American Love - Esme's life escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 5
Capítulo 4




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Esme POV

Volto para casa torcendo para que Charles ainda esteja trabalhando. Quando chego, o silêncio é tanto que fico realmente com pena de ter de deixar tudo para trás, mas não posso hesitar não é mais somente a minha vida que depende disso. Antes de sair pego uma caneta e um papel e escrevo uma carta endereçada para minha prima explicando a situação. Tomara que a carta ainda chegue antes de mim. Pessoalmente eu explicarei melhor. Mas algumas coisas eu adianto para que ela esteja preparada para me receber.

Me levanto para sair. Pego minha pequena mala e coloco a carta no correio na esquina de casa. Viro a esquina e não olho para trás. Não me arrependo de deixar nada. Eu estou levando quem importa, meu pequeno ou pequena, esse ser que está se formando em meu ventre. Essa nova vida, a qual eu me dedicarei com esmero daqui para frente. Mesmo que foi fruto de um abuso, ele ou ela não tem culpa e vou lhe dedicar todo meu amor, afeto e carinho. Vou cuidar e tratar bem, nunca vou fazer o que meus pais fizeram comigo me colocando para fora de casa, me negando socorro. Me rejeitando como filha. Isso dói em meu coração e não quero que ninguém mais sinta isso, pois machuca mais do que um golpe físico.

Chego até a estação ferroviária e compro a passagem de trem para Chicago com meu dinheiro, das economias que tenho feito a muito custo. Porque se Charles encontrava onde meu dinheiro estava escondido ele não hesitava em gastar com bebida e jogos, tranquilamente, sem peso na consciência. Nem sei se ele tem consciência mesmo. Isso aconteceu duas vezes, ele roubava de mim. Certo, em parte, pois eu escondia dele. Mas se eu não guardasse dinheiro não teríamos como comprar comida. Ele bebia tudo.

O trem vai seguindo seu caminho para Illinois. Eu estou totalmente desperta e vou observando a paisagem fora da janela. A noite vai caindo e logo adormeço. Eu desperto no outro dia de manhã com a buzina do trem chegando na estação de Chicago. Quando eu desembarco um homem e uma mulher estão esperando por mim. Visivelmente a mulher está prestes a ter bebê. Reconheço minha prima, ela me chama, antes que eu mesma o faça:

— Esmée.

— Aimée.

Eu vou ao encontro deles e eles vem ao meu encontro. Passo por entre as pessoas que chegam e partem. Ela me abraça:

— Querida, quanto tempo!

— Sim, muito tempo. Você nem tinha se casado ainda a última vez que nos vimos.

— Nem você – a risada dela ecoa em meus ouvidos como uma doce música. Agradável como algo que eu não ouvia a muito tempo – Esme, este é meu marido Henrique.

— Muito prazer, Esme – ele pega minha mão e deposita um beijo. – Aimée fala muito de você.

Fico ruborizada.

— Agora percebo que tudo que ela disse é verdade. Você é mesmo muito bonita.

— Obrigada Henrique.

— Aimée não exagerou nenhum pouco.

— Viu; eu disse amor, era só confiar em mim. Esme é mesmo incrível. Emocionalmente ela é um anjo.

— Assim vocês me deixam sem jeito – eu coro de novo.

— Tá bom, agora vamos para casa - sugere minha prima.

A casa deles é perto da estação de trem e voltamos a pé.

— E para quando é o bebê? – pergunto para minha prima. Não sei se foi muito atrevimento. Mas toquei de leve sua barriga, para deixar claro a que eu me referia.

— Ah! São para junho.

— São?! – eu exclamo surpresa.

— Sim, são gêmeas. E eu fiquei sabendo que você também – ela coloca a mão sobre a minha barriga, ainda não saliente. Eu me encolho com seu gesto. Eu escrevi, não vou ter como esconder por muito tempo, então tenho que ser honesta.

— Ah, me desculpe prima. Eu li a sua carta, sinto muito.

Na carta eu escrevi que Charles havia morrido em um acidente, meus pais não me aceitaram de volta. O que não era mentira, mas também não era totalmente verdade. Eu expliquei na carta que eu estava grávida por causa de um estupro de meu ‘falecido’ marido. Eu realmente adoraria que Charles estivesse morto, mesmo que meu filho/a crescesse sem pai. Melhor sem pai, do que com um pai daqueles. Eu sei por experiência própria.

— Tudo bem – eu me recomponho – e você já sabe se vai ser um casal ou dois meninos ou duas meninas?

— Sim. Vão ser duas meninas, uma amiga da minha mãe disse que pode adivinhar. Ela é parteira e já viu uma mulher parecida comigo ter duas meninas.

— Eu ainda espero que seja um menino – diz Henrique. Ele não imagina como as meninas gostam do pai e se apegam a ele. Bom, ao menos no meu caso esse laço foi quebrado.

Logo estamos em casa. Minha prima e eu sentamos no sofá da sala. Henrique sai para cuidar da fazenda e nos deixa a sós para podermos conversar tranquilamente:

— É sério que seus pais não quiseram você de volta, prima?

— Sim, infelizmente foi tudo como eu escrevi na carta.

— Oh, sinto muito! – ela segura minhas mãos dentro das suas. – Você poderá sempre contar comigo e com o meu marido.

— Obrigada, prima – a sinceridade dela me comove.

Pela primeira vez em muitos anos sinto que estou em segurança.

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