Words I never said escrita por Karol


Capítulo 1
I can't lose you


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic minha de The Fosters e Jonnor ♥
Comentem, se gostarem. E se não, comentem também. Poderei construir histórias melhores com base em comentários construtivos.
Beijos e aproveitem! ♥



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“Você gosta do Connor.”, a garota tinha dito, a contragosto, mas tinha.
Era verdade? Gostava de Connor? Quer dizer, gostava gostava de Connor? Sempre soube desde o início que sentiu algo por ele, mas as coisas mudaram. Ele estava com treze anos ― não que isso mudasse muito visivelmente, mas em sua mente, as coisas começavam a se formar com mais rapidez.
E agora, ele o tinha beijado. Duas vezes. A primeira, na barraca, durante o jogo da garrafa e talvez não tenha expressado tanto para Connor quanto para Jude, já que o mesmo beijou a atual namorada logo assim que o jogo acabou. E Jude teve que ver, sorrir e concordar. Eram amigos, o que poderia fazer quanto a isso? Não poderia mudar a realidade. Connor não era gay e nem gostava dele da mesma forma e intensidade. Era um garoto de treze anos, com certeza as decepções amorosas apareciam agora, mas sentia como se não fosse se recuperar.
E então, tinha acontecido o cinema. Quando achava que não existia mais possibilidades de algo entre eles, Connor ergueu seu dedo mindinho contra o de Jude. O mesmo remexeu-se desconfortável na cadeira, mas quando realmente tinha-o em seu dedo, meu Deus, a única coisa que pensou foi que seu coração nunca bateu tão forte e nunca quis tanto sair pulando e sorrindo. Ele estava realmente feliz.
Agora, existia o último impasse. Jude enfrentara-o em seu quarto, dizendo tudo aquilo que não aguentava mais engolir. Não entendia Connor e nem suas ‘’mensagens’’, já que o mesmo tinha uma namorada. Então, se era para não dar expectativas para Jude, porque o fazia? Que droga!
E Connor beijou-o. Quer dizer, foi um selinho demorado, mas pode novamente sentir aqueles lábios quentes nos seus e ter memórias agradáveis. Queria aquilo, queria muito. Queria todos aqueles sentimentos que se misturavam dentro de si e o faziam fechar os olhos de tanta satisfação. Queria Connor tanto que chegava a doer.
E então, Connor parou. Fitou-o por longos momentos e ninguém se atreveu a dizer uma palavra. Talvez porque não precisava. Ou porque não queriam destruir aquele momento. Mas Jude sentia. Esse beijo, o primeiro de verdade, entre eles, tinha unidos bem mais do que poderia imaginar. Não sentiu arrependimento e em nenhum momento, pensou na namorada de Connor. Pensou apenas em... Jonnor. Todas as emoções notáveis em Jude, Connor também expressava. E isso o fez repensar se talvez ele não fosse o único com dúvidas.
Mas naquela última noite, tudo tinha acontecido muito rápido. A fuga, os amigos, a bebida, o tiro. Connor no chão, sangrando, pousando sua mão sobre o ferimento, as garotas gritando e Jude apenas olhava-o. Não sentia suas pernas. Não sentia nada.
E agora, no hospital, com os pés batendo em uma velocidade absurda contra o chão, não conseguia parar de chorar e esconder sue rosto entre as mãos. O que tinha acontecido com Connor? Será que perderia-o? Justo agora, quando tudo poderia ser mudado. Porque?
― Ele vai ficar bem. ― garantiu Stef.
Mesmo que ela dissesse isso várias vezes seguidas, não conseguia colocar na sua cabeça. Era mais do que poderia suportar. Perder Connor justo agora... Era uma brincadeira do destino. E mesmo chorando, dentro de si, ainda brilhava uma ponta de esperança, mesmo que mínima, já que Connor entrara na sala de cirurgia há umas três horas atrás e tudo o que Jude poderia escutar era as vozes ao seu redor e o tique quase surdo do relógio indicando que as horas poderiam ser seu pior inimigo.
― Eu vou perdê-lo. ― finalmente teve coragem de dizer, mesmo que baixinho, só para Sef escutar.
A loira se aproximou, encostando a cabeça do seu filho adotivo contra o peito, deixando-o chorar o máximo que poderia. A dor precisava ser vivenciada, para que se tudo desse certo com Connor, ― Deus a escutasse ― Jude pudesse finalmente perceber que era o que era e que nada poderia mudar isso, independente de sua vontade.
― Você tem que ter fé de que ele vai ficar bem. ― garantiu, beijando o alto de sua cabeça. ― Connor é forte.
― Mas e se...? ― não queria continuar. Não conseguia continuar.
Queria, mais do que instintivamente, acreditar que tudo ficaria bem, que voltaria ao normal, mas como explicar para o pai de Connor, que olhava para a sala firmemente, que um menino de treze anos estava chorando pelo seu filho, quando mesmo sua namorada apenas estava concentrada no celular e não derramava uma lágrima?
― Lena me contou. ― Stef confidenciou, um sussurro em seu ouvido que só apenas ele poderia ouvir. Seu coração acelerou. ― Ele vai ficar bem. Por você.
― Ele namora, Mãe. ― era uma verdade da qual queria fugir.
― Oh Jude. ― sentiu um sorriso fraco se formar nos lábios da loira. ― Ele beijou você. Duas vezes. Se ele realmente gostasse da namorada, não teria feito isso. Se eu acho errado? Completamente. Mas não se pode negar quando se é uma coisa. É uma orientação da qual vocês dois tem que aprender a conviver.
― Eu não posso fazer isso com a namorada dele.
―O que você não pode é fazer isso com vocês dois. Ele talvez goste dela. Mas e você?
Tinha medo. Essa era a pergunta que o rodeava desde a hora que chegara ali e que a garota da qual poderia ter sua primeira experiência feminina, mas não quis, porque pensou em Connor. Estava chorando por quem? Pelo amigo ou pelo cara que o beijou? E se fosse a segunda opção, qual a razão de estar triste por ele? Foi um beijo... Ok, foram dois. Mas o que significara? Oque mudara? Jude não sabia realmente o que era até tê-lo beijado e passar a noite em claro pensando em como tinha sido bom. E agora, estava frente a frente com a pergunta.
― Eu o amo. ― disse.
Embora soubesse muito pouco sobre o amor, só tinha visto Stef e Lena e o amor de sua irmã por ele. Nada mais. Mas, pelo pouco que sabia, mesmo com treze anos, era essa a resposta que sabia que deveria dar. Era a resposta que queria dar.
Essas eram as três palavras que não imaginava dizer tão cedo, mas agora que as dizia, suas lágrimas pararam e se pôs a observar Stef. Simplesmente soltas, não pareciam mais do que simples palavras. Amava Connor de uma forma que seu pai não seria capaz de entender e que sua ‘’namorada’’ não seria capaz de sentir.
Não poderia deixa-lo ir. Não sem saber a verdade. E se fosse, pelo menos Jude saberia que no fundo, ouvira suas preces e seus anseios. Faria o que fosse preciso para dizer a verdade a Connor.
― Quem é o responsável por Connor? ― alguém perguntou.
O médico. Queria poder se levantar, mas o pai de Connor foi mais rápido, com os olhos tão baixos, que pelo jeito, a notícia poderia ser bem pior do que imaginava. Não, não poderia...
― Você é o pai dele? ― ele assentiu. ― A cirurgia correu bem. A bala foi retirada e ele já consegue respirar com estabilidade, sem ajuda dos aparelhos. Assim que a cirurgia acabou, ele chamou por uma pessoa. Jude.
Jude engoliu em seco, sentindo todos os olhares voltarem a si. Stef sorria, Lena também, mas tinha os olhos tão brilhantes, enquanto o pai de Connor o fitava com, primeiramente, perplexidade, depois desprezo. A mensagem tinha sido entregue.
― Meu filho não vai falar com esse dai. ― gritou, balançando os braços.
Não sabia o que doera mais: o uso das palavras mal ditas ou o olhar dele, de quem queria devorar pouco a pouco, vê-lo queimar. Mas não podia fazer nada. Connor era... Não sabia explicar, só sabia que era algo muito importante para ele. Amava-o e isso o destruía por saber que o pai nunca o apoiaria.
― Como assim ‘’esse dai”? Algo contra meu filho? ― Stef disse, crispando os lábios.
― Tudo! Ele seduziu meu filho! Aposto até que devem ter se beijado naquela barraca! ― o que era bem verdade, Jude pensou em falar, mas deixou para lá. ― E ele não é seu filho. Você apenas o adotou porque não é mulher suficiente para aguentar um homem!
Stef riu friamente e abertamente, com todos no hospital nos olhando.
― Eu não sei se você sabe, eu sou o homem da relação! Nenhum homem me aguentaria, no caso. E para você saber, Jude é tão meu filho quanto Connor é seu!
― Eu não consigo acreditar...
― Já chega! ― Jude gritou. Estavam brigando por uma causa que deveria ser dele. Então, a voz dele seria escutada agora. Quer eles quisessem ou não. ― Connor quis falar comigo! Chamou pelo meu nome! Então, eu vou lá. E você como pai, vai entender a vontade de seu filho e ficar quieto aí, porque se tem algo que seu filho quis foi sobreviver. E não foi o seu nome que ele disse quando ele acordou. Então, trate de aceitar. Eu não vou desistir do seu filho. Posso ter treze anos, mas se for preciso, lutarei por ele até meus setenta, oitenta anos. Eu o amo e prometo cuidar dele, quer você queira ou não. Então, trate de aceitar, ou vai ter dois trabalhos: de ficar com raiva e de desfazer a raiva, porque se eu passar por aquela porta, seu filho não vai ser da maneira que você quer. Sinto te informar isso, mas é necessário.
E então, saiu antes de espertar alguém falar algo ou contrariá-lo. O médico o seguiu, sem nenhum questionamento. Quem o faria depois que falou tudo aquilo que estava entalado em sua garganta tinha um bom tempo?
Connor era seu amigo, mas acima de tudo, era o cara que amava. Como poderia fazer outra coisa se não lutar pelo amor que nutria?
Quando a porta do quarto se abriu, os olhos baixos por causa da anestesia o encararam. E em seus lábios um meio sorriso se formou. Seus olhos se encharcaram novamente, mas tratou de engolir aquilo. Tinha que parecer bem por ele.
―Se você tivesse morrido, teria feito um pacto, ido até o inferno e te batido. ― Jude disse depois que o médico saiu.
Ouviu uma baixa risada escapar dos lábios de Connor.
― Eu não poderia ir. Não agora. ― disse vagarosamente, quase como se lutasse. Jude se aproximou da cama, ficando apenas centímetros longe dele. ― Sei que quando... Levei aquele tiro, deveria ter pensado na... Minha namorada, mas... Eu não consegui. Apenas imaginei o que aconteceria com você... Se eu morresse e percebi que não poderia deixar... Não poderia te deixar. Aquele beijo... Só me fez... Entender o que realmente... Sinto. E eu não ligo... Se meu pai vai falar alguma coisa... Eu estou disposto a enfrentar isso... Eu ouvi você falando lá fora... E sim, Jude... Eu também te amo.
Jude sentiu que poderia sim chorar naquele momento. Alcançou a mão de Connor, juntando-a com a sua, apertando-a fortemente e deixou que uma lágrima rolasse por seu rosto. E sorriu. Porque, pela primeira vez, Connor foi capaz de perceber o que já estava estampado desde o começo para os dois. Se amavam de uma forma que nenhum dos adultos lá fora pudessem premeditar e avaliar. Tinham apenas treze, mas aquilo era mais forte. Aquele sentimento. Aquela certeza. Aquele sorriso que Connor fazia, correspondendo ao seu, suas certezas se aumentando, as bochechas de Connor ficando coradas. Era aquilo que queria. Aquela vida ― não do hospital, uma vida com Connor. Sim, ele era um garoto e Jude também, mas e daí? Eles não podiam controlar o incontrolável.
― Eu não posso te perder. ― disse Jude, se aproximando aos poucos de Connor, já que sabia que o mesmo não conseguia fazê-lo, pois seu corpo deveria ainda doer. ― Sua namorada...
― Vou terminar. ― garantiu, puxando Jude para si. Suas testas se colaram e a sensação de paz que preencheu Jude foi indescritível. ― Desculpe por ter demorado para falar.
― O que importa é que você falou. ― disse.
De olhos fechados, os lábios novamente se encontraram, como antes. Um selinho demorado. Mas Jude queria mais. Tinha pensando em perdê-lo. Não deveria se rum reencontro daquela forma. Os lábios se apossaram famintos e Connor abriu-se para recebê-lo, em total sincronia. A língua do maior tocou o céu da boca do menor, implorando pelo aprofundamento, que foi causado pelos dedos de Jude que subiram para os cabelos de Connor, puxando-os, trazendo-o mais para si. Connor também fez o ato, fazendo com que os rostos se movessem esse abrissem para aprofundar uma única certeza que ambos tinham esclarecido em poucas palavras, mas em muitas ações.
Queria que aquele momento durasse para sempre. E iria. Se dependesse de Jude, com certeza aquele seria apenas o primeira de muitos momentos. Poderiam crescer vagarosamente, cada um ao passo de cada qual, ou poderiam viver cada dia como se fosse o último. Não sabia ao certo. Era por isso que sabia que amava Connor. Nunca saberia o próximo passo. E adoraria estar em uma estrada que não conhecia, onde ambos estariam vencendo os próprios demônios para viver uma história.
Era Jonnor.
Para sempre e eternamente.


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