A Vida Além dos Jogos escrita por stereblane38


Capítulo 55
Capítulo 55


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu sei que fiquei muito tempo sem atualizar mas não sei se vocês acreditam quando digo que a culpa não é minha. Eu troquei de co-creator uma vez é não quero trocar de novo por isso estou levando. Em fim, trouxe mais um capítulo para vocês e como pedido de desculpas vou publicar dois capítulos de uma vez só. Espero que gostem e comentem por favor, espero que não tenham desistido :)



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Pov Gale

Matteo e Carl finalizaram a história a alguns minutos. Estamos tomando nossas bebidas aos poucos e de cabeça baixa. Matteo e Peeta nasceram no dia 22 de novembro, 17 anos atrás, a mãe estava desacordada na hora do parto, facilitando a formulação de uma mentira. Effie e Haymitch estavam juntos há alguns anos e aí ela engravidou. O Haymitch ficou sabendo mas os dois ficaram incomunicáveis durante a gravidez. Sem o Haymitch para ajudar a Effie estava perdida pois a família dele foi morta, e assim seria feito com os bebês. A Effie recorreu ao primeiro ombro amigo que encontrou, Carl e Pierre. Dois loucos.
Não foi difícil se esconder durante a gravidez, ela sabia que teria dois meninos mas se enchia de remédios e estava prestes a ficar louca. O Carl foi o que chamamos de a salvação.

A Katniss foi uma das primeiras pacientes do Carl que conseguiu levar uma gravidez de gêmeos até o final, e isso não é uma surpresa, Katniss é determinada e nem se o Rye e a Willow quisessem iriam sair da barriga antes da hora. A Effie precisou ser internada no hospital do Pierre no final do sétimo mês de gravidez, e Peeta e Matteo nasceram uma semana depois, no início do oitavo mês. A Effie estava desacordada, por isso ela não sabe que Peeta está vivo. Carl mentiu e inventou que um dos bebês morreu durante o parto. Os Mellarks ganharam muito dinheiro quando Peeta chegou ao distrito. A família foi escolhida por dois motivos.

1: Os traços físicos.
2: Eles tinham acabado de ter um bebê, seria muito fácil falar que os dois eram gêmeos. O bebê dos Mellarks morreu dois meses depois e a senhora Mellark resolveu descontar tudo no Peeta.

–Isso explica muita coisa - quebro o silêncio presente na mesa.

–Explica o que? - Matteo pergunta mastigando alguns petiscos.

–Pra começar, explica o Rye e a Willow. Gêmeos, como você e o Peeta. Por que você e o Peeta são tão parecidos.

–Não somos TÃO parecidos. Meu cabelo tem mais brilho e meu maxilar é bem mais bonito. A Katniss escolheu o gêmeo errado.

Não perco a oportunidade de rir.

–Agora a pergunta que não quer calar é: Por que o Matteo tem a droga de um registro de adoção, Carl? Qualquer um pode ver que ele é filho da Effie e logo vão associar ao Haymitch.

–Porque eu tinha, talvez, 17 anos naquela época! Fui um dos médicos mais jovens dessa cidade e também não fazia idéia de que qualquer coisa arquivada vai para a ficha do cidadão. Ninguém me avisou. Dessa vez, com o Rye, fiz direito. O Rye só existe na nossa memória e nas fotos. Nenhum papel, arquivo ou qualquer outra coisa pode comprovar que o Rye nasceu.

–A marca de vômito de bebê na minha camisa preta prova a existência do Rye - Matteo fala. Carl olha para ele com um olhar de reprovação - Por que não podemos pegar algumas armas, matar o presidente snow e libertar o Peeta?

–Não é tão fácil quanto pode parecer - Respondo - Não é nada fácil. Precisamos das pessoas e da fidelidade delas, isso só a Katniss pode conseguir. Outro fato é que você tem uma sobrinha de um mês. Ela é muito pequena e precisa da mãe viva por mais alguns anos.

–Como ela é? A Will. Só conheci o Rye, ele é demais. Vai ser parecido comigo e com o Peeta já que se colocar uma foto de quando eu era bebê ao lado do Rye veremos que somos quase a mesma pessoas só que os traços da Katniss estragam o esquema.

–Ela é linda. Tem os olhos do Peeta. Doce, calma quando está de bom humor e não quer mamar. Tocando nesse assunto, com você vai conversar com o Haymitch e a Effie.

–Não vou conversar com nenhum dos dois. Estamos bem assim. Tenho uma ótima idéia senhores! Vamos contar momentos tristes das nossas vidas e ao final de cada história tomaremos uma garrafa. Concordam? O que temos a perder?

Carl e Eu nos entreolhamos.

–Vamos acabar com o estoque de bebidas do bar. Vamos nessa - Carl responde.

Carl começa contando como foi tirado de sua família para trabalhar na capital. Isso não é a minha idéia de diversão. Prefiro mil vezes estar com a Katniss ajudando a cuidar da Willow.

Pov Peeta

Há um mês me tiraram do centro de treinamento para uma prisão diferente. A mansão do presidente Snow. Alguns dias depois que conheci minha filha.
Eles me trouxeram para cá, me trancaram em um quarto luxuoso e no dia seguinte cortaram meu cabelo. Estou há um mês aqui, mesmo assim o presidente Snow não veio me ver ou deu algum comunicado. Durante o dia sento na janela e fico imaginando se uma queda me mataria ou qual dos objetos do quarto poderia causar uma morte rápida mas na verdade não quero morrer, lá no fundo não quero. Uma parte quer e a outra não. A parte que quer morrer repete tudo de ruim que já passei e principalmente revejo a cena em que meu filho é tirado da Katniss. A parte que quer viver lembra dos melhores momentos da minha vida, os momentos com a Katniss, o nascimento do meu filho e a primeira vez que segurei Willow nos braços. A porta é aberta e dois homens adentram.

–Eu só preciso de alguns minutos com ele, o presidente Snow autorizou. Saia por favor - O segurança obedece Gale e sai do quarto. Gale está completamente diferente. O cabelo está maior e está usando uma roupa sofisticada. Nos encaramos alguns segundos - Não tenho certeza se deve perguntar "como vai Peeta?"

–O que quer? - pergunto desviando o olhar.

–Em alguns minutos o presidente Snow vai falar com você. Vamos esclarecer algumas coisas. Não precisa se preocupar com a Katniss ou com a Willow. A Katniss sabe o que fazer e eu estou cuidando da segurança e bem estar da Willow. Fiz um acordo com o presidente Snow, vamos ficar bem enquanto todo mundo cumprir o seu lado. O meu lado é ajudar com a capital e manter a Katniss na linha, se isso é possível. Entre outras coisas. O seu papel é não tentar fazer nada que prejudique esse acordo. Peeta, eu juro que as garotas vão ficar bem, o Rye também. Você vai parar de ser torturado enquanto tudo correr bem. Só não prejudique o acordo. Sei que você não faria algo assim mas precisava saber antes. O meu acordo envolve trabalhar para o presidente snow. Todos estão fazendo sacrifícios.

–Não se preocupe, não vou estragar o seu trabalho - Respondo olhando para fora da janela . Ele está adorando ser o herói, o salvador de todos, mas do que estou reclamando? Ele está fazendo pela minha família o que eu deveria estar fazendo. Tenho tantas perguntas para fazer a ele mas não posso fazer nem a metade, não temos tempo. Gale ainda está parado observando o quarto esperando algo mais ser dito. - E a Willow? Como ela é? Como a Katniss está lidando com ela? Ela sente falta do outro bebê?

–Mais do que qualquer outra coisa. Essa é a coisa mais idiota e estúpida que já saiu da sua boca Peeta. A Katniss não queria os bebês no início mas tudo mudou, ela os ama mais do qualquer coisa, são a prioridade da vida dela e... da minha também. Tenho aqui algumas fotos para você. Estou aqui a 3 dias e daqui a 4 vou voltar para o distrito 12. Vou passar muito tempo aqui na capota nos próximos anos, mas talvez essa seja a nossa última conversa em muito tempo. Trouxe essas fotos para que você nunca esqueça desses momentos e desses rostos. Vou cuidar da Willow, ela está em boas mãos, prometo. - Gale se próxima e me entrega um saquinho transparente com fecho e em seguida vai em direção a porta. Gale abre mas não sai, ele abaixa a cabeça e fala - Seus pais sabem que você está vivo, e o seu irmão também... a sua família de verdade sabe. Adeus Peeta.

Gale bate a porta e seus passos ecoam longe. Fox sabe que estou vivo? Não acho que seja verdade, é um segredo grande demais para ser compartilhado com alguém que pode abrir a boca perto da Katniss. Abro o saquinho e pego as fotos. A primeira foto é de quando Katniss e eu vencemos os jogos. Gale escreveu atrás da foto mas não preciso ler a legenda para lembrar. A foto do último ultrassom dos gêmeos, que Gale claramente fez questão de escrever "eu estava lá". Muitas lembranças e muitos momentos que não existem na minha cabeça porque não estive lá. Gale colocou uma foto com Willow nos braços e atrás "vou cuidar dela e vou repetir quantas vezes for necessário"

Ninguém vai tirar essas fotos de mim, nunca. Elas são a única coisa que me resta. Willow está segura com o Gale e estou feliz por isso e ao mesmo tempo triste já que isso só reforça uma coisa: Ninguém precisa de mim. Meus pais tem o Fox. Meus amigos tem outros amigos. Katniss tem Gale e futuramente pode arranjar outro namorado de mentira. Willow tem Katniss e Gale. O filho menos amado é substituível. Um namorado de mentira é substituível. Um pai que só segurou você no colo uma vez é substituível. Nesse tabuleiro de que é a nossa vida eu sou a peça descartável. Ninguém precisa de mim.

Após 10 minutos um dos seguranças do presidente vem me buscar. Ele me puxa pelo braço até a sala de refeições. Há uma mesa enorme recheada por diversos tipos de comida. Uma garotinha está sentada em alguma dar cadeiras e na ponta da cadeira o presidente Snow está almoçando. Ele termina de mastigar, limpa a boca em um guardanapo de seda e fala com a menina.

–Minha querida, poderia nos dar licença? Eu e o senhor Mellark precisamos conversar.

A menina faz uma reverência ao presidente, olha para mim com um olhar assustado e logo sai. O segurança indica a cadeira mais próxima do presidente Snow e me sento nela.

–Por onde começamos senhor Mellark? - Snow fala cruzando os dedos.

–Se isso for um interrogatório vou falar a mesma coisa que estou repetindo a muitos meses. Não sei o que aconteceu na arena. A Katniss também não sabia.

–Pare de tentar proteger a garota, é patético. No início era bom para o marketing, agora é apenas patético e irritante. Isso não é um interrogatório senhor Mellark. Isso é apenas uma conversa entre patrão e empregado. O senhor é pai, certo? - Concordo com a cabeça - Eu também já tive uma filha. Ela está morta agora e a culpa é minha. O senhor não quer sentir a culpa de ter causado a morte da sua própria filha. Como posso começar? Vejamos... no momento atual eu e a senhorita Everdeen não estamos lutando mas sei que em algum momento as coisas ficarão feias entre nós dois e é aí que o senhor entra. Preciso de um porta-voz, um mensageiro. Uma possível rebelião teria como rosto a senhorita Everdeen e bom... Todos os lados precisam de um rosto e de uma voz.

–Então está pedindo para eu ser o seu rosto e a sua voz? - Pergunto calmamente.

O presidente rir antes de responder.

–O senhor não entendeu? Sendo assim vou explicar. Eu não estou pedindo.

O presidente Snow levanta da cadeira e se prepara para sair. Antes do primeiro passo ser dado digo:

–Vamos fazer um acordo. Se fez com Gale também pode fazer comigo.

–Não senhor Mellark. Gale e é um jovem especial. Ele tem muita raiva dentro de si, sempre foi pobre, dinheiro e poder seduzem qualquer um, principalmente alguém como ele. O meu acordo com o senhor Hawthorne me beneficia. Como o senhor poderia me beneficiar? Não preciso do senhor, ninguém precisa para ser mais exato.

–Se esse acordo não for feito não serei seu rosto e a sua voz - Digo entre dentes - O senhor tem toda razão, ninguém precisa de mim, estão todos bem sem a minha presença e isso basicamente significa que não tenho nada a perde, o senhor não vai machucar Willow, não arriscaria o acordo com Gale porque ele é benéfico para você. A morte é minha amiga. Pode me matar, me torturar, não vou ser seu escravo se não me ouvir. São apenas duas condições que beneficiam a mim e a Johanna.

Snow senta na cadeira, respira fundo por alguns minutos até voltar a falar.

–Podemos falar sobre esse acordo. Não tente bancar o herói, será perca de tempo.

–Quero que mantenha Johanna viva e durante os jogos, quando a Katniss for mentora, quero ficar com a minha filha. Só por alguns minutos, enquanto ela for apenas um bebê. Não tenho mais nada para pedir, Gale já cuidou de tudo e é só isso que tenho para pedir. É só isso. Faça essas duas coisas e aí farei qualquer coisa. Serei o a voz da Capital


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Notas finais do capítulo

Comentem nesse capítulo e passem para o próximo!