The Big Four - A Nova Geração escrita por Excalibur


Capítulo 32
Manual do Soluço de Como se Livrar de Gárgulas Fofoqueiras


Notas iniciais do capítulo

PRONTOOOOOOOOOOO
História atualizada, e fazendo sua trajetória para o final
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Bjks,
Excalibur



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— Alguma ideia de pra onde ir agora? — Perguntei cruzando os braços e olhando para a Ruiva.

— Nem ideia. — Ela disse chutando uns dentes para longe e encarando o teto. — Tá tudo uma merda.

— Vamos achar as respostas. — A tranquilizei dando uns tapinhas no livro velho. — E as respostas estão aqui, tenho certeza.

Merida me ignorou completamente, e continuou encarando o teto. Sua testa estava franzida, e mesmo com o clima frio, era possível ver sua pele brilhando com uma fina camada de suor.

— Soluço. — Ela chamou, me tirando da pequena hipnose. — Desde quando no castelo da Fada tem gárgulas?

Eu olhei para cima também, e coloquei a mão na testa, para diminuir um pouco a luz do sol. Realmente, era possível ver no telhado as estátuas que Merida se referia.

— Eu não sei, mas isso não importa agora, importa? — Perguntei meio irritado. Já tínhamos nos desvirtuado demais do objetivo.

Ela me respondeu só levantando o braço e mostrando o dedo do meio. Ótimo.

Fiz um não com a cabeça e apoiei o livro num resto de parede, o folheando em seguida. Os símbolos eram desconhecidos por mim, mas alguns desenhos eram óbvios.

O Castelo de Norte, o Castelo da Fada, o Cristal do Homem na Lua.

Era isso que tinha em páginas seguidas, assim como a Toca do Coelho e uma nuvem brilhante dourada, que deduzi ser de Sandman.

— Soluço. — Merida me chamou de novo, mas eu ignorei.

Continuei passando as páginas, até que os símbolos começaram a tomar tudo, e não existia mais imagens. A única coisa que eu entendia eram os números das páginas que iam crescendo normalmente.

— Soluço. — Ela me chamou novamente, mas foi mais uma vez ignorada.

Comecei a passar as páginas mais rápido, contando os números na minha mente. Até que algo chamou minha atenção.

Do 78 dava um pulo enorme para o 84, e depois disso, várias páginas estavam faltando também.

— Soluço. — Merida me chamou pela terceira vez, e eu olhei pra ela quase tendo um treco.

— O que foi? — Ela permanecia encarando o teto, e eu duvido que tinha se mexido.

— Desde quando gárgulas se mexem?— Olhei pra cima mais uma vez, e contra todas as expectativas, realmente vi as gárgulas se mexendo.

— Merda. — Deixei escapar como um resmungo, ainda olhando para o teto. — Preferia que fossem pombos.




— Cuidado com o chão. — Merida sussurrou de forma nem um pouco calma, quando eu escorreguei pela quinta vez.

— Não tem chão. — Reclamei olhando para baixo, onde minha visão conseguia encontrar vários buracos, que faziam das escadas algo nem um pouco seguro.

— Cala a boca, porra. — Ela resmungou alcançando os últimos degraus e esticando o pescoço para olhar as criaturas. Ambos estavam de costas para nós, simplesmente encarando a paisagem e falando baixo. Bom, não tão baixo assim.

— ... por aqui? — Um deles perguntou, com a voz grossa e estranhamente humana.

— Eu gostei. — O outro respondeu, dando umas batidinhas no chão ao seu lado. — É silencioso e isolado, perfeito para as reuniões.

— Concordo, mas, não tem medo do que pode acontecer conosco? — O que tinha falado primeiro perguntou, hesitante. — Digo, se descobrirem.

— Não, afinal, não estamos fazendo nada errado. — O segundo respondeu dando de ombros. A voz deles era tão parecida, que me deixava confuso.

— Eu sei, mas mesmo assim, não tenho certeza se é certo. — Merida ouvia a conversa atenta, e nessa hora, desviou o olhar para mim.

— Acha certo só haver esferas específicas para trabalharmos? — Um deles perguntou, não sei mais quem. — Acha certo nos acordarem e depois nos rotularem como "inúteis"?

— Não, mas tudo tem um motivo, existe uma hierarquia. — O outro comentou, pensativo. — E todos a respeitam.

— E daí? — O revoltadinho instigou. — Já viu algum líder? Conversou com ele? Ouviu a voz?

— Você sabe que não. — A voz do mais sensato parecia cansada, como se tivessem essa conversa sempre.

— Quem garante a existência deles? Pessoas que se recusam a nos aceitar? — O outro perguntou, ignorando o seu parceiro. — Não, não, não nasci ontem. Tenho 750 longos anos de pós-vida.

— Eu sei sobre seus longos sete séculos e meio, mas discutir não vai levar a nada. Ninguém vai mudar de opinião aqui.— Novamente o mais sensato se fez ouvir, balançando de leve suas enormes asas de pedra.

— Ache o que quiser Steve, mas tenha em mente que se não fizer isso, espíritos como nós, sem lugar no mundo, vão desaparecer. — A voz do segundo soou mais baixa, e ele se levantou rangendo e bufou. — Esteja aqui às 23h.

E com isso a conversa deles acabou. A outra gárgula apreciou um pouco o silêncio, mas logo que o revoltadinho desapareceu no horizonte, ele se foi também.

Merida ficou quieta por alguns segundos, e virou a cabeça lentamente para mim.

— Mas que merda foi essa? — Ela perguntou, desviando o olhar para onde as gárgulas estavam.

— Uma reunião? — Perguntei também, com os pensamentos a mil. — Uma rebelião?

— Ouviu o que um deles disse sobre viverem perdidos no mundo? — Nossa conversa parecia que iria ser feita à base de perguntas.

— Ouvi, mas não entendi muito bem. — Concluí fechando os olhos para lembrar o que aprendi na biblioteca do Castelo. — Existem algumas divisões entre aqueles que são como nós, como os Guardiões e outras esferas.

— Então, se para voltar como fizemos é necessário ser escolhido por alguém foda, e depois automaticamente se é posto em uma esfera, o que acontece com os "perdidos"? — Merida questionou, falando mais rápido do que eu podia acompanhar.

— Não sei nem se isso é possível. — Tentei explicar. — Olha, acho que pra voltar, você tem que ser "chamado" por algum responsável pelas esferas, não sei se tem como passar por cima disso.

— Não vê o que tudo isso pode significar? — Merida questionou, passando por mim rápido e descendo as escadas como se não houvessem buracos enormes nas mesmas.

— Ei, onde está indo? — Resmunguei vencido, logo acompanhando o ritmo da Ruiva.

— Temos que voltar e conversar com Jack e Punzie, porque... — Ela mesma fez uma pausa. — Porque eu acho que o fato das bonecas estarem se mudando e a doença de Norte podem estar conectadas, isso se o que as gárgulas falou é verdade.

— Alguma hipótese mais concreta? — Arrisquei.

— Acho que se isso for verdade, podem estar tentando derrubar os espíritos mais antigos, ou até mesmo mais poderosos. — Ela disse, correndo tão rápido, que logo chegou no chão. — Apressa o passo, princesa.

— Espera. — Falei levantando os braços, quase nos últimos degraus. — Não acha que quem tentou nos enganar nos corredores da casa do Jack e essas gárgulas são grupos diferentes?

— Não acho. — Merida negou, dando de ombros. — Mas isso não importa, vamos descobrir hoje mesmo.

— Não vamos vir, se é isso que tinha em mente. — Falei rápido, recebendo da garota um grande sorriso.

— Melhora essa cara de idiota, porque hoje vamos confraternizar com o inimigo.

 


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