Passei algum tempo estudando o caso de Grace, uma garotinha que tinha desaparecido há menos de uma semana em Wall Street, tudo era muito suspeito. Ela não era a única criança a desaparecer esse mês pelas redondezas. Mas esse caso não era meu, então decidi o estudar em casa.

Fechei o computador e me ajeitei na cadeira, prendendo meus cabelos em um rabo de cavalo. Ouvi a porta da sala de Killian abrir, e quando levantei a cabeça, encontrei um Jones com ares de profissional responsável. Bem na minha frente. Ele parecia calmo e relaxado. Não havia nenhum vestígio do homem me que agarrara no meio do corredor aproximadamente 1 dia 18 horas e 36 minutos antes. Não que eu estivesse contando.

Graham logo chegou sorridente dando um tapinha no ombro de Killian e parando ao seu lado em frente a minha mesa.

–Perderam alguma coisa aqui? –Falei levantando a cabeça para os encarar.

–Você ainda não falou com ela Killian? –Graham falou e Killian o fuzilou com o olhar.

–Falar o quê? Posso saber? –Me levantei e me encostei na minha mesa, cruzando os braços.

–Sexta, aniversário de 1 ano que a delegacia ganhou o delegado mais chato de toda Nova York! Nosso departamento foi todo convidado para a festinha que vai ter no apartamento do playboy aqui. -Graham falou, e Killian continuava calado. Me observando.

–Bom, eu não fui convidada. –Me virei para pegar alguns papéis que estavam em cima no balcão.

–Wow. –Graham falou.

–É claro que foi, a senhorita deveria checar seu correio com mais frequência. –Killian disse apoiando as mãos na minha mesa.

–Gostos de convites verbais. –Aproximei meu rosto à ponto de sentir seu hálito quente em meu rosto.

–A loirinha é difícil. –Graham falava enquanto saia da sala.

Certo, nos últimos dias tudo vinha se tornando muito intenso, o que causaria um estrago ainda maior quando tudo acabasse e eu tivesse que recolher os cacos da minha carreira.

–Emma. –Virei-me para olhar seu rosto e, apesar de não me olhar de volta ele parecia quase...nervoso. bom, isso era diferente.

–Você quer ir na festa que vai ter no meu apartamento nessa sexta? Ah, e isso não é uma cantada.

–Oh. –Senti um rubor surgir em meu rosto. – Por favor, vocês do departamento conseguem se divertir sozinhos.

–Todos me disseram para...te encorajar fortemente a aceitar.

Lentamente dei a volta e vi que ele agora estava me encarando, e definitivamente havia segundas intenções em seu olhar.

–E por que exatamente você deveria fazer isso?

–Bom.. –Ele disse antes de limpar a garganta- Existe alguém que quer conversar com você lá.

–Estão querendo arranjar um namorado para mim? –Perguntei, andando até minha mesa e cruzando os braços.

–Aparentemente sim. –Algo em seu rosto não combinava com sua voz falsamente despreocupada.

–Por quê? –Perguntei levantando uma sobrancelha.

–Como diabos eu vou saber? Vá e descubra. Eu não fico conversando sobre você com meus colegas de trabalho.

–Oh, claro que não fica, Killian só está preocupado com essa sua personalidade magnética. Você acabe se tornando uma velhinha sozinha em uma casa cheia de gatos. –Graham falou aparecendo na porta da sala mas logo saiu nos deixando a sós novamente.

Ri do que Graham falou e me apoiando em minha mesa encarei Killian me aproximando do seu ouvido e cochichando.

–Bom, talvez você devesse se preocupar consigo mesmo, para não acabar se tornando um velho safado que passa o tempo acumulando blusas femininas e seguindo garotas em corredores e elevadores. –Um pequeno sorriso brotou em seus lábios.

Ele deu a volta e me prendeu com seus braços apoiados na mesa.

Olhou para minha blusa, e quando olhou para meus olhos seus lábios estavam levemente abertos, como se quisesse perguntar alguma coisa para mim mas não fosse capaz. Ele se inclinou. Estava ocupando meu espaço vital. Que absurdo. Então pegou uma caneta na ponta dos dedos, e então a usou para abaixar as alças da minha blusa, até o começo do sutiã.

Seus olhos se arregalaram quando viu o sutiã novo.

–Entendo. –Sorri sarcasticamente. Mas meu coração começou a bater mais forte. Quando me olhou eu desejei pular em seu colo e o amarrar na cadeira com seu cinto.

–Se não se importa, agora eu preciso sair. –Passei por debaixo de seus braços. –E sobre a sua festa...estarei lá.

Sorri em sua direção. Ele respondeu com um sorriso diabólico.

–O que você está fazendo comigo? –Ele perguntou com a voz baixa.

Eu sorri maliciosamente, soprando as mechas de cabelo que cobriam meus olhos.

–Na verdade acho que estou fazendo isso não só com você.

–Realmente. –Ele falou suspirando.