Seus detalhes escrita por baixinha


Capítulo 1
capitulo unico


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que gostem
Me desculpe por qualquer erro!
Uma boa leitura sempre!



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Cá estou eu, cidade nova, pessoas novas e publico novo. Você deve ter achado estranho eu ter citado o publico novo, mas deixe eu me apresentar para vocês entenderem melhor.

Me chamo Karma, tenho 20 anos, e venho de família circense, você deve estar pensando, nossa que legal, ela viaja país todo! Não, não é legal! Eu não posso fazer amigos, e não posso arrumar uma namorada! Sim sou lésbica! E não namoro nenhuma menina da trupe porque nenhuma é lésbica ou pelo menos bi...

Estou em Curitiba-Pr. Sempre tive grande admiração por essa cidade, não me pergunte o motivo, apenas tenho grande admiração. Bom, o espetáculo começa daqui a pouco, tenho que me trocar.

Assim que acabo de me trocar vou para os bastidores me preparar, o segundo numero da noite eu faço com o meu irmão. Eu e ele fazemos aéreo e globo da morte. Pra quem não sabe o que é aéreo, é basicamente trapézio, tecido e essas coisas, e o globo da morte é aquela esfera gigante que duas, três ou até quatro pessoas ficam andando dentro com motos. (N/A se estiver com alguma dificuldade em entender joga no google que você acha a explicação.)

As primeiras pessoas começam a chegar é meu dia de vender a pipoca enquanto não começa o espetáculo, enquanto meu irmão vai preparando o trapézio, uma menina que aparentava ter uns 18/19 anos me pede duas pipocas, ela era linda, seus cabelos eram compridos e cacheados e castanhos, ela usava uma blusa branca soltinha, colete Jeans, shorts curto também Jeans, e All Star preto, com uma bolsa preta de franja de lado.

[P.O.V. Karma off]

[P.O.V. Aline]

Me chamo Aline, tenho 21 anos, sou de Curitiba, tenho uma irmã mais nova chamada Beatrice, ela tem seis anos, ela é super fofa, mas hoje está particularmente me irritando. Tudo porque ela quer ir ao circo. Concordei com ela, afinal o tedio já tinha tomado conta da minha pessoa, e era aniversário dela.

Fui para o banheiro tomei um banho rápido, sai e fui escolher uma roupa, coloquei uma blusa, com um colete jeans e um short também Jeans e coloquei meu All Star. Desci peguei dinheiro com os meus pais, e fiquei jogando no celular esperando minha irmã. Assim que ela desceu eu peguei as chaves do meu carro, minha bolsa e partimos para o circo, quando chegamos ao parque fomos comprar os ingressos.

-Quer comer alguma coisa? – Perguntei me virando para a minha irmã.

-Pipoca! – Ela disse toda animada.

-Serio? Mas antes de começar o espetáculo você já vai ter comido a pipoca toda, igual no cinema!

-Não vou! Eu prometo! Vai maninha! – Mesmo sabendo que ela iria resolvi ceder, dei um sorrisinho de lado e ela abriu um sorriso que poderia curar uma doença terminal.

Seguimos em direção a barraquinha de pipoca, a fila não estava tão grande, então não demorou para sermos atendidas. A menina que estava vendendo a pipoca aparentava ter entre 15 e 17 anos, ela era linda. A cor de seus cabelos era loiro com californianas roxas, seus cabelos estavam presos em um coque perfeito com uma fita dourada em volta como se estivesse amarrando o coque, ela usava um collant amarelo, sua maquiagem era dourada nos olhos e um delineador preto marcava seus olhos castanhos claros, suas bochechas tinham uma coloração rosa, e em seus lábios um batom vermelho em forma de coração era o ponto crucial, fazendo com que ela parecesse uma bonequinha.

Me sentei com a minha irmã do meu lado e esperei o espetáculo começar. As luzes se apagaram e os palhaços entraram divertindo a todos. Logo depois que eles saíram o picadeiro foi tomado por uma cor esverdeada e a mesma menina das pipocas entrou com uma cesta na mão, ela veio até a ponta do picadeiro e olhou pra mim, e por um momento achei que tinha visto ela piscar pra mim, voltando ao centro do picadeiro dessa vez se equilibrando em cima de uma sapatilha de ponta também amarela e começando a dar alguns giros e fazendo uns passos, e quando parou veio um pouco pra frente e começou a olhar para o publico como se estivesse procurando algo ou apenas admirando. O trapézio desceu e tinha um menino que aparentava ter menos de vinte anos, com o corpo definido, ele estava usando uma bermuda rasgada, ele estava em cima do trapézio como se estivesse em cima de um tronco, e sua postura era como a de um macaco. Foi ai que eu entendi, eles eram Tarzan e Jane. Ele desceu do trapézio e foi até a menina e cutucou seu ombro, ela olhou e eles começaram a se apresentar, mas sem falar nada. Depois de um tempo ele subiu de volta no trapézio mas dessa vez sentado, o trapézio subiu o suficiente para que ele ficasse de ponta cabeça, mas quando ele ficou de cabeça para baixo começou a fazer ‘macaquice e depois de um tempo ele estendeu as mão para ela (A essa altura ela já tinha feito alguma magica e tirado as sapatilhas), ela aceitou e o trapézio subia cada vez mais alto, até que chegou em um certo ponto e parou, eles começaram a fazer algumas acrobacias depois o menino ajudou a menina a subir e ficar sentada no trapézio e ele logo depois também se sentou no trapézio, tirando de algum lugar uma rosa vermelha e entregou para a menina que aceitou e deu um beijinho de esquimó nele, (N/A: sabe essa coisa que fica roçando o nariz um no outro, isso aí.), depois o trapézio voltou ao chão e ambos desceram e por alguns instantes dançaram uma valsa até que a luz apagou e o picadeiro ficou no escuro.

(N/A: o titulo do espetáculo era: a infância que nunca morre por isso Tarzan.).

[P.O.V. Aline off]

[P.O.V. Karma on]

Depois da minha apresentação no trapézio com o meu irmão sai pra me arrumar para a apresentação de tecido, fui para a frente do espelho e comecei a tirar a minha maquiagem, e fiz outra, fui me trocar, e voltei e comecei a me aquecer para entrar com tecido. A minha maquiagem era da bela (bela e a fera), então fiz uma maquiagem dourada com um delineador preto marcando bem os meus olhos, minha bochechas tinham uma coloração rosada, mas não muito forte, com um batom rosa forte, que de onde o publico via não ficava tão forte. A minha roupa era toda dourada, meu cabelo estava preso em um coque rosquinha, uma fita estava enrolada como se estivesse prendendo o meu coque. Minha roupa era um macacão também dourado, a apresentação era simples, eu entrei no picadeiro com o meu irmão, e assim foi com as outras meninas, cada uma com seu par, éramos cinto meninas ao todo, fui até o centro e fiz um teatro sem falas, e no final dele meu tecido caiu, (N/A: ele estava enrolado bem em cima da Karma, e nesse momento ele se desenrolou caindo ao lado dela) eu o peguei e comecei a escalar, todas as outras meninas faziam o mesmo que eu, quando começamos a escalar o tecido os meninos saiam do picadeiro para se trocarem, quando chegamos no ponto certo, abrimos o tecido e enrola nosso pé e começamos a fazer algumas coisas, no final da apresentação nós nos enrolamos no tecido e rolamos até estar perto do chão onde os meninos já estavam nos esperando, agora como príncipes, antes de sairmos completamente do tecido eles nos entendiam a mão, nós a pegávamos e terminávamos de nos desenrolar do tecido, e ficar no chão onde os meninos nos estendiam uma rosa e nós aceitávamos, e cada uma abraçamos os respectivos pares e as luzes se apagavam, e assim nós saiamos do picadeiro.

O resto do espetáculo foi bom, legal, divertido e tudo mais, e eu (ainda com a roupa da Bela e a Fera) voltei pra barraca de pipoca enquanto o pessoal responsável pela limpeza e organização do espetáculo arrumava tudo para o próximo espetáculo.

-Moça, pode me ajudar? – Ouvi uma voz doce e fina atrás do balcão. Me virei e caminhei até la, e encontrando uma linda menininha, ela tinha olhos verdes, grandes e brilhantes, pareciam duas esmeraldas, nas suas bochechas tinham algumas sardinhas, seus cabelos eram amarrados em duas trancinhas, ela estava vestida com uma blusinha branca e uma saia de babados rosa de bolinhas brancas, e nos pés uma sapatilha rosa.

–Claro, flor o que quer?

–É que eu não sei onde a minha irmã está... – Ela disse já começando a chorar. Eu dei a volta no balcão e ficando de frente pra ela e abaixando ficando d seu tamanho.

–E que tal se eu e você procurarmos a sua irmã?

–Você procuraria ela comigo?

–Claro! – Me levantei e estendi o braço pra que ela viesse n meu colo, e assim começamos a procurar a irmã dela.

[P.O.V. Aline on]

Eu já estava ligando para a policia quando avisto minha irmã no colo de uma das artistas do circo. Fui correndo para abraça-la, e assim ela fez quando eu cheguei perto dela.

–Onde você estava mocinha?

–E-eu me distrai com uma orelha da Minnie que piscava, e ai quando olhei em volta você não estava mais, ai fui até a moça e pedi a ajuda dela... – Beatrice chorava um pouco ainda em meus braços... Só então eu notei a menina de hoje mais cedo.

–Oi, me desculpe, eu fiquei tão preocupada que nem te vi desculpas mesmo...

–Não precisa se desculpar eu entendo. – Ela abriu um sorriso lindo mostrando as perolas que havia no lugar de seus dentes.

–Obrigada, de verdade! Acho que eu teria morrido se tivesse acontecido alguma coisa com a minha princesa...

–É a sua filha? – Eu soltei uma risada anasalada.

–Não, é minha irmã. Ela parece minha filha?

–É que ela parece muito com você, e é difícil irmãs como você aqui no circo, é mais comuns pais e filhos...

–Ah sim... Tenho que ir...

–Claro, espero te ver mais vezes aqui no circo...

–Claro... Aproposito, belo espetáculo! Você e seu namorado formam um belo casal. – Eu vi o namorado dela chegar ao lado dela e parar.

–Olá! – Ele disse, e abriu um sorriso.

–Oi! – Eu disse e retribui o sorriso.

–‘Pera, eu quem? – A menina perguntou tentando segurar o riso, não entendi o porquê que ela queria segurar o riso...

Parabéns, a menina que você achou bonita esta querendo rir da sua cara!

–Vocês dois, formam um casal muito lindo! – Ela e o namorado se entre olharam e soltaram uma risada anasalada. – O que foi?

–Não somos namorados. – O menino disse.

–Não?!

–Não.

–É que vocês sempre se apresentam juntos...

–Porque somos irmão.

–Ata... Faz sentido.

–Mas se não fossemos irmãos, e se eu gostasse da fruta eu pegaria! – Ela me disse eu acho que abri minha boca em um perfeito o. – Todos se espantam é normal... – Ela disse meio cabisbaixa.

–N-não pensa que sou homófica, muito pelo contrario! E-eu também não jogo no time dos heteros...

–Serio?! – Ela perguntou surpresa, e eu apenas assenti com a cabeça.

–Nana, ‘to com sono... – Minha irmã disse.

–Claro meu amor. Foi um imenso prazer conhecer vocês, mas eu realmente preciso ir...

–Claro, até mais, e tchau princesa, fica de olho na irmã pra não se perder de novo okay?

–Tchau, foi um prazer! – O irmão dela disse.

Acenei pra ele e fui em direção a carro, destravei e coloquei Beatrice na cadeirinha dela e fechei a porta, dei a volta e entrei no carro ligando e indo para casa, quando cheguei peguei Beatrice no colo já que ela estava dormindo, e a levei para o quarto, coloquei ela na cama e cobri ela, dei um beijo na testa dela e sai do quarto apagando a luz e fechando a porta, fui para o meu quarto tomei uma banho longo enquanto fiquei pensando na menina do circo, depois do banho coloquei meu pijama e deitei e adormeci com os pensamentos na menina do circo.

Acordei no outro dia de manha, fui a banheiro fazer minha higiene pessoal e tomar banho, sai do banho e coloquei uma roupa pra fazer corrida, peguei meu celular e conectei o fone de ouvido e colocando uma musica qualquer, eu estava passando por um beco quando parei pra respirar, a rua estava deserta quando senti uma mão na minha boa e uma me segurando, eu entrei em desespero, eu gritava o mais alto que eu podia, mas era em vão, meus gritos eram abafados pela mão. Eu fui levada para dentro do beco e fui colocada no chão atrás de uma lixeira, o homem sentou em cima de mim impedindo qualquer movimento que eu tentasse fazer, ele tirou a própria calça junto com sua cueca boxer tirando a minha junto com a minha calcinha, o desespero tomou conta de mim por inteira. Ele vacilou por alguns segundos, foi o suficiente pra mim.

–SOCORRO! – Eu gritei, eu ia continuar gritando, porem ele tampou a minha boca novamente me dando um tapa na cara, eu comecei a chorar sem parar.

–Solta ela agora! – Eu ouvi uma voz porem não consegui ver quem era, eu não conseguia ver nada, meus olhos estão embaçados de mais.

[P.O.V. Karma]

Depois que a menina saiu do circo ainda tivemos mais uma apresentação, depois fui para o trailer que dividia com a minha família, tomei um banho e durante o banho pensei na menina de mais cedo, balancei a cabeça pra afastar os pensamentos e terminei o meu banho me troquei e deitei, novamente me peguei pensando na menina.

“Você não pode estar gostando de uma pessoa que acabou de conhecer!”

Virei para o lado e tentei parar de pensar nela, o que não deu certo já dormi pensando nela. No outro dia de manha acordei, fiz minha higiene pessoal coloquei uma calça de moletom e uma blusa mais justinha e sai pra correr. Corri por um tempo até que ouvi um grito de socorro enquanto eu passava por um beco, decidi ver o que era, e quando eu vi quem estava pedindo socorro minhas pernas vacilaram e ao mesmo tempo uma raiva tomou conta de mim.

–Solta ela agora! – Eu disse no tom mais firme que consegui.

–Se eu não soltar o que você vai fazer? – O cara disse em um tom desafiador.

–Fazer você se arrepender de ter nascido. –Ele a soltou a deixando no chão e subindo as calças, ele veio até mim e parou a poucos centímetros de mim. Ele era quase o dobro da minha altura, mas não deixei que isso me intimidasse.

–E o que a anãzinha vai fazer? Chamar a policia?

–Não, sei que você sairia impune! Eu farei justiça com as minhas próprias mãos. – Ele riu da minha cara, o que pra mim foi à gota d’agua.

Pisei no pé dele com toda força que eu tinha, dei um soco na boca de seu estomago e um tapa na cara dele, ele caiu no chão e eu dei um chute no meio de suas pernas. Caminhei até a menina que eu achava linda, é eu realmente estava no mínimo gostando de verdade dela. Eu subi a calcinha e a calça dela, logo depois eu a peguei no colo passando um braço em baixo das suas pernas e outra em suas costas, ela abraçou meu pescoço e escondeu o rosto na curva do seu pescoço. Eu caminhei com ela até onde circo estava, antes de chegar na tenda vi meu irmão, ele veio em minha direção correndo.

–O que aconteceu? Porque está chorando? – Só então eu percebi que estava chorando.

–Me ajuda a leva ela para o trailer por favor.

Ele apenas assentiu a pegando do meu colo, e caminhando comigo até o trailer, ele a deitou na minha cama. Ela tinha dormido no caminho pra cá, então eu fiquei observando ela dormir com um sorriso bobo nos lábios.

–Você está mesmo gostando dela não é mesmo?

–Acho que sim. – Eu olhei pra ele com sorriso bobo ainda em meus lábios, eu e meu irmão éramos melhores amigos, sempre contávamos tudo um para o outro.

–O brilho nos seus olhos te denuncia!

–Porque você tinha que me conhecer tão bem? – Eu perguntei e ele apenas sorriu e me abraçou. – Eu te amo sabia?

–Eu sei. – Eu dei um tapa no braço dele. – Ai! ‘To brincando, eu também te amo. Tenho voltar pra lá.

–Tudo bem, eu fico aqui com ela. – Eu olhei pra ele.

–Tá bem, qualquer coisa me chama ou manda mensagem ou liga enfim...

–Tá bem. – Ele deu um beijo na minha testa e saiu fechando a porta do trailer.

Eu fiquei fazendo carinho na mão dela por um longo tempo, até que decidir fazer alguma coisa pra comer, e quando ela acordasse eu faria pra ela também.

–Onde eu estou?- A ouvi perguntar meio sonolenta. Deixei o lanche na sanduicheira e me sentei na beirada da cama.

–No meu humilde trailer. – Eu brinquei soltando uma risada anasalada.

–A sim... Foi você que me salvou?

–Sim... –Abaixei a cabeça envergonhada.

–Obrigada. – Ela levantou meu rosto com a ponta dos dedos.

–Não precisa agradecer. – Sorri e ela retribuiu, um silencio meio constrangedor ficou no ar.

–Tem alguma coisa no fogo? – Eu arregalei os olhos e corri para a cozinha.

–Meu Deus esqueci o meu misto... – Fui correndo para a cozinha, abri a sanduicheira e ele estava quase queimado. – Por um acaso, você não costa de visto queimado não é?

–Não...

–Okay... – Desliguei a sanduicheira e voltei para o “quarto” que dividia com o meu irmão, o quarto não passava de duas camas que ficavam separadas da sala e da cozinha por uma cortina. Eu me sentei na cama novamente e ele esta sentada, peguei meu celular e mandei mensagem para o meu irmão avisando que eu tinha feito misto quente do jeito que ele gostava. –Como se sente?

–Acho que bem.

–Ele não chegou a fazer nada com você?

–Não graças a Deus minha heroína chegou antes. – Ela sorriu e começou a chegar mais perto a cada segundo.

–Kah, onde tá o misto... – Nós nos separamos e soltamos as nossas mãos, espera, elas estavam juntas desde quando? Não importa, virei minha cabeça para encarar meu irmão, acho que se fosse possível ele teria morrido com o olhar que eu lancei pra ele. – Desculpa, não queria atrapalhar nada.

–Não atrapalhou nada! – Eu disse e vi a outra menina assentindo, espera de novo, ainda não sei o nome da menina que estou gostando...

–Como se chama? – Meu irmão perguntou. Santo seja meu irmão!

–Aline, e vocês?

–Eu me chamo Henrique.

–E eu sou a Karma. – Eu sorri envergonhada.

Alguns dias se passaram e eu só tive a certeza de que eu estava apaixonada pela Aline. Nesses últimos dias eu e ela mantemos o contato, nós nos víamos todos os dias a tarde antes do espetáculo começar. Agora mesmo estou indo me encontrar com ela e decidida a falar sobre meus sentimentos por ela. Eu entrei no café e dei de cara com ela na mesa, sorri fui até lá e me sentei, fiz meu pedido e a garçonete sorriu pra mim e se retirou.

–Olá!

–Oi – Ela disse meio desanimada, seus olhos estão meio vermelhos assim como a ponta de seu nariz, acho que ela andou chorando.

Eu dei a volta na mesa e me sentei ao seu lado a abraçando de lado.

–O que aconteceu? – A garçonete apareceu e deixou os pedidos em cima da mesa, ela sorriu para nós, eu retribui o sorriso e ela se afastou da mesa nos deixando a sós.

–Minha mãe descobriu tudo... – Ela disse com uma voz de choro.

–Sobre o que? –Eu comecei a fazer carinho em seu cabelo.

–Sobre mim... Ela, não sabia da minha sexualidade...

–Eu sinto muito... Essa fase de falar para os pais nunca é fácil.

–Você lembra de como foi?

–Sim. Lembro-me de quando contei para a minha avó, na época eu morava com ela ainda, meus pais acharam melhor me deixar com a minha avó, já que eles eram artistas de circo, e ai quando eu contei pra minha avó ela me colocou na rua, eu não tinha para onde ir, eu não tinha nem onde passar a noite, então eu fui para o telefone publico mais perto e liguei a cobrar para minha mãe, eu contei que a minha vó me expulsou de casa e que eu não tinha pra onde ir, ai ela disse que o circo estava indo pra cidade onde eu morava, eles iriam chegar no outro dia, eu e meu irmão passamos a noite toda acordados sentados em uma praça, enquanto eu chorava meu irmão me abraçava e dizia que iria ficar tudo bem, no outro dia fomos para onde o circo ficaria e quando chegamos lá o circo estava sendo montado, eu e meu irmão entramos, minha mãe viu a gente e quando ela me abraçou eu desabei em lagrimas, contei pra ela o porque que a vovó me expulsou de casa ela me abraçou mais forte e disse que estava tudo bem e que ela me amava do jeitinho que eu era. – Ela limpou algumas lagrimas que caiam em meu rosto, e foi só ai que eu percebi que estava chorando.

–Não chore! – Ela me olhou e eu soltei um risinho.

–Só se prometer que não vai mais chorar! – Ela assentiu com a cabeça e nós nos abraçamos e tomamos um gole do nosso café. – Acho que essa não é a melhor hora, pra te pedir uma coisa...

–O que? – Ela me olhou com aquelas esmeraldas que havia no lugar de seus olhos.

–Nada não, esquece..

–Agora fala!

–Tá bem, Aline – Eu peguei suas mãos. – Você aceita namorar comigo?

–É claro que sim! – Ela sorriu e pulou no meu pescoço me dando um abraço de urso.

–Eu te amo! – Eu disse passando os meus braços em sua cintura.

–Eu te amo também minha linda! Mas, como vamos fazer com a distancia?

–Minha cama é de casal, ainda cabe você no nosso trailer...

–Mas e seus pais?

–Mamãe já sabe sobre você, e papai não tem a opinião muito forte lá em “casa”, exceto quando mamãe não está. – Eu disse fazendo aspas com os dedos e depois soltei uma risada anasalada sendo acompanhada pela Aline, que agora posso chamar de namorada.

–Tem certeza? – Eu assenti com a cabeça. – E outra, não tenho talento pra circo nenhum...

–Não precisa trabalhar no espetáculo amor...

–Não? Espera... Você me chamou de que? – Ela perguntou com um sorriso em seus lábios e seus olhos brilhando.

–De amor, por quê?

–Nada, eu só não estava esperando...

–Mas então, não precisa trabalhar no espetáculo...

–Como assim amor?

–Tipo, você pode trabalhar na bilheteria, pode ficar nas barraquinhas do lado de fora, pode ajudar o pessoal a se sentar, essas coisas...

–Serio? – Eu assenti com a cabeça.

Depois que passamos algumas horas conversando fomos até a casa dela, lá só estavam a irmãzinha e a empregada, ela disse pra irmã que estava indo viajar, ela não quis dizer que estava fugindo, ela disse pra irmã que qualquer coisa era só ligar pra ela, logo depois de arrumar as malas ela saiu da casa e eu ajudei ela a levar as malas pra fora da casa, acenei pra irmã dela e me devolveu o aceno com um sorriso que mostrava as sua janelinha, com isso eu entrei no taxi e esperei ela se despedir da irmã, depois de um bom tempo abraçadas ela entrou no carro, eu passei meu braço pelo seus ombros e ela encostou a cabeça no meu ombro, quando o taxi finalmente virou a esquina ela começou a chorar baixinho no meu ombro.

Alguns anos depois

[P.O.V. ALINE]

Hoje é o dia do meu casamento com a Karma, eu estou mega ansiosa, estamos em Curitiba, optamos por casar aqui porque a) foi aqui onde nos conhecemos e nos apaixonamos b) ainda tenho amigos aqui, então...

Nesses anos algumas coisas mudaram, a mãe de Karma morreu, o irmão dela casou e deve um lindo Filho chamado Igor, a minha irmã veio morar com a gente no circo porque minha mãe e meu pai sempre brigavam, e a minha mãe sempre jogava a culpa nela por eu ter ido embora, meu pai e minha mãe se divorciaram, e mesmo assim Beatrice continuou conosco, ela é ótima, ela faz o numero final que é o trapézio em grupo, e faz um em que ela é a filha caçula de uma família de palhaços. Eu espero que a minha mãe venha no meu casamento, seria bom se ela apoiasse meu casamento suspirei em tristeza e logo vi minha irmã, que seria minha madrinha, estava em um vestido rosa tomara que caia, o decote era meio reto, tinha uma fita de strass abaixo dos seios e um no começo da cintura, a saia do vestido ia no meio das coxas dela, a parte de trás era mais comprida e ia até quase nos pés, nos pés ela estava com um sapato nude com spikes dourados, no salto e na meia pata ele era rosa, ela estava com uma maquiagem um pouco escura nos seus olhos, suas bochechas estavam com uma coloração rosa, e seus lábios estavam com um batom rosa barbie. Meus olhos se encheram de água.

–Você está linda!

–Obrigada! Mas não chora! Não pode borrar a maquiagem!

–Tá bem. – Eu respirei fundo contendo as lagrimas.

–Tenho uma surpresa pra você...

Quando eu olhei pra porta vi meu pai entrando em um terno preto, blusa social branca, colete preto, e gravata borboleta e faixa de cetim preto e um broxe de arco-íris. Não aguentei e deixei algumas lagrimas escaparem. Meu pai as limpou e me abraçou forte.

–Papai, você veio! – Eu disse como se não acreditasse, e não acreditava mesmo.

–Não perderia o dia mais importante da vida da minha princesinha nunca na vida! – Ele sorriu e me abraçou novamente eu olhei pra minha irmã que chorava, e estendi o braço para ela se juntar a nós, e assim ficamos até uma das minhas melhores amigas daqui de Curitiba apareceu avisando que estava na hora.

Eu estava em um vestido eu estava com um decote coração um pouco fundo, mas que não aparecia nada graças a uma segunda pele que tinha no decote. O corpete do vestido era todo de brilhantes, a saia dele é estilo princesa, rodado e reto, a saia era de tule de cor perola, meu buque era de rosas vermelhas, minha maquiagem era de tons simples, o canto interno dos meus olhos estava branco e ia escurecendo até ficar preto no canto externo. Minhas bochechas tinham um rosa natural, e meus lábios tinham uma cor rosa, porém não tão forte como o da minha irmã. Meu cabelo estava com um moicano que dava inicio a uma cascata de cachos, véu era curto, acabava poucos centímetros abaixo do meu cabelo.

Minha irmã foi para o seu lugar na frente dos convidados, e eu e papai ficamos mais um tempo “escondidos” nós iriamos nos casar na tenda do circo mesmo, a festa seria em uma chácara, mas a cerimonia seria na tenda mesmo, tinha algumas bexigas coloridas espalhadas pelo teto da tenda, duas fileiras de cadeiras estavam arrumadas e no meio delas um tapete vermelho estava estendido, no final do tapete as nossas madrinhas e padrinhos estavam esperando na ponta junto ao juiz de paz que estava atrás de uma mesinha. De madeira, a típica marcha nupcial começou a tocar, todos os convidados se levantaram papai me estendendeu o braço e eu aceitei com a minha mão livre, e então começamos a caminhar em direção ao juiz de paz, quando estávamos chegando no final vi minha mãe na primeira fileira de cadeiras, no final d corredor eu e meu pai paramos e nos abraçamos.

–O que ela tá fazendo aqui? – Eu sussurrei para ele.

–De uma chance para ela está bem? – Eu assenti e me soltei dos seus braços e por um momento olhei para a minha mãe e abri um sorriso mínimo.

Teenage Dream começou a tocar então todos se levantaram novamente, e lá estava a Karma, de braço dado com o pai, ela estava linda, o seu vestido era todo rendado e o decote era reto, havia um laço na frente do vestido, o vestido era tão rodado quanto o meu, o vestido dela era totalmente branco, tão branco como a neve, ela usava luvas de renda que ia até um pouco pra cima de seus cotovelos, o seu cabelo estava com um topete formado por sua franja que estava virada para o lado esquerdo, o restante de seu cabelo estava virado também para o lado esquerdo, todo cacheado, eu véu era preso por uma coroa que ficava no topo de sua cabeça, o véu tinha as bordas de guipir, o comprimento dele era longo o suficiente para formar uma calda de tamanho razoável. Sua maquiagem era de tons claros, seus olhos tinham tons de bege nos cantos internos, e nos cantos externos tinha uma coloração marrom, porem nada muito forte. Suas bochechas tinham uma coloração rosa e seus lábios um batom vermelho marcava presença.

Ela chegou no fim e recebeu um beijo na testa de seu pai. E entregou o buque para sua cunhada, e eu entreguei o meu para a minha irmã, ela estendeu a mão e eu aceitei entrelaçando nossos dedos. O juiz começou a falar e eu só voltei a prestar atenção na hora que o sobrinho da Karma entraria com as alianças. U Smile (do Justin Bieber). Ele estava com um mini smoking branco, com camisa social, calça, gravata e faixa branco, as únicas coisa pretas que se viam era os cabelos que era um emaranhado de cachos, e os sapatos sociais. Ele me entregou a almofadinha de veludo e correu para perto do pai. Entreguei as alianças para o juiz e voltei a não prestar atenção, só comecei a ouvir o juiz novamente na hora dos votos, quem começou foi a Karma.

–Bem, eu estou super nervosa e esqueci tudo o que tinha escrito... Vamos aos votos logo. Minha bebe, quantos sufocos já passamos, quantas lagrimas já derrubamos no colo da outra, quantos eu te amo já trocamos, quantos carinhos já trocamos, e em todos esses anos nunca falhamos com a nossa promessa, mostramos a todos que existe amor sem nunca ter beijado a outra pessoa. Meu amor, minha linda, minha princesa, minha flor, minha baby, minha cupcake, eu não posso medir o tamanho do amor que eu sinto por você. Eu quero ter nosso próprio trailer cheio de crianças sorrindo, eu até iria falar correndo, mas é melhor não, enfim, minha linda, você foi um anjo que apareceu na minha vida! Eu prometo diante de todos aqui presente, te amar, te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na minha ou na sua tpm, até que a morte nos separe, minha linda, prometo na frente de todos te conquistar todos os dias! Eu te amo. – Ela tinha lagrimas nos olhos mas não queria derruba-las. Ela colocou a aliança no meu dedo e deu um beijinho de leve para não sujar meus dedos, ela tirou suas luvas e entregou para a cunhada, eu peguei suas mãos.

–Bom, diante dessas palavras eu perdi as minhas, mas vou fazer o possível para acha-las. – Ela soltou uma de suas mãos das minhas para enxugar algumas lagrimas que caiam dos meus olhos. E sorri e ela retribuiu e voltou a sua mão para a minha. – Acho que hoje não poderia ser um dia melhor, estou me casando com a mulher da minha vida, meus pais estão aqui, minha irmã está aqui, os meus amigos também. Bom, vamos ao que interessa, Karma, você roubou o meu coração no momento em que me vendeu uma pipoca pequena e uma média, ainda me lembro de como você parecia uma bonequinha vestida de Jane, e depois daquilo tudo só foi dando certo pra nós, mesmo que para isso eu tenha que ter deixado minha irmã, mas isso não importa, o que importa é que estamos nos casando, e nada, nem ninguém vai nos impedir, amor, prometo na frente de todos, te amar e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte nos separe, prometo também comprar nutella e sorvete, e fazer brigadeiros nas suas piores tpms. Eu te amo muito Karma, você não tem noção do quanto! – Eu peguei a aliança e coloquei no dedo de Karma dando um beijinho por cima.

–Eu as declaro esposas, pela primeira vez, podem se beijar.

Eu coloquei minhas mão na cintura de Karma e ela passou seus braços no meu pescoço e assim demos nosso primeiro beijo. Hoje dois anos depois, ela esta gravida, a pequena Bruna é fruto de inseminação artificial, e está para nascer já, e bem fora ela temos um menino de seis anos que é adotado, ele se chama Stefano, ele está bem animado com a ideia de uma irmãzinha, e se eu e Karma conseguimos comprar nosso trailer? Sim, conseguimos, esse parece mais uma casa, é mais espaçoso e tem um quarto só para as crianças. É a vida assim é bem mais divertida.


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Notas finais do capítulo

É isso.. espero que tenham gostado, se tiverem algum pedido é só fazer! Deixe seu comentário falando o que achou da fic..



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