Enquanto Sakura andava pelo imenso corredor — que mais parecia o da morte—, sua antiga vida nos estados unidos insistia em atormenta lhe a cabeça. Como ela poderia esquece de tudo aquilo? Apesar do sofrimento que passou nesses últimos meses, sua vida era perfeita. Morava com seu pai, que era super carinhoso e apesar de ser bastante ocupado sempre arranjava tempo para a família. Sua meia irmã TenTen, e sua mãedrasta*.

Enquanto Sakura andava até o elevador teve a impressão de estar sendo observada por alguém. Olhou para trás em um movimento brusco e viu apenas a porta da sala da secretaria de onde ele acabará de sai. Estava fechada como ela tinha deixado.

Em meio a distração, tombou uma das malas vermelhas na parede do corredor estreito. O que a escola tinha de grande, tinha de estranha.

Murmurou um palavrão à maldita mala que tinha a deixado assustado mais ainda.

Olhou mais uma vez ao redor com o cenho franzido e voltou seu andar até o elevador que estava mais próximo. A passos mais apressados ela põe a primeira mala. Quando vira para busca a próxima da de cara com uma figura alta, forte e de cabelos pretos. Ele dava um sorriso amarelo.
O coração imediatamente acelerou pelo susto. Pôs as mãos no próprio peito e esqueceu-se da mala que segurava, deixando a cair no pé do estranho a sua frente. — Ai! — Gritou, enquanto se contorcia para dentro do elevador. A garota assustada, deu um pulo para fora e apontou o celular a ele, como se fosse um tipo de arma a laser.

— Você se machucou? quem é você? — Sakura finalmente pergunta, com a voz ainda tremula pelo susto, mas soa mais forte do que ela esperava.
O tal estranho permaneceu calado, ainda esfregando os pés para tentar amenizar a dor, sem sucesso algum.
— Não, imagina. Uma mala de dez quilos acabou de cair no meu pé e eu não podia estar melhor. Me chamo Sa... Sasuke — E ainda fazendo uma careta de dor, lhe estendeu a mão.
O que o garoto tinha de irônico tinha de bonito. Sakura o reconheceu como um filhinho de papai que já participou de várias entrevistas de revistas para adolescentes... E até fez participações em novelas. — Eu reconheço você — Disse fria e então apertou a mão de Sasuke. — Você não foi o garoto que participou daquele programa no mês passado? — E arqueia uma sobrancelha esperando Sasuke acenar com a cabeça.
— E você deve ser a Sakùra, certo? — Zombou. Seu sorriso maléfico havia voltado e Sakura sentiu um forte impulso de deixar a mala cair em seu pé uma outra vez, mas se conteve. Não iria fazer inimizades no primeiro dia. Prometeu a seus pais. E ela não era do tipo que gostava de ter inimigos, sempre foi bastante contida quanto a isso.
Apertou o botão de subir e logo após o corrige, indiferente ao deboche:
— Sakura e não Sakúra.

— Também sei quem você é. Reconheço você. Um... vamos ver se consigo responder a altura.
Já fez várias peças teatrais, seu pai é um escritor recente... Certo?

A garota jogou a cabeça para trás e riu. — Na verdade, você errou. Ele já escreve faz tempo, mas seus livros só vieram fazer sucesso a três anos atrás.

Sasuke deu um assovio e ao mesmo tempo arregalou os olhos. — Parece que não li as letrinhas miúdas.

Sakura revirou os olhos mentalmente, que garoto arrogante. Nunca havia gostado dele, mesmo quando o via de longe nas televisões e revistas, mas pessoalmente ele era pior do que ela imaginava: um arrogante e ainda por cima cínico.
Eles permaneceram num silencio constrangedor. Sasuke não parava de olha-la e isso a estava deixando irritada. Quando o elevador finalmente chegou, Sakura deu um sorriso forçado (apesar de tudo, seu pai havia lhe dado educação) e murmurou um tchau. Teve a infeliz oportunidade de escuta-lo dizer:

— A gente se vê. Espero esbarra em você mais vezes Sakúra e quem sabe você não deixa mais malas caírem no meu pé?
Então as portas se fecham e ela fica ali, tentando achar a graça da piadinha sem noção daquele garoto macricela e irritante. Tudo bem que de magricela ele não tinha nada, mas como ela estava com raiva e não tinha visto nenhum defeito de primeira, iria chama-lo de magricela e fim de papo.

***
— Que bicho te mordeu, criatura? — Tenten pergunta, enquanto penteava os cabelos castanhos recém lavados.
Uma de suas vantagens era conhecer quando as pessoas não estavam bem e isso incluía Sakura no pacote.

— Ah, nada demais. Essas malas idiotas que acabaram machucando meu pé naquele corredor estreito — Mentiu. — Achei um absurdo uma escola tão grande como essa e cheia de filhinhos de papai de bolso recheado, não ter pelo menos alguém que ajude com as malas.

— Na verdade tem, mas parece que ele teve que ajudar outra garota que era mais sortuda que você e chegou na sua frente e o outro ainda não voltou das férias — A morena sorri e arqueia as sobrancelhas. Sakura revira os olhos e pensa em perguntar como aquela criatura metida sabia de tudo isso, mas se conteve, pois não lhe interessava.

As duas ficaram em silencio depois disso. Sakura colocou uma música qualquer em seu celular. Se chamava It’s Time de imagine Dragons. — Não está afim de sair para comer alguma coisa? Aproveito e te mostro a escola.
Sakura fez que não com a cabeça e fechou os olhos.
— Hum... Tentador — Ironizou. — Mas acho que prefiro ficar aqui e fazer minhas unhas da mão e lavar meu cabelo e quem sabe verificar se chegou e-mails novos dos nossos amigos.

A morena deu de ombros e saiu pela porta, retornou dois segundos depois e atirou uma almofada no rosto de Sakura. Brincadeira velha, mas que Sakura sempre acabava caindo.

— Sua vaca, imunda!! — Vociferou, sorrindo, mas Tenten já se encontrava longe, rindo pelos corredores de sua brincadeira infantil ter dado certo novamente.