Planos e Promessas escrita por Mi Freire


Capítulo 4
Felipe.


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muito a declarar sobre esse capítulo, só peço que sejam pacientes comigo. Ah, e queria aproveitar o espaço para agradecer a todos que estão comentaram. Obrigada! Adoro vocês.



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Recebi uma ligação do Rafael, um velho amigo, durante meu intervalo, pela manhã. Estava distraído, na sala dos professores, comendo meu sanduíche que tinha trazido de casa e bebendo o refrigerante que tinha acabado de comprar na máquina de lanche.

Assim como a maioria dos meus amigos, eu conheci o Rafa na época do colégio. Apesar de sempre termos sido absurdamente diferentes, nós nos tornamos bons companheiros logo de cara. Rafa era popular, esportista, pegador, encrenqueiro, alto astral e muito festeiro. Mas quer saber? Hoje, posso dizer que ele continua exatamente igual há nove atrás.

Ele e o Pedro sempre foram muito mais próximos, são amigos há anos. Conheceram-se quando ainda eram garotinhos e basicamente cresceram juntos como irmãos. Mas isso nunca os impediu de me incluírem no grupo. Eles me aceitarem de braços abertos e me fizeram, em pouco tempo, me sentir parte do time.

Nesse momento, posso dizer que eles são os melhores amigos que eu tenho. E que na verdade sempre tive. Além dos mais próximos, os mais antigos e que posso contar para absolutamente tudo, até mesmo nos momentos de dificuldade.

Cada um de nós seguiu caminhos muito distintos quando concluímos o ensino médio. Pedro foi pra faculdade, casou-se e teve filhos. Eu fui estudar fora do país, voltei tempos depois e reatei meu relacionamento com a Bianca. O Rafa optou por não fazer faculdade, juntou uma grama e saiu viajando por aí, país a fora, conhecendo pessoas novas e culturas diferentes.

Mas nem isso foi capaz de abalar a nossa amizade.

— Tem algum programa pra hoje à noite? – perguntou, sempre dispensando os formais cumprimentos. Nada de “alô” ou “como você está?”, o Rafa gosta mesmo de ir direto ao ponto.

— Bom, até agora nada. – certamente minha vida não era tão agitada quanto a dele. Muito pelo contrário. E eu vivia me perguntando onde é que ele achava tanta disposição em plena segunda-feira. O final de semana não fora o bastante? — Por quê?

— Vamos sair. – afirmou ele. Aquilo não era bem uma perguntava, estava mais para uma intimidação. — Vou te passar o endereço por mensagem, pode ser? Então, até mais.

Sem mais delongas, ele desligou. Um segundo depois meu celular vibrou, indicando que chegara uma mensagem de texto. Era do Rafael, claro. Com o endereço do tal lugar para onde iríamos depois do trabalho e o horário.

Meu dia seguiu normalmente. Dei aula e tentei ser o mais transparente possível. Sempre com um sorriso no rosto. Mas para isso, eu evitava ficar pensando no final de semana que tivera. Ou mais especificamente, na noite passada.

— Professor, e quando vai ser a prova? – perguntou um dos meus alunos, ao erguer a mão.

— Falaremos mais sobre isso na próxima aula, tudo bem? Por agora, vamos apenas fazer uma revisão da matéria passada. Quem aqui se lembra do que tratamos na aula passada?

Pelo menos três alunos levaram a mão para responder a minha pergunta e eu ficava bem empolgada quando tinha aquele retorno. Adorava quando os alunos participam, assim deixava a aula mais interessante e menos parada.

Conforme íamos conversando, eu ia fazendo algumas anotações no quadro e eles iam anotando do jeito deles. Eu sempre tentava ser o mais esclarecedora possível, para que não houvesse tantas duvidas. Mas quando elas surgiam, eu era muito paciente. Mudava até a minha forma de explicação, para que todos pudessem compreender a matéria de uma vez por todas.

Mais tarde, no final do dia, eu saí de sala até um pouco mais feliz. O dia tinha sido muito produtivo e com isso não tive tempo para ficar pensando em coisas negativas. E para melhor ainda mais: mais tarde sairíamos para beber e assim eu não teria que voltar pra casa tão mais cedo e ficar sozinho, até que a Bianca chegasse.

Eu estava muito empolgado.

O céu já estava escurecendo quando fui até a sala dos professores pegar as minhas coisas no armário. Já dentro do meu carro, minutos depois, meu celular tocou no banco de carona. Estiquei o braço e o peguei rapidamente.

Era o Rafael.

— Relaxa, eu já estou a caminho. – fui logo dizendo, antes que ele pudessem me xingar. Eu estava cinco minutos atrasado, e eu tinha plena noção disso.

— Bom, eu não liguei para te apressar. Na verdade – pelo tom de voz dele deduzi que não eram noticias boas. — aconteceu uma imprevisto. A Gabi apareceu aqui em casa de ultima hora e me chamou pra sair. E você sabe como as coisas são... Eu não resisto a essa mulher. Então, foi mau parceiro. Será que a gente pode deixar esse encontro pra outro dia?

Gabi é a irmã mais nova do Pedro e uma garota por quem eu já fui muito apaixonado. E quando digo muito, é exageradamente apaixonado. Quase cego de amor. Mas nós nunca tivemos nada. Na época, ela não dava a mínima pra mim. E me beijou algumas vezes por pena mesmo.

Já a Gabriela e Rafael têm um longo histórico.

Acontece que os dois sempre se gostaram muito, apesar de nunca terem tido a coragem de dizer isso em voz alta. Pelo menos nunca admitiram isso ao grupo. Mas todos nós sabíamos que eles se pegavam direto, só que nada muito sério.

Aconteceu um turbilhão de coisas no passado que os impediu de ficarem juntos de diversas formas.

Primeiro que o Rafael nunca estava pronto para ter um relacionamento sério com ninguém. Segundo que, a Gabi era infantil demais, e não existia nada melhor no mundo para ela do que atormentá-lo. Apenas isso. Terceiro que, a prima da Bianca apareceu em nossas vidas e tentou arruinar tudo. E por fim, houve o problema da Gabi com as drogas, ela foi internada durante um tempo e quando saiu de lá, era uma nova pessoa.

Quando saiu da clínica, a Gabi já não queria mais se divertir. Ela queria algo muito além de apenas alguns amassos. Ela estava mudada. Tinha uma nova perspectiva para seu futuro, apesar de nunca ter pensando sobre isso antes e ela estava, definitivamente, cansada de se sentir só, como se fosse apenas um objeto de diversão para os garotos.

E quando o Rafa se deu conta disso, ele ficou muito assustado. Então, a primeira coisa que ele fez para se afastar e não machuca-la, por não estar preparado para retribuir a tudo que ela sentia, foi mudar de escola. Foi quando a Gabi teve a oportunidade de conhecer novos garotos, diferentes dos quais ela estava acostumada a se relacionar. O ano passou, o Rafa se foi e Gabi finalmente pode crescer e amadurecer.

Hoje ela é uma grande psicóloga. Que ajuda muitos adolescentes que passaram pelo menos que ela – os problemas com as drogas – no passado. E já teve relacionamentos suficientes para tirar uma grande lição disso.

Já o Rafa, como eu disse anteriormente, continua festeiro e mulherengo. Sempre fugindo de compromissos sérios.

Mas ao que parece, eles estão tentando superar tudo e isso e se dar uma nova chance. Devo dizer, mais uma de tantas outras. E eu espero, de verdade, que dessa vez dê certo.

— Tudo bem. – digo, tentando deixar minha chateação de lado por ele ter furado comigo. Afinal, nós não nos víamos há quase dois meses. — Marcaremos outro dia.

Então, desligamos.

Eu poderia muito bem ir pra casa agora, descansar e dormir já que o Rafael tinha furado. Mas eu estava animado demais para me deixar abalar por isso. Então, liguei o carro e lá fui eu. Mesmo sozinho, eu iria me divertir essa noite e esquecer-me de todos os problemas por um momento.

Cheguei ao lugar que o Rafael tinha me passado por mensagem quinze minutos depois. Deixei meu carro em um lugar afastado e seguro. E entrei na boate, apenas com o celular e a carteira no bolso da calça jeans. O restante das coisas eu deixei no carro mesmo.

Apesar de o lugar ser grande e ter um pé direito alto, estava muito apertado àquela noite. E olha que ainda era segunda-feira. Perguntei-me se aquelas pessoas não trabalhavam.

Estava tudo muito escuro em volta e acabei me esbarrando em algumas pessoas pelo caminho enquanto tentava chegar ao bar na lateral da boate.

As pessoas estavam dançando musica eletrônica em meio a tantas luzes coloridas que giraram de um lado para o outro e pareciam perfurar meus olhos.

O tipo de lugar que eu costumava frequentar quando mais jovem junto dos meus amigos, onde passávamos horas nos divertindo e só íamos embora de madrugada, bêbados.

O cara atrás do balcão do bar estava fazendo umas danças enquanto prepararem alguns drinks. Tive que gritar para que ele pudesse ouvir que eu só queria uma cerveja e nada mais.

Paguei pela minha cerveja, mas continuei por ali, encostado no balcão, olhando o movimento em volta com atenção. Reparei que a maioria eram mulheres e elas dançavam de maneira provocante e sensual para uma dúzia de rapazes.

O Rafael sempre nos metia em furadas.

— Felipe Medeiros, é você? – perguntou um cara, acompanhado de mais três outros caras. Eles praticamente saltaram na minha frente, pegando-me desprevenido.

Cada um com um cerveja.

Apesar do escuro, reconheci-os de imediato, assim que umas das luzes coloridas bateram em nós. Eram uns colegas de trabalho. Os dois mais gordinhos eram professores, assim como eu. O mais alto era coordenador do curso e outro era inspetor.

Mas afinal, que diabos eles estavam fazendo ali?

— Estamos comemorando minha despedida de solteiro. – gritou o João Carlos, esclarecendo minhas duvidas antes que eu pudesse perguntar alguma coisa. — Será uma longa semana.

Dito isso, os outros começaram a pular e gritar feito um bando de malucos. Jogando-se em cima do João Carlos.

Foi então que eu entendi tudo. Se bem que ele tinha comentado comigo um dia desses que iria casar nesse final de semana. Eu que sou cabeça dura, havia me esquecido totalmente.

Bom, pelo menos eu não estava mais sozinho.

— Parabéns, cara. – digo, meio sem jeito. — Acho que isso merece um brinde, não é mesmo?

Todos concordaram comigo e nós fizemos o tal brinde, derramando nossas cervejas tamanho o impacto das garrafas. Isso fez todos rirem e em seguida, viramos todo o liquido contido em nossas garrafas de uma só vez, sem nem respirar.

Júlio, o coordenador, pediu mais uma rodada de cerveja para nós e assim que terminou aquela ele pediu mais outra e a noite seguiu assim, uma cerveja atrás da outra e um papo sem pé nem cabeça em meio à música alta que não parava de tocar.

Os caras ficaram bêbados rapidinho, mas eu também não fiquei atrás e logo comecei a me sentir zonzo. Mas quem se importava? Eu não. Mas havia alguém que estava me ligando sem parar há uns vinte minutos. Só que eu, despreocupado com a vida, nem olhei pra saber quem era, apenas ignorei.

Imaginei que poderia ser a minha mãe, preocupada comigo, já que eu não ligava pra ela há um tempão. Ou poderia ser um dos meus amigos, enchendo o saco. Mas eles não estavam aqui agora comigo, ou estavam? Mas não poderia ser a Bianca, afinal ela nunca se importava se eu dava uma saidinha pelo menos uma vez por semana com meus amigos.

Ela era bem tranquila quanto a isso.

E muito provavelmente estava ocupada demais nesse momento para se dar conta da minha falta.

Quase me matei de rir ao ver o Fernando, o inspetor, na pista de dança, rodeado de mulheres, pagando o maior vexame. Eu não sabia se ele era casado ou não. Mas o cara estava mais feliz do que nunca, com a presença de tanta mulher.

Os outros deixaram suas cervejas de lado, após um ultimo gole, e foram se juntar a ele. Pularam, gritaram, dançaram e rolaram no chão, felizes na vida.

Eu só fiquei ali, mais afastado, prestando atenção e rindo a toa, enquanto bebia minha cerveja.

Senti uma movimentação ao meu lado, aproximando-se cada vez mais. Olhei para o lado e vi a Valéria.

— Olá, professorzinho preferido. – disse ela, embolando-se toda na própria língua. A doida estava chapada, obvio.

Ela estava usando um vestidinho preto muito colado, que fazia seus peitos parecem saltar, e sandálias muito altos, vermelhos. Os cabelos cacheados e volumosos estavam soltos e grudando na nuca, devido a sua transpiração. Na certa, ela estava lá no meio até agora, dançando como se o mundo não tivesse fim.

Ah, e seu perfume era exageradamente doce, me causava certo enjoo. Sua maquiagem forte estava um pouco borrada e pareça inadequada para um jovem tão nova quanto ela. Ela deveria ter o quê? Dezoito anos ou um pouco mais.

— O que você faz aqui, Valéria? – perguntei e só depois vi o quanto aquela pergunta soara estúpida. É claro que ela estava aqui se divertindo, como qualquer jovem ou até mesmo como eu, há alguns anos atrás.

Isso não era proibido, ou era?

— Ah, professor – ela riu, jogando a cabeça pra trás. — estou apenas curtindo. Mas sabe do melhor? Eu estava mesmo pensando no senhor. Louca pra ter e na esperança de que você aparecesse aqui de repente.

Ela continuou rindo e eu olhei para ela, preocupado.

— Tem certeza que o senhor é mesmo real? – então ela me tocou, apalpando meu braço. Meio bamba ensina daqueles sapatos altos. Como é que elas conseguiam andar em cima daquilo? — Eu não estou acreditando que meu pedido realmente se tornou real.

Não entendi nada o que ela queria dizer com aquilo.

De repente, o DJ trocou de música e ela praticamente enlouqueceu, dizendo que aquela era sua preferida em todo o mundo. Ela saiu de perto de mim, mas não muito e começou a dançar ali mesmo, bem na minha frente.

Como se... Como se... Estivesse dançando pra mim!

Naquele momento, eu quis desesperadamente que algumas de suas amigas aparecessem do nada e a arrastassem para longe dali. Ou que meus colegas de trabalho voltassem e a espantassem. Mas nada disso aconteceu e eu desconfortavelmente tentei olhar em outras direções, enquanto os caras do meu lado olhavam para aquela cena com certa malicia e divertimento.

— Ah, professor. – ela fez beicinho, fingindo-se de chateada. — O senhor não está gostando?

Nem precisei responder, porque ela simplesmente resolveu interpretar meu silêncio da maneira que lhe era conveniente. Então ela se colocou entre minhas pernas e começou a rebolar muito, fazendo seu vestido se levantar.

Eu juro que tentei olhar em outra direção, mas aquilo era hipnotizante demais para não ser olhado. A maneira como ela rebolava, como se movia, seu perfume misturando-se a transpiração, os cabelos soltos, a pele morena, o olhar provocativo o sorriso insinuante... Tudo aquilo era muito tentador e eu, afinal, não estava fazendo nada de mais.

Nem tocando nela eu estava

Meu coração começou a disparar pra valer quando ela se virou de frente pra mim. Perto demais. E ficou passando o dedo por cima da minha camisa, subindo e descendo, sorrindo de maneira diabólica. Seu cabelo cobria seu rosto, deixando-a ainda mais provocante e tentadora.

Eu só caí em mim quando ela insinuou abrir o primeiro botão da minha camisa azul-marinho. Afinal, tinha muita gente ali. Ela não poderia simplesmente me despir ali, com todo aquele pessoal em volta. Então, eu me afastei, assustado.

— Você tem que parar com isso. – tentei sair dali, mas ela foi mais rápida e me segurou pelo braço, inclinando-se pra cima de mim, com aquele halito de álcool puro.

— Ah, professorzinho, para de bobagem. – ela soltou um riso, revirando os olhos. Depois aproximou a boca da minha orelha e sussurrou: — Você não precisa ser sempre tão tímido. Assim você só me faz gostar ainda mais de você.

Ela mordicou minha orelha, causando um arrepio involuntário por todo meu corpo. Eu juro que mordeu!

Eu praticamente a empurrei com força demais para trás, fazendo-a se desequilibrar. Mas eu a segurei bem a tempo e ela se jogou em meus braços de maneira dramática.

Valéria era sempre um pé no saco, vivia no meu pé, se insinuando e mandando indiretinha de maneiras diversas, mesmo durante as aulas. Deixando-me sempre sem jeito, com medo que os outros percebessem e pensassem coisas a nosso respeito, quando na verdade nunca rolou nada e nem rolaria.

Ela não fazia o meu tipo. Na verdade, nunca gostei de garotas atiradas. E também ela é nova demais. Quase uma garotinha para o homem que me tornei. E além do mais, tem a Bianca também que sempre foi única pra mim.

Aproveitando que estava nos meus braços e eu não tinha para onde correr, Valéria apoiou sua cabeça em meio peito e ficou ali por um momento. Eu não entendia o que ela estava tentando fazer. Não era o momento certo para aquilo.

A festa ainda continuava em nossa volta.

— Professor, você é tão incrível. – disse ela, alto demais para que eu pudesse escutar. — É por isso que eu te admiro tanto. – ela se afastou dos meus braços, para que pudesse olhar nos meus olhos.

De bêbada inconsequente e sem noção, de repente ela se tornara uma bêbada sentimental e melodramática

— Você é respeitador, carinhoso, inteligente, maduro e é por isso que eu acho, quero dizer, não, eu tenho certeza... Que eu estou me apaixonando cada vez mais de você.

Apesar de ter sido pego de surpresa, não tive tempo de agir, ao vê-la se aproximar de mim, lentamente.

Os lábios cheios e pintados cada vez mais próximos dos meus. Suas mãos subindo por meus braços. Seus olhos se fechando e a boca abrindo vagarosamente, pronta para me beijar.

Sim! Ela ia me beijar. E eu estava muito perto de deixar que aquele erro acontecesse. E talvez eu até teria ter deixado acontecer, porque também não estava lá em boas condições.

Mas então um pensamento invadiu a minha mente. Uma lembrança da noite passada.

A curiosidade no olhar da Bianca, a preocupação em sua voz após ter me acordado porque eu estar tendo um pesadelo, seu toque impedindo-me de ir para longe, seu sorriso amolecendo após eu ter feito uma piadinha qualquer, a curva de seus seios acentuadas no pijama de seda, sua pele clara perfumada e macia...

Eu quis muito toma-la nos braços naquele momento. Beija-la com vontade, arrancar-lhe a roupa, tocar seu corpo outra vez, sentir suas mãos no meu corpo, saborear seus lábios pequenos e rosados, ouvir seus sussurros pedindo por mais em meu ouvido...

E tudo isso sabe por quê? Porque eu ainda a amo. Porque nenhuma distancia ou crise no mundo seria capaz de nos separar. Nem mesmo uma adolescente carente, que acredita estar apaixonada por mim e se insinua de varias maneiras possíveis.

Com muita calma, eu afastei a Valéria de mim. Antes que aquele beijo de fato acontecesse. Ela pareceu atordoada com a minha rejeição, mas não disse nada. E muito menos eu, que deixei minha cerveja ali e praticamente corri até a saída da boate.

— Ei, Felipe, para onde você vai? – ouvi um dos caras perguntar, parecendo surpreso com a minha súbita mudança de comportamento. Mas eu apenas o ignorei e sai dali o mais rápido que podia.

Por ter bebido além da conta, peguei um taxi e fui para casa. Que era onde eu deveria estar naquele momento. Ao lado da mulher que eu amava. Chega de festas pra mim. Isso era bom quando eu era mais jovem, mas hoje, eu já não vejo mais sentido em fazer parte daquele mundo. Esses lugares só trazem coisas negativas para minha vida, coisas que eu deixei pra trás há muito tempo: bebidas e mulheres.

Tudo que me importa agora é o aconchego do meu lar, onde eu possa ficar em paz com a pessoa que eu escolhi passar o resto da minha vida ao lado.

E essa pessoa é, sempre foi e será sempre a Bianca.


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Notas finais do capítulo

Confessem, vocês quase me odiaram por um momento, não foi? Haha Eu sei ser má as vezes. Mas juro que não faço de proposito. Bom, na verdade eu já estou preparada para vocês me odiarem durante toda essa história. Enfim, é só o começo e tem muito chão pela frente ainda. Comentem!



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