Insanity escrita por Mephisto Lee, Yukine Oreki


Capítulo 4
Dor e Perda.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Yep!
Espero que gostem, e pelo menos sintam um pouco dos sentimentos que eu tentei colocar em simples palavras.



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Pov Lucy

Abro meus olhos sentindo um ardência momentânea, e pisco algumas vezes para eu me acostumar com a claridade do local. Me levanto preguiçosamente, notando que eu havia dormido no sofá, vou caminhando lentamente até meu quarto.

Entro no meu banheiro e faço minha higiene matinal. Vou até meu guarda-roupas e pego um shorts jeans, uma blusa azul um pouco maior que meu corpo e uma bota de cano alto.

Se me lembro bem eu tinha um amigo para visitar hoje. O senhor Blaze. Ele é uma pessoa muito gentil. Vou preparar algo para ele comer. Uma torta de maçã, talvez ele goste.

Vou até a cozinha, procurando nos armários os ingredientes para a torta os vendo vazios, eu tinha certeza que eu tinha comprado algumas coisas ontem.

–Ah sim, eu não lembro de trazer as sacolas para casa.- Coloco a mão no queixo pensativa, suspirando logo depois.

Pego minhas chaves e minha carteira, colocando em um bolça simples. Saio do meu apartamento e caminho para o mercado.

[...]

Cheguei no mercado e peguei uma cesta de plástico, caminho pelos corredores procurando pelos ingredientes da torta. Quando termino vou ao caixa e pago pelos produtos. Pego as sacolas e vou em direção a minha casa.

Vejo somente algumas pessoas andando na rua, por ainda ser cedo. As lojas estavam começando a abrir e o sol ainda estava um pouco fraco.

Um vento fraco se chocou contra mim me fazendo estremecer. Várias nuvens se formavam no céu, e cada umas representava um desenho.

Identifiquei uma borboleta, fazendo eu rir baixinho. Sinto que meu corpo esbarra em alguém, me desequilibro e quase caio, mas sou segurada por mão fortes.

–Me desculpe, eu estava distraída.- Falo me afastando rapidamente da pessoa, me sentindo constrangida. E volto minha atenção aos meus pés, que pareciam muito interessantes.

–Ah, não foi nada, eu também estava distraído.- Aos poucos eu levanto minha visão para ele, vendo olhos incrivelmente azuis, cabelos loiros e uma cicatriz ficava acima do olho direito, o que me fez ficar curiosa em saber como ele a havia feito.- Meu nome é Sting Eucliffe, e o seu?- Ele exibe um sorriso radiante, o que me fez por breves segundo, pensar que ele seria capaz de me cegar.

–Meu nome é Lucy Heartfilia.- Retribuo o sorriso, sinto que minhas bochechas estavam quentes, e tento ao máximo não gaguejar.

–Foi um prazer te conhecer, mas eu preciso ir.- Ele sorri mais uma vez, o mesmo sorriso radiante.

–O prazer foi meu.- Coloco uma mecha do meu cabelo atras da orelha, sentindo um clima estranho.- Até mais.

–Até.- Ele começa a andar, mas para pouco depois.- Na próxima vez que nos encontramos, você aceitaria sair comigo?- Sinto meu rosto esquentar.

–V-vou pensar no seu caso.- Nós sorrimos. E eu vejo ele novamente começar a andar na direção oposta a minha.

Fico pensando enquanto eu andava para o meu apartamento. A quanto tempo eu não saia com alguém. Faz muito tempo. Dois anos talvez, ou mais.

[...]

Sinto o cheiro gostoso da torta pronta, que se espalhou pelo apartamento. Embrulho com cuidado em um pano, pego minha bolça e saio de casa. Caminho tranquilamente, segurando a torta com meus dois braços para ela não cair.

Sorri comigo mesma ao lembrar do sorriso do senhor Blaze quando eu disse que viria visita-lo.

Avisto o enorme hospital, e ando até a recepcionista que anotava algo em um caderno.

–Com licença.- Ela dá um pulo na cadeira que estava sentada, e coloca a mão no peito e suspira pesadamente.- Me desculpe.

–Não foi nada.- Ela deu uma risadinha baixa.- Em que posso ajuda-la?

–Eu vim visitar um paciente.- Coloco a torta em cima da bancada, pois meus braços estavam cansados.- Eu fiz uma torta, mas eu não sei se eu poderia trazer aqui.

–Bem...- Ela solta mais uma de suas risadinhas.- Vou ver o que posso fazer pela senhorita.- Ela anota alguma coisa em um papel.- Qual é o nome do paciente?

–Axel Blaze.- Olho em um relógio que ficava atrás dela e percebo que ainda estava cedo.

–Axel Blaze?- Faço sinal positivo com a cabeça.- Com licença, eu já volto.- Ela sai da mesa e vai em direção a uma sala.

Fico alguns segundos trocando o peso do meu corpo entre uma perna e outra, até ver ela se aproximar novamente.

–Qual seria o seu nome?- Indagou.

–Lucy Heartfilia.- Ela estava um pouco inquieta, e eu poderia afirmar que ela estava nervosa.

–O senhor Blaze teve uma parada cardiorrespiratória hoje de manhã.- Sinto meus olhos arregalarem e meu corpo começar a tremer.- Tentamos reanima-lo mais era tarde demais. Ele faleceu, mas ele deixou um carta destinada a senhorita.- Ela me estende um envelope amarelo, levo minha mão tremula até ela e a pego. Abro com cuidado, vendo meu nome escrito com uma letra caprichada.

"Senhorita Heartfilia,

Se me lembro bem eu não havia explicado o motivo de minha estadia no hospital. Já sou velho e tenho vários problemas de saúde.
Fui deixado no hospital pelo meu filho, ele não tinha como cuidar de mim, sempre ocupado com o trabalho. E com o tempo parou de vir me visitar. Eu nunca liguei muito, pois sabia de seus compromissos, mas era deprimente não ver ninguém.

Me lembro quando eu era feliz ao lado da minha Mei, a senhora Blaze. Mas assim como eu ela adoeceu, o tratamento para a doença dela era muito caro, e não tinhamos condições de pagar.

Ela falava que não tinha problema morrer, pois um dia todos irão deixar este mundo. Mas eu não iria deixar ela morrer, meu coração não deixava. Eu era egoísta, só queria ela ao meu lado para não ficar sozinho.

Com o tempo ela foi ficando pior, e somente trocava poucas palavras comigo, meu coração apertava toda vez que eu tinha que deixa-la.

Até que um dia meio nublado, ela apertou minha mão fortemente e falou em um sussurro, "Adeus, meu amor", e com isso ela foi soltando minha mão e deu seu último suspiro.

Me desculpe se eu estiver sendo importuno, mas a muito tempo não me sentia confortável em falar sobre Mei, e me parece que a senhorita é muito confiável. Se parece tanto coma sua mãe.

Sinto que finalmente ficarei ao lado do meu único amor, e ficarei em paz.

Obrigado por ler está carta.

Axel Blaze."

Lágrimas começaram a escorrer pela minha face e ir de encontro ao papel.

Mordi meu lábio com força, tentando abafar meus soluços. Meus dedos começaram a tremer e eu apertei de leve a folha em minhas mãos.

–A senhorita está bem?- A mulher de cabelos azulados perguntou ao meu lado, ela tinha um semblante preocupado e ao mesmo tempo indeciso.

Tentei responder mais minha voz não saia, os soluços foram ficando mais altos o que fez eu soltar uma das mãos da carta e levar a minha boca.

Sinto minhas pernas fraquejarem, o que me fez segurar no balcão.

Coloco um dos braços sobre meus olhos, em uma tentativa inútil de diminuir minha dor.

Minha garganta formigava, como se algo estivesse tentando sair, uma imensa vontade de gritar, mas eu não tinha forças.

–Vou buscar um copo d'água para a senhorita, volto logo.- Escuto ela pronunciar e aos poucos pude sentir ela se distanciando.
Estava sozinha novamente.

–Lucy?- Uma voz me chamou, mas não tive coragem de me virar para essa pessoa. Eu me sentia fraca, indefesa. Mas mesmo que eu tentasse ser forte eu não conseguiria, eu sou ingênua demais.- É você mesma?- Sinto ele se aproximar e rapidamente me virar para ele. Vejo seus olhos ônix me encararem com o senho franzido. Volto minha atenção para os meus pés, não queria que ele visse meus olhos inchados e vermelhos.- Porque está chorando?

–Por favor, me deixe sozinha.- Falo em um sussurro, que nem ao menos eu consegui ouvi-lo.

–O que aconteceu?- Ele me transmitia uma sensação nostálgica, era como se eu o conhecia a muito tempo. Senti um arrepio quando ele levou sua mão até minha bochecha, limpando algumas lágrimas.

–Aqui está...- A mulher de cabelos azuis me estendeu um copo, que eu aceitei com um leve puxar de lábios.

O levo a boca e sinto o líquido descer pela minha garganta, diminuindo o incomodo que estava sentindo.

–Obrigada.- Lhe entrego o copo e ela dá um sorriso fraco.

–Me desculpe, não...não sabia como a senhorita iria agir.- Ela olha para baixo, mexendo inquietamente os pés.- Qualquer coisa é só me chamar, meu nome é Wendy Marvell.

Sorri agradecida para ela que acenou para mim e voltou ao seu trabalho.

Como será que o senhor Blaze está? Ele está feliz?

Ele encontrou a sua esposa?

Como será a morte? Somente parar de respirar e deixar este mundo?

Eles não sabem como a sua família sofre com a perda de alguém querido?

Tantas perguntas, que não possuem resposta.

Involuntariamente lágrimas começam a escapar dos meus olhos novamente, e meu corpo começa a tremer.

Braços me rodearam, e meu rosto foi de encontro ao peito desta pessoa.

–Não sei o que aconteceu para estar assim, mas não gosto de te ver chorar.- Ele afagava meus cabelos e eu podia sentir um cheiro familiar vindo dele, algo que me relaxava.

Levantei meus olhos vendo ele me encarar de um jeito carinhoso, e só agora percebi seus cabelos róseos.

–Esta tudo bem agora, eu estou aqui com você.- Ele se abaixa um pouco e beija a minha testa.- Eu vou cuidar de você.

–O-obrigada.- Falo rodeando meus braços em torno dele, me aconchegando em seu peito.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Que fofo o cavaleiro de cabelos róseos, salvando a princesa de seus medos e dores.
Comentem o que acharam! Recebo qualquer tipo de crítica (mas não pegue tão pesado), e qualquer tipo de comentário maravilhoso que me deixa vomitando arco-íris.
Até o próximo!



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