Pensamentos de uma Garota Vazia escrita por Nightmare


Capítulo 11
Céu


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Muito obrigada a Yas Oliveria, cool kid, Anah Vi XD e Alice que comentaram o capítulo. Desculpa a demora. Mas, as provas... Enfim, vocês sabem.
Boa leitura =)



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Ele estava só. Sem pássaros, sem crianças, sem pessoas, sem árvores, sem nada. Nem mesmo as nuvens estavam presentes. Ele era como eu. Fingia sol e depois chovia. Fingia azul e depois acinzentava-se. O que mais eu poderia dizer?

Faltavam vinte minutos.

Encarava a minha resposta. Confusa, nem nexo. Vazia. Fechava os olhos e tentava fugir. A luz vinda de fora esbranquiçava o que deveria ser escuro. Era diferente. Abri e olhei por entre as persianas o horizonte. O céu tinha uma cor indecisa. Precisava ser analisada com mais atenção. Precisamos ler as entrelinhas. Mas onde estava o texto? Onde está as palavras? Elas não estão lá.

O ser humano se gaba por suas descobertas. Chegou à Lua, vai para Marte e ferrou com a Terra. Não sabe ler, todavia, o que não é escrito. Permanece no óbvio. Na abstração racional. Dada, ensinada e fundamental na vida social. Não na vida como um todo. Ele não pensa, apenas descobre.

O que o céu queria dizer? Eu não sei. Aquela cor sem graça somada ao silêncio no parquinho e nas salas de aula poderia representar muitas coisas. E talvez essa imensidão que o homem foge. Eu poderia dizer que a coloração do céu provém do mar. Ou ainda da estação. Poderia dizer que Deus estava bravo conosco e refletiu tal sentimento no céu.

Preferi pensar na morte.

Faltavam quinze minutos.

Pois não havia nada. Não me diga que sou depressiva ou pessimista. Concorde - vamos para o lado óbvio - onde não há vida, há morte. É um fato. Quando um coração para de bater e o médico afirma que a pessoa está morta, ele também afirma que ela não está viva. São palavras opostas. E o céu estava branco. Branco. Branco representa paz? Representa tranquilidade? Que merda que seja! Eu não via nada.

Ele estava só. Sem pássaros, sem crianças, sem pessoas, sem árvores, sem nada. Nem mesmo as nuvens estavam presentes. Ele era como eu. Fingia sol e depois chovia. Fingia azul e depois acinzentava-se. O que mais eu poderia dizer? Abaixei o olhar e me deparei com aquela folha de papel.

Branca. Vazia.

Faltavam dez minutos

Peguei a caneta e encostei minha cabeça na mesa. Escrevi o que eu deveria. Não senti. Existia apenas. Era indolor e por isso, ninguém se importava. Estavam muito preocupados com... Com nada. Mas escreviam. Mexiam nos cabelos. Roíam unhas. Apagavam. Saiam. Entravam. Tossiam. Existiam. E as coisas eram assim. Simples assim. Elas deveriam?

Só que...Merda! Eu não deveria pensar. Levantei a cabeça e voltei-me à janela, ao céu. O horizonte tinha alguns prédios. Um deles me chamou a atenção. Era cinza e parecia ser feito de blocos. Se olhasse rapidamente, seria uma sombra. Ele desaparecia. Contudo eu o olhava fixamente. Era engraçado. Seu formato irregular. Sua cor escura. Ele era diferente.

Faltavam cinco minutos.

Eu gostei tanto dele que desenhei-o. Na folha mesmo. Não que fosse boa nem nada. Eu só fiz uns traços. Depois reli o que tinha escrito, foquei-me igual aos outros. Parei de pensar. Entreguei a prova e saí sem olhar para prédios ou para o céu. O tempo havia acabado.


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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que tenham gostado. Comentem, se der. Beijos e até Ç: