Pensamentos de uma Garota Vazia escrita por Nightmare


Capítulo 9
Reflexo no espelho


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Muito obrigada Alice e Yas Oliveira por comentarem. Espero ler mais sobre esse capítulo. Espero de verdade. Além disso, dedico o mesmo à Alice que recomendou a fic. Não tenho palavras para lhe agradecer e acho que já falei "Muito obrigada" umas duzentas vezes na respostas aos comentários. Mas, novamente, muito obrigada. Foi importante para mim.
Boa leitura (=



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Mas não era. Simplesmente não era. É difícil escrever isso. Não pelas palavras. Eu só... Isso é a única coisa real que eu sinto e que eu vivo. É estranho ter de encarar as coisas. Eu entrei em desespero. Eu queria muito ir embora. Muito. E nada parecia me fazer voltar a falsidade. Então fui ao espelho. Olhei meu reflexo e os meus eus se chocaram. Eu chorava e falava sozinha. Eu estava louca, perdida. E muito triste também. As lágrimas caiam - elas quase nunca caem - e junto a elas, eu não tinha escolha se não cair também.

A realidade sempre me assustou. Não sempre. Houve momentos em que eu queria ser feliz. Eu queria crescer, ter um emprego, filhos, uma família. Queria ser alguém no mundo. Eu já quis viver. Hoje, isso é só um borrão. Uma passado morto, enterrado e esquecido na maior parte do tempo. Só que nem quando a nostalgia volta, os sentimentos voltam. Eu só sorrio fraco e permaneçointacta. Permaneço fria e indiferente a qualquer resquício de algo bom. Pois eu simplesmente deixei de vê-los.

Eu fiz um simulado esses dias. Fazia tempo que eu não fazia uma prova por nota alguma. Eu sempre adorei o momento de fazer prova. Nunca gostei de estudar ou ainda de ser obrigada a me lembrar de coisas para esquecê-las futuramente. Eu sempre odiei isso. Contudo a hora de fazer a prova era silenciosa.

Sentia a tensão, o nervosismo no ar. As canetas apressadas, os corretivos no papel escondendo o errado, as unhas sendo ruídas e o professor indo de um lado para o outro. O cenário era cômico e trágico. Eu ria, porque é incrível como perdemos nosso tempo com futilidades. Como gastamos nossos pensamentos com coisas desnecessárias. Era trágico também. Eu odiava muito fazer parte daquilo e eu não podia fazer nada.

Gostava de fazer provas, porque eu podia pensar. E esse é o problema: eu penso demais. Penso em coisas que são ignoradas. Dúvidas esquecidas justamente pelo que nos obrigam a fazer. E eu saia da prova sem conseguir ver o mundo ou a vida de novo. Tudo era tão falso. Tudo era tão errado. Só que as pessoas tratavam como certo e naquele momento, eu não podia fazer nada. Somente fingir, mentir. Era fácil; é o que todos fazem.

Eu cheguei em casa e tranquei-me no meu quarto. Demorou algum tempo. Não sei quanto. Não lembro quanto. Não lembro nem como começou. Minha memória é meio vaga. Está sempre cheia demais... Só vejo-me deitada. Triste, deprimida. Conturbada. Minha mente repleta de enigmas, de ódio, do mundo. Eu só não conseguia... Devia ser fácil.

Mas não era. Simplesmente não era. É difícil escrever isso. Não pelas palavras. Eu só... Isso é a única coisa real que eu sinto e que eu vivo. É estranho ter de encarar as coisas. Eu entrei em desespero. Eu queria muito ir embora. Muito. E nada parecia me fazer voltar a falsidade. Então fui ao espelho. Olhei meu reflexo e os meus eus se chocaram. Eu chorava e falava sozinha. Eu estava louca, perdida. E muito triste também. As lágrimas caiam - elas quase nunca caem - e junto a elas, eu não tinha escolha se não cair também.

Minha voz foi se perdendo. Eu olhava em meus olhos. Merda! Eu perdi. Eu me perdi. Eu tinha indo embora e ao mesmo tempo, ficado. Encarava, ainda com lágrimas, o reflexo de uma garota. Ela tinha cabelos castanhos, olhos castanhos. Chorava e parecia não notar. Sofria sem demostrar. Eu sabia o que ela sentia. Ela já não falava. Não havia o que falar. Ela havia se perdido. Tinha ido embora e ficado, enquanto encarava seu reflexo no espelho e o vazio na sua alma.


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Notas finais do capítulo

É isso. Por favor comentem. Espero vê-los em breve. Beijos e até Ç: