Pensamentos de uma Garota Vazia escrita por Nightmare


Capítulo 16
Sociedade


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Agradecimentos à Ruts ( pelo favorito também), à Sweet Girl, à Ana Vi XD e à whatever que comentaram o capítulo passado.
Quanto a demora, desculpem-me. Mas, vocês já sabem. Escola e alguma merda a mais.
Boa leitura =)



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As pessoas começam a falar e você escuta apenas o eco das vozes. Elas contam algo engraçado e você ri exageradamente. Elas vêem coisas que você não vê. Acham bonito, acham legal e útil. Elas se interessam. Mas elas não são elas. E surpresa: você descobriu que não é você. As coisas desabam e silêncio! Apenas silêncio. Porque a nossa voz é loucura e a deles, é verdade.

Eu procurei. Todos procuramos. Acho que de tanto procurar, acabamos perdendo. Não só a nós. Porque enquanto humanos, somos um ideal moldado pela sociedade e seus fins idiotas, os quais são motivados pelo vazio. Ou talvez algo a mais. De qualquer jeito, a busca é inútil e por isso, a sociedade sempre ganha e como recompensa, saqueia cada parte de nós. Tira os nossos sentidos, nossas percepções e sem qualquer esforço, vai apagando o que nós éramos. Até que - ops - não sobra mais nada.

Depois, ela nos enche de mentiras. De coisas desnecessárias. Limita nossos pensamentos e cria uma falsa identidade. Um número, um local, um nome. Ela te cria. Em anos, meses, dias, horas. É um processo contínuo. Indolor. Imperceptível. Isso é o que mais machuca. Porque se - devido a uma falha - você percebe, você não se encontra. Você não volta. Você permanece. Limitado, moldado, feito. O resto - e o que está dentro de você - é comparado ao vazio. E não existe o vazio aqui...

As pessoas começam a falar e você escuta apenas o eco das vozes. Elas contam algo engraçado e você ri exageradamente. Elas vêem coisas que você não vê. Acham bonito, acham legal e útil. Elas se interessam. Mas elas não são elas. E surpresa: você descobriu que não é você. As coisas desabam e silêncio! Apenas silêncio. Porque a nossa voz é loucura e a deles, é verdade.

Você tenta se desprender da imagem que eles criaram de você. Do seu nome, do número, daquele título idiota que você recebeu. Você não consegue fugir. Afinal, nós somos seres humanos. Não mudamos. A gente nunca está aqui, mas sempre somos alguma coisa. Pois bem, eu estou humana. Por dentro, eu sou oca. Vazia. Morta. Por fora, eu estou como eles querem. Não perfeita, mas o suficiente para ser uma garota exemplar. Um sonho, não?

Tenho que confessar que ser suficiente é meio cansativo. Porque eu estou cansada de sentir coisas que somem de repente e aparecem quando eu menos quero. Eu estou cansada de fazer as coisas que eu sempre tenho que fazer e eu estou cansada desse medo idiota de morrer. Estou cansada dessa náusea que eu sinto quando percebo que estou vivendo. Estou cansada desse vazio filho da puta que parece nunca ir embora. Estou cansada de me sentir culpada a cada merda que eu falo e eu estou cansada de estar no meu corpo, viver a minha vida quando todo o resto parece ser superficial. Quando toda essa porra parece não servir para nada.

Mas isso não é nada para se preocupar! Ela é sucinta e cruel. Inevitável? Irônica certamente é. Barulhenta e suicida. Porém, mortes silenciosas. Ninguém as ouve. Seria devido ao alto som? Ou estaríamos surdos? É uma máscara adaptada. Talvez seja apenas a realidade. Estranho: estamos cegos também? Vem com anestesia geral. Profunda, precisa. Necessária? Um sorriso. Eu não tenho como saber. Estamos em um mundo sem saída. Uma sociedade caótica, porém sucinta. E cruel.


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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que tenham gostado. Encham-me de comentários ou esvaziem-se neles. Espero vê-los em breve. Beijos e até Ç: