A Maga dos olhos de estrelas escrita por Spring001


Capítulo 11
Capítulo 11 - Cativeiro de magos


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas espero que gostem



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Tentaram não pensar duas vezes na hora de pular, Marko foi na frente para que pudesse segurar Tony quando ela descesse, depois de olhar em volta acendendo uma chama para enxergar os perigos que aquele ambiente escuro podia conter, ele informou a ela que estava seguro, ela se sentou na portinha e olhou em volta para ter certeza que ninguém os espionava e então pulou. Sentiu as mãos de Marko a segurarem na cintura quando os pés tocaram o chão.

— Tudo bem? – Ele perguntou sério, e ela apenas assentiu olhando em volta.

— Onde está a saída? – Sussurrou Tony procurando por uma luz.

Marko esfregou uma mão na outra e uma pequena chama se formou ali, agora eles conseguiam enxergar a sua volta e puderam ver uma porta de madeira pesada e chamativa, era a única saída do recinto, então rapidamente se dirigiram para lá, devagar abriram a porta com medo de dar no pátio dos guardas e estavam prontos para olhar a fora quando um barulho alto de objetos caindo veio de trás deles, Tony teve que levar as mãos a boca para conter o grito e Marko apenas a segurou atrás dele enquanto ia devagar na direção do som.

— Seren? – Ele falou aliviado – Que susto!

— Sinto muito – Falou o gato com classe – Mas era o único modo.

— Vamos logo – Tony se pronunciou antes que uma briga começasse.

Marko e Seren se entreolharam mas retornaram a porta, que já estava aberta, a garota parou por alguns instantes observando todos os lados do corredor em que saíram para ter certeza que não haveria ninguém. Quando percebeu que realmente estavam sozinhos, ela saiu lentamente da sala que estavam, achando um pouco estranho não haver segurança por ali, então antes de deixar os outros a seguirem fez um feitiço, simples, verbal. Ditou algumas coisas esperando que algo escondido viesse a tona, Marko percebeu seu ato então se segurou um pouco para não atrapalhar, quando percebeu que estava realmente seguro olhou para Marko em busca de uma reação, ele olhava de volta para ela, também sem entender, mas como estavam sem outra opção decidiram continuar.

— Não tem saída – Seren falou de repente – Por isso a falta de guardas...

— Como assim? – Perguntou Marko.

— Não tem para onde fugir, preste mais atenção a estrutura.

Fizeram-no então, o lugar era térreo, branco e muito iluminado, parecia que luzes saiam da parede, que sendo melhor observada era feita com pérolas, colocadas perfeitamente uma em cima da outra para formar a estrutura, em meio a elas aparecia ocasionalmente algumas outras pedras, rubis, esmeraldas e safiras, era um conjunto de ganâncias todas juntas, ver as joias trazia a Tony uma sensação dolorosa como se aquilo não fosse o que aparentemente era. Olhando atentamente a uma pedra maior não via o brilho que ela deveria trazer e aquilo a espantava.

— A beleza que ela devia ter...- Começou Marko.

— Não existe como deveria – Tony finalizou enquanto passava levemente os dedos na parede.

Um vidro fino separava sua mão das pedras, e ao aproximar-se era possível ver o brilho que iluminava tanto aquele lugar. Era um feitiço tão antigo, que nenhum dos dois sabia sequer o nome, quem diria conjurar. Os jovens se entreolharam enquanto Tony sentia um peso tomar suas costas, Seren decidiu retornar a mochila.

— Vamos? – Marko perguntou, viu que a garota assentiu e seguiu o caminho fosse lá para onde ele iria.

Para eles mais parecia que andavam voltas e voltas em um labirinto ostentado por brilhantes, não haviam portas, escadas ou passagem, mesmo que escondidas. Sentiam como se tivessem andado por horas, quando as pernas de Tony já não aguentavam mais, ela sentia que algo errado estava acontecendo.

— Não consigo – Ela falou escorregando pela parede, sentia como se suas pernas tivessem cortes em toda sua extensão.

— O que houve? – Marko perguntou preocupado.

— Minhas pernas – Ela murmurou com muita dor na voz – Não consigo mexer...

— Com licença – Marko falou tímido enquanto segurava as pernas de Tony, ela soltou um gemido alto quando ele apertou levemente tentando encontrar a dor, para não gritar foi obrigada a morder a manga do vestido – Tudo bem?! – Ele exclamou preocupado.

— Dói – Ela chorou ainda com a manga entre os dentes.

— Terei que rasgar a meia para olhar – Ele avisou olhando para Tony que apenas assentiu e com os olhos pediu que se apressasse.

Com um pouco menos de delicadeza Marko segurou firme a meia calça grossa da garota e puxou com força, o susto foi inevitável, sua perna estava preta como os homens bolhas, quando viu aquilo soltou uma exclamação inevitável que pareceu ter causado agitação em algum lugar.

— Marko! – Tony exclamou – Temos que sair daqui!

Um pouco desconcertado ele demorou para entender o significado daquelas palavras, mas imediatamente ao entende-lo segurou firme Tony nos braços e mesmo com algumas exclamações de dor conseguiu entrar na única porta aberta que encontrou naquele lugar, deixou Tony encostada na parede sentada quieta no chão enquanto procurava a tranca da porta, não conseguia fazê-lo e agora conseguia ouvir passos firmes vindo na sua direção.

— A joia fecha a porta! – Tony falou e apontou para uma pedra verde brilhante ao lado da porta, Marko a tocou e esperou alguns instantes quando uma nova parede de pérolas se formou na sua frente fechando a porta.

— Conseguimos – O garoto exclamou encostando a cabeça na porta fria e respirando ofegante.

— Marko...- Ele ouviu Tony sussurrar.

— O que...- Ele ia perguntar, quando se virou e compreendeu.

Howl estava bem em sua frente, completamente apagado.

***

Ele estava vestido com uma roupa toda branca e larga, flutuava em um tipo de capsula tal como todas as pessoas desacordadas da sala, Sophie, Vovó, alguns magos que eram ajudantes da realeza dos reinos próximos estavam ali. Completamente inconscientes, mesmo com todas as tentativas de acordá-los.

— Eles estão mortos? – Perguntou Tony, sua perna ainda estava machucada, não havia feitiço que conhecessem que causasse aquilo.

— Não – Marko respondeu – Apenas descordados...

— Por que ele precisa deles?

— É um acumulo de magia – Dessa vez a resposta veio de Seren, que vendo o rosto dos dois continuou a explicação – Estas cápsulas estão programadas com um feitiço que quando ativado vai drenar a “magia” ou melhor o conhecimento de todos esses magos, tal qual poderes individuais que possam ter, como a sua mãe que pode dar vida as coisas...Entende?

— Temos que salvá-los – Se desesperou Tony e tentou levantar, quando o fez caiu com força novamente no chão e gritou, mais alto do que deveria.

— Não Pode! – Marko respondeu com um grito.

Um som alto veio do lado de fora e fez com que todos se calassem, Seren encontrou um lugar para se esconder e Marko posicionou a mão nos lábios de Tony que sentiu o coração um pouco acelerado.

— Tem alguém a mais no castelo – Disse uma voz grave e rouca.

— Sim, Mestre Perilum – Respondeu algo mecânico, não era nem de longe uma voz humana – Iremos encontrá-lo.

— Estão mais próximos do que podemos imaginar – Perilum respondeu – Traga a armada.

— Marko – Tony sussurrou desesperada.

— Tem uma chave para as cápsulas, você tem que encontrar – Respondeu o garoto enquanto tirava algo do pescoço e colocava no dela – Quebre isso assim que Perilum entrar, a deixará invisível, tem que ser rápida.

Ele falava ligeiramente pois era possível ouvir os passos da tal armada.

— Não me deixa sozinha! – Tony implorou segurando a gola da camisa de Marko que apenas acariciou suas mãos.

— Nunca vai estar sozinha – Marko respondeu, sua mão direita desceu devagar para a perna machucada de Tony – Pegarei seu machucado emprestado.

— Marko! Não!

— E mais uma coisa – Ele falou – Eu te amo.

Então, seu lábios se tocaram, num beijo leve e sem mais nada, apenas um toque de lábios quente e acolhedor, que só se separou quando Marko gritou e a porta se abriu, o feitiço foi quebrado e Tony era invisível.

— Olha só que ratinho temos aqui – Perilum falou, era um homem enorme, com uma longa barba branca tal qual os cabelos, usava roupas como as de Howl e aquilo mostrava cada vez mais seu narcisismo – Levem-no.

Tony sentiu as lágrimas correrem em seu rosto, mas não moveu um músculo, até que a última pessoa que amava que ainda estava contigo, era tirada de sua vista.

— Eu também – Ela falou tardiamente.


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Notas finais do capítulo

^_^



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