Ele tinha um grande dilema: estava apaixonado e não sabia o que fazer. Apaixonar-se em si não era realmente um problema, mas estar apaixonado por uma subordinada, isso sim poderia ser chamado de um grande e escandaloso problema. E Gilbert Grissom estava perdidamente apaixonado por Sara Sidle. Ele não conseguia parar de pensar naquele doce sorriso, nem esquecer aquele perfume maravilhoso, ou o brilho intenso daqueles olhos castanhos, muito menos o suave toque daquela pele sedosa.

Estava deitado no sofá de sua casa. Soltou um sonoro suspiro. Agora ele admitia o sentimento tão avassalador que tomou conta de seu coração. Ele riu ao lembrar-se de que há um tempo atrás, Catherine o havia advertido que isso poderia acontecer. Deixou seu pensamento voar para aquele dia.

Eles estavam sentados no sofá da sala de convivência do laboratório. Estavam apenas os dois. Os outros ainda não haviam chegado. Eles tinham a mania de chegar sempre primeiro para poderem conversar. Se conheciam havia tanto tempo... Catherine conhecia Grissom o suficiente para saber que o amigo era reservado demais e muito dedicado ao trabalho, e exatamente por isso não tinha uma vida pessoal. Desde que o conhecera, ele nunca tivera um relacionamento sério. Apenas casos fugazes. Olhou com carinho para Grissom, tomou sua mão e disse:

http://www.youtube.com/watch?v=LlSgybeNWSk

_ De repente, quando você menos esperar, o amor vai tocar você , meu caro amigo – Catherine riu e Grissom arqueou a sobrancelha. Fora pego de surpresa. Ela continuou:

_ Se no começo você não entender, é normal. Mas você vai se acostumar no final.

Grissom a olhava admirado. Mesmo Catherine sendo sua amiga de longa data, sabia que ela precisara de muita coragem para falar com ele daquela maneira. Começou a protestar, no entanto a perita o impediu.

_ Apenas me escute Grissom... Quando isso acontecer, deixe acontecer... E você vai ver que vale a pena tentar...

Grissom não conseguiu obedecer a amiga.

_ Ah, por favor, Cath! Você acredita mesmo em tudo o que diz?

Ela assentiu afirmativamente. Seu amigo era cético em questão de amor. Ela não podia culpá-lo.

_ Gil... – ela disse carinhosamente – Se o amor vem, não vem por acaso. É uma força além da imaginação ou da compreensão que faz surgir...

_ Isso é lenda Cath! Toda essa história de amor não passa de lenda...

_ Não é lenda não! – Catherine respondeu, interrompendo-o – Não é lenda essa sensação que domina você... é questão de pele, se bate não dá para esconder – ela se ajeitou na cadeira. Ela sabia muito bem do que estava falando. Já havia sentido aquela deliciosa sensação algumas vezes – Sabe Gil, quando aparece uma chance em mil, você tem que pegar. Isso infelizmente não acontece duas vezes. Se você deixar passar... se você tentar resistir, seu tempo acabou. Sinto muito meu amigo, mas assim é o amor...

A conversa foi encerrada pela chegada dos outros peritos na sala. A conversa não foi retomada. Grissom saiu de seu devaneio, sabendo exatamente o que fazer.