de Perséfone — ele esclareceu.

Eu nem quis saber por que a deusa dos mortos deu uma lança á ele. As florezinhas me pareceram bem ameaçadoras.

A luta foi quase normal. Ele estava agindo com cuidado para não arrancar minha cabeça fora, o que tenho certeza que ele faria se não tivesse o risco de perder o emprego. Eu, como sou incrivelmente boa com tudo, estava me saindo bem.

Resolvi ser um pouco ousada. Prendi a divisão da haste da lança com a ponta em uma das beiradas do tridente e girei. A lança saiu voando da mão dele e se espatifou no chão.

Então a lança começou a rolar numa velocidade recorde até a borda do penhasco. E caiu.

— Minha bebê...

Raphael estava olhando a lança de um modo quase infantil. Depois ele se voltou para mim com um olhar irritado.

— Tinha que ser uma filha de Elise... — ele falou — Corra cinco mil voltas envolta do perímetro do Campo de treinamento, dez voltas para compensar cada ano dessa lança. Agora!

O Campo de Treinamento é bem grande. Lembro-me que uma vez tentei correr cem voltas ao redor do Campo, e que no dia seguinte nem conseguia levantar da cama. Cinco mil voltas? Nem morta.

— Você está brincando!

— Não estou. Pode começar a correr e sem trapaças.

Comecei a correr lentamente, só para ouvi-lo gritar que era para correr mais rápido.

Depois de dar a minha primeira volta percebi que Raphael estava sentado em uma cadeira, comendo doritos, bebendo Coca-Cola e usava um óculos escuros, mas o pior de tudo era um rádio que estava ligado em uma música dos anos oitenta no volume máximo.

Ele realmente me odeia.

[...]

Cinco horas depois eu não conseguia sentir os músculos do meu corpo inteiro. Tive que me arrastar até a sala de Ilithya.

— Aí está você!

Tive que olhar duas vezes para meu cérebro processar. Ilithya estava... feliz?

É, milagres acontecem.

Ela segurou o meu braço e começou a andar até o fundo da sala, me arrastando alegremente. Ela parecia satisfeita e feliz.

Lá no fundo Alec estava sentado.

“Sua tia er... está bem hoje?” perguntei mentalmente.

Ele riu.

“Ela está feliz por que descobriu um modo de anular os efeitos da pedra... pelo menos temporariamente” Ele respondeu.

Á um ano atrás, eu e Alec derrubamos uma pedra sagrada do Parthenon e isso gerou uma espécie de laço mental entre mim e ele. Agora eu posso ler os pensamento dele, e ele ler os meus. Pode parecer legal, mas é bem incomodo ás vezes. Mas o incomodo não é nada comparado ao fato que se um se machuca, o dano se reflete no outro. Se algum de nós morrer... bom, o outro vai para o além junto.

— Bom, o que você descobriu? — perguntei, finalmente.

A testa dela se franziu, e por um segundo, tenho certeza, ela se perguntou como eu sabia que ela tinha descoberto algo, mas então ela olhou para Alec e compreendeu que ele já tinha-me contato telepaticamente.

— Ande revirando aqueles livros da biblioteca, e também pedi uma ajudinha para sua mãe — ela me olhou — E descobri uma técnica temporária. Não é muito eficaz, mas pode ajudar.

Não é muito eficaz. Aquilo não me parecia muito útil.

— Tentem imaginar uma parede sólida barrando a comunicação de vocês. Parece simples, mas manter a concentração não vai ser fácil.

Imaginar a parede foi fácil. Eu vi muitas paredes na minha vida.

— Igual aquela parede na qual você estava se agarrando com Raphael? — Alec perguntou maldosamente.

Sabia que estava demorando muito para ele começar a irritar a tia dele. As bochechas de Ilithya ficaram vermelhas.

— Você está imaginando a parede? — Ela perguntou simplesmente.

Ele revirou os olhos.

— Sim.

— Ótimo.

Foi um movimento tão rápido que nem percebi. Em um segundo, Alec tinha recuado para trás e o lado esquerdo do rosto dele estava vermelho. Demorou quase um século para eu compreender que Ilithya tinha acabado de dar um tapa na cara dele. O mais surpreendente de tudo era que eu não senti o tapa, e isso foi bom, por que pareceu que o rosto dele vai ficar marcado por um bom tempo.

— Você acabou de me dar um tapa? — Ele perguntou, incrédulo.

Ilithya lançou um olhar mortal para ele.

— Isso não fez efeito em Christine. O feitiço funcionou. Isso não pode evitar uma morte, mas danos físicos pode, e isso também anula a telepatia.

Ela falava do modo mais profissional possível, nem parecia que tinha acabado de dar um tapa na cara do sobrinho.

— Eu achava que era proibido mestres baterem nos seus alunos — Alec falou enquanto esfregava o rosto.

— Você pode ser meu aluno. Mas é meu sobrinho.

Eles provavelmente continuariam discutindo, mas foram interrompidos por um estrondo e depois um grito.

Alguma coisa tinha acontecido.


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