Dazed And Confused escrita por venus


Capítulo 1
Everyone




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Naquela manhã estranha, com o céu anuviado e o Sol agourento, os passarinhos assobiavam um réquiem.

Finn acordou com o barulho de um martelo. Ele se levantou da cama e botou a cabeça para fora da janela do quarto. Havia um homem no seu quintal, e ele usava um capacete amarelo e um uniforme marrom. Pregava um aviso no tronco coberto de musgo do sicômoro, o sicômoro que sustentava a casa da árvore.

— Ei. — gritou ele. — O que você tá fazendo?

O homem de uniforme marrom levantou os olhos para Finn e acenou. Em seguida, pulou para dentro da caminhonete mal estacionada, cujos pneus amassavam os hibiscos da Sra. Swanson.

Finn desceu as escadas com passos lépidos, quase tropeçando nos pés durante o trajeto até a porta da frente. A Sra. Swanson, que já estava acordada e ocupada com seus serviços domésticos, nem desviou os olhos dos ovos que estava fritando. O Sr. Swanson continuou lendo seu jornal, e Audrey, a filha mais velha, estava sonolenta demais para notar o irmão.

Era um verão abrasador, época de estiagem, e portanto os irrigadores permaneceram desligados durante as férias inteiras, e a grama, sôfrega por água, havia atingido uma tonalidade amarelada. Antes de conferir o que o homem uniformizado havia pregado na sua sagrada árvore, desenhou uma genitália masculina no para-brisa sujo do seu pai. E só então, dirigiu-se ao sicômoro.

Ele correu os dedos pelo cabelo preto enquanto lia o aviso em letras bastões, que pareciam saltar para fora.

‘‘ESTA ÁRVORE FOI DIAGNOSTICADA COM ANTRACNOSE. PARA EVITAR A PROLIFERAÇÃO, O SICÔMORO DEVERÁ SER REMOVIDO.’’

Finn suspirou e acariciou algumas folhas avermelhadas. Então, ciente de que estava apenas de cueca, correu para dentro da casa num puro desespero. Suas costas ossudas, seus ombros magros e suas pernas finas e sem pelos eram motivos de piada entre os outros garotos da escola, que possuíam bíceps vigorosos e uma barbicha ridícula no queixo.

Fechou a porta da frente silenciosamente. Conseguia ouvir os ovos estalando na frigideira e os pigarros constantes do pai.

O telefone tocava. Nem seu pai e nem sua irmã fizeram o esforço de se levantar, atender e murmurar um ‘‘Alô?’’ entediado. A Sra. Swanson tirou a frigideira do fogão, despejou os ovos mexidos num prato de vidro e o entregou à Audrey. O telefone parou de tocar quando ela ia tirá-lo do gancho. E então, a secretária eletrônica falou:

Bom dia, Yvonne. É a Miranda Ryan. Eu só estava ligando para saber se você viu Peggy por aí. E queria saber se vocês poderiam se juntar à equipe de busca que eu organizei anteontem. Se vocês quiserem, é claro. — A linha ficou muda por alguns segundos. — Peggy é minha única filha. Desapareceu há quase uma semana. Desculpe o incômodo.

A família permaneceu em silêncio. Até mesmo os pigarros do Sr. Swanson cessaram.

É claro que eles sabiam que Peggy Ryan estava desaparecida. Seu rosto de bochechas roliças e infantis pipocava nos noticiários e em vários panfletos pregados em postes de luz. A equipe de busca também tinha ganhado bastante popularidade (até os escoteiros e os amigos de Finn tinham se voluntariado). Mas o que mais os chocava era que haviam se passado sete dias e a garotinha ainda não retornara pra casa.

A Sra. Swanson começou a discar o número de Miranda Ryan. O bigode retangular de seu pai tremulava, e Finn logo percebeu que ele estava rezando discretamente.

— Finn, querido, que tal comer seu cereal lá na sala? Pode ver TV. — disse sua mãe, tampando o bocal do telefone. — Audrey, vá você também.

Ele encheu a tigela de cerâmica com Lucky Charms e virou o galão de leite, acidentalmente derramando grande parte do conteúdo na toalha de mesa bordada pela sua avó.

— Caramba, Finnegan! — exclamou sua mãe. Segurando o telefone entre o ombro e o rosto, esticou seu braço tentando alcançar o pano de prato sobre a boca do fogão desligado. — Sua avó nos deu isso quando nos mudamos! Oh! Olá, Miranda. — esta última foi dita numa voz mais baixa e cordial.

Ela fez um sinal para que Finn saísse, mas contrariando as ordens de sua mãe, ele se sentou numa das cadeiras da mesa.

— Mas que absurdo, não? E a polícia não encontrou nada? — suspirou. — Bom, é uma pena. Tenho certeza de que sua menina está sã e salva. Infelizmente, não podemos ajudar na equipe de busca. — o que era mentira. — Mas Audrey e Finn vão adorar! — o que também era uma mentira deslavada.

— O quê?! — ele ralhou. — Raven e eu vamos pro fliperama hoje.

— A sua namoradinha também vai ajudar. — intrometeu-se Audrey. — Ela e o irmão gato se ofereceram ontem.

— Não há de quê. — disse a Sra. Swanson com satisfação, e desligou. — Finny, vai se vestir. E troque essa cueca. Está fedida.

***


Floyd entrou no quarto dela sem permissão.

O móbile do sistema solar girava vagarosamente sobre a sua cabeça, os anéis de Saturno roçando nos fios de cabelo loiros escuros. A vitrola ainda estava ligada, o disco rodando e a agulha suspensa no ar, sem emitir som algum.

Ele se enfiou no meio do amontoado de lençóis e ursos de pelúcia, inspirando o odor de sabão e pele. Encontrou sob o travesseiro cartas de tarô amarfanhadas — viu a carta da Morte ameaçando a cair pela brecha entre o colchão e a cabeceira e os olhos capitosos do Diabo espiando-o com malícia. Floyd olhou para cima e viu o mapa do zodíaco colado no teto junto de um pôster enorme com o logo da Joy Division.

Raven não tinha saído há muito tempo. Floyd conseguia sentir o frescor de baunilha no ar. Encontrou alguns fios de cabelo negro no travesseiro, e imaginou-a num dia quente e entediante, deitada na cama de barriga pra baixo, folheando um livro de mitologia, os pés balançando no ritmo de uma música do The Cure.

— Ei, cara. — a voz trovejante de Beauregard ecoou pelo corredor. Floyd levantou-se num pulo e fingiu estar brincando com os raios triangulares de papelão do Sol de isopor do móbile do sistema solar. — Acho que o Park já se mandou. A gente tá aqui há meia hora. O pessoal da equipe de busca deve ta esperando.

Park era o seu amigo de infância. E irmão mais velho de Raven, leal e protetor. Beauregard e ele tinham dado uma parada em sua casa antes de se unirem à equipe de busca.

— Ah, legal, eu já tô indo. Me espera lá embaixo.

Beau meneou com a cabeça ruiva e saiu. Floyd abaixou a agulha da vitrola e uma música do Fleetwood Mac começou a tocar, em volume baixo, como se Raven estivesse meditando antes de ter partido. Num canto isolado do quarto, havia um porta-retrato de prata guardando ternamente a foto do Sr. Wakahisa, falecido há dois anos, rodeado por três velas brancas, a esta altura já apagadas e reduzidas a tocos. Ele fez o sinal da cruz e se afastou, na direção do banheiro.

Alguns azulejos se desprendiam da parede e o espelho estava sujo por impressões digitais e respingos de pasta de dente. Floyd viu seu rosto refletido nele — os hematomas e cortes ocultos pela franja e a cicatriz avermelhada no queixo —, as olheiras exprimindo cansaço e os cantos da boca sutilmente virados pra baixo. Para desviar o foco do seu reflexo deprimente, decidiu abrir o armário, relutante.

Acabou se deparando com um caos feminino: caixas e mais caixas de absorventes internos, duas gilettes não tiradas do pacote, frascos de perfume (ele pegou o mais cheiroso e espirrou no ar), desodorantes Teen Spirit, um kit de maquiagem fora da validade, tubos de pomada para acne e potes de alguma coisa que cheirava a baunilha.

— Cara, você é um pervertido. — desdenhou Beau, observando Floyd cheirar um desodorante.

— Porra, Beauregard, eu falei pra esperar lá fora! — ele teve vontade de socar alguma coisa. Mirou um golpe no rosto de Beau, mas acabou desistindo.

— Dá isso aqui. — ele deu uma fungada no desodorante. — Tem cheiro de... Morango com axila. Eu devo alertar o nosso amigão Park sobre isso?

— Não, não, não, não. Se você disser alguma coisa, — Ele pegou Beauregard por um punhado de cachos avermelhados. — eu vou...

— Qual é o problema, cara? Você só tava... Só tava cheirando o desodorante da irmã dele. Normal. — ele comprimiu um riso. — Você é tão esquisito. Sabe, quando você gosta de uma garota, não fica fazendo coisas esquisitas como... Como deitar na cama dela, ouvir a música que ela escuta, sentir o cheiro do desodorante que ela usa... — Beau soltou uma gargalhada. — Que ideia é essa, você tá totalmente pirado, cara.

— Eu não gosto da Raven. Eu acho ela estranha. Tipo, dá uma cheirada nesse quarto. O que ela faz aqui? Magia negra?

— Bom, ainda bem que você não tá a fim dela, porque a Rae e o Finn não saem daquele fliperama por nada. Às vezes eu imagino o que eles fazem lá dentro.

— Eu não acho que eles sejam mais do que amigos. — Floyd assumiu um tom mais defensivo sistematicamente.

Beauregard deixou uma risada de escárnio escapar. Seus caninos cortantes foram expostos, Floyd suspeitava que ele afiava os dentes com uma lixa de unha, enquanto o seu riso que era uma mistura do bramido de um elefante com o guincho de um porco) abafava a voz de Stevie Nicks cantando Rhiannon.

— Acho melhor a gente procurar a garota morta. — disse por fim, limpando as lágrimas que escorriam-lhe pelas bochechas sardentas coradas.

— Você não sabe se ela está morta ou não.

— Se liga, Floydster. Uma garotinha de sete anos não sobrevive nem dois dias nesse mundo.

***


Raven deitou-se sobre a grama molhada.

O sol incidia diretamente em seus olhos puxados. Seus pulmões se preenchiam com o ar cheio de pólen. Amavio pelos poros de sua pele parda. As buscas tinham arrancado grande parte de sua força e quando estava quase adormecendo, sentiu uma mão gelada encostando no seu joelho.

Era Finn, agora vestido (com uma regata branca e uma bermuda azul pastel) e com uma cueca limpa. Não havia uma gota de suor na bandana xadrez que havia amarrado contra a testa. Ele estava escondido numa sorveteria com ar condicionado enquanto Raven espalhava cartazes com o rosto da menina desaparecida e gritava seu nome.

— Trouxe um sorvete. — murmurou ele, com uma colher de plástico entre os lábios.

— Do que? — questionou ela, irritada. Ela cobria seus olhos nipônicos com o antebraço, protegendo-os dos raios solares.

— Pistache.

Ela arrancou o pote de sorvete de suas mãos e balbuciou um ‘‘Obrigada’’ antes de dar a primeira colherada.

— Eu não tô a fim de ficar no Sol. — suspirou ele.

— Então vamos pra casa da árvore. Mas só por cinco minutos. Depois a gente volta pra cá.

— Ah, não sei se é uma boa ideia. Vão derrubar o sicômoro. Tem antrafiose ou alguma coisa do tipo.

Sorvete de pistache pingou na sua jardineira jeans. Raven não conseguiu ficar estática por muito tempo e começou a falar, não planejando parar.

— Quando você ficou sabendo disso? Deus, Finnegan, por que você não falou antes? Imagina a cara do Beau quando ele souber disso. Onde ele vai esconder a muda de maconha? E o Floyd, onde nós vamos botar a caixa de isopor cheia de Monster? Ele vai ficar arrasado. E a minha —

— Eu fiquei sabendo hoje, ok? Eu não sei quando eles vão derrubar.

— Nós temos que impedir. Essa casa da árvore é o meu lugar preferido.

— É, nós devíamos fazer uns panfletos e dar as mãos e fazer uma roda ao redor da árvore. — quando ele percebeu que Raven iria explodir, completou: — Vamos esquecer isso, pode ser? Temos tempo pra pensar no que fazer. Eu só quero sair do Sol.

Ela não respondeu. Largou o pote vazio no chão e se levantou, limpando a terra das costas e do traseiro.

— Vamos pro jardim dos Keely. Eles têm um olmo e aquela estufa. Dá pra relaxar lá. — sugeriu ele.

— Beleza.

Raven o ajudou a se levantar e os dois atravessaram a rua juntos. Não passavam muitos carros pelo bairro — normalmente, eram só os automóveis do pai de Beau, que vinha de uma família milionária — e o asfalto fumegava com o calor.

O walkie-talkie vibrou no bolso de Finn.

Oi, Finn. Eu e o Beau já saímos da casa do Park. Ele tá aí? — a voz indiferente de Floyd se destacou sobre o farfalhar das folhas e o canto dos grilos.

— Não, ele não tá aqui. — Finn olhou de esguelha para Raven. — Ei, Rae, onde o seu irmão tá?

— Ele deve ter se juntado com os escoteiros, não tenho certeza.

Ahn, a Raven tá aí contigo? — finalmente, uma faísca de interesse surgiu em sua fala.

— Tá.

Onde vocês tão?

— A gente tá indo pro jardim dos Keely. Dar uma pausa, sabe?

Uma pausa nos amassos? — ele escutou a voz infantil de Beau do outro lado da linha, como se tivesse agarrado o walkie-talkie de Floyd.

— Se fode, cara.

Finn, particularmente, sentia-se desconfortável com a companhia de Raven quando faziam brincadeirinhas sobre os dois. Não conseguia achá-la atraente; além da camada tênue de pelos nas pernas e o cheiro de incenso impregnado nas suas roupas, Finn achava estranho o espaço não preenchido entre o seu peito e o sutiã de bojo. Talvez ela não fosse tão esquisita assim; a verdade é que ele tinha outra garota na mira, e ela era tão delicada e altiva que acabava apagando o brilho de todas as outras.

Seu nome era Gretel Dorothea, cujos cachos loiros platinados caíam graciosamente em espirais até os seus ombros bronzeados. A blusinha rosa fina, sustentada por frágeis alças, expunha suas costas carnudas. E também havia as calças boca de sino, com corações bordados no traseiro. O seu único defeito — o seu mísero defeito — era o babaca do seu namorado, Teddy Turner, que sempre era pego fumando um cigarrinho e penteando os cabelos oleosos com os dedos.

E lá estava Gretel, segurando vários panfletos de ‘‘Procura-se’’ contra o peito, perguntando a alguns pedestres se tinham visto Peggy durante os últimos dias.

— Finn, o jardim dos Keely é pra esse lado. — disse Raven, num tom irritado.

— Deixa eu dar um ‘‘oi’’ pra Gretel.

— Tá. Faça o que você quiser. — e deu as costas à ele abruptamente.

Enquanto se dirigia à Gretel, avistou Beau e Floyd atravessando a rua. Eles acenaram, mas Finn fingiu que não percebeu. Quando a garota parou de falar com uma senhora de cadeira de rodas, ele cutucou seu ombro — tão quente que sentiu o sangue sendo bombeado pelas artérias. Ela torceu o pescoço, seus olhos azuis irradiando amor até o reconhecerem. O mar límpido e esverdeado da sua íris secou. Gretel abriu um sorriso ensaiado.

— Oi, Finny. Não sabia que você estava ajudando nas buscas.

Uma corrente de ar fria serpenteou, e os brincos de argola metálicos de Gretel se enroscaram em seus cabelos.

— É, procurei Penny por todo canto.

— É Peggy. — seus dentes amarelados rangeram. — Mas enfim, é bom te ver ajudando! O que você tá fazendo por aqui?

— Procurando. A Rae e eu vamos dar uma olhada no jardim dos Keely. — deu um sorrisinho nervoso — Nunca se sabe, né?

Gretel ergueu uma sobrancelha, desconfiada. Não gostava quando as pessoas zombavam de pessoas da terceira idade, apesar de apreciar circunspetamente as brincadeiras selvagens de seu namorado.

— Não sei se vão encontrar alguma coisa no quintal deles. — os traços delicados de seu rosto oval relaxaram e ela apertou o ombro desnudo de Finn carinhosamente. — Mas continue se empenhando, Finny. Eu tenho que interrogar a vizinhança, se me der licença.

— Ah, claro. Você está fazendo um ótimo trabalho.

Ela retribuiu o elogio com um sorriso e se afastou, com os tamancos prateados batendo contra o asfalto e produzindo uma barulho oco.

Repentinamente, os raios solares foram bloqueados por nuvens trovejantes e cinzentas.

E foi então que um grito agudo e horrorizado se infiltrou pelo canteiro das lavandas da Sra. Keely, viajou pela grama mal-cortada e chegou aos ouvidos de Finn com a mesma intensidade. Ele teve certeza de que o berro havia saído da goela de Raven.

Atravessou os portões enferrujados que davam entrada à propriedade dos Keely, com a mesma velocidade de um raio atingindo a terra. Pisoteou orquídeas e outras flores tropicais, varrendo os olhos azuis por toda parte, procurando pela magricela oriental, pela cabeça vermelha de Beau e pelo corpo esguio de Floyd.

A porta da estufa estava aberta, e o seu hálito quente assoprava no rosto pálido de Finn. Ele adentrou na semi-esfera de vidro com cautela. Tinha ouvido dizer que os Keely haviam ganhado uma fortuna com inúmeros concursos de jardinagem, e gastaram-na com aquela estufa inútil e espalhafatosa. A única coisa boa sobre ela era que muitos dos vegetais e das frutas que produziam não eram consumidos pelos Keely — pessoas idosas não têm muito apetite —, e eles acabavam distribuindo-os gratuitamente pela vizinhança. Aqueles velhinhos eram bons vizinhos.

Ele seguiu os soluços de alguém. Tomava cuidado para não pisar nas pequenas abóboras ou enroscar os cadarços de seus tênis em alguma raiz.

Encontrou seus amigos perto do que pareciam ervas medicinais e mandrágoras Raven cravara o seu rosto da camiseta preta de Floyd, larga em seu corpo franzino como um saco de juta. Ele, por sua vez, olhava para o chão, acariciando os fios de cabelo lisos dela de forma branda e distraída. Beauregard cobria sua boca e seu nariz com uma mão, e com a outra, procurava um baseado no bolso da sua bermuda.

— O que tá pegando, pessoal? — Finn se aproximou, arrastando seus Keds pretos pela terra humífera.

— Ei, Floydster. Eu disse que ela tava morta. — Beauregard ignorou-o, e abriu um sorriso pueril para o amigo à esquerda, agarrado à menina. Discretamente, ele sorriu de volta.

— Do que vocês tão falando? Mas que cheiro...?

Beauregard abriu espaço para que ele pudesse admirar o cadáver de Peggy Ryan, com a pele alva azulada e a boquinha em forma de coração escancarada, a língua murcha e seca entre os dentes de leite.

Naquela manhã estranha, com o céu anuviado e o Sol agourento, os passarinhos assobiavam um réquiem.


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Notas finais do capítulo

oi gente!! faz tempo que eu não apareço aqui, daí eu acabei dando uma empacada.... tipo, eu tava tão ansiosa pra escrever essa história que não sabia nem como começar... desculpem pelo tamanho do capítulo, prometo que o resto não vai ser tão longo assim :/eu juro que revisei cada palavra, mas se encontrarem algum erro, me avisem.então, eu fiz uma descrição bem superficial dos personagens. tipo, as personalidades deles ainda não estão muito explícitas e mesmo que a fanfic pareça meio parada, eu só queria dizer que os conflitos aparecem mais pro meio.enfim, comentem!! talvez eu não demore pra postar (kk)p.s.: tem algum leitor de Oneirataxia aqui? eu sei que vocês queriam uma continuação da história da Alfie e etc., mas o que eu encaixei aqui foi a história da mãe e do pai dela e de como eles acabaram daquele jeito no futuro. btw, espero que vocês tenham gostado xx