Our Life escrita por LalinhaRR


Capítulo 1
Capítulo 1 - Nós Aguentaremos?


Notas iniciais do capítulo

Minha segunda shot, estou postando rápido, pois ainda tenho que ir trabalhar hoje, mas provavelmente amanhã quando postar o outro capítulo eu coloque uma foto de Will e Laura... Kissus aproveitem.



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– Olá Jennifer.

– Olá Stiles, tudo bem?

– Comigo sim, mas esse campeão aqui teve febre à noite inteira e como melhorou e ele não quis faltar à escola hoje, então, - disse enquanto vasculhava minha pasta atrás do remédio dele. -Agradeceria se você o lembrasse de tomar o remédio às dez horas, por favor.

– Pai eu já falei que estou bem.

Já iria começar meu discurso novamente para Will quando Jennifer interrompeu.

– Mas Will, você tem que tomar o remédio para não voltar a ficar com febre e assim vir para a escola.

Ela falou tudo aquilo acariciando os cabelos dourados de Will e olhando em seus olhos castanhos-esverdeados, com sua pele alva brilhando no sol da manhã de tão branca.

– Tudo bem tia Jen.

– Ele nem se despediu, - falei enquanto via Will correndo para dentro da escola para guardar sua mochila. – Acho que meu filho tem uma queda pela senhora.

Ela vira para trás e vê quando ele está voltando para o pátio para brincar antes de o sino bater.

– Seu filho é um ótimo menino, - outra criança entra cumprimentando-a e ela para de falar, despois me encara e olha o fundo dos meus olhos, e mesmo que pareça loucura senti ali que ela queria pegar minha alma e arrancar meus segredos à força. – Tenho certeza que você e Derek estão super orgulhosos.

Apenas sorri e lhe entreguei o remédio que já estava na minha mão seguindo em direção ao meu Jeep azul estacionado do outro lado da rua, não me sentia muito bem quando ela falava do meu marido, já que no passado ela foi uma das razões para demorarmos tanto a ficarmos junto. Entrei em meu Jeep e fui para o Laboratório de Pericia Criminal de Beacon Hills, trabalho nessa área ha dois anos e, portanto ainda não posso sair para verificar a cena de crime exatamente, e ainda bem já que tenho pavor em ver sangue.

Derek trabalha em uma concessionaria como gerente, cursávamos a mesma faculdade, mas ele fazia Administração e eu fazia Bioquímica, pois apesar de algum dia eu poder ser enviado a campo, prefiro ficar fazendo pesquisas que encomendam para mim no laboratório.

Nunca nos demos muito bem, minha melhor amiga, Lydia, namorava com Aiden que era um dos amigos mal encarados de Derek então tínhamos alguma proximidade, mas não muita já que na maioria das vezes em que nos encontrávamos trocávamos farpas, estava começando o terceiro semestre do meu curso, enquanto Derek já estava no quinto, meu ficante, Josh, havia me trocado pelo irmão do Aiden, Ethan, e então naquela noite bebi muito mais que meu organismo poderia aguentar e apenas me lembro do dia seguinte, acordar nu ao lado de Derek Hale, também nu, no quarto dele na fraternidade Beta Gama Phi, ao qual ele era o líder.

Passamos um mês e duas semanas sem nem ao menos olhar um para a cara do outro e, por incrível que pareça sempre que eu decidia encara-lo via que ele estava olhando para mim, pois apesar de me lembrar de pouca coisa, que fui recuperando ao longo da semana, lembrava que havia transado com ele e que ele havia me dito que era apaixonado por mim, mas dava para perceber que por mais que ele estivesse menos bêbado que eu, não estava em seu juízo normal, Jennifer continuava correndo atrás dele, até que em uma tarde ao qual eu não tinha aula e estava sentando na cafeteria da faculdade lendo um dos livros do meu curso e bebendo café com os fones no ouvido, ele chegou ao meu lado, logicamente me assustei e como sou desastrado quase cai da cadeira, mas consegui me equilibrar a tempo de ver um pequeno sorriso brilhar nos lábios dele, naquela tarde, ele queria me pedir desculpas por tudo que havia acontecido desde que nos conhecemos, que se sentia culpado por praticamente abusar de mim, já que eu estava quase em coma alcoólico, e continuou dizendo que apesar de ter bebido um pouco acima do normal naquela noite tudo que ele me falou era verdade e que gostaria de ter uma chance comigo, pelo menos tentar consertar tudo de ruim que ele havia feito, mostrar que ele poderia ser mais do que um cara mal educado e carrancudo que da patadas em todo mundo apenas por lhe dar Bom Dia.

Decidi que não haveria mal tentar alguma coisa com ele, e a partir dai começamos a nos dar bem, lógico que ainda havia alguma troca de farpas aqui e ali, mas nada tão corriqueiro, após três meses começamos um relacionamento sério, e após ele concluir o curso, voltou para Beacon Hills e lá começou como estagiário da secretaria, subindo de cargo cada vez mais, graças aos seus esforços.

Algumas vezes ele me visitava na faculdade, já que eram apenas duas horas de viagem, e em uma dessas visitas ele me propôs para moramos juntos, ele já tinha um apartamento e estava querendo comprar uma casa, dando o apartamento como entrada, eu aceitei.

Faltavam apenas dois meses para a formatura e algumas coisas que eu não mais usava já estavam encaixotadas e Derek as levando para o apartamento. Dois meses após a minha volta ele me pediu em casamento e nos casamos seis meses depois, dando certo com a data de entrega de nossa casa, quando estávamos a dois meses de nos casarmos fomos ao orfanato e vimos Will e Laura, filhos dos mesmos pais que foram mortos em uma tentativa de assalto enquanto os pequeninos estavam na casa da tia, ninguém quis ficar com eles, na época Will tinha seis anos enquanto Laura iria completar dois. Entramos com os papéis de adoção e apesar de ter sido um pouco difícil, por causa do nosso relacionamento conseguimos a guarda definitiva deles após seis meses, hoje Will já está com dez anos enquanto Laura completou seis a um mês atrás.

Levamos uma vida bastante simples e nos dividimos para fazer as tarefas de casa e quanto a levar as crianças na escola, como Derek só entra no serviço as nove e sai as seis, ele leva Laura, e eu levo Wil já que entro às sete e meia. Fico no laboratório até as quatro e pego Wil primeiro, já que a creche de Laura fica no caminho de casa.

– Oi Jennifer. – a cumprimento vasculhando o pátio atrás do meu pequeno e estranhando não acha-lo. – Onde está Will?

– Pensei que Derek havia lhe avisado. – ela fala com uma confusão se formando em seu rosto.

– Avisado o que? - desisto finalmente de procura-lo e encaro a mulher a minha frente com uma cara de espanto, que deve ter sido mais engaçada do que planejei já que ela abafou um pequeno riso.

– Ele me falou que saiu mais cedo do trabalho e por isso decidiu pegar as crianças.

Não fiquei com ciúmes, mas sim com raiva, por que ele havia saído mais cedo do serviço e não havia me avisado? Acho que nossas constantes brigas estão começando seriamente a interferir em nosso relacionamento.

– Obrigado Jennifer.

– Até segunda.

Encaminhei-me para o meu Jeep pensando em na nossa situação atual, não sei o que está havendo para brigarmos tanto e por motivos tão fúteis. Tudo começou há dois meses quando após a nossa festa de casamento, que Lydia junto com Aiden, haviam preparado, ela havia me avisado e como nos últimos dias Derek estava chegando tarde do trabalho por causa de sua promoção para gerente decidimos que faríamos surpresa, Will e Laura ficariam com meu pai e Melissa, que decidiram que merecíamos aquilo, afinal eram seis anos de casados. Quando ele chegou logicamente sorriu, dançou, bebeu, mas sempre que eu tentava chegar perto dele, ele despistava e ia para o outro lado da sala, não entendi, e por isso decidi deixar para lá não queria estragar a festa apenas por que Derek estava de tpm, após todos terem ido embora, terminamos de arrumar a casa em silencio ele subiu enquanto eu terminava de levar o lixo para fora, quando subi para o quarto ele estava terminando de sair do banho com uma toalha enrolada na cintura e outra alisando os cabelos para seca-los, me aproximei e tentei tocar-lhe, ele simplesmente me afastou falando que estava cansado, por causa do trabalho, que todo dia estava chegando tarde e tudo o que queria era se atirar na cama e hibernar, discutimos por alguns minutos até que ele se cansou de me ouvir ir contra tudo o que ele dizia e simplesmente vestiu uma boxer branca, uma blusa de moletom azul junto com a calça, pegou o celular, os fones e se deitou do lado esquerdo virando a cara para a parede, eu desisti e fui tomar banho, aquela foi nossa primeira briga séria, tanto que ficamos sem nos falar por dois dias, falávamos apenas o necessário.

Virei à esquina para minha casa e vi que o Tesla preto do meu marido estava estacionado na calçada antes da garagem, estacionei meu Jeep ao lado, e antes de sair tentei me acalmar pensando em outras coisas, mas sempre me voltava cabeça, por que ele não me avisou? Desisti, não conseguiria me acalmar e nem chegar a nenhuma conclusão óbvia, pois nem nossa discussão de ontem por causa de um cara que veio me pedir informações no supermercado junto com sua esposa poderia ser considerado motivo para tal. Sai do carro e fui para a porta da frente, girei a maçaneta e vi que estava destrancada, e quando entrei pensei que eles haviam saído, novamente sem me avisar nada, pois a casa estava silenciosa demais, de um jeito que só fica quando Derek está sozinho em casa, por que sou desastrado o bastante para não peitar em nada quando estou em casa sozinho. Decidi procura-los, pois sei que meu marido não deixaria seu carro do lado de fora se ele tivesse saído, apesar de morarmos em uma das partes mais pacificas de Beacon Hills não podemos arriscar, olhei na lareira que ficava no lado direito da porta, na cozinha aproveitei e dei uma olhada no quintal, voltei e quando ia subir as escadas para verificar os quartos, ouvi um barulho baixo, porém mais alto do que estava quando cheguei em casa, me encaminhei a sala passando novamente pela lareira e vi uma cena que me faz lembrar por que o amo, e amo a vida que levamos, Derek estava deitado no chão, com uma almofada embaixo de sua cabeça, com Laura, que ainda estavam com os cabelos pretos em maria-chiquinha e com sua pele sempre mais bronzeada que a de Will, com seus olhos verdes fechados e ressonando sobre seu peito e Will em seu braço direito que ficava mais perto da televisão ao qual o Bob Esponja estava conversando sozinho, procurei o controle e vi que Will estava deitado parcialmente sobre ele e deveria ter aumentado o volume, retirei lentamente o controle e desliguei a televisão, após alguns minutos admirando aquela cena me encaminhei para o quarto e tomei um banho relaxante, pois apesar de amar o que faço não posso negar que é bastante cansativo.

Após o banho, coloquei uma camiseta branca e um short jeans que ia até os joelhos, calcei meus chinelos e desci as escadas para arrumar a bagunça da cozinha, mas antes chequei meus pequenos, e estava tudo bem, Laura continuava ressonando em cima de Derek e Will havia virado e se aproximado mais do peito do pai, fui para a cozinha e antes de começar a arrumar tomei um copo de leite gelado, peguei meu celular e os fones que estavam no bolso do short coloquei aleatória e comecei a arrumar conseguindo finalmente deixar e lado um pouco essa historia do Derek, lavei todas as louças do café da manhã, e coloquei para secar, limpei o fogão as bancadas que ficavam em frente ao lado da pia e fui para sala de jantar, limpando a mesa, varri todo o chão, menos a sala com medo de acorda-los e depois joguei água na cozinha, e quando estava terminando de secar ele entra com Laura nos braços e a cabeça dela encostada em seus ombros, que apesar de já estar com seis anos ainda é muito manhosa.

Vejo-o balbuciar alguma coisa e me recordo que ainda estou com os fones no ouvido e em uma altura digamos meio inusitada.

– Desculpe – falo enquanto retiro os fones e o rodo fica encostado a mim.

– Não vi quando você chegou.

Guardo meus fones no bolso e volto a enxugar o chão.

– Estavam dormindo tão tranquilamente que decidi não atrapalha-los. – o vejo colocar Laura no chão e se aproximar de mim, coloca uma mão em meu queixo e sou obrigado a olha-lo me dando um breve selinho e depois abrir um largo sorriso daquele que só ele sabe dar mostrando todos os seus perfeitos dentes brancos alinhados, fazendo meu coração se aquecer e me perguntar por que o amo tanto? Essa pergunta poderia ser respondida apenas pelo jeito como eu fico depois que ele me beija, quando me faz surpresas, quando prepara meu prato preferido e principalmente como eu acordo após uma noite de amor com ele.

Deixo o rodo de lado após ter terminado de enxugar o chão e vejo-o retirando um pouco de carne do congelador para poder preparar o jantar.

– Papai. – Laura diz esticando um bracinho para mim enquanto coçava os olhos com o outro, prontamente a pego e a sento na bancada em frente ao fogão e começo a distribuir beijos enquanto ela não sabia se reclamava ou ria, no fundo também ouço a risada contida de Derek que estava esperando a carne descongelar no micro-ondas.

– E Will?

Pergunto enquanto desço minha pequena da bancada e me encaminho para pegar um copo.

– Continua dormindo, levei ele para o quarto.

– Ele tem o sono mais leve que o da Laura, mas também quando apaga.

Ele apenas assentiu, após tomar a água que havia pegado na geladeira deixo o copo na pia e vi que Laura havia saído, fui atrás dela e a encontrei na sala sentada no sofá, totalmente desperta.

– Quero assistir.

– E eu quero ser rico.

Ela me olha com uma cara confusa e não tem como não rir, mas logo me recupero, pois ela havia cruzado os bracinhos e fazia um pequeno beicinho.

– Você sabe muito bem que não está na hora de assistir, vá pegar sua mochila para fazermos as tarefas.

– O papai Derek falou que só faríamos tarefa depois do jantar.

– Depois do jantar você vai querer brincar, e depois dormir não sobrando tempo para a lição, por isso vá pegar sua mochila.

Ela sai com um bico que só não é maior por que seus lábios ainda são pequenos, pego meu celular e checo as mensagens que haviam chegado algumas pesquisas que teria que fazer no outro dia e me lembro de que tenho que fazer um relatório ainda hoje para Jackson, semana complicada que estou tendo, Laura chega com a mochila nas costas e começar a retirar o caderno e os lápis, haviam dois papeis colados com atividades então ensinei o que precisava e após alguns minutos Will vem para a sala com cara de sono pior que a de Laura e deita a cabeça em minhas pernas.

– Ei campeão fica acordado. – falo enquanto acaricio seus cabelos.

– Ah pai, só mais um pouquinho.

– Não tá na hora de acordar, vai pegar seus materiais para fazermos a tarefa.

– Mas o papai...

– Derek falou que só fariam depois do jantar, já ouvi isso, mas tenho certeza que você não vai querer fazer depois do jantar quando o Papai e Laura estiverem brincando.

Vejo Derek me encarando do arco que separa a sala da lareira, enxugando as mãos com um pano de prato.

– O jantar fica pronto em dez minutos. – vira e sai como se fosse apenas mais uma obrigação que ele tivesse cumprido

– Viu, vai pegar seu material.

Ele vai contra a vontade, mas vai termino de ajudar Laura com alguns desenhos e quando Will volta, o ajudei com algumas lições de História e Geografia, até que Laura terminou, recolhemos os materiais e fomos para cima e a levei para tomar banho enquanto eu escolhia sua roupa e guardava seus materiais, terminei e ela já vinha para o quarto se trocar, quando saio de seu quarto vejo Will subindo o último degrau da escada.

– Terminou?

– Sim capitão. – ele diz batendo continência, imitando Derek, que fala comigo desse jeito quando estou com raiva por causa da bagunça que ele faz quando está brincando com as crianças.

– Engraçadinho você hein. – pego ele pelas pernas e coloco sobre meus ombros com a cabeça para baixo , o levo para seu quarto com ele rindo e gritando.

– Para pai.

– Você não pensou quando me chamou daquele jeito e por isso agora merece punição.

O jogo contra a cama e me ajoelho ao lado da mesma fazendo uma cara de malicioso e começando minha tortura, uma chuva de cosquinhas no tórax e pescoço, sorrio por como ele clama para eu parar e após alguns segundo decido dar um fim aquela tortura.

– Vai me chamar de alguma outra coisa que não seja papai de novo.

– Com certeza não. – ele diz tentando controlar a respiração.

– Então....

– O jantar vai esfriar. – Derek diz encostado no batente da porta.

– Já estamos indo, - falo o encarando. – Anda campeão vai tomar banho.

– Tá bom papai.

Ele diz se levantando e pegando a tolha na cadeira da mesa que está ao lado da porta, passa por Derek que dá um sorriso e um beijo em sua bochecha e se encaminha para o banheiro, levanto do chão e bato um pouco de poeira dos meus joelhos e quando olho de novo Derek não está mais lá.

Desço e me encaminho para a cozinha, notando que ele está dando agua para Laura, já que o bebedouro fica acima de sua altura, me dirijo para o gabinete ao lado da pia e pego pratos e os coloco em cima da bancada ao lado do fogão, com alguns talheres. Termino de colocar a mesa e Will vem entrando já de banho tomado e com uma blusa do Batman e short jeans.

Ele coloca comida para Laura enquanto eu coloco para Will, que é meio enjoado, por causa de sua intolerância a glúten e alguns outros tipos de comida, por isso tentamos ao máximo deixar o prato dele apetitoso. Depois de servidos fomos para a mesa e Laura contava animada como foi o dia na escola enquanto Will também falava sobre seu dia, disse que uma coleguinha havia lhe dado um beijo na bochecha por ele ajuda-la com a lição em classe, eu e Derek apenas nos encarávamos de vez em quando, mas pronunciávamos alguma coisa apenas em relação ao dia de nossos filhos, após o jantar arrumei e mesa e coloquei as louças na pia para lavar, enquanto Derek ia para a sala assistir com nossos pequenos, durante esse tempo na cozinha tentei relaxar ao máximo, meu clima com Derek não estava tão tenso para que nossos filhos pudessem sentir, mas também nos dois sabíamos que não estava bom e que mais tarde iriamos conversar, estou torcendo para que essa conversa seja amigável.

Terminei de arrumar a cozinha e fui para a sala, Laura estava brincando de Lego, ela ama, com Derek e Will estava assistindo baseball, peguei o notebook e comecei a fazer minha pesquisa sobre três assassinatos que ocorreram há sete anos, já haviam ocorrido outros dois com as mesmas características e o mesmo jeito de marcar a vitima, essa semana estava mais que atribulada no laboratório, algumas vezes parava minha pesquisa e ficava observado Derek brincando com Laura, não havia duvidas que eu o amasse, porém não sei o que esta acontecendo para as coisas entre nos terem esfriado tanto, já faz três dias que ele não me toca com aquela urgência, como se precisasse de mim para sobreviver, eu sei que eu preciso dele.

Quando notei já se passavam das nove e meia, Laura já bocejava e Will estava firme apesar de suas olheiras começarem a aparecer e ele estar com os olhos pequenos.

– Vou colocar Laura para dormir e depois vou para o quarto.

– Tudo bem, - ele me deu um selinho, provavelmente aproveitando a calmaria antes da tempestade. – o jogo acaba agorinha e eu levo Will para a cama.

Ele assentiu, fazendo Laura recolher seus brinquedos e guardar em um compartimento da rack, logo após pegando ela em seus braços e fazendo com que ela me desse um beijo de boa noite, terminei minha pesquisa cinco minutos antes do jogo acabar e notei que Will havia deitado no sofá e estava cochilando, desliguei a televisão, guardei o notebook junto com minha pasta e peguei meu garotão para leva-lo para o quarto. Subir as escadas com uma criança de dez anos para alguém magrelo como eu não é tão fácil, mas pior foi colocar nele a roupa do pijama, mas após oito minutos pude finalmente dar um beijo em sua testa e ir para meu quarto, liguei o ar e sai indo rumo a primeira porta à esquerda que era de nosso quarto, que era todo pintado em uma azul quase preto, com uma cama no meio de duas janelas em frente à porta, com duas mesas de cabeceira uma de cada lado, um closet no lado direito, enquanto o banheiro ficava no lado esquerdo, com a escrivaninha uma pouco mais a frente da porta do banheiro e uma tv em frente a cama, mal atravessei a porta do quarto Derek já me encara fechando seu livro e cruzando os braços.

– Por que me desautorizou daquela forma na frente das crianças?

– Ah, por favor, deixa pelo menos eu tomar um banho antes de ter um de seus ataques de tpm.

O respondo terminando de fechar a porta e me encaminho para o closet tentando achar uma toalha.

– Me responde.

Ele fala e noto que ele já está nervoso, pelo menos mais que antes.

– Por que não me avisou que saiu mais cedo do trabalho?

Pergunto o que finalmente me atormentou durante todo o dia, já havia saído do closet com a tolha em meus antebraços e com eles cruzados sobre meu peito.

– Não me venha com outra pergunta Stiles.

– Por que só eu que sou obrigado a dar as explicações por aqui, - exclamo com os braços abertos, para dar mais ênfase ao que falava. – Gastei uma gasolina que não precisaria ser gasta se você tivesse feito apenas a porcaria de uma ligação, mas não você tinha que me deixar ir pegar meu filho e ainda ter que encarar a cara de vitoriosa daquela bruxa metida à professora.

– Por que ela está no meio da nossa discussão agora? Eu me lembro de apenas querer saber por que você não deixou nossos filhos fazerem a lição após o jantar? Como espera que eles me respeitem sendo que sou desautorizado dentro da minha própria casa, pelo meu marido.

Apesar da discussão, mantínhamos nossa voz a um nível razoável, para não acordamos nossos filhos.

– Pois você sabe que eles ficam bem enjoados após comerem, tem certeza que conseguiria fazer com que eles aprendessem alguma coisa.

– Você de novo duvidando da minha capacidade de pai, que eu me lembre, nem eu ou você tivemos alguma experiência para sermos considerados experts nesse assunto.

– Não estou duvidando da sua capacidade de ser pai, apenas sei que você não aguentaria os olhinhos grandes de Laura lhe pedindo para brincar enquanto Will fingiria fazer a lição no sofá, até porque a televisão estaria ligada e ele não estaria prestando atenção nos cadernos.

– Está falando que não sei cuidar dos meus filhos? – ele me olha com um olhara assassino e noto que já estamos bastante alterados, não na voz, na paciência.

– Não coloque palavras na minha boca.

– Mas é o que você está falando, mesmo que seja por entrelinhas, para sua informação conseguiria sim colocar os dois para fazerem a lição enquanto você ficaria com a cara enfiada naquela merda de computador mais interessado em trabalho do que seus próprios filhos.

– Está falando que não dou atenção para meus filhos? – agora o olhar assassino é meu.

– Não tanto quanto eles mereciam.

– Talvez devesse chamar aquela professorazinha para cuidar deles então, quem sabe ela tem mais tempo, ou então tenho certeza que como é para você eu duvido que ela lhe negue.

– Talvez você tenha razão.

O encarei incrédulo após essa afirmação, como ele tinha coragem de dizer aquilo, por mais que a adoção de Will e Laura foi uma decisão repentina havíamos conversado muito sobre isso antes e durante o processo, e agora ele me fala que uma bruxa vadia e melhor para cuidar de nossos filhos do que eu, às vezes odiava a sinceridade do meu marido, por isso tomei essa decisão, que já vinha matutando há algum tempo.

– E que tal se nos dermos um tempo?

– Conseguira sobreviver sem mim?

– Se você não notou, não tem sido um marido muito presente.

– É isso que você quer?

Ao final dessa pergunta meu coração gritou prontamente que não, até porque estava largando o homem da minha vida dando sopa para qualquer uma, mas graças a Deus minha voz não falhou quando simplesmente lhe respondi.

– Sim, é isso que eu quero.

Ele umedeceu os lábios uma vez enquanto sua cabeça estava para cima, como se tentasse conter alguma coisa, quando ele se recuperou começou a caminhar até o closet, não vi o que ele estava fazendo, mas deduzi que havia pegado uma de suas mochilas e estava colocando algumas roupas dentro, depois o vi já vestido, com uma camisa manga longa preta e sua calça de moletom também preta caminhando para o banheiro e de lá pegando algumas outras coisas, eu nesse tempo todo quis impedi-lo de fazer qualquer coisa, impedi-lo de pegar as roupas, impedi-lo de pegar os objetos de higiene, mas a parte que mais fraquejei foi quando o vi depositando sua própria cópia da chave em cima da mesa de cabeceira e pegando em uma das duas gavetas a de seu antigo apartamento, que ele havia conseguido recuperar, as lágrimas que transbordavam em meus olhos ameaçavam cair, mas prometi a mim mesmo não derrama-las na presença dele.

Ele já estava na porta quando decidiu voltar, me deu um beijo na testa e a primeira lágrima desceu sem a minha permissão quando senti mais uma vez o encontro de seus lábios com minha pele, colocou uma mão na minha bochecha limpando a teimosa que havia caído e murmurou como um segredo.

– Eu te amo. – vi duas teimosas também saírem de seus olhos, uma de cada lado e respondi a pergunta silenciosa que ele me fez.

– Eu te amo.

Deu mais um beijo demorado em minha testa, fazendo com que mais duas lagrimas rolassem e finalmente saiu, vi antes ele ir no quarto de nossos filhos e apenas sai da minha posição quando não ouvi mais o som de seu carro, primeiro chorei como se não houvesse mais amanhã, derramei todas as lágrimas que segurei durante esses meses que passamos brigando, sentei no chão e abracei meus joelhos, já sentindo falta da mão de Derek pra me consolar, eu o amava não tinha duvida disso, mas precisava recolocar as ideias no lugar e ele também, retirei meu celular e os fones antes de ir para o banheiro e os coloquei na mesa de cabeceira retirei minhas roupas e as coloquei no cesto entrando logo em seguida no boxe, enquanto a água lavava meu corpo deixei mais e mais lagrimas irem embora junto dela, que devido a temperatura estava maltratando bastante meu corpo, após criar coragem para sair, fui procurar alguma roupa para vestir, e quando entrei no closet vi que ele havia deixado algumas peças de roupa ali, como se soubesse que eu precisaria, não hesitei em vestir uma boxer preta dele junto com uma camisa vermelha de manga longa, me deitei em seu lado da cama me permitindo sofrer em silencio, me cobri e fiquei ali soluçando me lembrando de todas as palavras proferidas por ele, sei que a paciência do meu marido não é muita, e eu até posso aguentar algumas coisas quando ele chega estressado do serviço, mas não lhe dá o direito de falar que preferia uma bruxa cuidando de nossos filhos. Sou tirado de meus devaneios quando vejo um pequeno garotinho de cabelos cor de mel caminhando para minha cama, com um pijama do Batman e uma pelúcia do Hulk em mãos e esfregando os olhinhos, ele se deita em minhas costas e passa um braço por cima de mim até encontrar minha mão e entrelaça-los, me dá um beijo na bochecha e começa a fazer cafune em meus cabelos, por mais que Will tenha o sono pesado depois que durma, ele sempre acorda quando preciso dele.

– Nós te acordamos?

– Não, papai Derek que falou que ficaria alguns dias fora de casa e que por isso eu precisaria proteger o amor dele.

Sorri e me deixei chorar mais um pouco aconchegando minha cabeça no travesseiro de meu marido.

Dizer que eu acordei no outro dia seria uma completa mentira, não toltamente, pois dormi durante uma hora nos braços de Will, logo depois acordei e não consegui mais pregar os olhos, só que também não chorei, apenas fiquei remoendo tudo que havia acontecido dentro de mim, será que eu teria que pagar eternamente por tentar fazer uma surpresa para o meu marido?

Levantei-me as seis e cinquenta e quatro e resolvi prepara um café da manha reforçado para as crianças, apesar de não estar muito feliz apenas ver Will babando em minha cama e Laura toda despenteada fazem meu dia valer a pena, apesar de ser desastrado dessa vez consegui levantar sem nenhum alarde deixando meu anjinho dormi mais um pouco, resolvi tomar um banho no banheiro do corredor, pois ainda havia energia negativa em mim e eu não poderia deixar isso transparecer em meu trabalho, pois sei que me atrapalharia, dessa vez tomei um banho gelado para despertar todos os meus sentidos, me deixar alerta e enérgico como sempre e pareceu funcionar, posso não ter saído renovado do chuveiro, mas com certeza pronto para enfrentar mais um dia.

Coloquei uma calça jeans preta e uma regata branca e por cima uma blusa xadrez preta e cinza, não tínhamos uniforme, a não ser o jaleco, peguei meu celular e os fones em cima da mesinha e me encaminhei para a cozinha, antes de colocar a mão na massa decidi fazer um pouco de café para mim, Derek não bebia café por isso já sabia a quantidade certa apenas para mim e às vezes para Laura que havia começado a compartilhar esse amor por café comigo. Decidi caprichar no café da manha, fritei alguns ovos e bacons, fiz um pouco de suco de polpa de laranja e fatiei alguns pedaços de queijos, colocando em um pires ao lado do suco.

Verifiquei o relógio e eram 07h25min, apressei-me em subir as escadas e primeiro fui chamar Will, abri as janelas e vi ele se remexer na cama, ele já está começando a não gostar de levantar cedo.

– Ei baixinho, - o chamei sacudindo levemente em suas costas, já que o mesmo estava deitado de bruços. – Está na hora de acordar.

– Só mais cinco minutinhos pai. – ele diz movendo sua cabeça para o outro lado e tampando-se com o cobertor.

– Se você não levantar agora eu vou fazer cocegas em você até você pedir por clemencia.

– O senhor não consegue.

Ele diz ainda enfiado de baixo das cobertas, mas notei o riso, mesmo não dando para ver nada.

– Então se prepare.

Joguei-me na cama ao lado dele e comecei a lhe apertar as costelas, ele remexia os braços freneticamente e tentava a todo custo se livrar de mim, mas não conseguiu magrelo tem que vencer alguém, mesmo que seja uma criança.

– Pai, por favor, para.

– Eu falei que só iria para quando ouvisse clemencia. – falei rindo de sua gargalhada, que contagiava até mesmo o velho mais ranzinza de tão pura e engraçada.

Em um gesto um tanto inesperado ele começou a se remexer tanto na cama que acabou caindo no chão, mas como não conseguia parar de rir, não conseguiu levantar e quando já estava com minhas mãos prontas para o ataque novamente ele clama.

– Por favor, pai, clemencia, piedade, tenha dó de mim.

Ele diz como se tivesse realmente sofrido tortura e isso me fez revirar na cama e cair ao seu lado fazendo ele gargalhar mais abertamente.

Após recuperarmos o folego, vejo Laura entrar no quarto esfregando os olhos com um pijama da todo rosa cheio de lacinhos brancos e pantufas rosas combinando, se aproximou e deitou em cima de mim.

– Bom dia princesa.

– Bom dia. –ela diz em um bocejo não aguento e aperto as bochechas dela.

– Para pai.

– vocês dois estão mega enjoados, - digo me levantado e batendo um pouco de poeira das minhas calças. – Agora vão tomar banho que o café já está pronto.

Will levanta e vai em direção ao banheiro do meu quarto, enquanto Laura vai para o corredor, aproveito para arrumar minha cama e depois saio para pegar a toalha deles, ao mesmo tempo em que uma mensagem chega em meu celular.

Passo para pegar Laura às 07:50.

E tudo que eu estava tentando evitar desde o banho voltou, mas havia prometido a mim que não choraria na frente das crianças, e iria cumprir. Entrego a toalha para cada um e escolho suas roupas as deixando em cima da cama e aproveitando para arruma-las, vejo Laura entrando no quarto e vou para o corredor espera-los, descemos juntos e quando chegamos à cozinha coloco Laura em um dos banquinhos e ajudo Will a se sentar em outro e começo a servi-los.

– Cadê o papai Derek?

Paralisei por meio segundo com a jarra de suco no ar e após me recuperar respondi naturalmente.

– Ele vai vir para te levar para a escola.

– E na onde ele está?

– Ele vai dormir por um tempo fora.

– Por que?

– Ele vai explicar quando estiverem indo para a escola.- suspirei aliviado quando ela voltou a prestar atenção no prato a sua frente. – Depois de terminarem de comer subam e escovem os dentes, okay? – Após eles assentirem os deixei comendo e fui para a sala, peguei a mochila de Will e levei comigo para arrumar seus materiais, passo no quarto dela e pego sua mochila com suas coisas devidamente arrumadas antes de descer passo no meu quarto e pego a chave do meu jeep e meu jaleco, quando cruzo a porta do meu quarto os vejo subindo e se encaminhando correndo para o banheiro, vou junto, pois Will não gosta muito de higiene bucal, vejo que ele está escovando direitinho e desço as escadas deixando as mochilas e uma mesa ao lado da escada, quando vou indo para a cozinha a campainha toca, vou sem nenhuma animação para a porta, olho pelo olho magico apenas para te certeza que é meu marido, e antes de abri-la respiro fundo querendo me controlar para não pular em seus braços e pedi-lo para voltar.

Quando abro a porta ele está com as mãos enfiadas na calça social com a cabeça de lado e abaixada e esfregando um de seus pés no chão, ele me olha e dá para notar que ele também não dormiu, seus olhos estão vermelhos e inchados sem falar de suas olheiras que por mais que não estivessem tão transparentes dava para se notar, todos esses fatores, mais a barba por fazer que sempre o deixava atraente, hoje estavam o deixando melancólico, triste, perdido, mas nada tão feio a ponto de deixa-lo com uma aparência ruim.

– Olá. - ele me cumprimenta e noto que tenta a todo custo não me olhar, mantendo sempre a cabeça abaixada.

– Derek, não somos estranhos, estamos apenas vivendo uma situação diferente, entre eles estão escovando os dentes.

Ele entra e fica encostado na parede, e eu vou para a sala pegar minha pasta e o notebook.

Quando volto vejo Will correndo em direção a Derek enquanto Laura está terminando de descer as escadas.

– Papai.

– E ai lobinho.

Derek diz se abaixando para pegar Will no colo e fica na mesma posição esperando Laura chegar, ela lhe dá um abraço de urso e fica parada encostada a sua perna, enquanto Will fala alguma coisa no ouvido de Derek.

– Laura, o papai tem que te levar para a escola.

– Tá bom. – ela sai do colo de Derek e se encaminha para pegar a bolsa, a colocando nas costas logo depois, então se vira para Derek e pergunta.

– Papai, por que o senhor não dormiu em casa?

Aquela pergunta o pegou de surpresa, já havia pensado em uma resposta que não abalasse tanto eles, desde que ela havia me perguntado hoje de manha. Olhei para Derek e em uma conversa silenciosa de olhares, ele me deixou contar o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, amanhã tem mais, criticas e sugestões são bem vindas... Kissus.



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