Only Dreamers escrita por Prom King


Capítulo 6
Rock – Clove


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu não demorei, né? Estou feliz porque eu acho que estou melhorando cada vez mais e porque eu estou tendo comentários MUITO sensacionais :), continuem assim, dreamers!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602370/chapter/6

Cato bate o pé no chão. Ele acha que eu estou brincando.

Eu vou matá-la! – grito pela milésima vez. – Você não sabe torturar direito. Tem que jorrar menos sangue para durar mais! Você vai acabar com ela em menos de um minuto. Se você quer matá-la, vai ter que me matar antes.

Me viro para ele não poder reparar na leve tremulação da minha pálpebra. Às vezes isso acontece, o meu olho se descontrola quando estou com medo. E eu não quero assumir que estou com medo. Quer dizer, vai ser um pouco difícil vencer o Cato. Mas eu consigo. Pego uma faca ligeiramente comprida. Tem o cabo estilizado e com curvas. Vai ser magnífico estraçalhar aquele rosto com isso. O do Cato e o da Katniss. Os dois ainda vão morrer em menos de um dia. Vai me render vários patrocinadores.

– E aí? – ameaço. – Vai lutar pela 12 contra mim? Você não tem chance. Eu vou – vou um pouco para longe, balançando a cabeça, pois não quero ouvir a resposta. Eu quero ela, então eu vou tê-la. Abro a minha jaqueta, onde tem duas dúzias de facas ordenadas por tamanho e forma. Eu organizo e troco as facas para ficarem do jeito que eu quero. Os próximos minutos vão ser os melhores que eu já vivi. – Eu vou – repito. – Certo, benzinho?

– Você acha que manda aqui, Clove? – ele pergunta com o máximo de ódio possível.

– É óbvio – afirmo, preparando a faca. – Você acha que manda aqui?

Eu me viro novamente. Olho fundo para os olhos dele. Levanto a faca e atiro. Ele passa pela primeira, ganhando apenas um cortezinho no antebraço. Mas quando eu jogo a segunda – que é mais curva e fina –, ele não se sai tão bem. Acerto as costelas dele. Agora miro a orelha. Se eu a decepar, acho que vai ser o suficiente. No entanto, ele também tem habilidades e se joga para o lado quando a faca está quase o alcançando. Então ele pega a espada e vem na minha direção. Eu me esquivo facilmente, e depois aproximo a faca do pescoço dele.

– Perdedor – eu pronuncio a palavra sibilando. Depois olho para uma suposta câmera para todos verem que eu sou capaz de mata-lo. Então saio de perto dele e continuo andando para onde está a Cornucópia. – Não preciso de cobertura para esse ágape. Só admiradores na Capital.

Chegamos. A Cornucópia está lá, brilhando. E eu procuro algum ângulo que seja fácil para jogar a faca na Katniss. Eu sei onde ela está. Eu consigo ver a cabeça dela. Está esperando algo acontecer. E eu também. Demora mais ou menos cinco minutos para o chão se abrir. Então uma mesa prateada surge com as quatro mochilas. Ótimo, lá está a minha. É preta e grande, algo precioso deve estar lá dentro. Eu desvio o olhar para o interior da Cornucópia, e juro que estou vendo alguma coisa vermelha... então a garota do Distrito 5 sai de lá e pega a sua mochila. Ela vai para a direção contrária à minha, não vai ser uma boa ideia persegui-la, já que o meu objetivo é matar a chaminha.

Eu olho para trás para procurar Cato, mas ele não está em lugar algum. Deve ter ido procurar a 5. Quando a Katniss sai daquela floresta e começa a correr em direção à mesa com as mochilas, eu jogo uma faca na cabeça dela. Quase acerto a mandíbula, mas ela estava meio chacoalhando e eu errei por um centímetro. Jogo uma outra, e ela desvia com o arco. Então eu corro atrás dela quando ela está mais perto da mesa. Ela vira e solta a sua flecha, que vai me acertar no coração, mas eu me movo para o lado. A flecha acerta o meu braço, dói um pouco. Eu retiro a ponta que está na minha carne com frustração e continuo a corrida. Preparo mais facas no momento em que ela alcança a mochila dela e a pega. Dessa vez, acerto a testa dela, mas não muito fundo. Quero que a morte dela dure muito. E vai durar.

Dou um soco nela, na altura da garganta. Ela busca ar, mas cai no chão de costas e poderia até desmaiar. Deixo ela respirar por uns dois segundos, não quero que ela morra por asfixia. Então me jogo em cima dela e bato as facas umas contra as outras para ficar mais divertido. Corto uma mecha do cabelo dela, e nós rolamos por algum tempo. Mas ela é fraca demais e eu quase consigo fazer um corte no pescoço dela. Acabo fincando uma faca na grama sem querer, por que ela está muito desesperada e se debate, dificultando o meu trabalho de fazer algo decente. Levo um empurrão no rosto, mas então eu a imobilizo colocando os joelhos nos ombros dela e as canelas nos antebraços. Foi muito fácil.

– Cadê o “Conquistador”? – pergunto com uma grande felicidade martelando em mim. Como ela não responde, viro o rosto dela repetidas vezes para achar algum jeito mais doloroso de matá-la. Eu poderia fazer inúmeros cortes pelo rosto, mas traria um pouco de tédio. – Você vai ajudar ele, certo? Isso é doce. Mas você não vai. Assim como não conseguiu ajudar a sua amiguinha, aquela que pulava nas árvores – o rosto dela está ficando cada vez mais vermelho, o que significa que estou fazendo a coisa certa. – Qual era o nome dela mesmo? – finalmente eu consigo atingir um ponto que faz com que ela fique quase roxa, ela está rosnando. Eu puxo o cabelo dela, fazendo-a gritar. – É, nós matamos ela – jogo as facas que eu tinha de lado e abro a jaqueta para escolher o exemplar perfeito. Vai ser uma de tamanho médio, pontuda e grossa. Um pouco curva. E a minha mão se encaixa perfeitamente no cabo. – E agora – falo pausadamente, colocando a faca ao lado da bochecha dela. – E vou matar você – Vou fazer um corte fundo, de cima para baixo. Depois eu posso quebrar os dentes dela e ir cortando os cabelos até a raiz. Vai ser mais fácil para depois matá-la a partir do cérebro. Rio, erguendo a faca, e eu estou quase a encostando na carne da chaminha quando uma força me tira do chão.

Solto o ar dos pulmões, para me preparar para um ataque, mas eu vejo que é o 11. Ele bate as minhas costas na Cornucópia, com as veias do pescoço saltando. Começo a respirar pesadamente. Droga! Mas ele não vai me matar; eu ainda tenho uma faca na mão e consigo a mexer até o corpo monstruoso dele. Mas quando ele berra, eu tremo de medo.

– Você matou ela?! – ele olha com ódio para mim.

– Não! – eu tento gritar mais alto que ele. – Não fui eu!

Parece que ele nem acredita. É claro, eu disse que “nós matamos ela”.

– Eu ouvi!

Essa é a hora. De fincar a faca nele. Mas não consigo, o meu braço está completamente aprisionado. Resolvo soltar a faca no chão. Então olho para a floresta, onde provavelmente ele está. Grito o nome dele.

– Cato! Cato!

Isso só piora. Cato grita o meu nome de volta, mas ele está longe. Eu me debato uma última vez antes do Thresh decidir que o perigo está próximo e que ele tem que me matar logo. Se o Cato aparecer, quem vai ser o cadáver aqui é o Thresh. Ele me bate na parede da Cornucópia duas vezes enquanto eu grito, e então caio para o lado, com a mão acima da cabeça na grama. Continuo respirando, mas as minhas costas estão doendo e eu acho que fraturei alguma coisa. Só agora vejo as pedras na mão do Thresh, são enormes. Ele joga uma delas em mim, no meu crânio, e ele definitivamente quebrou. Thresh fala alguma coisa para a 12 que parece tão distante que eu nem sou capaz de prestar atenção. Então os dois correm, me deixando sozinha. Katniss desaparece nas árvores, ao mesmo tempo que Cato surge. Ele vem até mim e se ajoelha com a lança na mão. Grita o meu nome de novo, e mais alguma coisa que parece “fica comigo”.

Se eu não estivesse incapacitada, riria. Não vou ficar com ele. Não dá. É tudo muito rápido, impossível. Uma lágrima quer sair do meu olho, mas eu seguro. Não vou morrer como uma melancólica. Vou morrer como a Carreirista que eu sou. Eu vejo alguns pontinhos brancos na visão e eles vão crescendo até Cato desaparecer, junto com tudo o que está ao redor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês viram que os nomes dos capítulos até agora são as armas ou bestantes que mataram os personagens, certo? Se alguém não percebeu até agora, estou contando. Por exemplo, nesse capítulo, a Clove foi morta pela pedra do Thresh, então o nome é "Rock", que significa pedra, só que está em inglês.
Eu particularmente adorei escrever esse capítulo, a morte da Clove é a melhor parte do livro e do filme (pelo menos para mim). Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Only Dreamers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.