I Will Never Forget You escrita por Kakau Romanoff


Capítulo 12
Cap. 12 - Only Remained Pain


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii meus xuxuzitos! Eu sei, eu sei que já tem quase 1 ano que não atualizo essa fanfic, mas acreditem: 3° ano, comissão de formatura e vestibulares são uma perfeita combinação para acabar totalmente com o tempo livre e ainda provocar um lindo bloqueio criativo! Então, antes de qualquer coisa, eu peço desculpas, e juro que vou tentar voltar a atualizar mais frequentemente!
Agradeço a todo mundo que teve paciência, e que continua acompanhando a fic! Vocês são o motivo de eu continuar escrevendo! Então, obrigada! De verdade.
Sem mais delongas, aqui está o novo capítulo! Espero que gostem!
Boa Leitura!!



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O dia permanecera fechado desde que haviam retornado à Nova York, como se até mesmo os Deuses sentissem a dor que a perda de Annabeth causara, e que consumia cada um dos semideuses dentro do SUV de formas diferentes.

Durante toda a viagem, Frank e Jason, abatidos, faziam o seu melhor para confortar Hazel e Piper, desoladas pela perda da amiga. Os quatro observavam constantemente um Percy silencioso, sentindo-se impotentes por não poderem fazer nada para mudar aquela situação.

Enquanto isso, no banco da frente, Reyna continuava repetindo em sua cabeça a imagem de Annabeth se jogando para salva-la, inevitavelmente sentindo-se responsável pelo que acontecera.

Completamente destruído, Percy pedira para ficar em seu apartamento, querendo permanecer sozinho por algum tempo. Piper tentou contestar ainda, oferecendo para ela e Jason ficarem também, mas ele garantiu a ela que ficaria bem e que precisava colocar sua cabeça em ordem outra vez.  

Piper sabia que aquilo era provavelmente a maior mentira de sua vida, que ele não “ficaria bem” tão cedo. Mesmo assim, ela cedeu, preferindo dar a ele certo espaço, e seguindo com Jason e os demais para o Acampamento Meio Sangue, onde dariam a noticia a Quíron e os outros, para começarem a preparar a mortalha em homenagem a Annabeth.

Ele parou em frente à porta, encarando-a por um longo tempo, incapaz de sequer abri-la, sabendo que lá dentro estariam todas as melhores lembranças dela. Sabendo que, no momento em que a abrisse, a ausência de Annabeth se tornaria ainda mais sólida, e que ele ainda não estava pronto para liberar a dor que estivera contendo desde que ela se fora.

O filho de Poseidon saiu de seu prédio cabisbaixo, mal sentindo a chuva torrencial que começava a cair, deixando que encharcasse suas roupas e se misturassem as lágrimas silenciosas que ele já não poderia mais segurar. Caminhando sem destino certo, querendo desesperadamente que as lembranças o deixassem em paz.

Algum tempo depois, ele parou em frente ao seu antigo apartamento, onde Sally vivia com Paul desde que os dois haviam se casado, batendo levemente na porta.

Quando sua mãe finalmente atendeu, ela se assustou com o estado do filho, que não fez nada além de sussurrar mamãe e cair em seus braços chorando.

— Percy... Meu bem, o que foi que aconteceu?

Ele mal conseguia ouvir suas palavras através de seus soluços incessantes, buscando o mínimo de consolo possível no ombro dela.

— Filho, tente se acalmar. - ela disse, abraçando-o, acariciando seus cabelos para acalmá-lo, como costumava fazer quando ele era apenas um garoto.

— Ela se foi... – ele chorou, sentindo seu coração se despedaçar ainda mais – Annabeth. Eu... Eu a perdi... Ela se foi pra sempre, mamãe.

— Ah meu Deus... – Sally sussurrou, sem conter suas próprias lágrimas, abraçando o filho ainda mais apertado antes de leva-lo para dentro, deitando o no sofá com a cabeça no colo dela, sabendo que tudo o que ele precisava fazer naquele momento era colocar todo aquele sofrimento para fora.

Mais tarde, sentindo o carinho de sua mãe em seus cabelos molhados, ele finalmente conseguiu parar de chorar, a dor ainda pulsando dentro dele.

— Percy... O que aconteceu?

Athena aconteceu. Ela e Poseidon nos mandaram em outra missão. – ele contou, raiva, tristeza e amargura misturados em suas palavras, a voz rouca pelo choro – Estávamos em São Francisco, e parecia que tudo daria certo... Um monstro encurralou Reyna, e então Annabeth... – ele parou, respirando fundo antes de continuar – Ela a salvou. E Campe a jogou do topo do Monte Tamalpais. E eu fiquei lá, olhando, vendo acontecer sem poder fazer nada.

Percy podia sentir a tubulação da casa vibrar, e ele tentou se acalmar antes que inundasse o prédio inteiro.

— Eu vi mãe. Eu vi a vida se esvaindo dos olhos dela. Eu vi ela morrer nos meus braços e não a salvei. – ele terminou, voltando a chorar.

— Eu... Eu sinto muito Percy. Muito mesmo. – Sally disse, com seus olhos rasos d’água também – Mas você não pode se culpar pelo que aconteceu. Annabeth não iria querer isso.

 - Eu prometi que iria protegê-la. Eu deveria ter morrido, não ela! Ela, de todas as pessoas, merecia viver, merecia ser feliz! Ela não merecia ter morrido!

— Percy... – Sally voltou a abraça-lo, deixando que ele chorasse todos aqueles sentimentos.

— O que vai ser de mim agora? Ela era tudo que eu tinha de bom nessa vida... A única coisa que me manteve vivo até hoje depois de tudo o que passamos. Eu não sei viver sem ter ela ao meu lado. Não mais. - ele sussurrou, chorando dolorosamente - Eu não sei viver sem a Annabeth, mamãe...

Depois de permanecer do mesmo jeito por certo tempo, Sally finalmente conseguiu acalma-lo e Percy acabou caindo no sono, esgotado por tudo que acontecera nas últimas horas, não tendo parado um minuto sequer para dormir ou descansar desde a batalha.

Ele acordou horas mais tarde com o som da porta se abrindo quando Paul chegou em casa. Se levantou com os olhos inchados e o cabelo desgrenhado, parecendo ainda mais desolado do que quando chegara.

— Hey Percy. Que bom te ver aqui. – cumprimentou Paul, alheio a situação – Aconteceu alguma coisa? Você não parece bem.

— Eu...

— Percy. – Sally apareceu bem a tempo de impedir que Percy tivesse que contar outra vez sua história, temendo que ele voltasse a se desmanchar – Porque você não toma banho, e troca suas roupas, meu bem? Eu vou conversar com o Paul.

— Obrigado mãe. – ele sorriu, cansado, abraçando-a mais uma vez e seguindo para seu antigo quarto, onde sua mãe ainda mantinha algumas roupas suas para o caso de emergências.

Após tomar um banho quente, e colocar roupas secas, ele viu o porta-retratos sob o criado mudo. Ele rodeou a cama, sentando-se e esticando a mão para pega-lo, analisando a foto tirada dele e Annabeth abraçados no dia em que tinham se mudado, mais felizes do nunca. Ele traçou o rosto dela com a mão, enquanto uma única lágrima escorria por sua face.

— Você me faz tanta falta, amor. Tanta.

Ele limpou seu rosto, se colocando de pé e pegando uma mochila, colocando nela a foto e os restos das roupas que havia ali, e seguiu de volta para a sala, onde Sally e Paul esperavam por ele.

— Percy, eu... Eu sinto muito. – falou Paul, um tanto sem jeito, abraçando o enteado – Sinto muito mesmo. 

— Obrigado Paul. – ele assentiu, retribuindo o gesto – Mãe, eu tenho que ir. Estão me esperando no Acampamento.

— Não é melhor você ficar aqui filho? Já está tarde.

— Não, eu... Eu tenho... Tenho que me despedir uma última vez.

— Aqui, use meu carro Percy.

— Obrigado mais uma vez. – agradeceu Percy, pegando as chaves oferecidas por Paul – Eu vejo vocês depois.

Ele se despediu dos dois, e então, deixou o prédio.


.-.



 

A chuva havia parado, mas o tempo continuava frio quando Percy chegou ao Acampamento. Ele encaminhou-se diretamente para a Casa Grande, a procura de Quíron, e junto com o centauro, Malcolm, Reyna, Jason, Piper, Grover e Thalia também estavam ali.

— Percy. – a caçadora chamou, sendo a primeira a vê-lo, antecipando-se para abraça-lo, escondendo a cabeça em seu peito, uma vez que agora Percy era muito mais alto que ela.

— Thalia, ela... Eu...

— Eu sei, eu sei. – ela falou, deixando algumas lágrimas caírem na blusa do amigo.

— Eu não sei o que fazer Thalia. – ele confessou, apertando os olhos, e tentando evitar que mais uma vez ele se descontrolasse. Ele tinha que ser forte agora, pelos irmãos de Annabeth, e principalmente por Thalia, que sentia a perda de uma irmã, como ela e Annabeth sempre haviam sido.

— Você não está sozinho Percy.

— Eu sinto muito. Não pude protegê-la. Eu...

— Não foi culpa sua. Ninguém poderia ter previsto isso. – ela disse, se afastando com os olhos vermelhos – Quíron já preparou tudo aqui.

Os outros se juntaram a eles, compartilhando da mesma dor, e seguiram até o Anfiteatro, onde praticamente todos os semideuses aguardavam pela chegada deles para que pudessem iniciar a queima da mortalha.

Ela era cinza, em um tom mais escuro que nuvens de tempestade, com uma coruja entalhada em dourado, pendurada no centro do Anfiteatro, para onde Percy, Thalia e Quíron dirigiram-se, enquanto os demais se sentaram junto a Hazel, Frank, Leo, Clarisse, Chris.

   O Anfiteatro estava em silêncio absoluto, fazendo com que o som dos cascos de Quíron sob o chão ecoasse por toda a estrutura. Ele posicionou-se, cabisbaixo, enquanto Percy e Thalia ficaram logo atrás, e começou a falar solenemente:

— É com profunda tristeza que nos reunimos aqui hoje, para queimar a mortalha de Annabeth Chase. Em missão, ela valentemente deu sua vida em valor da de um amigo. Uma partida honrosa, digna da filha de Athena, e condescendente com o altruísmo que sempre se fez presente em suas escolhas. Eu pedi a Thalia, que a conhecia há mais tempo que qualquer um de nós, para que fizesse as honras finais.

A caçadora apertou o ombro de Percy ao se afastar, trocando de lugar com Quíron que se posicionou ao lado do filho de Poseidon, tentando lhe passar certo conforto.

— Desde o dia que eu conheci Annabeth, ela se tornou uma irmã para mim. Eu não consigo lembrar um momento sequer em que ela não tenha sido leal aos amigos, determinada em tudo o que fazia, corajosa frente a qualquer obstáculo... – a voz da morena quebrou um pouco, antes de respirar fundo para continuar – Annabeth Chase foi, e sempre será, uma heroína. Ela...

Thalia interrompeu-se de repente, ao observar a figura que adentrava o Anfiteatro, fazendo com que todos voltassem sua atenção para o ponto em que ela olhava fixamente agora.

Athena.

Athena estava ali.

Percy cravou seu olhar nela, e antes que qualquer um pudesse contê-lo, ele se aproximou, falando diretamente com a deusa da sabedoria:

— O que você pensa que está fazendo aqui?

— Percy, não... – Piper tentou intervir, temendo o que o amigo poderia fazer.

— Não! Você não tem o direito de estar aqui! – ele gritou, apontando para ela acusatoriamente.

— É da minha filha que estamos falando, Jackson.

— Se você se importasse tanto assim com ela, não teria a deixado morrer! Annabeth se foi por sua causa! E você consegue ser tão absurdamente hipócrita de vir até aqui como se isso te afetasse!

— Percy! – Thalia intrometeu-se, enquanto todos permaneciam atônitos vendo a dor nos olhos do rapaz, que chorava silenciosamente, gritando com a deusa – Não faça isso. Não aqui, não agora.

— Thalia, você não percebe? Vocês deuses são egoístas. Nós íamos nos casar! Iriamos ser felizes juntos, mas você não poderia permitir que isso acontecesse, não é Athena?!

— Não dirija a palavra a mim como se soubesse de alguma coisa, semideus. Nossas obrigações e destinos estão muito além de sua ínfima compreensão.

Destino? — ele sussurrou, quase como uma ameaça – Você está falando de destino agora? Era o destino dela morrer? Era isso que foi reservado para sua filha depois de tudo o que ela fez?

— Eu não escolhi isso, Perseu. – Athena elevou a voz, começando a se alterar, e Percy deveria ser mais cauteloso se não queria que ela o fulminasse bem ali – Eu nunca quis isso. Annabeth...

— Não fale o nome dela! Você a mandou para isso! Você a mandou para morrer! Não fale dela como se algum dia tivesse se importado de verdade. Annabeth era muito mais do que você jamais será Athena. Ela...

— Perseu, já chega. – falou a voz pesada de Poseidon, uma vez que a figura do deus dos mares surgiu ao lado do filho, e num piscar de olhos, ele tirou ambos dali, fazendo com que a última visão de Percy fosse Athena abaixando a cabeça com os olhos levemente marejados.

Percy se viu no topo da Colina Meio Sangue, Poseidon ao seu lado, respirando pesadamente enquanto tentava inutilmente se controlar.

— Por que você me tirou de lá?! Ela merece ouvir isso. Athena não deveria estar aqui!

— Não, ela não merece. E você sabe disso, filho. Não deixe o ódio e o remorso tomarem seu coração Percy. Annabeth era filha dela. E sendo deusa, ou não, ela é uma mãe. A dor que ela está sentindo agora é tão excruciante quanto a sua.

— Eu... Eu sei... Ela... É só que é tão injusto pai. Annabeth... Se foi. Pra sempre. - e com isso, Percy caiu em prantos, e Poseidon abraçou-o apertado, deixando que ele chorasse toda aquela dor.


.-.




 

Muito distante de tudo aquilo, Annabeth se via de costas para a entrada dos Campos Elísios. Seu julgamento tinha se passado como em um piscar de olhos, e os juízes haviam determinado que seus feitos a faziam com que ela merecesse as honras de uma heroína.

Ela via os Campos Asfódelos e os Campos da Punição ao longe, sentindo os olhos marejados ao olhar para o alto encarando a escuridão, lembrando-se de Percy, de seus amigos e da família que havia deixado para trás.

Annabeth conseguia lembrar-se com clareza de tudo o que acontecera, e não se arrependia em nenhum momento pela decisão que tomara ao saltar no lugar de Reyna. 

Contudo, as lembranças e a saudade que sentia de todos aqueles que tanto amava, a tornavam tentada a experimentar das águas do Rio Lete e esquecer tudo aquilo.

— Annabeth? – ela ouviu alguém em suas costas chamar por ela, e reconheceu a voz de imediato, virando-se para ter certeza de quem era aquele ali.

Ela sorriu, vendo-o exatamente da forma que se lembrava: os cabelos cor de areia, a cicatriz em seu rosto, uma camiseta aparentemente nova do Acampamento Meio Sangue e uma expressão um tanto quanto assustada.

— Luke...

Ele correu, abraçando-a apertado quando percebeu que realmente ela estava ali.

— Eu juro que você era a última pessoa que eu esperava ver aqui. – ele sussurrou, depois se afastando para encara-la - Você... Você está tão...

— Não diga velha, Luke. Eu só tenho 28 anos ainda.

— Diferente, era o que eu ia dizer. – ele sorriu, com um olhar triste – Mas, como Annabeth?

— É uma longa história.

— Vamos lá então. Tem muitas pessoas aqui que você provavelmente quer rever. E teremos muito tempo para você nos contar o que aconteceu lá em cima nesses anos todos.

Ela assentiu, olhando para trás mais uma vez, antes de respirar fundo e segurar a mão de Luke, finalmente entrando no vale onde todo herói almejava conquistar o direito de passar a eternidade.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim? Não?
Eu amo comentários, e amo saber a opinião de vocês, então por favor, não esqueçam de deixar seu comentários dizendo o que gostaram e se acham que algo precisa melhorar aqui!
Obrigadaaaaa por lerem!
Amo vocês, cupckakes!
Até o próximo capítulo (brevemente, eu espero kkkkk)!
Bjoooooos... Kakau ♥



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