Revive escrita por Blue Wolf


Capítulo 1
Lá vamos nós. De novo


Notas iniciais do capítulo

YAY



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- Eu tava' na sala dos professores quando tudo aconteceu.

" Arrumava alguns papéis/pastas meus na estante, em partes para me organizar e em partes para ficar segura e longe da Lucy, quando Marcelo abriu a porta meio atordoado. Ultimamente ele estava mexendo comigo - muito mais do quê eu gostaria, diga-se de passagem - , fazendo-me querer pular nele, seja para estapeá-lo ou beijá-lo.

- Cris, você já viu a confusão que tá' no colégio por causa da Lucy? - Perguntou-me ao entrar na sala a passos largos. Imediatamente me virei em sua direção, largando os papéis já organizados ali.
- Tanto vi que resolvi ficar por aqui mesmo. - Voltei à olhar os papéis, evitando possível contato visual - o quê era perigoso ultimamente -.

- Medo da Lucy? - Disse ele levemente assustado. Aquilo era verdade, afinal com louco não se brinca, mas não queria dar esse gostinho à ele.

- Precaução é sempre bom, né. - Continuei mexendo nos papéis, fitando-o apenas quando dizia alguma coisa.

- O problema é que precaução demais atrapalha. - Estava demorando... Parei de mexer com os papéis, deixando os braços penderem ao lado do corpo e me virando para fitá-lo.

- Depende do caso, sabia? - Ele ergueu o cenho levemente, ficando minimamente alterado.

- Ah, é? Jura? - Disse ele com aquele sorrisinho sarcástico que eu tanto amava. Manteve a expressão debochada no rosto até a minha resposta.

- Juro. - Comecei à caminhar pelo local e gesticular com as mãos, evitando ficar muito próxima e pegando uma pasta que estava na mesa dos professores - O caso do Artur, por exemplo. Ele tá' se precavendo de tudo quanto é jeito pra não levar um fora da Cilene, entendeu? - Disse voltando aonde estava inicialmente e ponde a pasta no lugar.

- Pra mim ele tá' é chovendo no molhado. - Lá vinha ele com sua falta de sensibilidade. Revirei os olhos e fiquei de frente pra ele.

- Nossa, como você é insensível Marcelo! - Disse com uma cara e voz de certa repugna, numa desfeita em relação à sua frase. - Ele ama a Cilene e tá fazendo de tudo pra reconquistá-la! - Disse mostrando mais minha indignação por ele não fazer o mesmo. Artur já havia até beijado a Dona Ofélia pra se salvar com a Cilene enquanto ele saia com a Tatiana e fazia ciúme em mim. Não que isso funcionasse, em momento algum funcionou. Não mesmo.

- Já que você ficou tão tocada com isso - Disse ele gesticulando como um louco, me fitando com certa raiva e uma pontinha de desespero -, então por quê não aproveita e... pede uma carona? - Mudou seu semblante para calmo e a voz para baixa e sedutora. Acabei por não associar as coisas, ficando sem entender.

- Que carona? - Ele me olhava, variando entre os lábios e a boca. Acabei por fazer o mesmo, afinal seu rosto me encantava. Ele se aproximou um pouco mais.

- Pra me reconquistar, ué... - Disse com uma voz falha; Acabei por rir de sua fase, num ato insensível da minha parte.

- Tá' Lucy quer... - Estava indo embora quando acabei sendo interrompida por sua frase, que veio logo em seguida.

- Tô', Lucy por você. - Uma expressão confusa se formou no meu rosto, fazendo mil e umas borboletas brotarem e se manifestarem no meu estômago. Virei-me com um sorriso debochado no rosto.

- Mas é muito c... - Acabei sendo interrompida ( novamente ) e, pra piorar minha situação, ele estava cada vez mais próximo de mim.

- Não, você que é Cris. Muito. - Ele começou à mexer com o meu cabelo, colocando-o para trás. Naquele momento o mundo parou, me deu uns bons tabefes na cara e continuou parado. As borboletas haviam se triplicado e eu me sentia cada vez mais atraída pelo homem à minha frente.

- Muito? - Ele se aproximou mais, repetindo várias vezes minha fala e acariciando meu rosto. - O quê? Muito o quê...

- Muito linda... - Continuou acariciando meu rosto e me deixando boquiaberta e perplexa. Tentei absorver o quê estava prestes à acontecer mas todas as tentativas davam em ERROR 404, brain not found. Mantive-me fitando seus olhos, enquanto ele se aproximava mais. - Muto... - Ele se perdeu olhando alguma coisa, assim como eu olhava seus lábios... - gostosa... - Consegui dizer um " é " bem baixinho, e então ele me deu um selinho. E depois outro. E outro. E finalmente o beijo. Eu me entreguei totalmente, estava cansada desse chove e não molha sendo que, o tempo inteiro, tudo o quê queria eram jantares, mais confiança dele, flores e beijos, não é pedir demais! Repousei minhas mão ao lado de sua nuca - não que elas fossem ficar ali por muito tempo - enquanto ele me segurava firmemente pela cintura. Gemia baixinho, como sempre fiz nos nossos beijos. Aquilo era o paraíso na Terra e, provavelmente, passaria o dia parecendo uma adolescente que finalmente foi beijada pelo " Boy Magya ". Nosso beijo era tudo menos calmo, era sôfrego, emergencial e quente. Muito quente. Minhas mãos bagunçavam loucamente o cabelo dele quando comecei à puxá-lo contra mim, desarrumando sua camisa e, provavelmente, arranhando suas costas. As mãos de Marcelo me apalpavam onde elas alcançassem e continuamos o beijo freneticamente até que o ar se esvaísse completamente. Ele se separou de mim, mordendo meu lábio de forma que latejasse levemente. Deixei minhas mãos entre seu tórax e ombro, olhando pra ele com uma cara confusa e extasiada.

- Sem tapa na cara dessa vez? - Ele me olhou sorrindo, me dando mais um selinho.

- Bem que você merece mas é capaz de eu quebrar minha mão com essa sua cara de pau. - Disse meio que sorrindo meio que brava, então ele me beijou novamente. Dessa vez o beijo era calmo e eu me entreguei novamente. Ele, infelizmente, parou o beijo do nada e sorriu, debochado.

- Sem resistência, sem briga e sem tapa... Essa é a Cris mesmo? - Revirei os olhos, sorrindo levemente. Minhas mãos estavam em seus ombro mas logo usei a direita para ajeitar seu cabelo extremamente bagunçado.

- Não, aqui é o clone dela que já estava cansada disso tudo. - Acariciei seu rosto enquanto ele assumiu uma expressão confusa.

- Isso tudo o quê? - Fiz uma feição de um jeito que ele entendesse o óbvio. Quando ele finalmente entendeu, soltou um " Ah " demorado.

- Ah - Disse imitando-o - Já tava mais que na hora né, Marcelo? - Ele assumiu uma expressão confusa enquanto eu fiz uma cara de raiva.

- Se eu fizesse levava na cara! - Disse ele meio indignado. Suas mãos brincavam com minha blusa na minha cintura enquanto eu acariciava as laterais de sua nuca.

- Levava mesmo. - Disse irônica, rindo da situação.

- E por que dessa vez foi diferente? - Disse ele sério, olhado meus olhos e boca. Mordi o lábio inferior, tentando me concentrar. Acabei por esquecer da pergunta e dar-lhe um beijo rápido que nem eu mesma esperava.

- Porque sim, Marcelo. Porque sim. - Disse sorrindo, dando um leve tapinha em seu peitoral e me separando dele, virando-me de costas. Ele pegou minha mão e me puxou, fazendo-me fitá-lo.

- Aceita sair comigo às oito? - Ele me olhava sério. Sorri abertamente.

- Acho que você já sabe a resposta. - Me livrei de sua mão e sai da sala com um sorriso bobo no rosto, jurando ter ouvido um " uhul " de uma voz bem conhecida. "

- E foi isso, dona Ofélia! Eu quero ele mas... Argh! - Disse prensando a almofada contra meu rosto.

- Ah, então era por isso que você tava' aéria o dia todo, sorrindo pra todo mundo e parecendo a branca de neve. - Disse Dona Ofélia levemente debochada.

- Pois é... - Sussurrei, ainda colada na almofada.

- Tá' mais que óbvio que você tá' apaixonada, Cris. - Murmurei um " tá é? ", recebendo um aceno positivo como resposta. Suspirei, exasperada.

- O quê eu faço? - Deixei a almofada cair no meu colo e cobri meu rosto com as mãos, tentando achar a resposta. Deixe as mãos subirem para o cabelo, curvando meu corpo.

- Para de agir como uma adolescente, porque você já passou dessa fase! Chega de doce! Vocês dois se gostam e, quando você achou que ele ia te pedir em casamento, só faltou soltar fogos! - Ofélia cuspiu a verdade no meu rosto. Já deu né? Suavizei a expressão, voltando meu tronco pra cima e me apoiando no encosto do sofá.

- Será? - Ofélia acenou positivamente. A mesma já tomava fôlego pra falar alguma coisa quando a campainha tocou eu meu coração explodiu no peito. Olhei para dona Ofélia, que acenou positivamente, sussurrando uma " vai lá ".

- É agora ou nunca. - Levantei-me do sofá, seguindo para a porta. Quandro abri, dei de cara com Marcelo. Quando me viu, abriu um sorriso largo.

- Você tá linda... - Sorri boba com a frase dele, já deixando a insegurança de lado e assumindo minha postura comum. - Vamos? - Ele me estendeu a mão, retribui o ato segurando sua mão e entrelaçando nossos dedos.

- Tchau dona Ofélia. - Disse, saindo lado à lado com Marcelo, que começava à puxar assunto.

- Vê se lembra do quê eu te falei! - Gritou Dona Ofélia.

É agora ou nunca.


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