Living in Hell - Fanfic Interativa escrita por Saulo Poliseli


Capítulo 27
Capítulo 27 - Nós Somos o que Comemos II




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Os cinco voltaram para o local aonde todo o grupo estava atualmente. Mark estava quieto e pensando no que aconteceu há poucas horas atrás, como eles foram atacados de surpresa e em um momento que ele não esperava aquilo. Mark pensava que aqueles três que atacaram ele, Dave e James faziam parte de um grupo maior e era questão de tempo até o confronto acontecer, só que Mark não queria isso.

O acontecimento entre seus amigos e os Retalhadores ainda assombrava a mente dele, não tinha esquecido que teve que matar o próprio irmão e que teve grandes perdas. Mark lembrava todo dia de Paul, Abigail, Michael, Samantha e Seward, e apesar de agora não se culpar pelo que ocorreu, ele imaginava como seria se seus amigos estivessem vivos e junto com ele naquele momento.

Na verdade, Mark não estava preparado para outro confronto, pelo fato de não ter se recuperado completamente do que aconteceu com os Retalhadores e por estar cansado tanto fisicamente quanto mentalmente.

Quando eles chegaram na casa, Mark preferiu não contar o que tinha acontecido com ele, Dave e James, e foi diretamente para um quarto dormir, sem dizer uma palavra sequer para as pessoas que estavam acordadas na residência. Dave e James acompanharam Mark e também foram dormir, todos eles estavam cansados e precisavam recuperar as energias.

Stefan olhou para Ben, pensando se contava ou não o que tinha acontecido com o trio que foram dormir. Ben assentiu e então Stefan chamou a atenção de todos assobiando, e na sequência contou para todos seus companheiros, juntamente com Jones, Thomas, John e Serena.

– Eles foram atacados? – Perguntou Jones – Por quem?

– Não sabemos – Respondeu Stefan – Mas isso não importa, o que importa é que eles sobreviveram.

– Porque o Mark não falou nada sobre isso? – Perguntou Ariel.

– Não faço ideia – Respondeu Stefan, novamente – Ele deve estar cansado e só queria descansar primeiro.

– Ou ele quer esconder isso da gente – Disse Jones – Isso é perigoso e nós podemos ser atacados antes que nós perceba. Ele sabe disso e talvez ele não falou nada é porque ele quer nos pôr em uma armadilha para se livrar de nós – Jones se referia a ele e seu pequeno grupo.

– Mark não é assim, ele não faria isso – Disse Benjamin, defendendo o Mark – Você só tá falando isso por causa do mal entendido que teve com ele. Não seja estúpido dessa maneira.

– Estúpido?

– Sim, estúpido! É burrice pensar dessa forma, cara – Ben falava de forma séria e firme – Não aja como uma criança que guarda rancor de algo insignificante.

Após ouvir isso, Jones se retirou do local e foi para fora da casa. Thomas se levantou sem dizer nenhuma palavra e foi atrás do seu amigo. Serena e John permaneceram em silêncio, apenas olhando para todos ali presentes.

Ben percebeu que todos os olhares naquele momento estavam voltados para ele, e ele também percebeu o quanto suas palavras foram impactantes e pegaram a maioria do grupo de surpresa. Ele respirou fundo e também se retirou, mas saiu pela porta de entrada que ficava no hall da casa, do lado oposto de Jones, que saiu pela lateral que ficava na própria sala de estar.

Nadin se levantou do sofá que estava sentada e foi até o seu namorado, ela sabia que Ben precisava de palavras amigas e de alguém do lado dele. E com certeza Nadin iria conversar com Benjamin e ficar do lado dele, além de lhe dar alguns conselhos e conversar sobre o que iria acontecer com ele e Jones dali pra frente.

Stefan olhava para o casal conversando enquanto estava pensando no mesmo que Mark havia pensado, que os três homens que atacaram seus amigos não estavam sozinhos e que eles tinham um grupo. Stefan desviou o olhar do casal quando eles começaram a se beijar, e então voltou a olhar para todos que estavam na sala de estar.

– Certo, é o seguinte... – Começou a falar, pensando em quais palavras escolher para não assustar seus amigos – Acho que as pessoas que atacaram Mark, Dave e James não estão sozinhas, na verdade eu acho que eles têm um grupo e que é só uma questão de tempo até eles perceberem que seus amigos não vão voltar – Stefan falava olhando para todos que continuaram na sala – Eles irão encontrar os corpos e virão atrás de nós. Vai ser fácil eles nos encontrarem por causa das marcas dos pneus na neve, eles irão seguir o rastro e vão nos encontrar com a maior facilidade do mundo. Temos duas opções, partimos daqui e procuramos outro lugar para ficar, ou ficamos aqui e nos preparamos para o que vier. A escolha é de vocês.

[...]

Os canibais estavam sentados em volta de uma fogueira em um galpão qualquer da fábrica em que eles viviam, Jarold ainda estava sentado preso em um balcão. Ele via que os canibais estavam comendo carne que com certeza era de humano, ele virou o rosto para não olhar mais para aquilo e permaneceu quieto, já que estava amordaçado por uma silver tape.

– Que merda, o Frank está demorando demais – Disse um homem – Ele não costuma demorar tanto assim, principalmente quando leva alguém com ele.

– Concordo com você... acha que devemos ir procurar eles? – Perguntou uma mulher, era Rebecca.

– Sim, vamos atrás dele. Quem quiser vir comigo, me acompanhe – Respondeu o homem, se levantando e saindo do galpão por uma porta.

A mulher que colocou Jarold em cima do balcão foi até ele e o ficou encarando, mas ele não retribuía o olhar. O estômago de Jarold roncou de fome e Rebecca sorriu de forma maliciosa, ela tirou a silver tape da boca do ex-médico mas ele continuou quieto, sem falar uma palavra sequer.

– Está com fome, é? – Perguntou Rebecca – Não vou deixar você passar fome, não sou desumana nesse nível – Completou de forma sarcástica.

Ela virou as costas para Jarold e foi até a fogueira onde seus amigos estavam, ela pegou um pedaço de carne e voltou para Jarold, que ainda estava preso no balcão e não conseguia se mover. Rebecca levou a carne na direção da boca de Jarold, que sentiu o cheiro estranho da carne e virou o rosto, recusando. Ela riu e apontou uma pistola na cabeça do ex-médico, e disse:

– Se você não comer, eu vou atirar na sua cabeça.

Jarold não disse nada e continuou com o rosto virado. Na verdade, ele queria morrer e por isso ele não obedeceu a mulher, pensando que se ele não obedecesse ela e a irritasse, ela realmente iria matá-lo e então o sofrimento dele iria acabar. Mas não foi isso que ela fez, Rebecca voltou a rir e abaixou sua pistola, e em seguida forçou alguns pedaços de carne pra dentro da boca de Jarold, que engoliu um pouco da carne e engoliu a maior parte dela.

– O que achou do seu gosto? Isso que você comeu era seu braço, se não me engano – Disse Rebecca.

Jarold permaneceu calado, Rebecca forçou ele comer mais um pouco da carne e depois parou, ainda rindo. Ela colocou a fita silver tape de volta na boca dele e se afastou, o deixando preso e amordaçado novamente.

Minutos depois ela voltou carregando um mordedor idoso à sua frente, ela o segurava pela camiseta e o empurrava em direção de Jarold. Ele não imaginava que os canibais iriam torturá-lo antes de matá-lo, novamente lágrimas escorreram pelo seu rosto e ele fechou os olhos, não queria ver o mordedor se aproximar dele e em seguida ser morto por mordidas dolorosas.

Ele sentiu a primeira mordida e arfou contra a fita que impossibilitava dele gritar de dor, agora uma mescla de lágrimas de dor e de tristeza escorreriam em sua face. Jarold foi mordido mais dez vezes aproximadamente e então as mordidas pararam, ele abriu os olhos e viu que Rebecca se afastava mais uma vez, levando o mordedor com ela.

Jarold preferiu não olhar para seu peito e barriga que foram mordidos várias vezes, ele sabia que a visão não seria nem um pouco agradável e por isso ele voltou a fechar seus olhos. Os locais que foram mordidos pareciam estar queimando, a dor era ardente e para piorar, Rebecca voltou com um pote de álcool nas mãos e ela jogou um pouco do líquido na pele mutilada. Agora Jarold chorava copiosamente, a dor que ele sentia era algo imensurável e ele gritava abafado contra a fita.

Ele quase desmaiou de tanta dor que sentia, suas pálpebras estavam caídas e cansadas, sua respiração estava fraca, parecia que a qualquer momento ele iria desmaiar ou até mesmo morrer. Jarold fechou os olhos por alguns minutos e quando os abriu de volta, ele se viu deitado em um gramado coberto de neve, ele virou seu corpo de bruços e entendeu que estava em um bosque.

Não tinha nenhum mordedor por perto, ele esticou seu único braço pra frente e tentou se arrastar pelo chão para se mover um pouco, mas ele parou imediatamente por causa da dor que ele sentiu quando sua pele toda mutilada e cheia de mordidas faziam atrito com o chão. Jarold ficou parado, fechou seus olhos novamente e se entregou, finalmente ele iria morrer em breve, o que ele desejou nas últimas horas, mas o que ele não desejou era ser mordido, e consequentemente voltar como um morto-vivo.

[...]

Mark acordou depois de ter dormido aproximadamente seis horas, ele se sentou na cama e levou uma de suas mãos para sua coxa ferida, rasgou um pouco da sua calça para que pudesse ver melhor o ferimento.

Ariel entrou no quarto dele, trazendo uma garrafa d'água e dois enlatados para entregar ao Mark. Ela viu o ferimento na coxa de Mark e disse para ele que iria voltar com uma maleta de primeiro socorros. Então Mark aproveitou esse tempo que Ariel estava procurando a maleta para comer os dois enlatados e beber a sua garrafa d'água.

Quando Ariel voltou para o quarto, ela de fato trazia a maleta de primeiro socorros em suas mãos. Mark virou o seu corpo em cima da cama para que Ariel pudesse cuidar de seu ferimento.

– Sabe o que fazer com isso? – Perguntou Mark, um pouco preocupado.

– Sim, eu sei cuidar de ferimentos como esse – Respondeu Ariel.

– Ah é? Como você aprendeu?

– Internet.

Ariel pegou primeiro uma gaze e a molhou com um pouco de álcool, em seguida ela passou a gaze em volta do ferimento, com cuidado pra não passar por cima dele. Quando terminou de limpar o sangue em volta do ferimento, ela descartou a gaze que usava e pegou uma outra, também a molhou com álcool e passou diretamente no ferimento de Mark, que se contorceu um pouco na cama e gemeu de dor.

Ariel olhou para ele, e ele também a olhava, ela desviou o olhar e suas bochechas ficaram vermelhas, Mark percebeu isso e sorriu. A judia terminou de passar a gaze com álcool no ferimento do ex-militar e então pegou uma agulha com linha para costurar a pele de Mark.

– Agora vem a pior parte, está pronto? – Perguntou Ariel, e Mark balançou a cabeça positivamente.

Após ver o sinal de Mark, ela começou a costurar a pele do ex-militar, tentando juntá-la novamente. Mark gemia de dor e seus olhos lacrimejavam, Ariel parava alguns momentos e olhava para Mark com um olhar de dó, ela sentia pena dele e queria terminar aquilo o mais rápido possível. Quando Ariel terminou de costurar a pele de Mark, ela passou uma atadura em volta da coxa inteira dele e passou fita adesiva para prender a atadura na coxa do ex-militar.

– Obrigado – Disse Mark, olhando para Ariel.

Ele viu que ela ainda estava com as bochechas vermelhas. Ariel recolheu todo o material que não usou para dentro da maleta, quando ela ia se retirar do quarto Mark a segurou pelos braços, aproximou seus lábios nos lábios dela e a beijou. Ela soltou a maleta, deixando a mesma cair sobre o chão e retribuiu o beijo, passando seus braços em volta do pescoço dele.


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Notas finais do capítulo

Baseado no que Stefan disse nesse capítulo, teremos escolha para TODOS os personagens:

A) Continuar na casa e lutar contra os canibais.
B) Fugir da casa e procurar outro lugar para ficar.

Considerando que o grupo de Mark e cia demoraram para achar um lugar seguro para ficar, e esse lugar é exatamente essa casa. Pensem bem no que vão escolher.