Uma Nova História escrita por Isa Haruno


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi minna san, mais um capítulo postado, espero que gostem



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Eram 6 da manhã, se via ao longe o sol em varias tonalidades de dourado nascendo no horizonte. O vento trazia até as pessoas um delicioso perfume de flores. Os pássaros cantavam alegremente e a brisa leve era bastante agradável, como em todas as manhãs de Konoha. Na vila muitos começam a sair de suas casas, uns para arrumarem suas mercadorias para o comércio que logo mais se iniciara e outros apenas para fazerem os seus afazeres domésticos. Algumas crianças reclamavam de terem que acordar cedo para ir a Academia e seus pais novamente repetiam os mesmos dizeres de todos os dias, “Hoje será divertido”.

Os habitantes da vila não eram os únicos a acordarem cedo, na casa dos Haruno o senhor Kizashi aprontava-se para sair, precisava entregar o relatório da missão ao sexto Hokage. Chegando ao escritório encontrou Kakashi sentado em sua cadeira, analisando alguns papéis que Naruto havia preenchido no dia anterior.

– Bom dia grande Hokage. – falou entrando.

– Bom dia senhor Kizashi. – disse. – Sente-se.

– Não precisa, vim apenas lhe entregar o relatório da missão. – Kakashi pegou o pergaminho de suas mãos analisando-o.

– Como o esperado, ninguém ousou atacar, de fato nossa missão foi pensada com muita cautela.

– Sim grande Hokage. – concordou.

– Pena que o ninja da Vila do Chá não teve a mesma sorte. – informou.

– O Kazekage nos contou... Eram pessoas interessadas no jutsu?

– Não, apenas ladrões de dinheiro... Estou preocupado...

– Com o que grande Hokage? – perguntou.

– Com a segurança da vila...

– Não compreendo... O pergaminho não já está a salvo?

– Sim, porém podem tentar atacar Konoha achando que ele ainda esteja aqui. – suspirou. – Quero que dobre a vigilância da vila Kizashi.

– Sim Kakashi...

– Outra possibilidade também me passou pela cabeça... Como apenas os Hokages, os Anciões e os ANBU’s que foram na missão, com exceção do Sasuke que entrou no esquadrão há pouco tempo, sabiam sobre o jutsu... Suspeito de que algum ANBU traiu Konoha e retirou o selo do pergaminho.

– O que? – perguntou surpreso.

– Isso mesmo que ouviu... Por essa razão eu pedirei ao Sasuke que vigie os ANBU’s que foram ontem para a missão, pois somente eles sabiam sobre o pergaminho. Eu designaria essa missão para você, porém não quero que desconfiem... É melhor deixar o Sasuke como espia, você fica encarregado da segurança da vila, caso a possibilidade de algum ANBU ter traído Konoha, seja descartada.

– Sim.

– Acho melhor por hora suspender o festival da vila... Vamos esperar tudo se resolver... Depois pensaremos isso. – informou.

– Sim. – a porta foi aberta entrando por ela um Naruto completamente enfermo.

– Que bom que chegou Naruto, quero que vá até o hospital informar sobre os pergaminhos a Tsunade Sama, ela já foi Hokage e precisa ficar sabendo sobre o que está acontecendo...

– Eu já vou indo grande Hokage, até mais Naruto. – dizendo isso o senhor Kizashi saiu.

– Kakashi sensei, eu não estou nada bem... – disse o loiro entrando e sentando-se.

– O que aconteceu? – perguntou.

– Acho que comi lámen demais ontem a noite, meu estômago não está nada legal... – falou com as mãos sob a barriga, Kakashi soltou uma risada.

– Quem manda entupir-se de lámen... – riu. – Agora vai ao hospital falar com a Tsunade sobre os pergaminhos... Aproveita e se medique. – dizendo isso Naruto saiu.

Tsunade Sama havia acabado de chegar ao hospital, seus olhos encontravam-se inchados por mais uma noite de saquê e muita diversão, entrou no escritório sentando-se logo em seguida em sua cadeira macia e confortável. Fechou os olhos por um instante na tentativa de relaxar um pouco, antes de preencher alguns prontuários, porém foi interrompida por batidas na porta.

– Entre! – ordenou irritada por ter sido incomodada, vendo logo em seguida um ninja mensageiro cruzar a porta a sua frente.

– Com licença Tsunade Sama... Mais esse recado acabou de chegar de Suna... – falou lhe entregando o pequeno pergaminho para logo sair. Ela observou o papel por um instante e logo após o abriu vendo que se tratava de uma mensagem da sua pupila, Sakura Haruno, falando sobre as supostas crises que estavam acontecendo.

“ Olá Tsunade Sama, venho informar-lhe de que eu e Ino acabamos as pesquisas aqui por Suna, ontem mesmo nós visitamos as vilas próximas e descobrimos que o mesmo acontece por lá, as crises não são diferentes. Eu e Ino voltamos rapidamente para Suna e com a autorização do Kazekage Sama, fizemos algumas pesquisas na biblioteca central da vila e acabamos por confirmar que realmente essas crises foram causadas pelos acontecimentos durante a quarta guerra ninja. Eu estava certa, de acordo com alguns livros, o cérebro tem capacidade para armazenar dados que podem ser mantidos enclausurados por anos, esperando apenas o momento certo para desenvolver algum tipo de doença psicológica... Com a idade que as crianças possuíam na época a possibilidade de terem adquirido um problema mental foi enorme, mais graças a Deus é possível algum tipo de tratamento, uma maneira de inverter essa situação e ajudar a essas famílias que tanto sofrem pelo comportamento dos filhos, porém isso é algo que estamos estudando mais a fundo, em breve retornaremos com mais informações, por hora continue o tratamento com os calmantes, caso apareça algum paciente precisando do auxilio deles.”

Após ler Tsunade soltou um sorriso.

– Essa é a minha pupila. – disse ainda sorrindo. Algo tirou sua atenção, era novamente a porta, dessa vez com Naruto que logo entrava por ela.

– Tsunade Sama me ajude... – dizia o loiro ainda com dor no estômago.

– O que houve garoto? – perguntou espantada pela cara de dor que o loiro fazia.

– Estou com dor no estômago. – respondeu encolhendo-se de dor.

– E o que danado você comeu? – perguntou com um pouco de irritação e preocupação.

– Acho que foi aquele lámen...

– Lámen? Você sempre comeu lámen e nunca ficou assim antes...

– Mais ontem eu passei da conta... – falou apertando a barriga na tentativa de cessar a dor que sentia, Tsunade revirou os olhos e foi ao seu armário pegar uma injeção.

– O que a vovó Tsunade vai fazer? – perguntou apavorado pelo tamanho da agulha que ela segurava.

– Não tenho mais o analgésico em comprimido, vai ser por injeção... – falou aproximando-se.

– Não, não, não... Já estou melhor... – mentiu fingindo estar bem, para logo depois colocar as mãos na barriga pela dor.

– Deixa de coisa e venha logo aqui... – falou enquanto via o loiro distanciar-se de si.

– Não! – falou.

– Naruto, se você não me deixar aplicar isso em você, vou ter que usar a minha força. – falou mostrando os punhos, Naruto pensou por um momento, era melhor sofrer a dor de uma agulha do que sentir a força da Tsunade Sama em seu corpo. Ele parou por um momento e ela aplicou a injeção em seu braço, o loiro fez careta ao sentir a agulha perfurar sua pele, após acabar a loira perguntou. – Era só isso?– Naruto olhou o braço, sua mão segurava o algodão que estancava o sangue.

– Não... O Kakashi sensei mandou comunicar que... – pensou, pensou. – Eu esqueci... – Tsunade bufou... – Tá vendo vovó Tsunade, foi a sua injeção. – a loira revirou os olhos e ele continuou. – Lembrei... O Kakashi sensei mandou avisar que ontem alguns de nossos ANBU’s foram à Suna entregar um pergaminho secreto que contém um jutsu bastante poderoso. O Jikan Sõsan... – comunicou seriamente.

– O que? Por que o tele transportaram para a Suna? O Kakashi enlouqueceu? – disse perplexa. – Esquece... Vou falar com o Kakashi eu mesma. – dizendo isso saiu, Naruto apenas observou a mulher sair irritada e seguiu-a, precisava voltar ao escritório do Hokage para trabalhar.

Sakura e Ino também acordaram bem cedo naquela manhã, durante a noite se instalaram em uma das hospedarias da vila e descansaram para o longo dia que teriam assim que a aurora raiasse. A Haruno de fato havia gostado desse tempo que passaria longe de Konoha, para ela ficar longe de Sasuke era uma das maneiras mais eficazes de esquecê-lo, principalmente com a dedicação que agora disponibilizaria as crianças doentes, a seu ver era uma ótima estratégia de fuga para o amor.

Estavam mais uma vez na biblioteca de Suna, centradas em suas pesquisas em busca de soluções para o problema das crianças, muitos livros estavam espalhados sobre a mesa em que ambas se encontravam, a Haruno parecia bastante concentrada em sua leitura quando foi abordada por Ino.

– Sakura... – chamou Ino desviando a atenção dos livros. – Essas crianças... Pergunto-me... Qual deve ser a sensação que elas sentem em seus momentos de crise?

– Como assim? – perguntou a Haruno desviando os olhos do livro e fazendo algumas anotações.

– Nós não sabemos o que elas sentem... A gravidade com que isso afeta suas vidas... Deve ser frustrante e amedrontador.

– Viver com medo... – completou. – Achando que ninguém está ao seu lado, para lhe proteger, ajudar, a desconfiança dessas crianças, até mesmo para com as suas famílias, deve ser grande. – falou fechando o livro e abandonando as anotações. – Elas estão piorando à medida em que o tempo passa, já fazem dois anos... – falou preocupada. – Precisamos fazer alguma coisa...

– Mais o que? As pesquisas ainda não acabaram... – informou.

– Começo a achar que apenas ler... Não resolverá nada... Temos que agir...

– Sakura... Você parece bastante preocupada com elas...

– E não é pra se estar? – disse levantando-se. – Essas crianças são o futuro shinobi, Ino... Se não cuidarmos e zelarmos delas, que tipo de ninjas estaremos formando? – Ino soltou um sorriso concordando com a amiga, de fato ela tinha razão. – Eu sei que começamos as pesquisas ontem... Mas... De acordo com esse livro, uma das formas de ajudá-las seria através de uma psicoterapia, conversas... Claro que aqui também diz que além do dialogo o médico também terá que optar para o uso de medicamentos, para ter um certo controle sob o comportamento do paciente. – informou olhando para os olhos azulados da loira.

– Então o que deveríamos fazer agora?

– Bem... Poderíamos pedir ao Kazekage Sama... Que nos trouxesse alguma criança que possui os sintomas... Para poder conversar com ela... Iniciar essa psicoterapia...

– Tem certeza?

– Sim Ino... Precisamos agir. Eu li alguns livros ontem à noite, enquanto você dormia... Nosso cérebro é bastante sorrateiro. – soltou um sorriso. – Porém é possível controlá-lo... E nada melhor do que uma boa conversa, por isso existe a psicoterapia. Ela tem como finalidade orientar e ajudar o paciente... No caso das crianças traumatizadas, uma boa ideia seria levá-las a relembrarem momentos anteriores ao momento trágico... Como por exemplo, laser entre ela e a família, brincadeiras entre os colegas da Academia e os amigos, momentos prazerosos que ela vivenciou antes de tudo isso acontecer... Isso tudo causará uma certa confusão no cérebro, fazendo com que ela apenas foque nesses momentos bons e esqueça os momentos ruins, porém isso apenas surtirá efeito com um tempo...Claro que não vamos chegar e já falar sobre o trauma, pois isso acabaria desencadeando outros problemas mais sérios, a criança começaria a ter um surto de lembranças e acabaria não tento controle sobre as suas próprias emoções causando assim algum problema físico, como desmaios, tremor, falta de ar... – Ino ouvia tudo atentamente. – Eu andei pensando... – falou caminhando pela ampla biblioteca. – A Academia Ninja dispõe de muitas atividades... Eu não diria violentas ou perigosas... Mais isso não seria correto... Digo... Não seria plausível expor “essas” crianças em meio a tantas atividades “agressivas”, entre aspas, pois ela acabaria associando essas atividades ao que aconteceu na guerra, compreende?

– Tem razão Sakura... Então isso significa que os pais devem mantê-las afastadas por um tempo da Academia?

– Não da Academia, mais das atividades, dos exercícios que envolvam kunais, shurikens, lutas, isso não é saudável, pelo menos não para alguém que está em tratamento, cujo trauma foi causado por violência...

– Você tem razão Sakura...

– Quero que você fale com o Gaara sobre ele nos trazer uma criança que possui todos esses sintomas... Quero iniciar essa psicoterapia o mais rápido possível.

– Sim... Irei falar com ele agora mesmo. – dizendo isso Ino saiu, deixando Sakura sozinha com suas pesquisas.

Em Konoha, Tsunade andava apressadamente pelos corredores do prédio do Hokage, passando por todos que vinham a sua frente, estava com tanta pressa que acabou esquecendo-se de retirar o jaleco. Passou pela porta onde Kakashi estava sem nem ao menos bater ou ser anunciada, logo atrás Naruto a acompanhava.

– Que história é essa Kakashi? Por que o pergaminho foi para Suna? Ele tinha que ficar aqui em Konoha. – disse ela estressada. – Que tipo de Hokage você é? – Kakashi suspirou, já imaginava que a loira surtaria quando soubesse.

– Sente-se. – ela apenas o fez. – Alguém descobriu o esconderijo do pergaminho e retirou o selo... – revelou.

– O que? Como assim? Quase ninguém sabia sobre o pergaminho! – Naruto apenas observava a alteração da loira e a calma com que seu sensei falava.

– Há duas possibilidades, Tsunade. Primeira, algum ANBU traiu Konoha, já que alguns deles sabiam sobre o pergaminho e segunda... Alguém de fora da vila invadiu a folha e retirou o selo que o prendia... – suspirou. – Há alguns dias atrás Sakura foi abordada por um ninja da vila da chuva... – comunicou, Tsunade fez uma expressão do tipo “o que?” – Suspeito também de que possa ter sido ele quem retirou o selo, mas... Por alguma razão não levou o pergaminho.

– Eu não acredito nisso... Primeiro as crianças da vila resolvem surtar... E agora essa... O que iremos fazer? – perguntou preocupada.

– Pedirei ao Sasuke que vigie os outros ANBU’s que foram na missão até Suna... Enquanto nós... Ficaremos aqui em Konoha, preparados para qualquer ataque que possa ocorrer... Caso o invasor tenha sido mesmo o ninja da aldeia da chuva. Se for realmente esse ninja, ele não desconfia de que o pergaminho foi enviado para Suna, com certeza tentará atacar Konoha em busca dele. – Tsunade apenas assentiu. – E terei que suspender o festival... Pelos menos até todos esses problemas se resolverem.

– Entendo...

Com o consentimento do Kazekage, Ino e Sakura iniciaram a psicoterapia com uma das crianças da vila, se encontravam nesse momento em uma das salas disponibilizadas por Gaara. Ino sentava-se um pouco distante, fazendo algumas anotações em um bloco de papel, enquanto a rosada estava de frente a uma garotinha que parecia um pouco assustada, como a criança ainda possuía uma pequena idade, a Haruno pediu para que os pais viessem acompanhá-la.

Sakura comunicava alguns dizeres importantes sobre como o tratamento funcionaria e que caso desse certo, o indicaria para as outras vilas que também passam pelo mesmo problema. Após explicar sobre tudo e perguntar sobre os sintomas da menina a sua frente, o que não era diferente das outras crianças, pediu para que os pais se retirassem por alguns minutos, deixando apenas ela, Ino e a criança na sala.

Sakura levantou-se da cadeira em que estava e aproximou-se da pequena ficando da sua altura, uma de suas mãos foram ao encontro às mãos da criança, queria de alguma forma passar confiança com aquele simples gesto.

– Oi... – falou de forma divertida soltando um sorriso e arrancando um riso baixinho de Ino. – Oi... – disse outra vez ao ver que ela não a respondeu.

– O-o-oi. – respondeu a menina um pouco sem jeito e ainda assustada.

– Eu me chamo Sakura Haruno e ela... – falou apontando para Ino. – Se chama Ino Yamanaka. Nós somos de Konoha... Como você se chama? – perguntou com um sorriso.

– M-maya. – respondeu apertando as duas mãos sobre os joelhos.

– Maya chan. – sorriu. – É um nome muito bonito, quantos anos você tem?

– V-você vai fazer alguma coisa comigo? – perguntou, seus olhos enchiam-se de lágrimas.

– Não meu amor, claro que não... A tia Sakura quer lhe ajudar – falou demonstrando afeto. – Você confia na Tia Sakura? – perguntou passando confiança, a garota fez que não com a cabeça. Sakura sorriu. – Não precisa ter medo. – disse levantando-se e sentando novamente na cadeira. – Então... Quantos anos você tem?

– 6.

– O que gosta de fazer, do que gosta de brincar? – perguntou, Maya não lhe respondeu, Sakura pensou por um momento, lembrando-se de uma boneca que sua mãe lhe dera quando criança e que sempre levava consigo, dirigiu-se até sua bolsa exposta em cima de uma mesinha de canto e tirou de sua mochila uma boneca de pano de longos cabelos castanhos e olhos esverdeados. – Quer brincar com ela? – a garotinha a olhou desconfiada e logo depois fez que sim timidamente com a cabeça, Sakura entregou para ela e logo depois falou. – Vamos sentar aqui no chão, para brincar com ela um pouco. – Ino olhou para a amiga sem entender, Sakura por sua vez sabia muito bem o que iria fazer, de fato essa era uma das estratégias lidas em um dos livros da biblioteca para arrancar informações sobre a vida de uma criança.

Após sentarem-se no chão, Sakura pegou a boneca das mãos da menina.

– Bem... Vamos nos conhecer? – disse Sakura imitando a boneca, a pequena garotinha riu, o que deixou a Haruno bastante surpresa, a idéia que estava no livro parecia estar dando certo. – Eu sou Yuki chan e gosto muito de brincar... Você gosta de brincar?

– Sim. – respondeu a menina sorrindo timidamente.

– Eu gosto de brincar de casinha e você? – perguntou a rosada balançando a boneca.

– Eu gostava de brincar na floresta com os meus amigos. – respondeu com os olhos marejados, Sakura olhou para Ino que fez algumas anotações.

– E por que não brinca mais?

– Porque o homem mal vai aparecer. – disse Maya baixinho aproximando-se da boneca.

– Você tem medo dele?

– Sim. – disse com certo receio.

– Por que, o que foi que ele fez?

– Ele matou um monte de gente na guerra. – falou aproximando-se de Sakura, parecia assustada.

– Você sonha com isso?

– Uhum. – respondeu tristemente.

– Mais está tudo bem agora... Não precisa ter mais medo, Maya chan. – disse Sakura sorrindo.

Era meio dia, Naruto havia acabado de sair de seu expediente na sala do Hokage e dirigia-se para o Ichiraku, queria comer algo antes de ir para casa, algo que não fosse lámen, depois da noite enferma que tivera, renunciaria lámen por umas duas semanas. Durante o caminho pensava em uma forma de pedir Hinata em casamento mais uma vez, dessa fariade uma forma diferente, sem ter que chamá-la pra comer.

Ao chegar no restaurante mais popular de Konoha, encontrou seu companheiro de time, Sasuke, em companhia de uma garota residente da vila, a jovem conversava com ele, porém o Uchiha apenas a ignorava.

– Sasuke? – chamou-o, a jovem que estava acompanhada do moreno olhou para o loiro sorrindo como um bebê quando ganha doce.

– Naruto kun? – disse ela indo o abraçar, de fato após o final da quarta guerra ninja, o loiro ficou bastante popular entre as garotas, tanto quanto Sasuke.

– Oi... – falou saindo de seus braços. – Poderia nos dar licença? – perguntou ele, a jovem apenas assentiu e saiu.

– Ainda bem... Não estava suportando mais a companhia daquela garota, parece a Karin... – falou Sasuke comendo um pouco mais de sushi, Naruto apenas sorriu. – Vejo que ficou bem popular com as garotas depois da guerra. Cuidado com a Hinata. – soltou um sorriso de canto.

– Olha quem fala... A Sakura chan não iria gostar nada de te ver em companhia de uma outra garota. – falou provocativo.

– Já disse pra esquecer esse assunto, Naruto. – o loiro apenas sorriu e ele continuou. – Parece que a Karin vai embora da vila. – informou.

– O que? – perguntou surpreso, Sasuke ia falar, porém Naruto o impediu. – Não me diga. – falou para logo em seguida gritar. – Um Takoyaki,Tio, por favor.

– Pode deixar! – gritou o velho homem que estava na cozinha, Sasuke apenas fitava Naruto surpreso.

– O que foi? – perguntou o loiro.

– Não vai pedir lámen? É apenas o que pede quando vem comer.

– Nem me fale em lámen, ontem passei o maior vexame da minha vida por causa disso. – falou.

– O que? – perguntou o Uchiha curioso.

– Bem... É um pouco constrangedor e nada legal de se dizer quando se está comendo... Mais o lance é que eu fui pedir a Hinata chan em casamento ontem à noite... E algo terrível aconteceu por causa do lámen.

– Você a pediu em casamento? – perguntou o Uchiha surpreso.

– Não... – respondeu desapontado. – Eu estava tão próximo de fazer o pedido... Porém o bendito lámen dentro do meu estômago resolveu sair bem na hora em que ia pedi-la em casamento. – Sasuke soltou um sorriso.

– Então quer dizer que você vai se casar... – disse o Uchiha pensativo.

– Sim. – sorriu o loiro. – Quero formar uma família com a Hinata chan, amo ela e não vejo a hora de tê-la como esposa e mãe dos meus filhos. – sorriu ainda mais.

– Fico feliz por você. – disse o Uchiha seriamente.

– E você Sasuke? – perguntou. – Ainda com a ideia de que não irá mais reconstruir o clã?

– Naruto, esqueça esse assunto! – disse irritado arrancando um riso do loiro.

– Diz aí, não está sentindo a falta da Sakura chan na vila?

– Pra mim tanto faz... Ela continua sendo irritante mesmo não estando aqui. – falou mal humorado.

– Você nunca aprende teme... Cuidado, a Sakura chan pode cansar de te esperar...

– Acho que ela já está fazendo isso, depois da conversa que tivemos... Não posso fazê-la feliz, e o melhor que ela faz é esquecer esse amor idiota...

– Você nunca aprende... – disse o loiro achando irritante o modo como o seu amigo falava. – Parece que algumas crianças da vila estão passando por alguns surtos psicóticos, devido os acontecimentos da guerra, a Sakura chan e Ino estão preocupadas com o que está acontecendo, por isso saíram da vila pra fazerem algumas pesquisas... – suspirou. – É teme, a Sakura chan mudou muito... Não me parece mais aquela garotinha que corria atrás de você e ficava brigando comigo quando eu ousava falar mal das suas atitudes. – riu.

– Você tem razão... – soltou o seu típico sorriso de canto. – Como eu dizia... Karin vai embora da vila.

– E por que? – perguntou o loiro.

– Digamos que ela resolveu me esquecer... – Naruto soltou uma risada.

– É Sasuke, parece que você está sem opção agora. – riu ainda mais. – E pra onde ela vai?

– Atrás do Suigetsu. – informou.

– Aquele seu ex companheiro de time?

– Sim... Ele sempre correu atrás dela, Karin decidiu dar uma chance, pelo que parece.

O pedido de Naruto logo chegou e os dois continuaram sua conversa.

– O Kakashi pediu para que você vigiasse os ANBU’s que foram ontem deixar o pergaminho em Suna... – falou Naruto mudando de assunto.

– Por quê? – perguntou o Uchiha sem entender.

– Ele suspeita de que algum deles traiu Konoha, já que a minoria sabia sobre o esconderijo do pergaminho.

– Entendo...

– Kakashi também suspeita daquele ninja da chuva que abordou a Sakura chan naquele dia... – informou.

– Aquele velho? Não creio que ele tentaria tal coisa... – soltou um sorriso.

– Mesmo assim o Kakashi sensei pediu para que ficássemos preparados... Pois caso seja ele, tentará atacar Konoha achando que o pergaminho ainda está aqui.

– E em relação ao ANBU... O que faremos se ele tentar atacar Suna?

– Se isso acontecer, o Kazekage dará conta... Temos que nos preocupar com Konoha no momento...

–Mais a Sakura está em Suna! – informou.

– A Sakura chan sabe se virar, teme... E além do mais... Suna é constantemente vigiada, não creio que alguém tentará atacar... Isso são apenas possibilidades, não é certeza ter sido o ninja da chuva ou algum dos ANBU’s.

– Hm.

– Deixa eu te contar. – falou mudando de assunto. – O Idate Morino está na vila.

– Eu soube... – disse sem interesse.

– Ele estava encarregado de tele transportar o segundo pergaminho até o Gaara, como foi atacado, ficou impossibilitado de continuar a missão... Vou fazer uma visita a ele após sair daqui, vem comigo? – perguntou.

– Tanto faz... – respondeu sem interesse.

– Estou um pouco preocupado...

– Com o que?

– Ainda não pedi a Hinata chan em casamento, Sakura chan pediu pra que eu a convidasse para jantar... Só que o plano não deu certo... – disse tristemente.

– Convida ela pra dar um passeio... Tão simples.

– E é Sasuke? – disse o loiro rindo. – Você me parece bastante sabedor dessas coisas.

– Dobe. – revirou os olhos e voltou a comer.

A sala ampla e iluminada continuava habitada por duas jovens médicas em companhia da pequena Maya, Sakura finalizava seu tratamento com a criança, estavam naquela sala há meia hora e tudo o que foi observado por Ino e a Haruno foi restritamente anotado, resolveram continuar a terapia por mais uma semana e ver se algo mudaria no comportamento daquela criança.

Sakura dirigiu-se até a porta chamando logo em seguida os pais da pequena Maya, comunicou para eles tudo o que havia acontecido, enquanto a menina brincava com a boneca um pouco distante para não ouvir a conversa, a rosada falou que estenderia o tratamento por mais uma semana e que trouxessem a garota naquele mesmo horário. Dizendo isso os pais foram embora em companhia da criança, deixando apenas Ino e Sakura no escritório.

Ino aproximou-se da Haruno e lhe falou.

– Pobre criança...

– É... A guerra lhe causou tanto mal... Do que adianta termos vencido... Se nós mesmos trouxemos consequências negativas para elas. – falou tristemente, pelo que havia percebido durante a seção que teve com a pequena Maya, esse tratamento seria extremamente longo e demorado. – Vamos continuar o tratamento e ver se algo melhora... E em relação aos remédios... Tenho que falar com o Kazekage Sama para que ele possa disponibilizá-los.

– Vamos comunicar a Tsunade Sama? – perguntou Ino.

– Agora não, vamos esperar o tratamento surtir efeito, se virmos resultados, tratarei de fazer um relatório falando sobre tudo e os métodos a serem adotados...

Após terminarem o almoço, Naruto e Sasuke saíram para visitar Idate, o Uchiha, porém, resolveu dar uma passada onde antes ficava o distrito Uchiha, desde que voltou não havia visitado o local, gostaria de ver se Kakashi já havia começado a reconstrução.

Ao entrarem no terreno onde antes o distrito Uchiha ficava, um turbilhão de sensações invadiram o coração do jovem Uchiha de apenas 20 anos, naquele lugar havia presenciado tantos acontecimentos felizes, os momentos em que passou com sua família... Com Itachi, tudo ficaria gravado em sua memória, para sempre... Embora estivesse de volta em Konoha, com seus amigos, sentia que algo ainda faltava, seu coração estava vazio de algo que ele mesmo desconhecia. Andaram um pouco mais até pararem em frente a uma enorme cerejeira, muitas pétalas rosadas estavam caídas sob o chão, podia-se ver a baixo dela um balanço que se movia lentamente a medida em que o vento soprava, logo mais a frente um pequeno lago dava espaço á algumas aves que pousavam a beira d’água para se refrescarem do calor do meio dia, Sasuke parecia um pouco confuso, o moreno não lembrava da enorme cerejeira no passado, percebendo a interrogação nos olhos do amigo, Naruto falou.

– Foi a Sakura chan. – disse sorrindo, Sasuke o olhou confuso. – Depois que você foi embora, ela resolveu plantar essa árvore aqui no distrito Uchiha, para ficar um pouco mais perto de você... – Sasuke fitou a árvore a sua frente. – Durante os anos ela sempre vinha a esse lugar, para cuidar da cerejeira, depois que a árvore cresceu... A Sakura chan resolveu colocar o balanço aqui, esse se tornou o seu lugar favorito para estudar ninjutsus médicos e... Pensar em você... – Sasuke não queria admitir, mais as palavras do loiro haviam mexido consigo.

Sakura... Seus olhos estavam fixos nas pétalas de cerejeira que caíam ao chão.

– Tem certeza de que ainda quer esquecê-la, teme? – perguntou Naruto tirando a atenção do Uchiha. – Mesmo depois de tudo que a Sakura chan sofreu, depois de todos os seus esforços?

– Acha que ela foi à única que sofreu com tudo isso? – disse pensativo. – Nós já falamos sobre isso e eu já me decidi...

– Se decidiu por você, mais e pela Sak...

– Por nós dois, Naruto! – o cortou. – Me decidi por mim e por ela... Eu quero mais do que ninguém que a Sakura seja feliz, com alguém que não possua um passado como o meu. Que tipo de futuro eu lhe daria? Eu não fui uma boa pessoa depois que saí da vila, Naruto, nesse mundo a tantas pessoas que me odeiam... Não quero colocar a vida da Sakura em perigo.

– Como você é difícil... – disse não suportando mais a situação.

– Hm.

– Eu soube que você vai reconstruir o distrito Uchiha...

– Não vou mais...

– Ahh é verdade... Você não vai mais reconstruir o clã... Por um lado isso é bom... A cerejeira ainda continuará aqui.

– Como assim? – perguntou confuso.

– Com a construção de novas casas aqui, a árvore teria que ser derrubada... Acredito que se isso acontecesse, a Sakura chan ficaria muito triste...

– Entendo... – disse pensativo.

– Vamos ao hospital?

– Não... Irei começar a missão que o Kakashi me designou, vai sem mim... – dizendo isso Naruto saiu, dando uma última olhada em Sasuke que ainda encontrava-se parado no mesmo lugar, fitando a enorme cerejeira a sua frente.


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Notas finais do capítulo

Sasuke kun e a cerejeira kkkk o que acharam? Deixem seus reviews isso me deixa muito feliz e estimula minha escrita e criatividade ainda mais :D, preciso saber se estão gostando queridos *-* kiss da Tia Haruno



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