Agilidade escrita por Diane


Capítulo 14
Capitulo 14 - Conversa com o deus da morte.




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Então o cara que é uma maniaco invade seu quarto a noite e ainda por cima confunde a raça do seu cachorro. Vanessa não reagiu bem a isso.

— O Presidente Au-au não é um chihuahua! Qual é o problema que as pessoas tem para aceitar isso? — Ela gritou. Bom, isso foi a coisa mais criativa que ela conseguiu berrar.

Ian franziu as sobrancelhas. Ele estava sem armadura e sem armas, apenas com roupas normais de mortais. Os olhos dourados pareciam brilhar estranhamente. A ruiva foi obrigada a admitir que ele parecia extremamente bonito, mas isso não tirava o fato que ele era um assassino e psicopata.

— Tudo bem. Mas por que você está tão nervosa? — O infeliz teve a cara-de-pau de perguntar.

— Nada não querido — disse ela — Apenas a minha casa foi invadida por aberrações, descobri que meu ex-namorado é um psicopata e matou meu pai. Por que alguém ficaria irritado com isso?

Ian ficou quieto. Vanessa sabia que ele não podia negar que ele era um psicopata.

— Eu não matei seu pai.

Ele parecia quase inocente falando isso. Quase. Era só lembrar que ele tinha matado Lauren, Ethan, e Alaric que a impressão de inocência sumia instantaneamente. Bom, Vanessa duvidava seriamente que foi ele que tinha transformado o átrio esquerdo em cinzas, mas se foi ele, era apenas mais um motivo para odiar aquele ser repugnante.

— Irei fingir que acredito na sua inocência.

Então ela reparou onde ele estava. Ian estava sentado na beirada da cama de Christine ( Isso certamente deixaria Christine muito irritada quando soubesse), mas isso não era importante, Vanessa reparou que por uma coincidência divina, tinha um vaso de cerâmica bem encima da escrivaninha que era próxima da cama. A ruiva sempre gostou de cerâmica e tinha alguns vasos espalhados por aí. Esses vasos nunca foram tão úteis.

Hehehe, ela pensou malignamente, é só fingir que vou abraçar ele. Vou pegar o vaso do lado e tacar na cabeça dele com o máximo de força possível. Depois que ele desmaiar vou fazer uma forcinha e jogar ele pela janela. Cabum! Vai ter um psicopata com o crânio estourado no chão. Ou será que é mais fácil esfaquear ele com um salto alto pontudo?

Ela decidiu que iria escolher depois. Vanessa tinha que faze-lo desmaiar primeiro.

— Ah, eu te amo! — Ela disse e pulou para cima dele em um abraço.

— Hã?

Digamos que Ian ficou ligeiramente confuso. Segundos atrás ela estava o chamando de psicopata e depois estava o abraçando? Bom, seu pai sempre tinha dito que mulheres eram estranhas.

Vanessa pegou o vaso e arremessou com tudo contra a cabeça dele. Ela estava vibrando por dentro. Tia Ilithya iria agradece-la por ter acabado com a raça de um psicopata e ela poderia se exibir para eternidade para Christine "Hahaha, você não conseguiu matar ele. Eu consegui! Eu sou mais genial que você!". Seria brilhante. E ela nunca mais seria considerada inútil.

Mas então o vaso virou cinzas assim que encostou na cabeça dele.

Ops. Ferrou. Que tal correr agora?

Mas correr para onde? Bom, ela poderia pular a janela, certamente seria uma morte mais limpa do que ser torturada por um deus grego da morte furioso. Pois é, ela começou a acreditar que ele realmente era o deus grego da morte.

— Serio, foi sem querer — Ela tentou justificar. Mas ia falar o que? Ops, eu sem querer estava segurando um vaso que por coincidência era muito pesado e mortal, aí tentei te abraçar e sem querer mesmo, acabei jogando o vaso na sua cabeça. Desculpa? Não, ia soar muito ruim — Okay, talvez eu tivesse a intenção de te matar. Mas, você não morreu, então estamos todos felizes, certo?

Ian, ou Thanatos, ou o deus-sanguinario-e-psicopata, defina como quiser, encarou ela por dois segundos em choque. Até deuses podem ficar em choque de vez em quando.

Vanessa se sentiu ficar vermelha e se afastou dos braços dele.

— Isso foi a pior tentativa de assassinato que já ocorreu, certo? — Perguntou.

Ele lançou um olhar cético para ela.

— Foi a mais patética.

A garota ficou encarando os pés, ela sabia que ele estava encarando-a. Vanessa estava esperando que ela começasse a sofrer torturas horríveis a qualquer momento, mas aparentemente ele só ficou parado tentando decidir se ria ou se ficava chocado.

— Você é realmente o deus da morte — Ela reuniu coragem para perguntar.

— Você quer que eu prove?

— Não muito obrigado, mesmo.

É, nada arruína mais que uma conversa do que uma tentativa de assassinato mal sucedida.

— Então, Thanatos, ou os raios que parte que você se chame — disse Vanessa — Se você é um deus grego, por que está servindo Trivia?

Vanessa se sentiu genial por ter formulado essa pergunta. Se o cara era um deus grego, que vantagem ele obteria servindo uma mortal?

Ele lançou um olhar assassino, e a ruiva se arrependeu de ter falado.

— Eu não sirvo aquela mortal insignificante — É sempre surpreendente o amor dos deuses pelos mortais, não acham?— Eu sirvo ao meu pai, Erebo. Ajudando ele a destruir Nyx, ele vai me recompensar com o mundo inferior.

— Mas você já é o deus da morte — Vanessa nunca foi boa em decorar a história de todos os deuses.

Novamente Thanatos encarou ela, provavelmente tentando decidir se ela estava tirando uma da cara dele.

— Você matou todas as aulas sobre a história dos deuses? — Ele perguntou.

— Mais ou menos isso.

É, isso estava estampado na cara dela.

— Bom, eu sou o deus da morte. O primeiro que surgiu, mas uns anos depois apareceu Hades, um olimpiano patético, e virou rei do mundo inferior. As pessoas sempre pensam em Hades como o deus da morte, o rei do mundo inferior, já eu, sou apenas um deus menor. Meu pai prometeu que assim que destruísse Nyx, ele ia mandar Hades para o Tártaro junto.

Vanessa não entendeu muita coisa. Ela realmente precisava começar a estudar sobre mitologia grega.

— Tudo bem, mas o que diabos você veio fazer aqui? — ela perguntou.

Ele revirou os olhos novamente. Vanessa reparou que todos os filhos de Nyx que ela viu até agora tinham esse péssimo habito.

— Você é tão lerda quando Éris as vezes — murmurou ele.

— Quem?

— Éris, uma outra irmã minha, mas esqueça que te falei isso. Eu vim aqui para propor para você se juntar a mim.

Ela estava surda ou estava alucinando? Aquele infeliz, depois de matar seu pai ainda vinha falar para ela se juntar á ele e á Trivia, dois psicopatas assassinos. Simplesmente hipócrita. Talvez nunca mais deuses fossem propor acordos com ela, principalmente um deus bonito assim, mas não importava.

— Não.

— Sério? — Ele parecia...decepcionado?

— Aham. Agora pode sair daqui.

Vanessa sentiu que estava brincando com fogo ao tratar um deus dessa forma. Qualquer minuto ele poderia transforma-la em uma perereca e condena-la á lagos pela eternidade, o que definitivamente não seria bom. Mas felizmente ele não fez isso. Ele permaneceu sem expressão mas pelo olhar dele, não tinha aceitado isso bem.

— Ótimo. Mas na próxima vez que ver você novamente não vou ser amigável.

Ele desapareceu nas sombras do quarto em segundos. Aquilo a deixou aterrorizada. O quarto estava com um cheiro estranho. Cheiro de flores que se colocam em velórios ou em caixões.

Ela definitivamente não conseguiria dormir esta noite.

[...]

Perspectiva de Christine

Eu estava muito feliz dormindo. Não há nada melhor do que dormir e sonhar com pizza e sorvetes. Sem monstros. Sem deuses maniacos. Sem feiticeiras loucas. Basicamente, sem nenhum problema.

— Christine acorde — Aquela voz era de Mary, tenho certeza, ninguém pode ser tão certinho de manhã. Qual seria o problema de me deixar dormindo? Será que ninguém percebe que já tenho problemas suficientes para uma vida inteira e dormir é uma forma de ter um pouquinho de paz?

Senti algum filho da p... (Crianças não falem isso!) puxando a minha coberta. Naquele momento senti uma vontade estranha de pular da cama dando socos na cara de um, mas estava com preguiça demais para levantar.

— Vamos, se levante — Essa voz não era de Mary. Pera aí! É a voz daquela garota estranha que conjura cobras em chamas! Kimberly era o nome dela, ou sera que era Quindin?

Só como sou uma pessoa bem teimosa, eu não levantei. Ah, eu também estava com um sono do caramba.

— Já são duas da tarde. Se você não levantar, vou jogar você em uma banheira de água fria — Essa voz era de Alec. O que essa criatura está fazendo aqui.

— Tente se quiser morrer — murmurei.

Senti alguém tentando me levantar da cama. Não é que o idiota quer morrer mesmo? Me impulsionei para frente tentando me agarrar o colchão, mas não deu tempo, só senti o ar abaixou de mim.

" Eu não vou acordar com um banho de água fria" pensei.

Sem abri meus olhos, virei minha perna numa espécie de chute diagonal. Senti minha perna atingir algo. Ah, o meu mestre de karate iria se sentir orgulhoso de mim se visse isso.

Infelizmente, eu caí de costas no chão.

Abri meus olhos instantaneamente. Ah, droga. Mary estava esfregando o lado do rosto e a pele ao redor do olho dela estava vermelha e no formato do peito do meu pé.

— Desculpa, Mary. Juro pelos deuses que não queria acertar seu olho. Eu queria acertar esta praga — Apontei para Alec que estava se engasgando de rir.

Mary fuzilou Alec com um olhar.

— Você falou que iria conseguir imobiliza-la até a banheira.

— Eu iria adivinhar que alguém que ela iria dar uma voadora no ar?

Foi uma voadora? Que legal.

Tive um pressentimento que dormi demais, não sei por que. Talvez foi por que todos naquele quarto estavam devidamente arrumados eu eu estava com pelos de gato no meu cabelo. Bom, Idia dorme encima da minha cabeça, então logicamente vai ter pelo de gato do meu cabelo.

— Oi Alec, muito obrigado por me derrubar no chão e quase quebrar minhas costas, mas o que você está fazendo aqui mesmo?

Me levantei do chão e segurei-me para não dar um chute nele. Idiota, as minhas costas estavam realmente doendo.

— Você é tão simpática de manhã — ele observou. Tenho certeza que simpática não é a palavra que ele estava pensando — A minha amável irmãzinha sumiu, e eu pensei que você saberia onde ela está.

Senti um calafrio percorrer meu corpo inteiro. Vanessa sumiu, e ontem eu tinha deixado ela sozinha no quarto por maldade.

— Não sei onde ela está — admiti.

Ele revirou os olhos.

— Hoje ela não apareceu no café da manhã. Mais tarde procurei ela nos quartos das amiguinhas dela, fui até no quarto de Damien, mas ela não estava lá. Acho que percorri metade dos dormitórios femininos e não achei ela.

Isso me fez sentir culpada. E se ela foi sequestrada? Ou morta por aquele ser infeliz que também infelizmente é o deus da morte?

Inferno. Não tem como uma manhã ( ou tarde) começar pior.

Vamos começar pensando positivo. É possível que ela tenha tido um pesadelo, não conseguido dormir mais e resolveu ir no dormitório de alguém para conversar. Algo plenamente aceitável.

Olhei para Mary e tive uma ideia genial.

— Mary se você tivesse um pesadelo á noite. Estivesse sozinha em um quarto, depois de um ataque, e sentisse medo de ficar no quarto, para aonde você iria?

Ela ficou parada por um tempo, pensando. Estava começando a desistir de esperar a resposta quando ela resolveu falar.

— Eu iria falar com Ilithya, é claro.

Encarei Alec.

— Você foi procurar ela no quarto da sua tia?

— Bem... não.

Revirei os olhos. Tipico.

— Bom, então vamos procurar lá.

[...]

Por algum motivo, aquela criaturinha detestável, Kimberly, resolveu ir procurar junto. Entenda, ela não é parente de Vanessa, nem amiga e mal conhece ela, então por que ela resolveu ir procurar? Vai ver que ela sabe que a simples presença dela me irrita e resolveu ir junto só para me atormentar.

— Christine? — Ela falou baixinho enquanto caminhava ao meu lado.

— Fale.

— O seu amigo é um gato — Até o ser mais idiota e burro do mundo pode compreender que ela estava falando de Alec. Então de repente descobri por que ela resolveu ir ajudar a procurar Vanessa. Garotinha ordinária.

— Miau — Alec disse. É obvio que ele ouviu, vampiros tem boa audição.

As bochechas da garota detestável ficar vermelhas.

— Alec desde quando você gosta de gatos? — perguntei inocentemente.

Supus seriamente que ele queria me estrangular naquele momento. A cara dele foi tão engraçada que quase comecei a gargalhar.

"Christine, pare de ser irritante, você destruiu o meu flerte" ele falou por via telepatia.

"Ué, eu só disse que você não gosta de gatos, qual é o problema disso?"

" Você detesta essa garota"

Infelizmente, por causa da telepatia ele sabe quase tudo que eu penso. Tenho certeza que ele deve ter capturado alguns pensamentos meus que provam que quero socar Kimberly.

" Oh que novidade"

"Eu não detesto ela" Ele afirmou.

"Claro que não. Você gosta bastante dos peitos dela. Vá tirando o cavalinho da chuva, não vou deixar você dar uns pegas numa maniaca"

"Ela é bem legal. Ela não tem mania de tacar pó de mico nas pessoas, por exemplo".

"Ela invoca cobras gigantes em chamas" protestei.

" Não invoca. Só você viu isso"

"Isso não é suficiente?"

"Não"

Dei uma discreta cotovelada nas costelas dele. Imbecil. Todos os garotos são assim, por mais que inteligentes que sejam, é só ver um par de peitos que viram idiotas.

" Dane-se tudo. Você não tem a minha permissão para se agarrar com ela"

"Desde quando preciso da sua permissão para algo?"

"Desde que pegou aquela pedra idiota e aquela pedra causou essa telepatia. Em hipótese algum quero ver você pensando em uma maniaca."

"Ela não é maniaca"

"É sim"

"É não"

"É sim"

"É não"

"É..."

— Christine e Alec, por que vocês estão se encarando? — Mary perguntou.

— Nada, só estávamos pensando — Alec respondeu com carinha de anjo. Eu queria quebrar a cara dele, e adoraria quebrar a cara de Kimberly como bônus. Eu não vou com a cara dessa garota.

Então chegamos até a porta do quarto de Ilithya. É proibido entrar no quarto dos professores, mas e daí?

Estava prestes a abrir a porta e quebrar uma regra, mas Ilithya abriu a porta primeiro e nos encarou. Ela não parecia bem, parecia cansada, nervosa e irritada.

— Ás sete e meia da noite vai ter uma reunião na minha sala. Compareçam.

Então ela fechou a porta na nossa cara.


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