Acordei com vontade de continuar deitada, os raios de sol que conseguiam passar pelas frestas da cortina, pareciam queimar meus olhos; levantei e minhas costas estavam latejando, percebi que passei a noite no sofá, caminhei até a cozinha agarrei um pacote de biscoitos que por acaso estavam murchos, enquanto comia encarei o relógio que marcava 08:30.

Fui para o segundo andar passando direto por todos os quartos e entrando no banheiro, estava desesperada por um banho, arranquei minhas roupas e me joguei embaixo do chuveiro, sentindo as gotas frias percorrem o meu corpo e uma sensação de alívio tomar conta de mim; lavei meu cabelo e meu corpo, sai do chuveiro, escovei os dentes e entrei em meu quarto.

Após vestir um short e uma regata, amarrar minha blusa xadrez no quadril, pentear meus cabelos, prender o coldre com as minhas facas na perna e calçar meu inseparável coturno que está comigo a mais de 2 anos, eu sai de casa em direção a casa de Ron, afinal, ontem ele tinha me chamado né?

– Bom diaa. – Ron falou assim que abriu a porta e me viu.

– Bom dia. – falei simples, porém com um sorriso no rosto.

– Sinta-se em casa. – ele falou dando espaço para eu entrar na casa; sorri de lado e entrei.

Enquanto subíamos a escada pude notar que nem os pais nem o irmão de Ron estavam em casa, quando chegamos no segundo andar entramos na terceira porta da direita. Entrando no quarto, vi um casal se beijando/engolindo na cama e um garoto sentado no parapeito da janela revirando os olhos para cena dos dois se beijando.

– Aqueles se pegando na cama são Carl e Enid. – Ron falou e os dois se separaram em um pulo, eu acenei pra eles que coraram. – E aquele tentando suicídio é o Mikey.

– bom dia. – Mikey falou.

– bom dia. – respondi.

– Então, essa é a Nathaly. – Ron completou a apresentação.

– Podem me chamar de Nath. – falei meio tímida, o motivo? Nem eu sei.

Ron sentou em cima de uma escrivaninha e eu sentei na cadeira que ficava encostada nela. Parei para analisar o tal Carl, e tamanho foi o aperto no meu core quando vi que era o “xerife” de olhos azuis, o filho do Rick. Ah cara, mas até em um apocalipse? Eu sempre, SEMPRE, crio uma paixonite pelos carinhas que namoram. Que raiva. Foi impossível reter a revirada de olho que dei quando vi os dois iniciarem outro beijo; serio que eles iam ficar se comendo na nossa frente?

– Oouh, vamo parar? – Ron falou e os dois se separaram com a maior cara de bunda.

– Já até me acostumei. – Mikey falou revirando os olhos.

Após o acontecido os três garotos começaram a falar de algum time de beisebol, Enid se concentrou em uma HQ qualquer e eu como não tinha nada pra fazer comecei a mexer nas pontas do meu cabelo como sempre. Eu já estava cansada, fazia mais de 5 minutos que eu tava lá sem fazer nadaaa.

– Bem... – falei me levantando. – Já vou indo.

– Más já? – Ron falou.

– É que eu vou sair hoje. – falei.

– Ahn? – Ron e Mikey falaram em uníssono.

– Vou dar um oi pros meus bf´s walkers. – falei irônica e Carl riu, enquanto os outros dois reviravam os olhos, “filhinhos de papai”, pensei.

– Ah... Eu vou também. – Carl avisou, “mas e a sua namoradinha xerife?”, pensei.

– Okay. – falei e vi Enid fazer cara de cu, que vinda dela, não é novidade. – Então vamos.

Me preocupei com fato de estar indo sozinha pro meio do mato com o Carl, sabe, é que ele é um gato e eu não sou de pedra, mas ele tem namorada, por mim eu agarrava ele agora mesmo. Nathaly Evans, controle seus pensamentos parça. Soltei um risinho por causa do meu pensamento, mas esse risinho logo se desfez quando eu vi a nossa branquela com cara de cu preferida chegar.

– Eu vou também, não podia te deixar ir sozinho, como eu ficaria se acontecesse algo? – Enid falou me ignorando, o que fez com que eu revirasse os olhos e me controlasse pra não dar um soco na carinha de cu dela.

– Na verdade eu não ia sozinho, eu ia com a Nath. – ele falou e eu ri internamente.

– Agora você vai com a sua namorada; melhor que ir com uma estranha. – falei acelerando os passos e deixando o casalzinho pra trás.

Dei mais alguns passos e cheguei na frente do portão, onde Glenn estava.

– Ei coreano, me dá as armas; vou ali passear. – falei com um sorrisinho no rosto.

– Como você sabe que sou coreano? – ele falou me entregando minhas armas.

– In-con-fun-dí-vel – falei e ele gargalhou abrindo o portão.

Passei um tempo perambulando sem rumo, matando alguns walkers, ignorando outros, achei uma casinha que parecia intocada, com um chute consegui abrir a porta, entrei com a minha 22A Deluxe em punho, bato o cano da minha arma em uma mesa e de dentro de um dos quartos sai um walker, mato ele com a minha faca. Começo a vasculhar a casa e acho um canivete butterfly.

– Uouu, sempre quis um. – falei com um sorriso na cara e prendendo o meu new canivete no coldre.

Entrei em um quartinho e descobri que aquele cara que eu acabei de matar era um caçador, pois neste quarto tinha uma variedade imensa de armas usadas em caçadas, várias facas, algumas pistolas, muuitas espingardas e bem no fim do quarto eu vi eles, meus amores... Eu ia esfregar eles na cara do Daryl. No fundo do quarto tinha uma Excalibur Matrix 380 e um Barnet Vortex Hunter ; eu juro que quase cai para trás. Agarrei eles, coloquei crossbow nas minhas costas, pendurei o arco no meu braço direito e enfie o máximo de flechas que consegui dentro de minha mochila, acabei tendo que levar algumas na mão.

Quando cheguei no portão, o sol já começava a se pôr, Glenn olhou para mim e deu uma risada, abriu o portão e correu pra me ajudar.

– Senhorita, as armas de fogo. – ele falou brincando.

Fui para casa, com minha crossbow e meu arco, assim que entrei em casa coloquei ambos no sofá e subi, tomei um banho, vesti uma calça moletom cinza acompanhada de uma baby look rosa, até fiquei meiga, coloquei uma chinela e fui rumo a casa de Rick. Ao chegar na frente da casa toquei a campainha um tanto apreensiva.

– Boa... Ah, oi Nath. – Carl falou enquanto abria a porta, ele corou um pouco, talvez pelo fato de ele estar sem camisa, ah mds, o Carl está sem camisa, morri.

– Oi Carl. – corei também, e um silêncio constrangedor se formou entre nós.

– Você veio falar com meu pai? – ele falou coçando a nuca.

– Não. – falei mexendo na ponta do meu cabelo. – Na verdade, vim falar com o Daryl.

– Ah, vou chamar ele. – Carl falou um tanto surpreso. – Entra.

Entrei e vi Michonne sentada no sofá com Judith no colo, a morena bateu no sofá, pedindo para que eu sentasse ali; assim que sentei ao lado de ambas, a bebê agarrou meu cabelo, brincando com as pontas dele, na hora lembrei de mim. Fiquei um tempo brincando com Judith e conversando com Michonne; e aleluia, o senhor Daryl apareceu.

– Carl falou que você queria falar comigo? – ele falou bagunçando meu cabelo.

– Tenho uma coisa pra te mostrar. – falei me levantando.

Fui em direção a minha casa com Daryl atrás de mim, abri a porta esperei ele entrar.

– No sofá. – falei sentando na bancada que separava a cozinha da sala. – Pode me ensinar a usar?

– Posso. – ele disse pegando a crossbow. – Mas de vez em quando, vai ter que me emprestar essa belezinha.

– Fechou caçador. – falei rindo.

– Mas onde a senhorita achou essas raridades? – ele me perguntou.

– Bem, digamos que tínhamos um caçador nas redondezas. – falei. – A casa estava intocada e tinha um quarto lotado de armas de caça, precisamos fazer a limpa lá.

– Vou falar para o Rick, quem sabe o Carl vai com a gente? – ele falou cheio de segundas intenções.

– Idiota... – falei revirando os olhos. – Ele namora com a Miss Branquela Cara De Cu.

– E você gosta dele. – ele falou sentando no braço do sofá.

– Eu? Nuncaa!! – falei ficando emburrada e revirando o olho.

Depois que Daryl foi embora, eu fui deitar com a roupa que eu estava mesmo.