Suitai Monogatari - O Declínio do Conto escrita por Ketsura


Capítulo 7
Parte 1 - Capítulo 1.6 - Alemanha




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 A nossa história hoje se passa na Alemanha das Novas Mulheres.

Assim como existem aliados no Japão, na Alemanha não seria diferente.

Vivendo em um apartamento consideravelmente grande, vivia Elizabeth Müller. Uma jovem mulher de cabelos pretos que usava óculos cor de vinho.

Em plena Berlim, existia um complexo de apartamentos que era fortemente seguro, cercado de grades por todos os lados, o local existia para que funcionários do governo morassem.

Ser funcionário do governo era para poucos, para assegurar que não houvesse agentes duplos. Eram exames e testes que não acabavam mais, e sempre que se piscava os olhos, mudavam algo na hora de avaliar.

Mas Elizabeth com toda sua genialidade era uma das poucas agentes duplas que existiam, o máximo que se tem no mundo é alguns governos que são mais neutros como os da Nova União.

Era mais um dia pacato na Alemanha, apesar de todo o conflito, ainda se vivia confortavelmente bem em toda a Europa no geral. Não era uma guerra mundial, então as pessoas ainda conseguiam viver vidas tediosas.

Naquele dia, Elizabeth havia combinado de se encontrar com seu noivo, Thomas Friedrich, num restaurante que ficava a alguns quilômetros de seu apartamento, eles planejavam se casar em breve. Como Elizabeth era uma pessoa um tanto pontual, ela acordara bem antes, e assim como num mangá japonês, ela se aprontou e chegou lá mais cedo.

Thomas por outro lado, era uma pessoa que constantemente se atrasava, tudo que ele fazia tinha que ser pensado com algumas horas de atraso, justamente para minimizar o atraso. Naquele dia como sempre, ele se atrasaria como de costume, o que fez que Elizabeth tivesse que ficar plantada o aguardando aparecer.

Mas os dois não se veriam naquele como de costume, já que enquanto ela esperava, veio uma ligação de uma colega de trabalho. Como Elizabeth estava de folga, ela estranhou a ligação, já que normalmente seus colegas de trabalho nunca ligavam para ela, a não ser para sair ou pedir favores. Como era uma Segunda, dificilmente seria sair ou pedir algum favor, visto que no dia seguinte a mesma colega que a ligara estaria de folga. Mas como ela não poderia deixar seu telefone tocando a toa, ela acabou logo atendendo, até pela curiosidade do momento.

Sua colega havia dito que teria uma reunião de última hora e que a chefona queria que todos fossem, mesmo os que estivessem de folga. Elizabeth logicamente não gostou. Em tempos de conflito, o governo trabalhava muito, então era bastante complicado arrumar uma folga. Mesmo desgostando, ela teve que aceitar e acabou ligando para Thomas, que estava prestes a sair de casa, com 30 minutos de atraso, e com isso ele acabou ficando em casa mesmo.

Sem o que fazer, logo Elizabeth tomou um taxi e foi para o Palácio de Reichstag. Apesar de jovem como dito antes, Elizabeth era um génio, e ela passou em primeiro lugar em todos os testes que o governo fez com ela, o que a garantiu uma boa posição logo de cara. Mas é claro que essa boa posição, incluía ter que ir a essas reuniões tediosas, que pareciam que ela na verdade era uma médica, já que vive tendo reuniões para decidir ataques.

Chegando ao local, que ficava a uma distância considerável de onde ela estava, Elizabeth pagou o taxista e desceu.

Remodelado por causa da III Guerra Mundial que houve, a sede do parlamento alemão era um prédio histórico, apesar de ser consideravelmente diferente do que já foi no passado, muitas características foram mantidas para não modificar o que foi fazia séculos.

Chegando a sala de reuniões, Elizabeth logo teve uma surpresa, a chefona que sua amiga se referia não era a Ministra que mandava nelas, e sim a própria rainha em pessoa. Elizabeth logo notou que não podia vir coisa boa dali. Se sem a rainha, já não era muito boa as reuniões, não seria com ela que seria bom.

A rainha tinha uma expressão tranquila, seu rosto nem dava a impressão de que por trás dos panos ela era bastante sádica e que adorava todo o contexto que o mundo vivia. Ela dava a impressão de que por ela, ela nunca vai querer que o conflito acabe.

Seu rosto bem branco e seus cabelos brancos com olhos azuis, ela parecia uma típica alemã.

Logo a reunião começou, e assim como o esperado, nada de bom veio realmente. As Novas Mulheres conseguiram recuperar os dados do teletransporte e sabem para onde Tokki foi. Elas sabiam que ele estava na Nova União, e Elizabeth naquele momento suou frio e engoliu sua baba a seco. Ela notou que a situação ali era a pior possível, ela teve de respirar fundo naquele momento e se acalmar, tudo poderia vir abaixo, já que ela notou naquele momento que havia algo errado.

Ela havia notado que haviam coisas meio estranhas relacionadas, havia uma desconfiança que ela era dupla. Ela achava que era só coisa da mente dela, mas ela meio que notou tudo. Aquilo era um teste.

Existe um código bastante rígido quanto as informações das reuniões, é estritamente proibido falar sobre o que se é falado ali, o que é bastante normal, considerando a situação que existia.

Apesar de Elizabeth ter uma posição importante, não era tão comum que houvesse a presença dela em reuniões tão importantes. Já haviam rumores sobre um agente duplo, e a presença incomum de duas pessoas (a própria Elizabeth e a Rainha) confirmava que não era apenas coisa da mente dela.

O ataque logo foi marcado pela rainha para daqui 3 dias, mas Elizabeth sabia que ela duraria menos que isso, ao final da reunião, ela ligou para Thomas e agradeceu por tudo, já planejando sumir. Thomas entendeu nada daquela ligação, e sem explicação alguma ela desligou o telefone na cara dele. Thomas ficou logo preocupado com a situação estranha, primeiro o cancelamento, e agora com essa despedida, ele logo tomou partida e saiu de casa.

Ao mesmo tempo que Thomas saia de sua casa, Elizabeth mexia em sua bolsa, havia um pequeno compartimento praticamente indectável em sua bolsa que vivia sempre cheia, onde ela guardava um dispositivo menor ainda, ele quando colocado no celular, se transformava em uma linha direta entre ela e Tokki.

Naquele momento, Tokki ainda ensinava a Octavius a como usar o robô, quando ele recebeu a notícia que era o começo do fim estava começando. O declínio do conto que Elizabeth vivia na sua confortável vida logo chegava ao fim, para falar com Tokki de forma que não fosse direta, ela disse o código que eles usavam para ataque iminente, que era 050. Apesar de simples, 050 remetia ao ano em que surgiu a primeira pessoa hemafrodita que daria inicio a realidade atual.

Após aquilo, Elizabeth agradeceu por tudo e desligou o telefone, e não deu outra, logo que ela virou, agentes que vieram atrás dela a capturaram e a prenderam, e não houve direitos humanos que a ajudasse. A lei dizia que quem colaborasse com o grupo de Tokki não haveria piedade e tudo que havia no destino era a morte.

Sob um falso pretexto de esperança, ainda houve uma tentativa de que ela seria “libertada” se soltasse alguma informação. Mas ser libertada era uma grande piada, e Elizabeth naquele momento riu como se não houvesse amanhã (o que não haveria mesmo, visto que esse se libertar é se libertar para a morte), depois de tanto rir, Elizabeth apenas conseguiu apenas mandar eles se foderem. Ela trabalhava para o governo bem ou mal, ela sabia que não existia perdão.

Naquele momento em que Elizabeth estava sendo torturada, Thomas chegou ao apartamento dela, por ser registrado, ele podia entrar e sair tranquilamente dos apartamentos governamentais, e tudo estava uma bagunça, ele preocupado, perguntou o que havia acontecido, já que era totalmente estranho um lugar tão seguro estar naquele estado, mas nada foi dito.

Então Thomas, um cidadão até aqui de bem, decidiu informar o desaparecimento dela a polícia, que “prometeu procurar por ela” (já que é informado no DB da policia quem são os atuais procurados todo dia, e Elizabeth já estava por lá).

Enquanto Thomas ligava tendo esperança em entender algo, Elizabeth havia sido finalmente morta por traição, cessando os risos que começaram novamente depois dela ter mandado os agentes irem tomar naquele lugar.

A notícia veio alguns dias depois para Thomas, que estava apreensivo por respostas, a causa dita a ele, foi que ela se suicidou, mas por algum motivo estranho, não foi permitido a ele ver o corpo antes de ser cremado (no começo do século atual, uma lei entrou em vigor no mundo inteiro proibindo enterrar pessoas para se decomporem embaixo da terra, tornando obrigatório a cremação de todos os mortos, o motivo disso foi para criar empreendimentos e acabar com os cemitérios que já estavam lotados).

Thomas achou aquilo muito estranho, ele tentou contatar algum profissional, mas antes que pudesse ser feito algo, Elizabeth já havia sido cremada.

Thomas então começou a duvidar de todo seu redor, o que havia acontecido era muito estranho, ele então lembrou que Elizabeth as vezes reclamava de coisas que não faziam muito sentido no momento, mas que agora ligando as peças, ele conseguia entender um pouco melhor.

Recomendado por um amigo, Thomas logo procurou ajuda para tentar superar sua perda, ele achou estranho o local ficar num local tão longe do centro de Berlim, chegando lá, o velho psquiatra falou que ele podia se abrir como quisesse, como era de praxe.

Thomas não achou nada demais a ideia de compartilhar a teoria que perambulava sua cabeça. Ao contar, o doutor pareceu acreditar na história, mas não sabia se realmente podia confiar em Thomas, foi recomendado que Thomas voltasse em outra hora para eles falarem mais.

As sessões foram indo e vindo, os assuntos entre os dois foram divagando, o velho doutor que se chamava Anna, notou que Thomas era aparentemente confiável, e logo começou um diálogo para testar ele.

—Thomas, você se lembra da primeira vez que veio aqui e me contou aquela sua teoria?

—Lembro, mas o que tem ela. - perguntou Thomas com cara de curiosidade.

—Bom, a questão é que provavelmente aquilo é real, eu não posso te comprovar o que eu digo, cabe a você decidir o que achar. - falou Anna, com Thomas um tanto desconfiado.

Thomas logo pensou que talvez seja real realmente. Mas ele ainda não podia confiar em Anna, visto que se Elizabeth foi realmente assassinada pelo governo como ele pensa, ele podia estar sendo vigiado de alguma forma, e que não foi mera coincidência que ele tenha ido até Anna.

—Veja, Thomas, creio que você pensa que não é coincidência você ter vindo até mim, e que provavelmente se a Elizabeth foi morta, você também seria morto por ser próxima a ela caso soubesse de algo. - disse Anna enquanto olhava Thomas pensando. - O que acontece é que privação de corpos antes da cremação é apenas para alta patente governamental para familiares não-cadastrados e mortos por traição. E você me disse que era registrado. O que só resta a possibilidade dela ter sido morta por traição. Para não parecer que existem problemas no governo, provavelmente falaram que foi suicídio para encobrir a verdade, já que a manipulação nas grandes midias do governo é bastante alta. - completou Anna.

—Mas como eu vou saber se o que diz é realmente de fato? - perguntou Thomas, querendo acreditar que era aquilo

—Tudo que eu posso fazer no momento, é te indicar esse local nesse horário. Tudo que peço é que venha sozinho.

Thomas logo se levantou, agradeceu e saiu imediatamente. Ele se questionou de tudo que havia sido falado para ele, ele não sabia se acreditava ou não naquele papo. Ele se viu naqueles velhos clichês de filme, e pensando nesses filmes, ele sabia que assim como neles, ele só saberia indo ao local no horário indicado.

O local indicado era Jena, uma cidade ao Sudoeste de Berlim. Como o time local decidiria na última partida da Bundesliga daquela temporada contra o Aalen pelo primeiro título deles, Thomas achou conveniente usar essa desculpa para ir para um local que não era exatamente perto de Berlim. Como Thomas tinha um tempo de férias ainda, seu chefe acabou concedendo o tempo livre a ele. Seu chefe desejou que ele pudesse dar boa sorte ao suposto time dele.

Thomas sempre foi ligado em futebol, ele nasceu em Halle, que fica ao norte de Jena, mas apesar disso, ele sempre torceu para o Leipzig, que na época em que ele nasceu, era o time do momento, tendo vencido 5 campeonatos seguidos naquela época, mas o time entrou em falência, e ele acabou perdendo o gosto pelo esporte. Numa ida periódica a um bar para ver seu time de criança, que ele conheceu Elizabeth.

Thomas detestava teletransporte, então ele preferiu viajar de carro. Ao chegar lá, para não atrair suspeitas, ele acabou indo realmente assistir a partida (cuja o Jena perdeu, mas como o 2º colocado daquela temporada, o Hamburgo perdeu também, eles ganharam o título).

Apesar dele ter visto o jogo, Thomas olhou firmemente para o local, onde ele queria ver se havia algo de suspeito ou não, mas acabou não vende nada que tenha sido mais infeliz que a própria partida em si.

Algumas horas depois, quando deu a hora combinada de ir, Thomas se dirigiu ao bar chamado Três Sapos.

Logo ao entrar, lá estava Anna, que logo sorriu e chamou ele para a mesa, onde ele logo fora apresentado a gêmeos chamados Johan e Nina.

A dona do local, uma velha chamada descendente de japoneses chamado Tenma, logo ofereceu a Thomas uma bebida, que prontamente recusou, já que ele estava dirigindo. A velha logo disse que os jovens não sabiam mais aproveitar a vida, recolheu o copo e saiu.

Thomas estava inquieto ali, ele dirigiu bastante para chegar a Jena, ao menos ele teria que saber se ele morreria ali ou não.

—Então, me explique de uma vez porque você me arrastaram de Berlim para Jena. - perguntou Thomas olhando para Anna.

—Bom, como Anna deve ter explicado, só existem duas possibilidades do porque você foi impedido de ver o cor- - dizia Nina antes de ser interrompida.

—Desculpa, seu nome é Nina, né? - perguntou Thomas ao a ter interrompido-a, que fez um sinal de sim com a cabeça. - Eu não segui esse clichê de filme para me falarem coisas que já me disseram antes. - finalizou Thomas.

—Você é muito impaciente viu? - retrucou Johan – Bom, mas tem um fundo de razão. Você, assim como o mundo todo, conhece o GANM, certo? - completou Johan para Thomas, que respondeu com um “É óbvio que sim”.

—Se você acha isso aqui tudo isso um puta clichê de filme, bom, você tem razão, Elizabeth era uma agente dupla pela GUNM, sentimos muito pela sua perda. - disse Johan completando o que ele disse anteriormente.

Thomas teve sentimentos mistos com aquela fala de Johan, por um lado ele se sentia aliviado por não morrer ali, mas, ao mesmo tempo, ele sentia raiva do que estava acontecendo, ele sempre foi neutro quanto ao governo, ele preferia apenas não ser contra ou a favor. Tudo que ele conseguiu fazer para expressar seus pensamentos foi um suspiro.

—Então, o que vocês realmente querem de mim? - perguntou Thomas.

—Queremos que você nos ajude, o governo provavelmente vai precisar de um assistente para a Convenção de Nuremberg, que será em 3 dias, onde pretendíamos lançar um ataque final ao governo. Como não vai ter tempo de achar uma nova assistente, nós cremos que eles vão te chamar para falar em nome de sua noiva (apesar de o suicídio ser usado para encobertar a traição, por ter sido feito por um oficial do governo, logo se trata de discursar para não perecer o poder).

A Convenção de Nuremberg é um evento anual realizado na cidade de mesmo nome onde se comemora o assinado de “paz” desde o fim da guerra, normalmente o evento de caráter politico, tem um discurso de diversas personalidades políticas lá.

Thomas acabou tendo que aceitar a ideia como uma forma de vingança, já que no fundo ele deseja de alguma forma se vingar.

Acabada a viagem, Thomas voltou para Berlim, onde como Johan disse, chamaram ele para ser assistente na convenção, que seria daqui 3 dias.


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