Living in Hell - Fanfic Interativa escrita por Saulo Poliseli


Capítulo 31
Capítulo 31 - Nós Somos o que Comemos VI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603341/chapter/31

Mark, Stefan e cia permaneciam caminhando em direção a casa, eles já tinham andado cerca de quatro horas e ainda estavam longe de chegar ao objetivo. Já estava anoitecendo e com isso o frio aumentou, ainda mais com o vento gélido que soprava naquele começo de noite.

Lizzie sugeriu que eles parassem para acampar e continuar na manhã do dia seguinte, e todos concordaram. No local onde eles estavam não tinha nenhuma casa ou abrigo para ficar durante a noite, então eles teriam que passar a noite na beira da estrada e em volta de uma fogueira.

Stefan, John, Lizzie e Jones, que acordou enquanto o grupo voltava pra casa, foram procurar por lenha, enquanto Mark, Ariel e Bernard permaneceram no local e já começavam a se ajeitar para passar a noite ali. Mesmo com a dor e limitação de movimentos, o ex-militar ajudava os dois tirando o excesso de neve que tinha no chão.

– Mark, pode descansar, não precisa ajudar – Disse Ariel, um pouco preocupada com seu namorado.

– Isso não é nada, já fiz treinamentos que eram piores do que isso.

Até o momento Bernard não tinha dito uma palavra sequer, e Mark não se preocupou com isso pelo fato dele ser um estranho que o ajudou contra os canibais, Mark pensou que talvez Bernard já tinha tido alguma experiência ruim com os canibais e por isso ele os ajudou mesmo não conhecendo o seu grupo. O ex-militar não fez perguntas porque estava convicto disso que pensava e imaginou que fosse a personalidade de Bernard, não falar e ser quieto daquele jeito.

Mas Ariel se encarregou de conversar com o Bernard, após eles terem terminado de ajeitar o terreno para passar a noite, os três se sentaram para esperar a lenha chegar.

– Então, como você se chama? – Perguntou a judia, olhando para Bernard – Eu me chamo Ariel, e esse aqui é o Mark.

– Eu não lembro o meu nome, senhorita – Respondeu Bernard – Há algum tempo eu sofri uma pancada na cabeça e perdi algumas partes da minha memória. Eu também não lembro como esse inferno começou.

– Ah, sinto muito por isso – Disse Ariel, trocando seu olhar de Mark para Bernard – Podemos te chamar por algum nome, um apelido? Seria mais fácil para nos dialogar.

– Me chamem de Nameless(*) – Disse Bernard, retirando a sua mochila das costas e pegando a garrafa d'água outra vez.

Ele bebeu um grande gole e guardou a garrafa na mochila novamente, porém ele tirou outra garrafa ainda maior que também tinha água dentro, e Bernard a arremessou em direção da judia, em seguida ele tirou três barras de cereais vencidas e colocou sobre o chão.

– É tudo o que tenho.

– Essa noite vai ser difícil – Disse Mark, se encolhendo.

Alguns minutos depois, Stefan, John, Lizzie e Jones voltaram com bastante lenha nos braços, eles separaram toda a lenha em três pontos para fazer três fogueiras, pois apenas uma não seria suficiente para a madrugada congelante que estava por vir.

Quando as três fogueiras estavam queimando, Bernard ofereceu as três barras de cereais para o grupo de Mark, que no total eram seis pessoas, e eles tiveram que dividir todas as barras em duas partes para que todos pudessem comer. Ariel ofereceu a metade da sua barra de cereal, que já estava com a metade do tamanho original, para Bernard, mas ele recusou.

– Porque nos ajudou? – Perguntou Stefan, devorando a sua parte da barra de cereal – Você não conhece nós e mesmo assim nos ajudou. Porque?

– Eu não podia deixar vocês lá para morrer – Respondeu Bernard – Eu já tinha visto aquele rapaz matando e torturando gente inocente por prazer, ele era um cara louco e merece morrer – Bernard se referia a Matthew.

– Você já conhecia ele? – Perguntou Mark – Quero dizer, já teve alguma experiência com aquele cara?

– Não. Eu apenas vi ele capturando pessoas e fazendo aqueles atos bárbaros, igual ou ainda pior que fizeram com vocês.

[...]

– Certo, vamos sair pela janela – Disse Harry, desviando o seu olhar do corpo morto de Cynthia no chão do banheiro para olhar nos olhos de sua namorada Wendy – Quero que você leve a Emily e se esconda, eu vou resolver isso.

– Não! É perigoso você fazer sozinho! – Protestou Wendy.

– Eu sei, amor, eu sei... mas eu não posso deixar você entrar em combate grávida, se algo acontecer com você e nosso filho, eu nunca iria me perdoar – Disse Harry, colocando suas mãos na barriga de Wendy, que já estava grande – Por favor.

– Tudo bem, eu entendo você, querido – Disse Wendy, encostando seus lábios nos lábios de Harry – Tenha cuidado. Vamos, Emily.

Harry saiu do banheiro na frente para ver se a área estava limpa e então caminhou silenciosamente até o quarto onde Wendy e Emily estavam, o ex-professor fez um sinal para as duas e elas o acompanhou até o quarto. Harry pulou a janela primeiro e então ajudou a sua namorada e depois a sua "filha adotiva" a pularem a janela também, o casal se despediu com um beijo, e Harry deu um abraço forte e demorado, seguido de um beijo na testa de Emily e então se separaram.

Harry pegou a sua arma e também a arma da Wendy enquanto estavam no banheiro, com uma arma na mão e a outra no coldre, ele começou a caminhar lentamente perto da parede do lado de fora da casa, com seus ouvidos concentrados para ouvir qualquer diálogo que tivesse dentro da sala de estar. O ex-professor não pôde chegar mais perto da sala porque o cômodo em questão não tinha parede, e sim vidraças, ou seja, se Harry ficasse na direção da sala do lado de fora da casa, ele poderia ser visto.

– Esse cara tá demorando demais no banheiro! – Disse Charles – Roger, vai ver o que está acontecendo lá!

Ao ouvir isso, Harry assobiou alto para que todos na sala de estar pudessem ouvi-lo, e foi isso que aconteceu. A maioria das pessoas que estavam ali na sala se assustaram com o assobio de Harry, e Charles foi um deles, que deu um pequeno pulo da poltrona e se levantou em seguida. Ele fez um sinal para Andy e o outro rapaz que estava vigiando as pessoas da sala irem para fora da casa verificar o barulho.

Harry ouviu os passos dos dois e então se preparou, ele se escondeu atrás de um barril que tinha encostado na parede da casa e ficou quieto, o ex-professor olhou para Wendy e viu que ela e Emily estavam escondidas atrás de algumas árvores que tinham ali perto da casa. Wendy estava com sua faca na mão e olhando para todos os lados atentamente para não ser surpreendida por algum infectado que pudesse aparecer por ali, e quando Harry viu isso, ficou completamente aliviado e mais tranquilo com a segurança das duas garotas.

Antes que pudesse perceber, Harry viu um pé protegido por um coturno do lado do barril que ele estava escondido, rapidamente ele se levantou e agarrou o pescoço do homem que era dono daquele pé. Harry o estava enforcando, com sua arma apontada na cabeça do canibal e encarando o outro homem que estava a sua frente, que era Andy. Era claro que Harry estava fazendo o rapaz de refém e iria matá-lo se Andy tentasse alguma coisa, porém, para a surpresa do ex-professor, Andy atirou. Harry não imaginava que Andy teria essa coragem, ou essa burrice, pois ele estava mantendo um amigo do canibal como refém, e geralmente as pessoas se entregam quando isso acontece, mas não foi isso que aconteceu. Andy atirou em Harry e consequentemente atirou em seu amigo também, um ato que Harry não imaginou que iria acontecer.

Por sorte, o tiro acertou em seu braço direito, e então Harry atirou na cabeça do canibal que fazia de refém, se sujando todo de sangue em seguida, mas antes que ele pudesse atirar em Andy, o mesmo atirou novamente e acertou de raspão o ombro do ex-professor, que teve a tranquilidade e frieza para se manter calmo e atirar na cabeça de Andy, explodindo o cérebro do mesmo.

Harry não acreditava na sorte que teve de Andy errar dois tiros, e que o canibal não acertou em nenhum ponto vital. Apesar da dor que sentia, Harry teve força para levantar o corpo morto do canibal que fez refém, para agora fazê-lo se escudo humano, pois Harry sabia que logo Charles e Roger iriam aparecer para continuar o combate.

Porém, Harry não esperava que Dave e James também iriam surgir junto com os dois canibais. O ex-professor já estava imaginando o pior, que os canibais iriam fazer os seus amigos de refém, e Harry não queria que eles morressem, ele imaginou que Charles iria querer apenas o autor desse acontecimento e matá-lo. Claro que Harry sabia que todos seus amigos iriam morrer cedo ou tarde, mas ele preferiu se entregar naquele momento, para que James, Dave e todos seus amigos ali na sala de estar, tivessem uma chance de enfrentar o líder dos canibais mais tarde. Harry, conhecendo um pouco da personalidade de Charles, imaginou que o canibal iria matar somente ele por ter causado esse confronto, e depois iria torturar seus amigos e por fim matá-los, e Harry pensou que se ele se entregasse e morresse agora, seus amigos teriam mais tempo e com isso teriam uma chance para matar Charles.

Só que Charles e Roger não estavam fazendo de James e Dave de refém, os quatro estavam brigando. James trocava socos com Charles, enquanto Dave trocava socos com Roger. Harry largou o corpo do canibal que estava usando de escudo humano e correu em direção dos quatro, antes que pudesse fazer alguma coisa, Dave e Roger rolaram o pequeno barranco que tinha ali perto da casa e Harry pôde ver que Dave bateu a cabeça fortemente contra uma árvore e desmaiou na hora, em seguida Roger sacou uma faca que tinha guardado e levantou seu braço para golpear Dave, mas antes de conseguir esfaquear o texano, Harry deu dois tiros no canibal, mas o ex-professor errou o alvo nos dois tiros, que era a cabeça, um acertou o braço de Roger e o outro acertou o peito. Apesar de Harry ter errado, o tiro no peito foi fatal e matou o canibal.

Harry correu rapidamente barranco abaixo em direção de Dave, deixando James e Charles brigando entre si, naquele momento Harry estava mais preocupado com a situação de Dave e por isso ignorou James e não o ajudou. Ao chegar no corpo de Dave, instantaneamente Harry colocou a sua mão sobre o peito de Dave, e sentiu o seu coração batendo, e então o ex-professor suspirou aliviado. Ele agarrou o texano e tentou carregá-lo, mas não conseguiu pelo fato de Dave ser acima do peso, então Harry só o arrastou para longe da árvore e de Roger, que estava deitado e morto no chão, manchando a neve de sangue.

O ex-professor voltou a subir o pequeno barranco e viu que Charles estava na mesma situação que Roger, deitado e morto no chão, também manchando a neve de sangue. Ao lado de James, estava Tom segurando uma pistola.

– Como estão? Tudo bem? – Perguntou Harry, ofegante. James apenas assentiu e Tom estava calado. Harry levantou o braço e fez sinal para que Wendy e Emily voltassem.

– Mas que merda, cara... O Dave está bem? – Perguntou James, gemendo baixo.

– Está vivo, só que ele não está acordado – Harry olhou para o ex-lenhador e viu que o homem estava sangrando bastante. James havia sofrido um grande corte de Charles, que começava no peito e terminava na barriga – Caralho! Você está bem?

– Sim... não se preocupe.

– Nem fodendo! Temos que cuidar desse ferimento, James! – Exclamou Harry, estava nitidamente preocupado.

– Você tem razão... vamos ver se Nadin pode cuidar de mim... – James falava com a voz baixa e fraca, logo ele se ajoelhou no chão e caiu de bruços sobre a neve.

[...]

Na manhã do dia seguinte, Mark e Stefan acordaram primeiro que o restante do grupo, porém não se cumprimentaram, na verdade, nem olharam na cara um do outro. Bernard e Jones tinham ficado acordado durante a noite, revezando em turnos, para vigiar o acampamento improvisado do grupo. As três fogueiras ainda estavam acessas e o calor que vinham delas foi o suficiente para que o grupo não morressem de frio enquanto dormiam, porém, todos eles dormiram tremendo de frio e acordavam várias vezes durante a madrugada por causa da falta de calor.

– Bom dia aos dois – Disse Bernard. Mark e Stefan não responderam.

– Temos que partir agora – Disse Mark, e então ele acordou Ariel.

Logo todo o grupo estava acordado e em pé, eles apagaram as fogueiras jogando neve em cima delas e então partiram em direção da casa.

Não havia sol nessa manhã, as nuvens que tinham no céu escondia o sol e não deixava que ele aparecesse para que o frio fosse um pouco menor. A temperatura naquele momento era de apenas 8ºF e todo o grupo lutava como guerreiros contra esse frio congelante. Com o passar do tempo, as nuvens se separavam e sol surgia timidamente, e a temperatura ia aumentando devagar enquanto o sol aparecia cada vez mais, o vento foi parando aos poucos, e conforme o grupo caminhava todos eles se sentiam mais aquecidos por manter o corpo em movimento.

Duas horas e meia de caminhada depois, finalmente o grupo avistaram a casa ao horizonte. Eles aceleraram o passo para chegar mais rápido na casa, e ao chegar, ninguém estava lá. A casa estava deserta, nenhuma pessoa estava no local, havia apenas três corpos sem vida do lado de fora da casa e mais nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nameless(*) em inglês quer dizer Sem Nome. Eu não quis deixar isso traduzido na fanfic porque acho que ficaria estranho, por isso optei por Nameless no lugar de Sem Nome. Lembrando que a estória se passa nos EUA, e Nameless faz mais sentido.

O que acharam desse capítulo? James morreu? E o que aconteceu com Dave? Repostas no próximo capítulo.

Nesse final tem algo que está "diferente/errado/estranho", então prestem atenção e tentem descobrir o que é isso (não está difícil pra descobrir). Se descobrirem, me fala nos comentários. Mas eu não irei falar se você acertou porque seria um pequeno spoiler. Enfim.

Vejo vocês nos comentários, galera.