Planos e Promessas escrita por Mi Freire


Capítulo 11
Bianca.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está sensacional e muito apaixonante. Aproveitem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602261/chapter/11

Tínhamos ido dormir muito tarde, pois passamos boa parte da madrugada tentando fazer o nosso novo cãozinho, o Toddy, se adaptar a nossa grande casa.

Levamos o Toddy para conhecer os cômodos, demos algo para ele comer e até fizemos uma cama improvisada para ele com cobertores velhos do lado da nossa cama para ele não se sentir tão sozinho em sua primeira noite conosco. Mas acontece que ele ignorou totalmente os nossos esforços e pulou em cima da cama, se juntando a nós e ali ele se deitou, entre nós, como se fosse um bebê.

No começo foi meio apavorante ter um cachorro em nossa cama, por menor que fosse. Afinal, tínhamos acabado de inseri-lo em nossa pequena família. Não sabíamos de onde ele tinha vindo. E eu também nunca fui do tipo de pessoa que cria animais domésticos. Nem mesmo quando era criança. Pra ser sincera, eu nunca tive um animalzinho, muito menos um cachorro.

Felipe, adorável como sempre, acabou me tranquilizando. Ele também não tinha muita experiência com animais, exceto quando tinha uns seis anos, mas como se falecido irmão, o Guilherme, era alérgico, eles tiveram que se desfazer do cachorro, na época um grande ladrador bagunceiro e brincalhão.

Cachorros, ainda mais de porte pequeno, nunca foram criaturas difíceis de lidar. Percebi aquilo naquele exato momento, quando o Toddy aproximou seu focinho molhado de mim e lambeu a minha bochecha. Percebi também naquele momento que cachorros, na verdade, são criaturas fáceis de amar e eu com certeza já estava apaixonadíssima pelo Toddy.

Acabei pegando no sono rapidamente, ainda com o meu tornozelo imóvel e em repouso. Eu estava com um humor muito elevado. Apesar de uma briguinha a toa por puro ciúme da minha parte devido a uma ligação suspeita para o Felipe, no final e com a chegada do Toddy, as coisas voltaram a ser agradáveis entre nós.

Tanto que dormimos pertinho um do outro e com o Toddy no meio. Felipe ficou mexendo no meu cabelo até meus olhos se fecharem lentamente e eu apagar de vez. Quando acordei no outro dia, ele já estava acordado, brincando com o Toddy, que estava deitado em cima de sua barriga.

— Pelo visto vocês estão se dando muito bem. – observei, virando-me para vê-los, mas tentando não mexer tanto uma das pernas.

— Não tem como não se dar bem com ele. – comentou Felipe, passando os dedos pelos pelos enroladinhos e marrons do Toddy. — Ele é muito dócil e carinhoso

É, eu já tinha percebido isso também. Fico imaginando como foi que um cachorrinho tão adorável quanto o Toddy foi parar nas ruas em meio a uma tempestade. Será que ele foi abandonado? Mas quem em tamanha crueldade seria capaz de algo assim? Ou será que ele fora esquecido? Ou se alguém o perdeu? Não tinhas respostas para essas perguntas.

— E se ele tiver um dono que está desesperadamente procurando por ele nesse momento? – perguntei, preocupada.

Felipe me olhou.

— Não sei, não. Pode ser que ele tenha. – Felipe olhou para o Toddy, como se esperasse que ele respondesse a nossas perguntas. Mas o cachorrinho estava mais preocupado em tirar um cochilo. — Mas eu duvido muito. Quem ama não iria deixa-lo se perder em meio a uma tempestade como se não fosse nada. Bom, de qualquer forma, nossas portas estarão abertas, caso alguém apareça procurando por ele. Se não aparecer ninguém, o Toddy já tem um novo lar e uma família que vai ama-lo incondicionalmente por toda vida.

Felipe tinha razão e após ouvi-lo dizer coisas tão maravilhosamente boas, eu me apaixonei um pouquinho mais por ele. Porque nunca conheci um coração tão bom e tão generoso, disposto a qualquer coisa para fazer com as pessoas – ou até mesmo animais, no caso – se sentirem melhores.

Não pude evitar em me inclinar para mais perto dele e dar-lhe um beijinho rápido nos lábios, que acabou pegando-o de surpresa. Mas de uma forma positiva, porque ele sorriu pra mim.

Cuidadosamente Felipe colocou o Toddy de lado e me ajudou a sentar sobre a cama. Quando levantou foi direto para o banheiro, onde fez toda sua higiene pessoal. Depois foi a minha vez, claro, com seu auxilio.

— Fique aqui. – pediu ele, após voltar a me colocar sentada na cama. — Vou preparar o café da manhã pra você.

Toddy foi atrás, abanando o rabinho curto.

Quinze minutos depois eles voltaram. Felipe segurava uma bandeja com o meu café da manhã em cima: suco de laranja, salada de frutas e uma omelete.

— Você não vai comer? – perguntei. Eu, particularmente, estava faminta.

— Já tomei uma xícara de café lá em baixo. – respondeu ele, ainda de olho em mim. — Aproveite você. Acho que vou dar uma saída e comprar ração para o Toddy. Você cuida dele?

Bebi um pouco do meu suco.

— Preferia fazer isso com você. – acabo dizendo e sorrindo um pouco sem graça. — Fica. E depois você vai.

E ele ficou.

E fiquei tão contagiada com a sua presença que mesmo a contra gosto, acabei levando um pouco da minha salada de frutas e da omelete até a sua boca, fazendo-o rir.

Quando terminamos o nosso café da manhã, Felipe me ajudou a descer até o jardim dos fundos, onde eu me sentei na sombra, protegida do sol. Ele saiu. Foi comprar a ração para o Toddy e disse que voltaria em questão de minutos.

Toddy amou conhecer o jardim – provavelmente agora uma de suas partes favoritas da casa - que já estava mais seco hoje de manhã depois da chuva que deu ontem à noite.

Toddy correu para todos os lados, farejou tudo e até marcou território. Ele era uma graça!

Quando enfim já tinha conhecido tudo, ele olhou pra mim de longe e não demorou muito para vir trotando em minha direção, como se quisesse dizer de perto que nós tínhamos um ótimo quintal para ele brincar a partir de agora. E sem que eu nem precisasse pedir, ele pulou da minha cadeira e deitou-se no meu colo, sujando todo o meu pijama com as patinhas molhadas.

Tudo que eu fiz foi rir da situação, sem conseguir nem por um momento ficar brava com ele por conta disso.

Felipe chegou rápido e se juntou a nós. Passamos a dividir a mesma cadeira, mesmo com tantas outras em volta. E pelo resto da manhã mimamos o nosso querido Toddy, agradecidos por ele ter surgido em nossas vidas.

Como eu não podia ficar andando de um lado pro outro, não podíamos fazer muita coisa para aproveitar o dia, já que estávamos os dois afastados do trabalho.

Ficamos ali fora por um tempo, apreciando o céu nublado, onde aos poucos o sol tentava conquistar o seu espaço. Depois entramos, fiquei na sala, com o Toddy no sofá, enquanto o Felipe preparava o almoço pra gente.

Felipe não só tinha comprado ração para o Toddy, como também havia comprado xampu, perfume para cães, alguns brinquedinhos, petiscos e uma cama bem fofa e toda azul cheia de ossinhos brancos.

Não preciso nem dizer que o Toddy amou tudo e até espalhou seus brinquedinhos pelo tapeta da sala, como se fato fosse uma criança que acabara de descobrir um novo mundo.

Com a ajuda do meu namorado, caminhei até a copa, onde ele nos serviu com a lasanha que havia preparado. Felipe não era muito especialista na cozinha, assim como eu, mas posso dizer que quando ele se dedicava se saia mil vezes melhor que eu. Como agora, por exemplo.

— E como está seu tornozelo? – perguntou ele entre uma garfada e outra. — Você sente alguma melhora?

— A dor passou, pelo menos. Mas quando sinto que estou fazendo esforço demais, ela volta com tudo.

— Por isso eu digo que quando você quiser alguma coisa, qualquer coisa, chame por mim. – explicou ele, olhando fixamente pra mim. — Por favor. Não quero te ver assim.

Sorri agradecida. Feliz por estarmos nos dando bem, finalmente. Agora sim, eu sentia que minhas esperanças tinham voltado pra valer e que tínhamos sim chances de tapar os buracos que fizemos no nosso relacionamento ao longo do tempo e tudo isso graças ao Toddy que chegou pra nos unir.

Felipe tirou a mesa, lavou a louça e guardou tudo.

Até me sentir um pouco mal, por não estar sendo útil.

Voltamos para sala, onde dispensamos a televisão naquele finalzinho de tarde. Apenas nos deitamos no sofá, com ele por trás, me abraçando forte e passando a mão suavemente pelo meu braço. Nosso som ligado, tocando uma playlist qualquer. E o Toddy jogado no carpete, no chão, sentindo-se em casa.

Felipe e eu ficamos em silencio por um tempo, apenas ouvindo música. Ele fazendo carinho no meu braço e eu acariciando sua perna sobre a uma das minhas. A que estava boa, claro. Ele nem tinha tomado banho ainda, mas eu podia sentir o cheirinho bom de sua colônia masculina.

— Você não está mais brava por causa daquela ligação, não é? – ele perguntou, assim de repente.

Fiquei surpresa. Meu corpo se enrijeceu. Mas acho que ele sentiu isso.

— Desculpa, eu não queria estragar o momento. Muito menos tocar no assunto. – ele continuou, com a boca perto do meu pescoço. — Mas a gente não pode mais fingir que certas coisas não estão acontecendo entre nós. Porque eu só quero que você saiba que eu não tenho nada a ver com aquilo...

— Tudo bem, Fê. – chamei pelo apelido que há muito tempo eu não chamava. Sorri com isso, assim com ele. — Eu confio em você. Pensei melhor a respeito sobre isso quando você saiu por aí e quase atropelou o Toddy. Enquanto você estava distante eu pensei no quanto estava sendo boba por deixar algo tão pequeno atrapalhar as coisas entre nós. Agora, vamos esquecer isso, tá?

Ele apenas assentiu, pude sentir.

Depois disso o silencio voltou a reinar entre nós. O tempo passou. As musicas pularam de uma para a outra. Sem pausas. E o céu escureceu lá fora. Novamente começou a chover e o Felipe começou a depositar uma sequencia de beijinhos no meu pescoço, o que fez meu corpo se remexer, agitado.

Fechei os olhos para poder apreciar melhor a sensação dos seus lábios quentes em contato com a minha pele quente.

— Vamos tomar banho? – ele perguntou me puxando de volta a realidade. Chovia muito lá fora, como ontem. E tinha esfriado, mesmo ali dentro de casa. E estava tudo muito escuro a nossa volta.

Felipe me ajudou a subir mais uma vez. E o Toddy atrás, nos seguindo por toda parte. Ele pegou nossas toalhas e me ajudou a andar até o banheiro do nosso quarto. Onde tirei meu pijama, despreocupada, sem me importar que ele estivesse ali.

Na verdade, acho que foi proposital da minha parte. Eu queria que ele me olhasse. Eu queria saber se ele sentia o mesmo ao me ver nua, assim, diante de seus olhos mesmo depois de tanto tempo sem tocar um ao outro. Se ele ainda me desejava, me amava, me queria.

Quando ergui meu olhar em sua direção vi que seus olhos estavam concentrados em mim, calorosos e ardentes. Exatamente como dias atrás, quando ele me flagrou nesse mesmo banheiro, passando hidratante no corpo após meu banho. E sim, pela maneira como ele me olhava, ele sentia o mesmo, como eu ainda sentia por ele.

Então me aproximei devagar, tentando não forçar tanto o pé fraturado no chão. Dei uns pulinhos iguais ao saci – sem perder a graça - até chegar até ele. Enlacei seu corpo com os meus braços e ergui minha cabeça, tentando alcançar seus lábios com os meus.

Ele me beijou de volta, com as mãos firmes na minha cintura, apertando-me. Conforme fomos nos beijando, as coisas foram aumentando de intensidade e eu estava louca para tê-lo àquela altura, mas ele estava se segurando e eu queria muito saber porque.

Afinal, tínhamos tempo, disposição, vontade. O que poderia estar de errado naquela situação toda?

— O que foi? – perguntei baixinho, com a boca ainda perto da dele.

Ele abriu os olhos e me fitou.

— Não posso. Não podemos. Não agora. – respondeu ele, sussurrando, com a respiração toda ofegante. — Você está muito frágil nesse momento. Podemos esperar, não podemos?

Talvez ele tivesse razão. E mesmo com todas as minhas frustrações eu concordei. Já tínhamos esperado até agora, porque não esperar que eu tivesse recuperada do tornozelo? Seria até melhor, para os dois.

Deixei que ele me desse banho, tomando cuidado para não molhar a faixa que estava em volta do meu tornozelo. Depois ele me ele ajudou a me vestir, colocando um pijama mais limpo. E enquanto eu dei um trato no cabelo, sentada na cama junto do Toddy, ele foi tomar banho também. Sozinho.

Para o jantar comemos só umas bolachinhas e tomamos um copão de suco. Assistimos a um filme, mas eu acabei dormindo antes de terminar de assistir. Como uma criança, Felipe me levou de volta para o quarto no colo e me colocou pra dormir.

Mesmo sonolenta, ouvi quando ele se levantou e desceu para trancar a casa e dar ração para o Toddy. Depois ele se juntou a mim novamente, beijou meus lábios com delicadeza, apagou as luzes e me abraçou.

Dormimos juntos, mais uma vez.

Os dias seguiram todos assim. Eu estava sendo super mimada pelo meu namorado e não tinha do que reclamar. Ele estava fazendo de tudo por mim: lavava, arrumava, passava e cozinhava. E até me dava privacidade quando necessário. E nesses momentos, quando não tinha que ficar todo o tempo cuidado de mim, ele aproveitava para sair para passear com o Toddy – coisa que eu queria muito fazer também – ou ia ler suas revistinhas ou simplesmente descansava.

Luiza veio uma vez ou outra durante a semana, falar sobre coisas de trabalho e saber como eu estava. Até passou um tempinho comigo, mas ela tinha coisas mais importantes para fazer, como cuidar da empresa. E a Nati me mandou um bolo delicioso de milho, o que era a cara dela.

Minha prima, a Duda, veio no domingo nos visitar. Eu tinha ligado para ela algumas vezes, só para saber como iam as coisas. Já tinha superado o fato de ela estar grávida e eu não, pelo menos não ainda, já que eu e o Felipe estávamos novamente nos entendendo e ainda me restava esperanças. Mas não contei a ela sobre meu tornozelo.

Quando ela viu, quase morreu de preocupações. Mas eu já estava melhorando e até conseguia andar um pouquinho. Coisa que o Felipe não deixava de jeito nenhum, com medo que eu piorasse as coisas ao invés de melhora-las.

Passamos o dia todo juntas, no meu quarto, fofocando. Ela me contou que estava tudo bem com o bebê, que ela estava fazendo todos os exames certinhos. Mas que ainda não sabia o sexo, muito menos o nome.

O Pedro já sabia e estava bobo. Ela tinha preparado uma surpresa para ele para contar a novidade. O Pedro acabou contando sobre a gravidez ao Felipe, que também ficou todo contente e animado com a chegada de um novo sobrinho.

Ele adora crianças.

Já as crianças não ficaram tão animadas assim ao saber que um novo irmãzinho estava por vir. Afinal, foram sempre só os dois e eles eram tão unidos, apesar das diferenças. Mas eu acabei conseguindo descontraí-los. Eles passaram a tarde lá fora, brincando com o nosso cãozinho, o Toddy.

O Toddy já se sentia o rei do pedaço. Ele continua doce e amável. Todos que vêm nos visitar ficam bobos com ele, porque ele é bem educado e a gente nem precisou ensinar nada. Ele sabia onde fazer o xixi e as outras necessidades. Tem sua própria cama e seus brinquedos, apesar de adorar subir na cama e nos sofás e pegar nossas coisas e esconde-las.

Ele é um amor e eu estou cada dia mais apaixonada por ele, que é super carinhoso comigo. Quando estou sozinha ele se aproxima receoso e quando eu sorrio para ele, ele recebe aquilo com um convite para deitar em cima da minha barriga ou no meio das minhas pernas. O Felipe sempre sai com ele pra passear e correr. Ele já sabe até que carinha fazer para pedir para passear quando quer. Uma carinha fofa que é irresistível.

Também levamos ao pet shop para uma consulta e sua saúde de filhote comilão está impecável. Ele tem até engordado. E o melhor de tudo: ninguém apareceu procurando por ele para leva-lo para longe de nós.

Como tanto eu e o Felipe estávamos afastados do trabalho, tínhamos muito tempo um para o outro. Como antes, quando tínhamos dezessete anos e nosso namoro era a coisa mais importante de nossas vidas e estava acima de tudo.

Isso fez com que a gente se reaproximasse e nos apaixonássemos ainda mais um pelo outro. Fez com a gente passasse a conversar mais e curtir o tempo um com o outro. O que me fez aprender muitas coisas e uma delas é que quando se a disposição e vontade nós conseguimos tudo que queremos, inclusive reatar laços que pensamos que já estavam perdidos há muito tempo.

Não posso dizer que estamos cem por cento. Mas posso dizer que estamos bem e indo devagarzinho. Sem pressa a chega vai chegar exatamente onde queremos. Que é construir um futuro sólido, aumentar nossa família, oficializar nosso relacionamento e nunca mais voltarmos a nos afastar por obstáculos pequenos que o tempo coloca em nossa frente.

Naquela tarde em especial, eu estava lá em cima, dando uma organizada no meu closet. Felipe estava lá em baixo, preparando o almoço pra gente comer mais tarde. Em meio a tanta coisa acabei encontrando uma caixa muito especial, toda vermelha cheia de desenhos de corações brancos.

A nossa caixa.

Onde eu sempre guardei tudo relacionado a nós, desde que éramos jovens.

Abri a caixa de papelão com cuidado, estava um pouco empoeirada, mas não muito. E lá dentro ainda tinha tudo. Tudo que eu me lembrava. Fotos, cartas, bilhetes, presentinhos, CD'S. Muitas coisas do tempo em que ainda éramos adolescentes, loucamente e perdidamente apaixonados um pelo outro.

Vasculhei a caixa com cuidado para não quebrar ou amassar nada. E lá do fundo resgatei um colar. Um colar muito especial. Se não o primeiro, um dos primeiros presentes que o Felipe me deu ainda no tempo do colégio, no comecinho do nosso namoro.

Um colar simples, sem muito valor. Quero dizer, não valia muito em dinheiro. Mas tinha o significado sentimental maior do mundo. E nele estava escrito seu nome. Felipe. Um colar de prata que eu não costumava tirar por nada. Só tirei mesmo na época em que ele estava estudando fora do país e eu já não tinha mais nenhuma esperança que algum dia voltaríamos a ficar juntos.

Manquei até o banheiro, onde lavei o colar antigo com um sabonete e em frente ao espelho coloquei-o em volta do meu pescoço. Fiquei satisfeita com a alegria que aquele pequeno gesto me causou naquele momento.

Era com um portal, que me fez mergulhar nas lembranças do passado. Quando tudo era tão mais fácil.

Desci com o colar em mãos. Eu tinha o tirado nem sei porque. Se tê-lo de volta junto a mim foi tão bom. Eu só queria que o Felipe pudesse vê-lo também e sentir o mesmo que eu...

Já consegui me locomover melhor a aquela altura, apesar do Felipe não permitir que eu fizesse tanto esforço. E quando o encontrei na cozinha, foi uma surpresa para ele me ver ali, sem precisar tanto da sua ajuda.

— Bianca, eu já disse que... – ele se aproximou, preocupado e ao mesmo tempo bravo comigo por não ter gritado pela ajuda dele para descer.

Sabia que ele estava prestes a me dar uma bronca daqueles, mas quando cheguei bem perto de mim e viu o colar, seus olhos se desviaram dos meus olhos por um breve momento e se concentraram na bijuteria em minha mão aberta.

Então, ele sorriu, voltando-se para mim.

Ele não precisou dizer nada. Eu já tinha mais ou menos em mente o se passava na cabeça dele naquele momento. Assim como eu, ele deve ter se lembrado do dia em que me deu o colar e ele mesmo colocou no meu pescoço e o beijou.

Anos depois ele fez o mesmo. Pegou o colar das minhas mãos, colocou-se atrás de mim e com delicadeza colocou-o de volta no meu pescoço, beijando o feixe quando terminou.

Virei-me devagar para ficar de frente para ele. E ele me abraçou tão forte que eu pensei que fosse capaz de esmagar todos meus ossos. Depois ele me beijou com paixão e eu tive a sensação que podia tirar os pés do chão e flutuar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que vocês devem estar bem felizes com essas melhorias e eu não queria estragar tudo e nema nada, mas sinto lhes informar que ainda tem problemas vindo por aí. Preparem-se. E comentem. Só não me bombardeiem ou me xinguem. Eu adoro vocês, viu? haha ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Planos e Promessas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.