Três vezes amor escrita por juhjackson
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal.
Bem, uns anos atrás eu costumava fazer one-shots, não sei dizer se boas, e não sei também se é o meu forte. Mas eu espero mudar esse meu conceito.
Espero que gostem, boa leitura.
-Eu não quero dormir, papai! Todos os dias você me faz querer dormir sem eu querer dormir e eu acabo dormindo, mas não quero dormir!
Percy parou por um segundo, confuso.
-O que?
Sua filha suspirou, revirando os olhos.
-Você é muito lerdo papai, um cabeça de algas mesmo – ele riu, observando sua filha olhar para ele com os olhos da mãe.
-E você está dando uma de espertinha, porque nós dois temos que dormir porque já está tarde, e você sabe disso...
Sua filha era linda, olhos verdes iguais ao do pai. Era de um gênio forte e sempre que podia estava dando lições de moral no pai, como uma adulta. Era igual à mãe, adoravelmente chata. Julgavam todos que ela seria muito poderosa, mas Percy não estava pensando nisso. A única coisa que queria era que a filha tivesse uma vida normal. Ela suspirou, olhando para o pai.
-Tudo bem, mas você poderia me contar uma história, não é mesmo? Para eu poder dormir – ele fingiu pensar e depois passou a mão nos cabelos da filha.
-Que tal quando o papai enfrentou o deus Ares sozinho? Ou quando me fizeram cumprimentar um cachorro?
-Mas a gente tem que ser educado com todos os bichinhos- ela riu, e depois parou para pensar um pouco – Não papai, eu quero uma história de amor dessa vez. Amoooorrrrr...
Ela fingiu dar uns beijinhos, e Percy já se sentia meio com ciúmes por quando ela crescesse e fosse realmente à vez dela. Mesmo assim, sentou-se ao lado da filha na cama.
-Que história de amor? Eu não sou bom para contar coisas de livro, leio tudo errado... Você sabe.
-Mas não precisa ser de livro papai, conta a história de como você e mamãe começaram a se amar – ela se virou, agora interessada. Percy deu um sorriso malévolo, pensando em como faria isto de forma interessante.
-Tudo bem! Eu vou contar três histórias, e você vai ter que adivinhar qual a história é a verdadeira, pode ser?
Ela bateu palmas, feliz.
-Sim! Pode ser!
Percy riu ao seu lado, e depois pensou antes de começar.
Olha, a verdade é que eu conheci sua mãe num lugar muito, muito distante... Onde ninguém pode ir sem ser chamado, digamos assim. Era um lugar que eu nunca havia conhecido, e era muito conhecido por ser um exílio.
Sua mãe estava linda, numas vestes brancas e ficava cuidando de mim. Ela gostava de me chamar de “meu herói” e depois de alguns dias com ela, eu queria muito mesmo ficar naquele lugar para sempre com ela. Cuidando das flores, e das plantas, e ver o sol se pôr.
Sua mãe me levou para a “casa” dela, que eu me apaixonei assim que vi, e a flor que ela me deu, azulada, eu guardo até hoje em casa.
-É verdade! Você tem uma flor azul... Papai, você e mamãe...
-Ei, você tem que ouvir as outras histórias, sabia?
-Mas você disse que ela era linda...
-Mas pode ser outra pessoa, querida – Percy sorriu – O papai conheceu muitas garotas bonitas na adolescência.
-Mas bonitas igual à mamãe? Pff.
Percy a parou.
-Eu vou continuar... Com a segunda história tudo bem?
Tá olha... Eu conheci sua mãe na verdade numa missão. Foi uma loucura, eu estava precisando ir bem nessa missão e estava atrás de uma pessoa que o papai amava muito, e então eu encontrei essa garota, que assim como eu conseguia ver monstros e coisas gregas. Aí o papai ficou muito confuso, porque essa garota parecia ser normal.
Nós ficamos muito, muito amigos, e por um longo tempo o papai a usava como refúgio para o estresse que tinha no acampamento. E era legal, sabe? Eu me sentia calmo e seguro, e ela sempre tentava me tirar deste mundo de loucuras que eu tinha.
Nós nos beijamos quando eu fui para a minha missão mais importante, e foi assim que eu estraguei o capô do carro do seu avô.
-Vovô sempre reclama que você estragou o carro dele mesmo – ela riu – Eu acho que já sei qual a história verdadeira, papai.
-Ei, espera – ele riu um pouco – São três histórias, lembra? Você não quer ouvir a terceira?
A filha já estava quase dormindo.
-Não papai, estou com muito sono. E eu já sei qual a verdadeira. Amanhã você me conta a última.
Percy riu, olhando para os olhos sonolentos da filha.
-Tudo bem, boa noite.
No outro dia, assim que acordou a filha de Percy veio animada pela cozinha enquanto o pai fazia o café da manhã. Sentou-se no balcão e perguntou.
-Qual a terceira história, papai?
Ele riu enquanto fazia panquecas.
-Você me disse que já sabia qual era a verdadeira história – ele riu. Ela revirou os olhos.
-E já sei, mas você tem que contar do mesmo jeito.
Ele arqueou uma sobrancelha, colocando mel nas panquecas.
-Tudo bem...
Quando conheci sua mãe, eu estava dormindo... Quer dizer, eu abri os olhos e a vi na minha frente, me olhando como se eu fosse um alienígena. A primeira coisa que sua mãe me disse foi romântico: “Você baba enquanto dorme”. Eu vou te dizer, por muito tempo eu fiquei com um pouco de raiva da sua mãe, era metida à sabichona. Mas quando eu a vi pela primeira vez na minha frente me apaixonei totalmente. Eu só não gostava de admitir.
Nós fomos amigos por muitos anos e às vezes o papai era meio lerdo para falar o que realmente sentia. Nós nos beijamos no meio de uma missão e depois no fim de outra missão. Sempre que eu a via, por anos, o meu coração disparava e eu ficava nervoso. Sua mãe me deixava nervoso...
-Papai – a filha deu um sorriso – Eu com certeza já sei qual é a verdadeira história.
Percy parou de pensar por um segundo, e depois olhou para filha.
-Ah, é mesmo? E qual você acha que é?
Ela sorriu.
-Eu vou contar por partes – ela murmurou – Primeiramente, foi à única história que você não disse “na verdade” ou “a verdade é” que você sempre fala pra querer me convencer que é verdade sendo que não é. E depois, foi à única história que você disse que era apaixonado pela “mamãe” e outra, se eu não tivesse te parado você continuaria a falar e falar. É claro que é a terceira história, eu já sabia que era antes de você contar.
O pai cruzou os braços, rindo.
-É mesmo? Você sabe que na verdade, eu já sei que sua mãe já te contou essa história? Sua espertinha.
A filha riu, com as bochechas rosadas ficando ainda mais vermelhas. Os dois ouviram um barulho na porta, e pararam de brincar para olhar naquela direção. A filha saiu correndo quando viu a cabeleira loira da mãe.
-Mamãe! – ela gritou se jogando encima dela. Annabeth agarrou a filha no ar, rindo.
-Que saudades minha linda - ela deu vários e vários beijos na bochecha dela. Rindo em seguida.
-A sua viagem pareceu uma eternidade. Papai não parava de falar sobre você – Percy semicerrou os olhos, fingindo estar bravo com a filha.
-É mesmo? Mas eu não parava de pensar em vocês nem um segundinho – ela riu enquanto encarava Percy. Ele sorriu de volta para ela, realmente... Uma semana havia parecido uma eternidade.
-Que tal você comer aquelas panquecas com um cheiro maravilhoso e a mamãe vai tomar um banho e come com você depois? O que você acha? – a filha ficou animada, batendo palmas.
Percy pegou as malas de Annabeth, colocando-as no quarto e a loira fechou a porta, beijando-o em seguida. E como Perseu estava com saudades daquele beijo, os dois se separaram ofegantes como um casal de adolescentes.
-Espero que você esteja falando muito, muito bem de mim, Sr.Jackson – ela passou a mão por sua blusa de botões, olhando em seus olhos verdes em seguida.
-Estava contando algumas histórias de amor... Pra ela descobrir qual era a nossa – Annabeth tirou seu blazer cinza, andando até o banheiro.
-É mesmo? E ela descobriu?
Percy riu.
-Claro, você já tinha contado a verdadeira para ela – Annabeth riu, olhando para baixo em seguida.
-Bem, mas e as outras historias? As falsas? Você por algum motivo queria continuar com elas, ou talvez ter parado a verdadeira em algum momento?
Percy deu um meio sorriso enquanto franzia as sobrancelhas, seus passos até a esposa foram lentos. Sua mão a puxou pela cintura.
-Aquelas histórias eram realmente falsas... Não existia amor ali, porque em todo o momento eu pensava em você. Era só um pedaço da nossa, um pouco mal escrita pra você, é claro. Mas um pedaço.
Annabeth passou seus braços pelo pescoço de Percy, beijando-o mais uma vez. E foi ali, depois de dez anos de relacionamento, que ela descobriu que Perseu nunca havia gostado de Calypso ou Rachel. Sempre foi ela, e sempre seria ela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, é isso. Espero que tenham gostado, porque se sim pretendo escrever mais one-shots.
XOXO.
Julia.