E era sempre ela.

Quando o vento balançava o seus cabelos

Era ela.

Quando sorria espontaneamente

Era ela

O jeito que olhava pro nada

Era ela

E de noite, enquanto chorava:

Também era ela

Mas quando ria de piadas

Não era totalmente ela

E quando fingia se interessar

Menos ainda

Quando a bondade a tomava

Só um pouco

Somente de noite enquanto chorava

Você via a garota de verdade.

O rosto vermelho, cabelo grudando, lagrimas caindo em um fluxo

Essa era ela.

Enquanto manipulava tudo e todos

Essa era ela

E enquanto falava o veneno escorria

Essa era ela

O ser que chorava de noite e de dia falsamente sorria

Uma garota normal

Manipuladora, Ciumenta, Sensível e Vingativa

Era um copo de vidro

Que um dia alguém arremessou no chão e se dividiu

Quatro partes.

Manipuladora, Ciumenta, Sensível e Vingativa

Essa era ela

Tinha que segurar seus pedaços o tempo todo

Ninguem conseguia ver o que tinha dentro

Se segurava o tempo todo

De noite ela largava

E chorava pra compensar

Então eu cheguei

Tentai segurar ela

E doía muito

Nem sabia, como aquela pequena garota conseguia

Segurar tudo aquilo

Dói ainda

Não consegui

Decepcionei ela

Sem terceiras chances e segundas amizades

Ela se quebrou e eu consegui

Alias, todos a sua volta

Conseguimos ver o que ela guardava ali

Dor

Ainda dói

Ela era uma granada

E eu ativei

Ela era um gatilho

Gatilho, que apertei

Ela era tudo isso e mais um pouco

Forma louca

Ativei a pequena bomba

E tudo isso

O veneno, a manipulação,

o choro, a risada

A vida, e a morte

Pequena garota que faz seus próprios curativos

Só isso e Tudo isso

Era tudo Ela.