Furacão Iminente escrita por Son Killua Liones Hyuuga Gold


Capítulo 1
Fuga e Captura


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Algumas pessoas fazem jus ao nome que lhes és dado, como Alexandre, o Grande.

Outra tentam, como Tutankamon. Eu infelizmente, não posso dizer o mesmo de mim, sou conhecida no meu Clã como Furacão Iminente, mas meu verdadeiro nome é Analice.

Vivo num lugar em que estamos separados em Clãs de animais e Clãs de plantas. Mas existe uma divisa entre os dois mundos, da qual não podemos ultrapassar. Meu lado é o lado dos animais.

Existe o cauteloso Clã do Cisne. E há também o Clã do Panda que só arruma confusão.

Eu sou do Clã do Lince. Não somos especiais em muitas coisas. Ou não éramos.

A poucos minutos fomos atacados e massacrados pelo Clã do Urso.

O por quê? Eu não sei. Só sei que eu corri, corri e corri mais do que minhas pernas aguentariam.

Minha blusa feita de couro de jaguar e minha calça de linho, pesavam no meu corpo enquanto eu parei pra descansar. Ouvi um farfalhar de folhas ao meu lado que me tirou a atenção. Meu estômago gelou, será que tinham me encontrado?

- Ei,psiu!- Ouvi uma voz nos arbustos me chamar.

- Quem está aí?

- Entra aqui, senão eles vão te pegar!

- Eles quem?- Não obtive resposta a tempo, senti o chão tremer e escutei barulho de cascos, quando olhei pra trás vi uma uma manada de renas correndo desesperadamente em minha direção.

- Vem pra cá! - A dona da voz me puxou pra dentro dos arbustos, e se não o tivesse feito, eu viraria tapete para rena.

- O que aconteceu pra elas estarem assustadas dessa maneira?

- O Clã do Urso as assustou. Provavelmente pra terminar de esmagar o pobre acampamento destruído.

Quando ela mencionou isso eu olhei pra ela. Tinha cabelos castanhos, mas uma mecha branca se destacava entre eles. Três mechas pra ser exata.

- Quem é você?

- Desculpa a falta de educação. Sou Nicole, do Clã da Zebra.

- E eu Analice do...

- Clã do Lince. - Ela me interrompeu.

- Como sabe?

- Seu colar de dente de Lince te entregou. Sinto muito por seu Clã.....

- Você viu?

- Vi a fumaça do incêndio, mas não tive coragem de ir lá olhar.

Então a manada se foi e pudemos sair do esconderijo.

- Então Analice, pra onde você vai?

- Ao Clã da Coruja. É o Clã mais sábio que temos. Eles vão me ajudar.

- Você sabe pra onde fica?

- Eu...é....- Ela estava certa. Eu não tinha nem idéia de que caminho seguir.

- Eu não sei.

- Mas eu sei! E posso te ajudar!

- Jura!?- A ideia me animou. - Mas não fica muito longe, certo?

- Mais ou menos, uns trinta dias de caminhada.

- Uau!

- Mas mesmo assim, eu te levo!!

- Sério?

- Sim. Somos amigas certo?

- É. Somos.- Eu tinha uma amiga! Nunca tive outras amigas sem ser minha mãe. Sinceramente fiquei feliz.

Prosseguimos andando o dia todo, parando apenas pra beber água em nascentes.

Já era quase lua quando me dei conta que não havíamos comido nada:

- Melhor pararmos. Durante a Lua é muito perigoso continuar andando. - Falei parando no lugar.

- Tem razão. Então vou pegar lenha pra fazer uma fogueira.

Enquanto ela foi fazer isso, achei melhor ir caçar pra nós duas. Por sorte ouvi um som de um peru selvagem por perto. E o bom é que eles são fáceis de capturar. Em menos de dez minutos voltei com a nossa janta em mãos.

- Onde você foi?- Nicole me perguntou sem tirar os olhos do que estava fazendo:

- Eu fui caçar.

- Caçar?

- Sim pra comermos!

- Olha Analice, eu não quero ser rude, mas eu não como carne.

- Não?! - Era verdade. Meu Clã havia me ensinado que os Clãs Equinos não comem carne, e eu tinha esquecido completamente.

- É mesmo! Me perdoe, eu esqueci.....

- Tudo bem, ainda bem que desconfiei que iria fazer isso, então colhi algumas frutas.

- Ainda bem!

A noite se seguiu em silêncio por parte de nós duas. E o silêncio me fez pensar.

Minha família, meu lar, tudo o que eu conhecia foi destruído e eu nem sequer sabia o por quê!

Uma raiva tomou conta de mim, uma raiva que eu nunca havia sentido. Eu me vingaria. Nem que fosse sozinha. Eles iriam sentir minha fúria.

E assim adormeci.

Acordei com a luz do sol no meu rosto. Assim que abri os olhos tomei um susto com o que vi; uma imensa alcatéia de lobos ao nosso redor. Foi aí que percebi meu erro: eu havia deixado metade do peru e não apagado a fogueira! O cheiro havia atraído todos eles.

Eu sabia que eles não iriam se distrair com o peru por muito tempo, e orei mentalmente pra quando que Nicole acordasse ela não se mexesse.

Mas ela acordou. Seu grito chamou a atenção de todos os lobos. Eles se viraram pra ela. Eu pensei que iam ataca-la, mas se ouviu um som. Não um som comum, um rugido. E esse rugido afugentou todos os lobos. Só uma coisa poderia fazer isso. Um urso.

- O que faremos?-Perguntei levantando num impulso.

- Não faremos nada! Correremos!

Saímos correndo desesperadamente passando por árvores e galhos.

Mas percebi uma coisa. Aquele som de passos correndo. Nunca poderia ser um urso, a não ser que ele tivesse 12 patas!

- Não é um urso!- Gritei porém não obtive resposta. Olhei para trás e não vi Nicole. Então senti uma dor de cabeça rápida e forte e meu mundo escureceu.

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Quando acordei senti minhas mãos amarradas. O que havia acontecido? Olhei ao redor. Eu estava em uma tenda vazia. As pinturas nos tecidos mostravam: havíamos sido pegas pelos ursos.

Lembrei de Nicole. Eu não sabia o por quê, mas era eu que interessava os Ursos. Não a Nicole. Me preocupei com a possibilidade de terem a matado por não ser útil.

Então a tenda se abriu. Pensei ser um homem, mas não. Era um garoto que havia entrado.

Usava uma blusa marrom e sapatos de couro de corço. Havia duas facas de sílex com ele. Apesar de tudo, ele não era muito alto. Mas tudo indicava que era já um caçador experiente.

- Quem é você?- Ele me perguntou.

- Não seria eu que devia fazer essa pergunta?- Respondi duramente tentando esconder o medo que sentia.

- Você é esperta. Mas você sabe de alguma coisa.

- O que houve com a Nicole?

- A sua amiga? Está na outra tenda. Ela é muito nervosinha! Me deu um chute.

- Merecido.- Respondi rindo.

- Como você consegue? Está no acampamento do seus maiores inimigos e fica fazendo piada?

- Quem disse que vocês são meus maiores inimigos?

- Seu colar diz.

Virei o rosto pro outro lado. Eu não tinha nada que conversar com aquele garoto.

- Escuta, alguma coisa ruim aconteceu; algo que meu Clã não quer me contar. Mas você sabe o que é. Senão não teriam te trazido aqui.

Olhei bem pra ele. Ele não sabia. Por quê ele não sabia? Por que o Clã mais forte de todos esconderia algo de um do seus guerreiros?

Mesmo assim respondi com frieza em minhas palavras:

- Quis dizer o fato do seu Clã ter tirado a vida de toda a minha família?!

Ele empalideceu.

- Como é?

- Exatamente o que você ouviu!

Num movimento rápido ele sacou a faca. Pensei que fosse me ferir, mas ele começou a cortar minhas amarras.

- O que está fazendo!?

- Olha, o meu chefe fez muita besteira e eu não vou deixar que faça mais!

- O quê?

- Exatamente o que você ouviu!

Saímos escondidos da tenda e passamos discretamente pelo centro do acampamento, onde estava tendo uma grande reunião. Talvez estivessem discutindo o que fazer sobre mim.

Entramos numa outra tenda separada, e encontramos Nicole tentando se libertar:

- Você outra vez?- Ela exclamou ao vê-lo.

- Calma zebrinha, vim te soltar!

- Não me chame assim!

Mas então fomos pegos de surpresa. Alguém entrou na tenda. Um homem gigante!

- João!? O que está fazendo?- Ele gritou em voz grossa.

- O certo!- O garoto revidou. Ele mal havia acabado de falar e o gigante atacou.

Apesar de ser habilidoso, aquele menino nunca poderia com o tamanho e a força daquele homem. Quase ninguém poderia. Ele foi lançado pra trás e o gigante foi acerta-lo com a faca de sílex. Mas surpreendentemente, eu consegui pegar a outra faca e enterrei com o máximo de força que ainda tinha no braço do agressor.

Ele gritou e outros começaram a se aproximar, aproveitamos a deixa e fugimos os três pela floresta.


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Notas finais do capítulo

Comentar faz bem pro coração!



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