A Vida Além dos Jogos escrita por stereblane38


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

OLAAAA! Demorei? Demorei, mas tá no prazo de 10 dias e eu estou em semana de provas. Esse capítulo não foca na katniss, foca mais em outros personagens e prestem atenção nas partes do carl.até as notas finais!



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Pov Peeta

É insuportável saber que a Katniss está sentindo dor e  que não posso fazer nada. Ela está suada e com o cabelo despenteado. Gale põe um papel no meu bolso e se afasta.  O assunto do papel fica claro no título "Plano de fuga". Leio rapidamente e volto minha atenção para katniss.

Esse plano não importa, só quero o ficar com a Katniss. Seus olhos estão fechados e sua mão direita está agarrada ao lençol da cama. Me aproximo da cama e pego sua mão. Eu não deveria ter feito isso, mas que se dane, é reconfortante tocá-la depois de tantos meses. Katniss abre seus olhos e encontra os meus. Nos olhamos por uns 4 segundos, 4 segundos suficientes para me conectar a ela.

Katniss aperta minha mão com muita força e eu aperto a dela de volta, tentando passar a força que não tenho. Ela grita mais uma vez e o bebê chora. Ele nasceu. Seu choro é alto e forte, o pequeno bebê está coberto por algo branco e sangue. Carl o embrulha em um pano e o põe  no colo da katniss. Ela larga minha mão e começa a examinar nosso filho, que já está mais calmo. Nosso filho, agora eu sou pai, tenho um filho e daqui a pouco terei uma filha com a garota que sou apaixonado desde os 5 anos de idade.

Estou com algumas lágrimas nos olhos e sorrindo por debaixo da máscara. Meu rosto está a apenas 1 metro e meio do rosto da Katniss. Ele é pequeno e tem um rostinho parecido com o rosto de qualquer bebê recém nascido, mas é perfeito, completamente perfeito. Katniss pega em sua mãozinha, ri e chora ao mesmo tempo. Não posso tocar nele, ela não vai deixar um estranho tocar no bebê.

É um momento único, eu faria tudo de novo. Dar o pão para katniss, fingir caça-la nos jogos,  tudo de novo, só para ter esse momento gravado na memória. Ninguém vai tirar isso de mim, ninguém vai tirar essa memória. O sentimento é indescritível, só posso falar que é algo único, excitante e aterrorizante ao mesmo tempo. Felicidade, isso se chama felicidade, algo que tive em poucos momentos da minha vida, algo que não tenho desde que comecei a ser torturado. Posso aguentar mais, posso aguentar tudo por ele, por eles. Posso aguentar qualquer coisa pela mãe dos meus filhos.

Gale ainda está aqui, viro e olho para ele. Sua expressão está triste e aparentemente magoada. Ele olha para mim e tenta dar um sorriso meio torto. O som de alguns aparelhos e as vozes da equipe me tiram do transe. Uma enfermeira pega o bebê do colo da katniss. Não sei o que está acontecendo mas sei que ela está mal.

—É o coração dela - um dos médicos grita para toda equipe. Ela ainda está com os olhos meio abertos - tirem o outro bebê por cesariana, rápido!

Todos estão desesperados, exceto Gale que está congelado. Os médicos, enfermeiros e técnicos andam de um lado para outro.  Meu coração está muito acelerado, tento me aproximar da Katniss, mas Gale puxa meu ombro.


—Vai! Sai daqui, pega o mapa do Carl! Nós vamos achar uma forma de tirar você da capital, é só seguir o mapa. Não vou com você porque  prometi que ninguém vai tirar o bebê daqui. Vai Peeta, é a sua única chance!


Olho para a porta traseira da sala e olho para Katniss. Não posso abandoná-la agora. Gale larga meu ombro e vou até a cama. Toco sua mão e seu cabelo,  aproximo meu rosto do seu e começo a sussurrar.

—Fica comigo, fica com o nosso filho. Estou vivo e estou com você. O nosso bebê está bem, você conseguiu, fica comigo. Eu te amo. Sempre estarei aqui.

Os médicos me tiram de perto dela e começam o processo de reanimação. Carl consegue tirar o outro bebê, mas ela não chora. Vou até lá e vejo a minha garotinha um pouco roxa.

—O que está acontecendo aqui? - o meu torturador particular entra na sala gritando e acompanhado por dois pacificadores.

—VAI, SAI DAQUI - Gale grita e se joga em cima dos pacificadores. Fico congelado por uns 2 segundos e começo a correr até a porta traseira. Corro uns dois metros e escuto um barulho de tiro.

Corro o mais rápido que consigo, dois pacificadores estão vindo na minha direção. Viro a esquerda e entro em outro corredor. Minhas pernas falham e caio entre algumas pessoas. Levanto e volto a correr, mas não é o suficiente. Um dos pacificadores dá um tiro com uma  arma de choque e sou atingido.

                  Pov Gale

Me jogo em cima de dois pacificadores enquanto Peeta tenta sair pela porta traseira da sala. Um dos pacificadores tenta socar meu rosto mas seguro seu pulso e chuto sua perna. O outro pacificador chefe vai atrás do Peeta enquanto fico com os outros dois. O mais alto vem por trás e consegue me render no chão. Ele saca uma arma e atira.

A bala erra o alvo e faz um buraco na parede. Se não fosse a péssima mira, eu estaria com uma bala alojada no cérebro.

—SAIAM DAQUI! Gale é amigo particular da Katniss, vocês querem ter problemas com a queridinha da Capital seus macacos selvagens!?

Carl entra na minha frente gritando com os pacificadores. Os dois saem da sala em direção ao Peeta. O médico ajeita o óculos, tira as luvas e estende a mão. O choque de quase levar um tiro da cabeça me deixa sem força para levantar, então Carl faz todo o trabalho. Estou ofegante e encharcado de suor. Meu metabolismo é rápido.

—A Katniss está bem, precisamos verificar o Peeta - Ele sussurra. Estou ferrado, agredi dois pacificadores de uma vez.

—Se Peeta for pego a culpa vai ser dele, e as crianças? - Não quero ser julgado mas Peeta foi burro, quase levei um tiro na cabeça por causa dele. Se ele tivesse saído na hora que mandei essa confusão não teria acontecido.

—O menino está bem, nasceu saudável, peso certo. Quanto a menina… os pediatras estão verificando, ela não chorou e isso é preocupante. Além de tudo é pequena, nasceu no tempo certo mas não pesa o esperado.

—Bear, pode chamar o menino de Bear - Não é o nome definitivo, mas por enquanto podemos chamá-lo assim.

—Maravilha, o berçário está fechado e cercado por seguranças, só pessoas autorizadas podem chegar perto do Bear e da Willow. A Katniss vai para o quarto, não foi nada grave, vou explicar. Me encontra na frente do hospital daqui a 15 minutos.

Carl sai com os outros médicos e a maca da katniss. Ele me deixou sozinho, como eu saio dessa parte do hospital?

Saio da sala e nos início me perco. Peço informações sobre onde fica o berçário, mas penso duas vezes e decido que não quero ir até lá. Tiro as roupas cirúrgicas dentro de um dos banheiros e ponho minha boa e velha camisa cinza. Procuro a saída do hospital, mas só encontro com  ajuda de uma enfermeira que está dando em cima de mim.

Carl está parado dentro de um carro muito luxuoso com Haymitch no banco do passageiro. Entro no carro e começamos a viagem até uma área mais afetada da capital, paramos em um conjunto de casas, casas muito bonitas, o tipo de casa que quero morar com a minha família.

—Essa é a minha casa, entrem em vão direto pro porão - entramos e vamos em direção ao porão. Carl acende a luz e senta em uma poltrona, mas que diabos, até o porão dele é melhor que a minha casa.

—O que nós vamos fazer? Em pelo menos 4 dias o Snow vai pegar o bebê - pergunto aos dois.

—Não sei, o Carl disse “eles só vão nascer em duas semanas”. Parece que não amigo. E o pior de tudo é saber que pegaram o Peeta, mandou bem Carl.

—AH, vai pra merda Haymitch. Sou médico e não vidente. Como eu ia saber? Nunca mais pede um favor Haymitch! Nunca mais, você pediu para ajudar o Peeta e eu tentei, mas ele preferiu ficar com a Katniss! No final de tudo, parei o coração da Katniss a toa, coloquei a vida dela em risco, a vida da Willow e o Gale quase terminou com uma bala alojada no cérebro, tudo porque tentei ajudar o Peeta!

—ESPERA! - Indago - como assim parou o coração da Katniss?

—Não foi uma parada de por culpa do coração dela, foi por causa daquele medicamento. Precisávamos de um confusão para o Peeta fugir.

—E no final de tudo, ele ainda está preso e eu quase morri por causa dele - Falo.

—Você é um grande egoísta gale - Haymitch responde quase sussurrando.

— Egoísta? Tenho 3 irmãos pequenos e um mãe! Praticamente passamos fome! Me arrisco na floresta por eles! Egoísmo seria morrer por causa do Peeta, amo a Katniss mas também amo a minha família!

Minhas palavras são o suficiente para calar haymitch. Carl muda o assunto e tentamos encontrar uma solução para a parte do bebê. Ficamos uma hora tentando, até Carl ter uma idéia.

—A idéia é o seguinte. Deixamos a equipe do Snow pegar o Bear, mas você, Gale, troca ele. Faremos uma confusão no elevador, é só pegar o bebê na confusão e por um boneco ou sei lá. Depois saí do hospital e traz ele pra minha casa. A parte difícil é chegar até aqui escondido com um bebê. Ele fica aqui até vocês voltarem para o D12. Ele vai com vocês no trem, e alguém cuida dele em um lugar escondido, sei que alguns desses funcionários topam qualquer coisa por um bom dinheiro.

Dessa vez eu aponto os problemas do plano.

—Problema 1: como vamos entregar o garoto ao distrito 13?
Problema 2: Katniss
Problema 3: Katniss

—Solução do problema 1 - Carl responde - eles vão esperar VOCÊ na floresta. Problema 2 e 3: o bebê vai mudar durante esses dias longe dela, no trem é só manter ela longe. São dois dias de viagem.

—Acha que a Katniss não vai reconhecer o próprio filho?

—É, eu acho - Por que o Haymitch acha que a Katniss pode ser tão idiota?

—Isso vai dar certo, só depende de você, Gale - Obrigado Carl, ajudou muito - acredite, tenho muita experiência em colocar bebês em trens.

Carl termina a frase olhando para Haymitch. Voltamos para o hospital e fico encarando a entrada para o berçário.

                    Pov Carl

Entre no meu consultório, sento na cadeira e tiro os óculos. Enxugo o suor da testa na manga do Jaleco. Esse foi um dos partos mais difíceis que já fiz e a culpa é minha, eu não deveria ter parado o coração da Katniss. A bebê poderia estar morta, ela poderia está morta e o Gale com uma bala enfiada na cabeça. Sinto falta do Pierre.

Ao pensar em Pierre a porta do consultório é aberta, e entra Matteo D'Lor. Ele é alto, forte, branco, loiro e olhos verdes. Seu cabelo está bagunçado e vai até o ombro, é parecido com o irmão, mas os olhos são verdes ao invés de azuis. Ele está com a mesma jaqueta azul e calça preta de sempre.

—O que você quer, Matt? - pergunto direto ao ponto.

— Eu só vim trazer um café pra você.

—Muita gentileza, sério, fala logo o que  quer - Pego o café e tomo um gole.

—É só o café.

—Conheço você desde que nasceu,  fala logo qual é o interesse.

—Tá. Hum... desde bebê sempre soube que sou adotado. Nunca precisei e nem senti vontade de conhecer meus pais biológicos, até meus pais adotivos... A questão é, estou me sentindo muito sozinho, preciso de uma família, quero saber quem são meus pais biológicos. Sei que aqui no hospital tem todos os registros de nascimentos.

—Matteo - É difícil falar não, mas é para a própria segurança dele. Essa segurança está por um fio - Matteo achou a mãe e o pai mortos na sala de televisão, isso torna qualquer coisa difícil.

—Carl, por favor, você e o meu pai eram grandes amigos.

—A sua mãe biológica e os seus pais fizeram algo chamado "Adoção fechada". Ela não sabe nada sobre a sua pessoa e você não sabe sobre ela. Não posso ir contra as regras Matt.

—Por favor Carl, preciso de uma família.

—Está se sentindo sozinho? Compra um cachorro.

—Você sabe que vou descobrir por bem ou por mal.

—Mesmo que eu tenha o seu registro, não posso quebrar as regras - falou o cara que parou o coração de uma menina de 16 anos - Vai pra casa Matt, a atual vitoriosa está aqui, não posso te dar atenção.

—Atual vitoriosa, a Katniss está aqui? Posso conhecê-la? Fala que meu pai era um dos patrocinadores dela.

Me aproximo da porta e abro, saio sem falar com Matteo, essa idéia é absurda.

—Por favor Carl - Matteo vem atrás -  Só um autógrafo, ou uma foto.


—Ela acabou de ter um bebê! Não Matteo - Haymitch e Gale estão parados na porta do quarto da Katniss, porra Matteo, justo a pessoa que não pode nem imaginar que você existe.

—Haymitch,  poderia falar para esse fã da katniss que ela não vai dar autógrafo ou tirar foto com ninguém - haymitch é grosso e pode mandar o Matt embora.

—Por que diabos alguém quer conhecer a Katniss? Ela é muito chata! - ele já deve ter tomado umas, pra variar.

—Faremos assim, quando a Katniss acordar vou pegar um autógrafo e em outra ocasião você falar com ela, agora vai pro seu bar preferido.

—Um garoto dessa idade não pode nem beber, por que ele tem um bar? Nem eu tenho um bar - Haymitch pergunta colocando o braço ao redor do meu pescoço.

—Em minha defesa - Matteo começa - Encontrei meus pais mortos na sala de TV, uma bebida não faz mal a ninguém, aí comprei um bar para não ficar sozinho. Você tem fama de ser o maior pinguço de panem, aparece lá qualquer dia.

Finalmente Matteo vira e vai embora, mas antes grita “EU QUERO MEU AUTÓGRAFO”  

As vezes me pergunto se fiz a coisa certa separando Matteo e o irmão, eles poderiam ter um ao outro agora. Ainda lembro do dia que tomei a decisão de  separá-los.

              Flash-back
          
            17 anos atrás  

Retiramos os dois bebês das balanças, cada um com peso diferente. Matteo é o menor, o outro bebê não tem nome ainda. 6 meses atrás Effie Trinket me procurou. Foi mais do que surpreendente, ela estava muito desesperada para procurar ajuda de um médico recém formado e de um médico influente.. Effie estava grávida e precisava de ajuda pois a família do pai foi morta na frente dele e aconteceria o mesmo com essas crianças.

Duas coisas passaram pela minha cabeça naquela hora: Por que eu? Por que ela acha que posso ajudar? A resposta é simples, sou do Distrito 4, odeio tudo isso.

Matteo e o outro bebê nasceram a uma hora. Relativamente saudáveis para 37 semanas, foi uma cesariana. Ponho Matteo no berço e vou até a sala do meu chefe e dono desse hospital, Pierre D'Lor.

Ele é um homem alto, com boa postura  e muita classe, também não nasceu na capital, só que teve sorte de ficar rico construir um dos hospitais mais tecnológicos da capital.

—Sente-se Carl, veio falar sobre a situação da Effie Trinket?

—Sim doutor, já tenho algo em mente, já sei como podemos ajudar. O senhor ainda está disposto a ajudar?

—Claro que estou, dei minha palavra e também já tenho uma idéia, mas fale primeiro.

Sento na cadeira e cruzo as pernas, estou tentando imitar os médicos daqui.

—Os meninos não são idênticos, isso nos ajuda muito, assim podemos mandá-los para famílias e lugares diferentes. Matteo pode ficar aqui na capital, perto da mãe, e o outro menino no distrito 12, perto do pai.

Pierre levanta uma das sobrancelhas e faz sinal para que eu prossiga.

—Daqui a dois dias um carregamento vai chegar do distrito 12, podemos dar dinheiro a um dos funcionários, ele leva o bebê até o distrito e lá procura uma família que tenha as mesmas características que o menino. É um distrito muito pobre, tenho certeza que alguém vai aceitar o bebê em troca de dinheiro.

—E a Effie concorda?

—Não contei para ela e não pretendo contar. Effie pediu nossa ajuda e acredito que será melhor se ela achar que o outro bebê morreu. Ela estava dopada da hora e está agora, um bebê morreu ontem e podemos mostrar o corpo, já que os bebês não são idênticos ela vai acreditar.


—Está decidido então, amanhã vou com você levar o bebê até o trem de carga, vou oferecer uma quantia alta. Para finalizar nossa conversa tenho mais duas coisas.
1: Eu e a minha  esposa conversamos, eu quero filhos e ela também, porém, ela não quer  estragar o corpo com a gravidez, decidimos adotar e... quero o Matteo, facilita muita coisa. A segunda coisa é uma pergunta.


Pierre levanta e fica de costa com as mãos no bolso do jaleco.

—Por que está se arriscando tanto para ajudar Effie? Eu já sou veterano aqui e já fiz muitas coisas ilegais, mas você? Um prodígio do Distrito 4, terminou a escola com 14 anos e é um dos médicos mais jovens do meu hospital, por que arriscar a sua carreira e principalmente a sua vida por alguém que você nem conhece direito?

—Acredito que isso vale a pena, eu e o senhor, o Haymitch, entre outros que não concordam com esse sistema, podemos fazer grandes coisas, mudar o país. Tenho grandes pensamentos considerados rebeldes. Somos escravos, a Capital tirou eu e o senhor das nossas famílias para trabalharmos em função das pessoas daqui, nunca deixaremos de ser escravos. Acredito que devemos começar com pequenas ações como ajudar a Effie. Um desses garotos, ou até mesmo os dois, podem ser alguém muito importante um dia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Comentem oq mais gostaram e criaram alguma teoria sobre as partes do Carl??? Comentem e ate o próximo.