Planos e Promessas escrita por Mi Freire


Capítulo 16
Bianca.


Notas iniciais do capítulo

Como vocês já devem ter percebido, essa história é como uma montanha-russa. Cheia de pontos altos e baixos. Eu não faço sempre de propósito, só queria mesmo dar uma emoçãozinha a mais. Espero que esteja funcionando. E obrigada por me acompanharem.



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Não fui para casa, porque tive absoluta certeza de que ele viria atrás em busca de explicações. E de jeito nenhum teria coragem de olhar na cara do Felipe. Estava arrasada demais para termos uma conversa sobre aquilo agora.

Eu chorei tão compulsivamente no banco de trás do táxi, que por muitas vezes o motorista olhou pra mim e perguntou se eu estava bem e se precisava de algo. Agradeci por sua atenção e pedi para que ele continuasse a dirigir, até eu me decidir para onde ir.

Diferentemente do Felipe eu não tinha a casa dos meus pais para ir, porque eles estavam muito longe daqui agora, vivendo suas vidas, longe do drama que era a minha vida. Eu poderia então ir para casa da Luiza e passar pelo menos essa noite por lá ou da minha prima, a Duda, mas também não estava a fim de conversar com ninguém, não queria que eles soubessem da minha humilhação.

Elas não entenderiam.

Fui para um restaurante, aonde eu ia muito quando era mais jovem com os meus pais. Assim que entrei no estabelecimento fui direto para o toalete, onde lavei o rosto e retoquei a minha maquiagem. Estava farta de tanto chorar.

Olhei para mim por um momento, certa de que nenhuma maquiagem pudesse ser capaz de esconder a ruína que era a minha vida. Mesmo assim saí de lá de cabeça erguida e sentei-me em uma mesa na parte exterior do restaurante, onde pudesse respirar melhor e ficar mais a vontade com meus próprios pensamentos.

O lugar não estava muito movimento, porque ainda era cedo. Nem sete da noite era ainda. Olhei para os lados, torcendo para que nenhum conhecido estivesse por ali também, até me deparar com uma figura mais que familiar.

Danilo, junto de uma ruiva maravilhosamente bonita, que certamente era a capa de uma revista famosa de moda.

Ao vê-los tão juntos e íntimos, tive vergonha de mim mesma e quase me levantei para me mudar de lugar ou sair dali o mais rápido possível. Mas o garçom foi mais rápido que eu, se aproximando da minha mesa e perguntando se eu queria algo.

— Água, por favor. – pedi, forçando um sorriso.

Abaixei a cabeça, cobrindo o rosto com meus cabelos soltos, mas nem isso foi o suficiente para ser reconhecida.

— Bianca? – ouvi a voz do Danilo muito próxima. Porque ele estava ali de pé, do lado da minha mesa, sorrindo.

Suspirei forte antes de ergue a cabeça novamente.

— Oi. – disse, timidamente. Olhando para ele.

— Você por aqui? Que surpresa! – ele abaixou, inclinando-se na minha direção e me abraçou. — Como você está?

— Bem. – digo, tentando mentir o melhor que posso. Desvio olhar por alguns segundos, vendo que a ruiva desapareceu. — Onde está a sua companhia?

— Ah, deixa ela pra lá. – ele sentou-se na cadeira a minha frente. — Você é mais importante pra mim agora.

Ele sorriu, tocando a minha mão por cima da mesa.

Senti meu rosto enrubescer.

— Mas não engane – seu sorriso desapareceu, e ele apertou de leve a minha mão. — você não me parece nada bem. Não quer conversar? Não quer me contar tudo que aconteceu?

Balancei a cabeça negativamente.

— Bom, pelo menos não agora. Não me sinto bem, não me sinto preparada. – confessei.

O garçom trouxe a minha água.

Antes que ele se retirasse, Danilo o chamou de volta.

— Por favor, duas taças e o melhor vinho que vocês tiverem.

O garçom assentiu e saiu.

— Danilo, eu não...

— Não diga nada. Eu só quero você fique bem.

Apesar de tudo, consegui sorrir.

— Então, porque você não começa do inicio. – ele sugeriu, olhando para mim com aquele olhar amigo. — Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?

Assentiu, desviando o olhar por um momento.

Sentia-me tensa e apavorada.

O garçom voltou com uma garrafa de vinho tinto e duas taças, as quais ele serviu gentilmente e depois saiu.

Antes de começar a falar, dei um gole em meu vinho.

— O problema é que – eu estava muito desconfortável, mas suspeitava de que se não dissesse a verdade, Danilo não desistiria tão fácil até arrancar-me algo. — eu e o Felipe estamos tendo muitos problemas ultimamente. Um atrás do outro, e isso é tão...

— Hum... – ele interrompeu, levemente surpreso. — Eu não sabia que vocês ainda estavam juntos.

Eu não soube por que ele pareceu tão suspeito com a minha confissão. Aí me lembrei de que desde que nos reencontramos eu nunca tinha parado em nenhum momento para lhe contar a verdade, ocupada demais com as distrações que ele me proporcionava.

— Pois é, estamos. – digo, envergonhada por não ter dito isso antes. — Depois de tanto tempo juntos eu pensei que as coisas pudessem ficar mais fáceis. Mas muito pelo contrário, estão cada vez mais difíceis...

— Olha, Bianca, eu posso ser sincero com você? – Danilo deu um gole em seu vinho, e eu fiz o mesmo. Sentia que estava relaxando aos poucos.

— Claro, pode sim.

— Eu nunca tive nada contra o Felipe, sinceramente. Nas poucas vezes em que estive com ele, senti que ele gostava mesmo de você e te fazia bem. Claro, do jeito dele. Então foi fácil pra mim abrir mão de você, para que você pudesse estar ao lado do cara que você amava de verdade. Mas, isso foi há um bom tempo atrás. Agora somos adultos e as coisas mudaram. Outras, nem tanto. Como meus sentimentos por você....

Senti meu rosto corar.

Não conseguia encara-lo.

Ele sempre sabia o que dizer e dizia aquilo de forma tão charmosa e ao mesmo tempo tão natural.

— Só que talvez, não posso dizer isso com total certeza, mas as coisas entre vocês tenham mudado também com o tempo. Pode ser que vocês não sintam mais aquele amor um pelo outro, o amor de quando eram jovens e adolescentes.

— Não entendi. – franzi o cenho, bebericando um pouco a mais do meu vinho. — O que você quer dizer com isso?

— O que eu quero dizer é que o tempo serve para muitas coisas. Especialmente para aprofundar sentimentos ou para desgasta-los totalmente. E no caso de vocês, pelo que você está me dizendo agora, as coisas tenham se desgastado e tudo que vocês precisam entender e enxergar, é que talvez esteja na hora de abrir mão disso. Assim como eu já fiz um milhão de vezes. Para que mais pra frente, vocês possam enxergar pelo que vale a pena lutar ou não.

Ele suspirou.

— Sabe, nem tudo que nessa vida algum dia já valeu a pena, merece uma segunda, uma terceira ou quarta chance. Algumas coisas simplesmente não têm volta, não tem solução. E por mais doloroso que seja admitir isso, chega uma hora que não dá mais. Você precisa seguir em frente.

Acho que ele disse tudo àquilo para me ajudar, mas acabou que no fundo só piorou ainda mais a minha situação. Porque agora eu estava prestes a desmoronar novamente. Meus olhos rapidamente se encheram de lágrimas quando parei para refletir sobre aquilo e eu não podia mais segurá-las.

Será que ele tinha razão? Será que o meu amor pelo Felipe havia se desgastado com o tempo? E mesmo que estivesse, será que ele não merecia uma terceira chance?

— Não chore, por favor. – Danilo pediu, quando minhas lágrimas escorreram dos meus olhos e não tinha mais como esconder. Ele se aproximou com sua cadeira e me abraçou de maneira desajeitada, porém acalentadora. — Não chore...

Mas eu chorei. Chorei tanto que chegava a arder o peito.

Eu amava o Felipe, tinha total certeza disso. Mas talvez eu já não o amasse tanto quando antes, da mesma forma que ele não me amava mais tanto quanto antes. Só isso poderia explicar porque ele estava se relacionando com outras mulheres e o porquê de vivermos brigando, mesmo quando nos esforçávamos ao máximo para tentarmos ficar bem e seguir a diante.

— Será que eu devo...? – não conseguir terminar a frase, não só porque estava chorando descontroladamente enquanto o Danilo me abraçava, mas também porque eu era incapaz de concluir meus pensamentos que estavam a mil por hora.

— Sim, vocês deviam se separar. – Danilo concluiu por mim, olhando-me nos olhos enquanto segurava as minhas mãos. — Deveriam se dar uma nova chance de serem felizes.

— Talvez você tenha razão. – digo, tentando secar as minhas lágrimas incontroláveis. — Talvez não seja o destino a gente ficar juntos pelo resto de nossas vidas.

E só de pensar nisso eu desabei um pouco mais, enterrando meu rosto no peito do Danilo e molhando toda a sua camiseta. Ele passava a mão nos meus cabelos.

— Não pense nisso agora. Fique calma...

O pior de tudo é que eu não conseguia me imaginar vivendo uma vida da qual o Felipe não fizesse parte. Não conseguia me imaginar não acordado ao lado dele, não encontra-lo depois de chegar do trabalho, não fazer nossas refeições juntos, não irmos passear de mãos dadas com o Toddy.

Mas pelo visto eu terei que começar a me acostumar com a ideia. Teria que aprender a começar do zero. A não depender tanto de uma pessoa. Acostumar-me a dormir sozinha, a sorrir sozinha, ser feliz sozinha, a comer sozinha, a passear com o Toddy sozinha...

Separações são sempre tão complicadas. Será que eu estava preparada para isso? Vê-lo retirar suas coisas de casa para nunca mais voltar ou nem mesmo telefonar? Será mesmo que eu seria capaz de não ouvir a sua voz, de não poder ver o seu sorriso, não poder sentir o seu toque?

Poderia ser pior, diz uma voz na minha cabeça.

Nós poderíamos ter filhos, poderíamos estar casados e tendo que passar por isso. Mas nós já tínhamos uma família, uma casa. Tínhamos o Toddy. Com quem o Toddy iria ficar? Comigo? Ou com ele, o responsável por ter o encontrado? Eu iria ficar naquela casa onde passamos tantos momentos bons e ruins juntos? Onde a presença do Felipe seria constante e mesmo quando ele fosse embora de vez?

— Desculpe, eu não deveria ter tocado no assunto. Foi péssimo da minha parte. – disse o Danilo, segurando meu rosto com as duas mãos. — Eu sinto muito. Você não tem que pensar nessas coisas. E eu não tenho nada a ver com seus problemas. Não queria que você ficasse tão mal.

— Tudo bem. Não tem problema. – digo, suspirando forte. Enxuguei minhas ultimas lágrimas e me levantei. — Eu precisava mesmo ouvir umas verdades. Agora, se me der licença... Vou ao toalete dar um jeito nessa situação.

E mais uma vez joguei uma água no rosto, peguei minha maquiagem dentro da bolsa e a retoquei para no final parecer um pouco melhor e menos chorosa e triste.

Voltei para mesa. Danilo ainda estava esperando por mim.

Sentei-me e dei um ultimo gole em minha taça, antes de pedir que ele a enchesse de novo.

— Você quer sair daqui? Quer que eu te leve pra casa? – ele sugeriu, sempre tão cavalheiro.

— Na verdade, não. Poderíamos ficar e jantar, que tal? Faz um tempão que estou te devendo um jantar.

Danilo sorriu e fez um gesto para o garçom trazer o cardápio.

Optamos por bife à milanesa e uma salada simples.

— E quem era aquela ruiva? – perguntei com um ar descontraído, enquanto esperaríamos pelo jantar. Não queria tocar no assunto, não sabia se ele queria falar sobre aquilo. Mas estava meio sem ideias. — Alguém em especial?

— Ah, não. – ele sorri. — É só uma amiga que eu conheci na agencia onde estou fotografando para uma capa de revista. Seremos nós dois na capa de mês que vem.

Começamos então a falar um pouco mais sobre o atual trabalho dele para a tal revista e conversamos sobre aquilo até o garçom se aproximar com o nosso pedido.

Jantamos calmamente, sem pressa, conversando numa boa e tomando vinho. Quando acabamos de comer e o garçom retirou nossos pratos e talheres, Danilo pediu uma nova garrafa de vinho.

— Você está melhor? – ele quis saber, voltando a segurar a minha mão de forma carinhosa.

— Sim, graças a você sim. – sorrio timidamente.

— Que bom. – ele sorriu de volta, apertando minha mão. — E se nós acabássemos o vinho e depois saíssemos para um lugar mais animado?

— Você não acha que está ficando tarde?

— Que nada. – ele riu. — A noite mal começou.

Ele tinha razão. Ainda era cedo. Quase nove e meia. E eu não estava nenhum pouco a fim de ir pra casa.

Meu celular vibrou pela vigésima vez dentro da bolsa, resolvi dar uma olhada. Era o Felipe. Sua oitava décima terceira ligação perdida, além de sete mensagens de texto.

Não retornei e nem abri nenhuma das mensagens.

Voltei a guardar o celular.

— E aí, topa?

— Com certeza.

Conversamos e bebemos, em pouco tempo a segunda garrafa de vinho estava vazia. Danilo faz questão de pagar a conta, apesar da minha insistência em dividirmos. Depois pegamos um táxi, como bebemos além da conta, optamos por não dirigir nossos carros. Outro dia, outra hora os pegaríamos, quando estivermos melhor.

Danilo dá as coordenadas para o motorista e em dez minutinhos chegamos ao um barzinho bastante interessante.

Engraçado como assim que entramos no tal barzinho o Danilo de cara é reconhecido por uma boa quantidade de pessoas, tantos mulheres quanto homens. Não imaginava que ele fosse tão “famoso”. Alguns pedem para tirar fotos, outros o convidam para se juntar a eles e beber.

— Você não se importa, não é? – ele pergunta baixinho com a boca perto do meu ouvido, devido ao barulho alto da musica que vem do fundo do bar.

— Não. De jeito nenhum. – respondo de volta, sorrindo. Ele pega a minha mão e me conduz até o grupo.

São todos muito simpáticos e divertidos, me tratam super bem e logo a minha timidez se vai. Em poucos minutos estou totalmente a vontade bebendo em meio a um grupo de pessoas que eu acabei de conhecer e que muitos eu não sei nem o nome.

Pelo menos o Danilo está ali do meu lado, com a mão na minha cintura, pronto para me proteger a qualquer momento.

— Ela é sua namorada? – pergunta uma jovem mulher, alta e esbelta. De cabelos loiros cacheados e olhos azuis.

Ela parece bastante interessada no Danilo.

— Não, não. – Danilo e eu respondemos ao mesmo tempo. Entreolhamos-nos e rimos.

— Um brinde a essa amizade que nunca tem fim. – ele sugere, erguendo sua garrafa de cerveja na minha direção.

Nós brindamos, sorridentes.

— Você não quer dançar? – pergunta um rapaz ao se aproximar.

— Hum... Não. – apesar de estar animada por ter bebido além da conta essa noite, ainda não me sinto a vontade para dançar com um estranho. — Desculpa.

— Ah, não. Tudo bem. – o rapaz sorri antes de se afastar e procurar outra companheira para dançar.

— Tem certeza de que não quer dançar? – sussurra o Danilo no meu ouvido, causando-me arrepios.

O Felipe vem a minha mente, mas eu faço questão de bloqueá-lo antes que eu volte a me entristecer com pensamentos negativos. Chega de chorar por essa noite, eu quero mais é me divertir.

— Tá, vamos lá. – dou-me por vencida. Viro todo o líquido da minha garrafa garganta a baixo e coloco-a de volta no balcão, para depois segurar a mão do Danilo e ir com ele até a pista de dança.

Está tocando uma música animada da qual eu desconheço o cantor, mas é totalmente eletrizante e meu corpo não vê dificuldade nenhuma em entrar na vibe.

Danilo e eu passamos o resto da noite bebendo, conversando e dançando. É tudo tão divertido! Eu me esqueço totalmente dos meus problemas. E faz tanto tempo em que não saio para me divertir assim, como nos velhos tempos, quando eu adorava sair com meus amigos e me sentir jovem e liberta.

À uma hora da manhã Danilo me segura pelo braço, ajudando-me a encontrar a saída do bar. Tenho certeza que bebi demais, muito mais que qualquer um aqui essa noite. Estou zonza e me sinto abobalhada, rindo de tudo.

O Danilo está bem e muito firme ele me segura para que eu não caia com a cara no chão. Chegando lá fora tento me manter em pé. Sei que estou pagando o maior vexame. Estou bêbada. E todos olham pra mim com eu fosse a coisa mais bizarra que eles já viram na vida.

— Eu vou te levar pra casa.

— Ah, não. Eu não quero ir pra casa hoje.

Faço beicinho, ele ri.

— Mas você não está bem e precisa....

— Nem pensar! Eu estou ótima. Olha só pra mim.

Estufo o peito e ergo o queixo. Quero parecer bem e segura. Mas está tudo rodando e fingir não estar bêbada não foi uma boa ideia, já que eu acabei me desequilibrando em minhas próprias pernas e quase dou de cara no chão pela milésima vez só aquela noite.

Danilo me segura a tempo e tudo que eu consigo fazer é rir da situação.

— Desculpa. Acho que eu não estou tão bem assim, afinal.

— Onde você mora agora? Eu posso te levar pra lá...

— Não! – praticamente grito, depois dou risada. — Me leva pra qualquer outro lugar. Menos pra casa, por favor. – meu sorriso desaparece, dando espaço a tristeza.

De repente tudo me faz lembrar porque exatamente eu vim parar aqui e porque estou nessa situação ridícula.

— Você não vai chorar, vai? – Danilo fica me olhando daquele jeito, como se pudesse enxergar a minha alma.

Suspiro forte.

— Não, não vou. – minto, tentando segurar o choro. — Mas não me leva pra casa. Eu não quero ficar sozinha.

— O.K.

Não sei qual foi à decisão que ele tomou, mas ele faz um gesto para chamar um táxi e quando o veículo para no acostamento ele me ajuda a entrar.

Danilo passa um endereço qualquer para o motorista. Durante todo o trajeto – sei lá para onde estamos indo – sinto meus olhos pesarem cada vez mais. Acho que vou dormir.

As circunstâncias parecem ótimas para tirar um cochilo. O carro balança devagar, o banco é confortável, os braços do Danilo então em volta do meu corpo. E eu estou tão cansada, com tanto sono. Porque não tirar um cochilo agora?

— Ei, Bianca. Acorda. – minutos depois sinto alguém me chacoalhar. De repente sinto um enjoo enorme e uma forte dor de cabeça. Mal consigo abrir os olhos. — Vem cá, eu te ajudo.

Danilo me pega nos braços e me leva até a entrada do que parecer ser um prédio de alto padrão. Nós entramos, ele cumprimenta o porteiro e subimos de elevador. Depois ele abre uma porta. Vejo tudo como um grande borrão. Chegamos a um espaço pequeno, onde contém uma grande cama, guarda-roupa e uma mesinha.

É tudo tão impessoal.

Parece um quarto de hotel.

— Bem-vinda ao meu loft.

Ele me deita com cuidado na cama, tira minhas sapatilhas e coloca a minha bolsa em um canto.

Depois enche um copo de água e me entrega.

— Você está bem? – ele pergunta, sentando-se próximo a mim.

— Acho que sim. Eu só me sinto... Estranha. – é verdade, sinto uma porção de coisas ao mesmo tempo: tontura, enjoo, sono, dores de cabeça e pelo corpo.

Parece até que um caminhão passou por cima de mim.

— Você precisa descansar agora. – sinto-o deitar ao meu lado, com os olhos em mim e as mãos no meu cabelo. — Você vai ficar bem amanhã, ta? Eu prometo.

Fecho os olhos, mas antes que eu o adormeça tenho a leve sensação de que seus lábios tocam os meus, depois descem por meu pescoço e assim vai. Ou será que é só minha imaginação?

Não sei o que pensar.

Estou bêbada demais para processar qualquer coisa nesse momento.


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Notas finais do capítulo

Eita, pelo visto a Bianca foi longe demais. O que será que acontece dessa vez? Digam o que vocês acham aqui nos comentários. Próximo capítulo volta a ser narrado pelo Felipe.



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