O País dos Generais escrita por Redbird


Capítulo 2
Olha a cama de gato


Notas iniciais do capítulo

Hey seus lindos :D
Oia eu aqui de novo. Eu realmente espero que gostem desse capitulo. Beijooos



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Brasil, 11 de Abril de 1964

Livre. Talvez fosse um exagero, mas era exatamente como eu me sentia enquanto caminhava até a faculdade. Todos estavam falando sobre o baile do feriado de Tiradentes no clube no final do mês e mamãe não parara de falar nisso a manhã inteira. Daria qualquer coisa para poder escapar. Eu preferia passar uma tarde fazendo cálculos (coisa que eu odiava) do que que ter que aguentar as pessoas me olhando feio simplesmente porque eu não conseguia manter uma regra de etiqueta estúpida como sentar corretamente.

Não havia como fugir. Não depois que mamãe deixara claro o quanto aquele baile era importante para os negócios da família e para Prim. Minha irmã mais nova estava em polvorosa porque o namorado dela finalmente se tornaria seu noivo no baile. 19 anos e ela já fisgara o melhor partido da cidade, além de ser caloura na faculdade de economia. E eu sabia o quanto esse maldito baile era importante para o meu pai, por isso esperava de todo o coração que eu não estragasse as coisas.

Suspirei, deixando o ar fresco entrar nos meus pulmões. As árvores da Redenção me acalmavam. Eram como aquelas histórias que eu amava. Eu podia ser chapeuzinho vermelho, eu podia ser a garota que desapareceria sem vestígios no meio da floresta. Para variar eu deixei que meus devaneios me atrasassem para aula. Não demorava nem 15 minutos a pé da minha casa até a universidade, mas às vezes eu levava até meia hora. O tempo não é algo muito confiável para mim.

Havia homens fardados na porta da UFRGS. Já fazia quase duas semanas que os militares tinham tomado o poder, três dias que eles estavam sempre lá e eu ainda não conseguia me acostumar. Eu me sentia vivendo numa país caótico, sem saber exatamente o que ia acontecer. O que era verdade. E ver aqueles homens armados me dava arrepios.

Todos cumprimentavam os militares com um aceno de cabeça, eu apenas passei reto tentando não ser notada. Eles apenas me lançaram olhares entediados. Graças a Deus, eu não era bonita o suficiente para chamar a atenção deles. Eu não, mas Johanna era.

–Olá bonitões! Se sentindo poderosos né? Não querem brincar com armas melhores?- Perguntou ela, sorrindo descaradamente para um dos soldados.

Entrei em pânico e a segurei pelo braço, empurrando direto para o prédio onde tínhamos aula. Felizmente tínhamos essa aula juntas.

–Você está louca? - Deixei que a minha raiva fosse traduzida no meu rosto- Que diabos pensa que está fazendo?

Johanna parecia alheia a minha raiva e me olhou como se eu fosse um ser do outro mundo. Mais do que um ser de outro planeta, alguém claramente estúpido.

–O que estou fazendo? Dizendo o que penso. Você deveria começar a fazer isso também, sabe. Faz bem a saúde. Por que não diz a sua mãe que não quer ir naquele maldito baile.

Encarei a garota séria. Johanna claramente tinha perdido sua mente.

–Johanna, você tem ideia do que eles podem fazer com você? Eles podem te bater, eles têm poder, eles....

Johanna me silenciou com a mão.

–Sim, eles podem me torturar, eles podem fazer o que quiserem. Mas vou te dizer uma coisa- disse ela abrindo a porta da sala- Alguns de nós preferem ser mortos a ter que se calarem.

Suspirei e segui Johanna. A sala não era muito grande. e me sentei do lado da minha amiga em uma das fileiras do meio. Uma sensação de estar sendo observada me invadiu e instintivamente me virei. Lá estava o irmão de Cato. Ele desviou os olhos assim que o encarei. Definitivamente esse garoto era problema. Que droga, por que ele tinha que fazer essa disciplina comigo? Nós só tínhamos nos encontrado uma vez, mas o comentário dele sobre mulheres e protestos fora o suficiente para não gostar dele de cara.

–Essa é sala da disciplina de Filosofia Contemporânea?- Ouvi alguém me perguntar.

Sorri e assenti. A garota me parecia totalmente perdida e me lembrei do meu primeiro dia na universidade. Como tinha sido difícil!

–Oi, sou Rue. Sou do curso de Música- Ela mexeu nos cachos negros desconfortável.

Música. Isso combinava perfeitamente com o ar adorável da garota.

–Katniss-respondi sorrindo- Faço Letras.

–Johanna- ouvi minha amiga respondendo- Jornalismo.

Rue iria comentar algo mas foi interrompida pela chegada do professor. Cinna Medeiros. Todos os alunos o tinham como um deus. Falavam maravilhas das aulas dele. Me arrumei melhor na cadeira, essa era a disciplina que tinha sido atrasada por compromissos do professor e a que eu estava mais ansiosa para começar.

–Muito bem, acredito que estejam todos aqui- começou ele sorrindo para cada um dos alunos- Bem vindos a doce tortura de Marx, Adorno e olha senhoras e senhores. temos uma senhorita muito simpática aqui. Hannah Arendt

Johanna cutucou Katniss

–Não é um alivio? Depois de todos aqueles professores velhos e chatos ter aula com alguém como Cinna?

Rue concordou e eu tive que rir. Cinna deveria ter algo entre 35 e 50 anos, muito mais jovem do que o restante do corpo docente. Além disso, vi que Johanna tinha achado a pele morena do professor interessante. Eu concordava, claro, mas estava mais interessada no que os filósofos tinham a dizer. E Cinna realmente era o tipo de professor que poderia fazer com que os alunos se apaixonassem por sua matéria.

–Esse semestre estudaremos alguns textos importantes. Felizmente, estamos na parte mais polêmica da filosofia, o que talvez evite que algum de vocês durmam nas minhas aulas. Não tem como dormir com Nietzsche. Nem com Marx. Por exemplo, por que será que a Elite Brasileira....

Alguém bateu na porta e fez com que todos se sobressaltassem. Cinna apenas sorriu tranquilamente para a classe, mas consegui ver um principio de nervosismo nele.

–Deve ser o bicho papão- comentou ele, ainda divertido.

Quando ele abriu a porta havia dois homens fardados. Um deles entregou um bilhete para Cinna que leu atentamente. Sua expressão era calma, mas eu podia jurar que havia raiva por trás de toda aquela serenidade.

–Muito bem. Parece que teremos companhia na aula hoje.

Senti meu estômago revirar quando os soldados passaram por mim. Baixei minha cabeça para que não vissem como me assustavam. Os dois se postaram nas últimas cadeiras no fundo da sala, com suas armas do lado. Minha admiração por Cinna cresceu quando ele voltou a dar aula normalmente como se nada estivesse acontecendo.

Johanna me passou um bilhete

"Estou saindo. Se os militares estão aqui o professor não vai falar nada interessante. Tem um broto da arquitetura lá no bar com meu nome"

Revirei os olhos para Johanna que se retirou da sala discretamente,

–Como eu ia dizendo- O professor continuou- Se você quer conhecer um filósofo, entender bem seus textos, você tem que entender a época em que ele viveu. Marx, por exemplo, era um judeu na Alemanha, numa época em que todos passavam fome e que as pessoas trabalhavam 18 horas em uma fábrica por um pedaço de pão.

Olhei para o professor maravilhada. Ele não tinha se intimidado pelos militares, pelo contrário. Tinha se inspirado com eles. Ele falava e falava, e eu sentia que algum deles logo o tiraria dali, com um tiro no meio da testa, mas os soldados continuavam com expressões impassíveis, como se não estivessem ali, como se não estivessem ouvindo Cinna contradizer tudo o que eles acreditavam.

–Quero que reflitam- disse ele no final da aula- Sobre a importância da liberdade de expressão e da igualdade. Sei que talvez alguns de vocês talvez tenham estudado isso na Filosofia Iluminista, mas é bom lembrar. E quero que me escrevam um ensaio sobre por que regimes totalitários estão na contramão da história. Dispensados.

E ele saiu. Fiquei um tempo sentada, tentando assimilar o que acontecera. Só voltei a mim quando os militares passaram por mim.

–Uau, isso foi corajoso- disse Rue do meu lado.

Assenti

–Corajoso e perigoso- comentei.

Rue apenas balançou a cabeça como se concordasse, ela também parecia preocupada com o professor e aliviada que nada acontecera. Enquanto nos direcionávamos para a saída do campus ela me convidou para um show que a banda dela iria fazer no final de semana. Nunca fui muito de festas, mas o show parecia muito legal então respondi que tentaria ir.

Não sei o que me fez olhar para o canto escuro que ficava na dobra do prédio. Não sei se foi reconhecer o a voz, que soltava gemidos de dor, se foi pressentimento. Só sei que quando vi Johanna estirada no chão enquanto um homem baixava o cassetete nas costas dela o mundo ficou estranhamente lento. Ele a levantou claramente se divertindo com o medo nos olhos dela. Johanna parecia tão frágil. E os olhos dela encontraram os meus assim que o homem a puxou pelos cabelos, uma mão passando perigosamente pelas pernas.

Observei fascinada enquanto ela gritava, parte de mim queria agarrar o homem com uma fúria assassina e fazer com que ele sofresse o que Johanna estava sofrendo. A outra, mais covarde do que eu queria admitir, queria correr dali, nunca mais voltar. Ao invés disso fiquei lá parada, olhando enquanto ele a chamava de vadia, enquanto o sangue escorria de suas costas e de suas pernas e até mesmo enquanto ela me encarava.

Alguém gritou. Acho que fui eu. Era tudo tão estranho. Como ver uma cena da perspectiva de outra pessoa. As lágrimas corriam enquanto eu apenas gritava. Um dos soldados veio até a mim, gritando algo para que eu fosse embora. Rue respondeu algo do meu lado. Não pude ouvir. A única coisa que eu conseguia ouvir ou ver eram os olhos de Johanna, eles estavam fixos em mim. Implorando por ajuda, eu podia ver a raiva e a humilhação ali, e eu podia me ver, como num espelho. Tão covarde.

Ouvi um segundo barulho alguém correndo. Só vi quando um homem se postou na frente de Johanna, empurrando o soldado que a segurava. Ele tinha as duas mãos levantadas em sinal de rendição, mas sua posição e seus olhos deixavam claro que não sairia da frente dela. Com um sentimento que consegui registrar vagamente como sendo surpresa, percebi que era o irmão de Cato. O Garoto do qual mal lembrava o nome ou o curso, acho que era Peeta.

Ele se interpôs entre Johanna e os soldados.

–Seus superiores ordenaram que vocês batessem na garota ou a usassem?- Perguntou encarando os soldados.

Os dois homens olharam para o garoto parecendo se divertir.

–Calma ai loirinho. Estamos apenas nos divertindo e ensinando a moça uma lição.

Os pulsos de Peeta se fecharam. Pude sentir a energia cheia de raiva que ele irradiava. Parecia prestes a ir para cima dos soldados. Um deles jogou Johanna para nós. Aquilo foi o suficiente para me tirar do estupor. Corri até ela e ajudada por Rue, nós a seguramos e a mantivemos de pé enquanto Peeta lidava com os soldados.

–Tirem-na daqui. Ela precisa aprender a respeitar autoridades- Falou um dos soldados enquanto se aproximava de Peeta-Isso foi só uma brincadeira. Se a coisa fosse séria, se fosse um dos meus superiores, ela não estaria viva. Lembre-se disso. Não aliviaremos para comunistas ou baderneiros.

Nós a levamos correndo para o hospital mais próximo, nenhum médico fez perguntas. Meia hora depois ela já estava dormindo. Johanna não tinha família, não em Porto Alegre, o que só fazia a coisa toda ser ainda mais cruel. Ninguém para apoia-la, ninguém para protegê-la. Eu não a tinha protegido. Peeta partiu assim que ela dormiu. Ele não falou nada com a gente, apenas agilizou a papelada, de forma eficiente. Me lembrei que ele fazia medicina. Acho que isso lhe dava conhecimento e acesso mais fácil ao hospital.

Rue e eu ficamos ali mais um pouco. Não conseguia encarar Rue. Ela tinha conhecido Johanna por apenas alguns minutos e tinha feito mais que eu. Peeta que não a conhecia tinha feito mais. O que eles iriam fazer com ela... me arrepio só de imaginar o que aconteceria se Peeta não tivesse impedido.

–Eu sinto muito- falei, tentando aliviar minha culpa. Não funcionou. Ela não podia ouvir, nem eu.

Senti um toque gentil em minhas costas.

–Katniss você deve ir para casa. Ela está segura agora- falou Rue.

Anuí fracamente. Não sabia se teria coragem de encarar Johanna quando ela acordasse. Senti vergonha por Rue estar me considerando tão fraca e saí apressada. Quando senti o vento fresco do lado de fora, percebi que não podia voltar para casa. Havia algo de errado nisso. Então eu fui para o único lugar seguro que consegui pensar. Para a única pessoa que talvez conseguisse me fazer sentir bem de novo depois do que eu vira.

A Casa de Gale não ficava muito longe do hospital. Fui para lá, sentindo que o mundo parecia estranhamente mudado. Não era o mundo. Era eu. Subi as escadas até o apartamento dele. O apartamento de Gale, era um pequeno imóvel, humilde e aconchegante. Mal cabiam as 7 pessoas que moravam lá, mas eles sempre davam um jeito.

Quando cheguei, senti o cheiro de Esfiha tão conhecido. A Mãe de Gale, Hazelle, fazia esfihas e kibes para vender. As pessoas achavam exótico então ela sempre tinha clientes. Eu me orgulhava de conhecer um pouco mais. Amava a Mjadra, uma espécie de arroz com lentilha, também havia o Falafel, um salgado que não perdia nada para coxinha.

–Katniss- ela abriu a porta parecia atordoada, provavelmente por causa do trabalho- Gale não está aqui.

Ela no entanto não deixou que eu respondesse, deve ter percebido meu estado e já estava me arrastando para a cozinha. Uma parte do meu cérebro registrou fracamente um rádio. A voz era monótona. Já era noite, provavelmente Hazelle estava ouvindo o repórter Esso.

–Meu Deus querida!- disse ela enquanto me servia um copo de água- O que houve?

Milagrosamente consegui contar para ela. Era incrível, mas enquanto eu desabafava entre lágrimas, percebi que ela me entenderia melhor do que a minha mãe. Quando terminei, baixei meus olhos para o chão. Por mais que a senhora fosse gentil, eu sabia que não merecia compreensão. Deus, eu era tão patética.

–Katniss- ouvi a voz de Hazelle, um tanto diferente, mais dura do que eu podia imaginar-Não é sua culpa.

Eu levantei os olhos e percebi que minha amiga estava com uma expressão dura, mas não era para mim. Ela tinha a expressão que eu via quando ela negociava, que ela tinha quando ralhava com um dos filhos ou para alguém que ameaçava sua família. Alguém pronto para lutar.

Meus olhos pousaram em um folheto que estava na mesa. Quando peguei, ela ficou em pânico, mas não conseguiu evitar que eu visse. Não tinha percebido, mas a mesa estava cheia de jornais. Olhei para Hazelle confusa.

–Isso é um folheto do partido comunista Hazelle- comentei, me sentindo um tanto estúpida pelo comentário obvio.

Hazelle assentiu.

–Você...

–Katniss, me escute. Você sabe o que aconteceu hoje?- Perguntou ela, mais séria do que eu já vira na vida.

Sacudi a cabeça, ainda não tinha tido a chance de ler jornais naquele dia.

–Temos um novo presidente, Castelo Branco. Não faz nem dois dias eles divulgaram um ato constitucional cassando os direitos políticos de quem eles consideram perigoso.

–Mas isso é temporário. Ouvi dizer que teremos novas eleições no final do ano.

Hazelle sacudiu a cabeça.

–Não seja ingênua. As coisas vão ficar piores. O que aconteceu com sua amiga.... é só o começo.

Eu não estava gostando do ritmo daquela conversa. Não era estúpida. Sabia que tinha algo perigoso acontecendo. Mas depois do dia que eu tivera....

–Então, você simplesmente resolveu virar comunista? Isso é perigoso Hazelle. Essa gente é baderneira.

Hazelle sorriu, como se esperasse essa resposta.

–Eu sempre fui comunista. Pelo menos desde que me casei com o pai de Gale. Nenhum dos dois nunca soube.

Ohei para ela espantada e vi uma súplica em seus olhos.

–Gale não pode saber, por favor Katniss, não conte para ele. É perigoso demais.

Ela tinha razão, Gale não podia saber. Senti medo ao imaginar Gale se envolvendo com isso e me perguntei se ele já não sabia. Aquela nossa conversa no dia da revolução.... Hazelle me olhou com uma expectativa e me fez uma pergunta que me deixou sem ar.

–Katniss o que você está sentindo agora?

Olhei nos olhos da minha amiga. Eu estava me sentindo impotente, envergonhada. Tinha vontade de correr e nunca mais voltar. Pensamentos sobre o que acontecera com Johanna invadiam minha mente, o medo por Gale. O medo que sentira pelo professor Cinna. Os homens armados na Universidade...

–Eu sinto raiva- respondi sincera- Eu sinto raiva de mim, dos soldados, de Johanna, eu....

–Katniss, você não é apenas essa garotinha judia bem comportada. Você é uma guerreira, assim como eu. Eu sempre pude ver isso. Há momentos na vida que você tem que fazer uma escolha, que mudam tudo. O ataque da sua amiga foi o seu momento. Você não precisa mais se sentir tão impotente assim.

Olhei para ela, deixando que as palavras de Hazelle assentassem em minha mente.

–Você está me convidando para entrar no partido comunista?

Hazelle negou com a cabeça.

–Não, Katniss. Estou te convidando para entrar na luta contra os trogloditas que bateram em Johanna. Contra os soldados que entraram na sua universidade e contra esse regime imposto pelos Estados Unidos. Estou te convidando para entrar na luta armada contra os militares.


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Notas finais do capítulo

Owwww meus lindos. E agora? Eu realmente espero que tenham gostado do capitulo. Obrigada por lerem. O título se refere a música Cama de Gato do Gonzaguinha. http://letras.mus.br/gonzaguinha/46276/



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