Ela disse, Ele disse escrita por Beandrader


Capítulo 16
Fome


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou ! Quero pedir desculpa, pela enrolação nos dois últimos capítulos mas é q eu queria falar de um assunto mais tava com dificuldade pra achar as palavras certas na hr de tratar deles, mas finalmente passou e oq eu queria q vcs entendessem acho q agr vai ficar mais claro, quero agradecer a quem sempre comenta me incentivando e me alegrando, e n esqueçam q os favoritos me deixam feliz tb hein ? Mas chega de papo, segurem as armas e não me xinguem pq sei q é isso q vcs vão querer fazer....boa leitura !



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– Pode filha...pode...- minha mãe resmungava virando-se para o outro lado da cama, enquanto eu comemorava silenciosamente. Pedro havia me ligado à 5 minutos me chamando pra ir a praia. Era relativamente cedo, talvez oito, nove, eu não sabia definir, mas domingo era o dia de descanso sagrado da dona Dandara. Ela trabalhava na Ribalta, dando aulas de canto, e aos sábados sempre ia a casa do mestre Gael ajudá-lo a fazer as tarefas domésticas, já que obviamente os meninos não ajudavam em absolutamente nada. Resumindo: minha mãe trabalhava todos os dias e aos sábados ela fazia uma faxina geral na casa de seu namorado ranzinza com dois filhos relativamente preguiçosos, então domingo, ela costumava dormir até as dez, onze e o almoço que sempre ficou por minha conta eu tratava de cuidar, enquanto Bianca fingia limpar a casa, disfarçando a sujeira guardada embaixo do tapete, que obviamente depois de eu terminar a comida eu tratava de limpar deixando a casa em ordem.

– Obrigada mãe.. - eu sussurrei agradecendo, mas tinha certeza de que ela não havia ouvido uma palavra do que eu tinha dito depois de me liberar para sair. Cheguei em meu quarto e Bianca saia do chuveiro de toalha e passava o creme pelas pernas perfeitamente finas e delineadas.

– Acordou cedo hoje princesa ? - eu provoquei, Bianca nunca acordava cedo a não ser para ir a aula, vê-la tão disposta assim de manhã era no mínimo incomum.

– Você também acordou cedo demais...- ela falava enquanto eu caçava alguma coisa decente para ir a praia em meu guarda-roupa - Vai sair pra aonde ?

– Não que lhe interesse, mas eu vou sim..vou pra praia com o Pê...- eu disse arrancando um biquíni azul marinho e um short jeans preto

– E você pretende ir vestida assim ? - ela perguntou apontando pras peças em minhas mãos com um olhar reprovador

– Algum problema ? - eu revidei, não estava com o mínimo de paciência para ela naquela manhã

– Nada...se o Pedro te ama do jeito que você é...- ela disse erguendo os ombros, agora que já estava vestida penteando os longos fios castanhos

– O que você está querendo dizer Bianca ? - ela revirou os olhos e me encarou

– Nada...eu não quis dizer nada...é só que se o Pedro te ama do jeito que você é, o que teria de errado não é mesmo ? Não é como se você fosse ... "cheia" demais para usar esses tipos de peças né prima....eu só acho que você podia ter um senso um pouco melhor sabe...Bellinha, pensa, o Pedro gosta do seu corpo, de você, mas os outros, não são obrigados a ver nada disso né ? - ela apontou pro meu corpo como um todo, e saiu desfilando do quarto e me deixando ali com uma vontade insuportável de nascer de novo pra ver se o meu jeito peculiar e aparentemente "gordo" desaparecia.

(...)

– Como assim desistiu ? - TomTom me questionava curiosa quando na verdade nem eu sabia o que responder ao certo, se era a melhor amiga dela, como eu ia saber mais ?

– Sei Lá Maria Antônia! Ela me ligou e desmarcou, disse que tava com enxaqueca e que não queria sair de casa, eu me ofereci pra ir até lá fazer companhia pra ela, um carinho coisa assim, mas ela recusou, parecia que tava tentando me evitar sabe, eu não entendi nada...

– Que estranho...a Bella tava normal ontem...ela até me aconselhou a...- Maria Antônia não terminou de falar e mudou a direção do olhar rapidamente tentando disfarçar algo, que na real eu não queria fazer muita questão de saber agora. O que me preocupava era a Isabella, ela tava estranha demais. Nós estávamos sentados na mesa da cantina, e nem sinal dela, eu ligava e ela não atendia, eu estava muito preocupado

– É....eu vou ligar pra ela de novo - peguei meu celular mas ouvi aquela voz docemente rouca falar mais baixo que o normal e me senti aliviado

– Ela quem ? - quando me virei, levei um susto, minha namorada estava extremamente pálida, com olheiras fundas, e apesar daquele sorriso eu podia ver transparecendo em seus olhos que antes eram azuis e agora estavam cinzas, que tinha algo errado

– Bella, você apareceu ! Quer me deixar preocupado linda ? Porque não deu sinal de vida ? - eu levantei e dei um selinho demorado nela segurando seu rosto com as mãos

– Desculpa...eu tinha lição de casa pra fazer...acabei me atrapalhando e acordei atrasada hoje por isso não te atendi..- apesar de ela parecer sincera, eu podia sentir que tinha algo a mais ali que ela não quisera mencionar

– Hm sei, mas ta tudo bem então? - perguntei desconfiado e ela assentiu meio nervosa e piscando mais que o normal, eu segurei suas mãos e me assustei de novo ao notar o quanto elas estavam geladas, é, realmente algo estava errado.

– Bella, você disse que tava com enxaqueca ontem e ficou fazendo lição? - eu vi sua expressão nervosa e a puxei pelo braço para um canto passando pela cantina

– Pronto, você sabe que não precisa esconder nada de mim né ? Sabe que eu tô aqui pra qualquer coisa linda...e eu sei que você não ta bem.. O que ta rolando bella ? - senti suas mãos estremecerem e ela pareceu ficar mais pálida e gelada do que já estava

– Nada Pê...eu juro que tô bem...não precisa se preocupar ! - ela falava daquele jeitinho doce e mesmo que eu não conseguisse dar certeza de que eu acreditava, eu tentei pra tirar aquela carinha triste do rosto dela.

– Então ta...vamos aproveitar que a escola ainda ta vazia...- dei um sorriso sapeca e a puxei pra primeira sala que encontrei e que obviamente estava vazia.

Assim que entramos eu coloquei uma mesa na frente da porta e quando me virei vi a carinha confusa que ela fez, e quando ela abriu a boca fazendo menção de contestar eu a puxei pela cintura e a beijei. Ela afundou as mãos no meu cabelo daquele jeito que me enlouquecia e eu a sentei na primeira carteira que encontrei a nivelando ao meu tamanho. Eu e Bella namorávamos a pouco tempo e por isso não tínhamos dado mais que uns bons beijos, mas o fato do nosso namoro ser recente não anulava em nada a vontade que eu tinha dela. Me surpreendi quando entre o beijo ela envolveu meus quadris com suas pernas nos colando mais ainda, e eu apertei sua cintura, e desci minhas mãos pelo seu quadril chegando a parte que me mais me atraía desde sempre, sua bundinha. Eu a apertei e senti ela morder meu lábio inferior, como resposta e quando eu subi minhas mãos em sua cintura por dentro da camiseta do uniforme ela partiu o beijo ofegante.

– Pê...espera..acho que...acho melhor irmos pra sala, a aula já deve ter começado...- ela falava respirando pesado e me olhando um pouco sem graça

– Ahn...você tem razão..nem sei como não apareceu nenhum professor por aqui...mas foi bom mesmo parar agora porque eu não tinha certeza de que se eu continuasse iria conseguir me controlar...- soltei e vi ela arregalar os olhos e pela primeira vez seu rosto ganhou cor, uma cor avermelhada denunciando sua timidez

– Pedro...você ta querendo dizer que...- ela estava tão vermelha que nem conseguia falar direito então eu sorri e ela me olhou com uma expressão incrédula

– Que, você é tentação demais pra que eu um mero mortal consiga manter o autocontrole em situações como a de agora a pouco - eu disse sério e quando ela fez menção de falar eu não deixei e continuar - Mas isso não quer dizer que eu vou te obrigar a nada, nós não vamos fazer nada que você não queira...- ela deu um suspiro triste e abaixou o olhar e eu levantei seu queixo com uma mão a obrigando a me olhar

– Desculpa pê...eu queria ser menos travada, mas eu sou muito tímida, é mais forte do que eu, na verdade...eu nem como conseguimos chegar até aqui...- ela sorriu sem humor - Você deve estar me achando patética né ? Nem sei o que você viu em mim...

– Isabella olha pra mim, presta atenção - eu falei sério a encarando e ela parecia assustada - Eu gosto de você do jeito que você é, e vou respeitar o seu tempo independente de qualquer coisa, e o que foi que eu vi em você? - eu sorri e continuei - Eu vi muitas coisas, o seu sorriso, os seus olhos, tudo bella...você é tão incrível, me sinto um idiota de nunca ter percebido isso antes...- eu falei e a beijei de novo. Mas dessa vez foi um beijo calmo e sem a menor pressa nós nos separamos, e eu a ajudei a descer da carteira e coloquei a mesa que estava em frente a porta no lugar e a puxei pela mão em direção à sala, mas ela disse que precisava ir ao banheiro e levando em consideração o volume que eu tinha na calça, acho que eu também.

(...)

Eu fui correndo pro banheiro e agradeci mentalmente quando o encontrei vazio. Olhei meu reflexo no espelho, e deu pra concluir que o Pedro devia ter algum tipo de dano mental pra me achar uma tentação naquela situação deplorável na qual eu me encontrava. Lavei o rosto, tentando afastar aquele bolo que eu sentia na garganta e tentando ao máximo ignorar os roncos altamente audíveis que meu estômago fazia. É, eu estava mesmo com fome, mas se eu quisesse que meu namoro continuasse dando certo, tinha que continuar pelo mesmo caminho no qual eu havia entrado. Eu não comia nada desde ontem, no café da manhã, e já podia sentir uma leve fraqueza, então abri minha mochila que estava em cima da pia e peguei uma barra de cereal que eu havia colocado lá dentro. Comi ela em um milésimo de tempo e ainda podia sentir minha barriga roncar e meu estômago reclamar de insatisfação pela miséria que eu havia lhe dado para suprir a minha necessidade de energia. Mas por enquanto, talvez até a noite isso fosse o suficiente pra me manter em pé, e quando a fraqueza surgisse novamente pra me incomodar e me lembrar de que eu precisava comer eu devoraria outra barrinha. Acho que a parte mais difícil daquele plano seria resistir a hora do almoço, que normalmente era de minha responsabilidade, principalmente hoje que eu não tinha as minhas aulas de culinária, que eu gostava tanto, mas que levando em consideração a minha atual dieta alimentar, ficava difícil esperá-la ansiosamente.

(...)

Eu estava saindo da Ribalta, tinha passado mais uma tarde por lá ensaiando e tendo aquelas aulas chatas de teatro. Eu estudava lá simplesmente por causa das aulas do Nando, porque se eu pudesse eu fugia das de teatro e dança. A Lucrécia, professora de dança parecia me odiar, porque eu era sempre o único garoto que precisava fazer demonstrações das coreografias que ela passava, e levando em consideração a minha negação com as artes da dança, dá pra adivinhar que eu sempre pagava micos, fazendo a professora sempre nos lembrar de que nós não tínhamos talento e nem dedicação, e comparando-nos com a sua brilhante e talentosa filha, que eu nunca entendi o porque mais não estudava na Ribalta. Nas aulas de teatro não era tão chato assim, o Edgard nosso professor parecia ter muito mais dinâmica e paciência com os que não eram muito fanáticos pelas artes dramáticas. Enfim, eu sai da escola, descendo as escadas com mais pressa que o necessário e acabei trombando em alguém, e depois de voltar meus olhos para o chão onde ela se encontrava, pude ver que era uma Bianca descabelada e com uma expressão de dor.

– Ai Bi desculpa! Eu devia prestar mais atenção por onde eu ando...- eu disse dando a mão para ela levantar-se

– É devia mesmo viu Pedro ! - ela parecia furiosa, mas mudou sua expressão em um segundo e ela sorriu gentilmente - Mas tudo bem...eu nem me machuquei muito...

– Muito ? Então você se machucou ? Aonde ? Dá pra andar ? - não estranhe minha preocupação, Bianca não era mais minha namorada, mas já foi e eu sempre vou nutrir um carinho muito grande por ela, sem segundas intenções, claro.

– Ahn...mais ou menos...- eu e ela íamos caminhando em direção a saída da fábrica, quando ela pisou em falso, e eu a segurei antes que ela desse com a cara no chão. De novo.

– Caramba Bi...se eu não te derrubo eu te salvo ? - eu falei em tom divertido e ela me surpreendeu quando envolveu um braço em meu pescoço. Eu já não me sentia atraído por ela, então uma aproximação como aquela me causava um certo desconforto.

– Espero que você me salve mais vezes, pra sempre te ter por perto...- ela disse me olhando de um jeito sedutor, mas não me afetou, e o quando eu achei que minha situação não podia piorar eu olhei pro outro lado da praça, e vi Isabella em frente a sua casa me olhando incredulamente.,


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Notas finais do capítulo

E ai quem ta odiando a Bianca mais q o normal ? É eu sei q fica difícil gostar dela, mas na cabeça daquela maluca todas essas maldades fazem sentido por causa da história dela q provavelmente logo vcs vão saber....aguardem pq fortes emoções os aguardam ! Bom vou repetir o de sempre, duvidas e opiniões, criticas e sugestões são muito bem vindas oq n vale é deixar de comentar ! Até sábado...é ! Sábado tem um pronto ! Beijinho beijinho 😘❤



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