The Baby Problem escrita por Anonimamente Malfoy


Capítulo 1
01. A Princesa Malfoy




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01. A Princesa Malfoy

Era uma vez, num reino muito distante, uma garota.

A tal garota se chamava Melanie – e ela tinha a vida que todas as outras garotas sonhavam em ter, como a de uma princesa amada, cuidadosamente mimada e que dispunha de tudo o que o dinheiro pudesse comprar.

Ela lia Shakespeare, acreditava em príncipes encantados e sonhava em viver uma linda e emocionante história de amor. Ninguém se comparava com a beleza dela, porque com os cabelos longos cabelos loiros, olhos de um azul cinzento penetrante, corpo curvilíneo e um gosto impecável para moda, ela era a mais bela de todas. E, claro, seu futuro estava meticulosamente traçado, conheceria o homem ideal e teria uma carreira brilhante pela frente.

Mas como em toda boa história, algo deu terrivelmente errado. Havia uma fera hedionda e inescrupulosa. E bebida, muita bebida. E depois de uma noite em branco, seu castelo estava prestes a ruir.

...

Segundo a Lei de Murphy, sempre que algo pudesse dar errado, aconteceria, desencadeando uma serie de outros acontecimentos desastrosos. Infelizmente, as coisas sempre eram extremas quando se tratava de mim, ocasionando num desastre de proporções catastróficas.

Em minha defesa, a ideia de que um pequeno descuido pudesse gerar um desfecho tão caótico, ou que uma imprudência momentânea pudesse ter consequências tão indesejáveis, nunca me ocorreu como uma possibilidade válida, então quando Scorpius insistira que eu fosse na comemoração da Sonserina depois de uma vitória árdua contra a Grifinória, mesmo que eu fosse da Lufa-Lufa, me vi sem escolha.

Aparentemente, hormônios adolescentes, uma festa descontrolada e muita bebida tinham o poder de mudar toda uma vida.

Nota mental. Nunca mais ouvir Scorpius, porque tudo o que vinha dele era perigoso e potencialmente destrutivo.

Eu me orgulhava de minha sensatez e discernimento, mas talvez eu não tivesse tanto do que me orgulhar, levando em conta toda a situação em que eu me metera graças a um ato impensado. Irônico. Sempre obedecera meus pais inquestionavelmente, tirara notas excelentes e atendera todas as expectativas, em suma, basicamente fui impecavelmente perfeita por boa parte da minha vida. Pelo menos até agora.

Fazia um mês desde que a noite fatídica havia acontecido, e algumas semanas desde que os enjoos haviam começado e eu ficara desconfiada de que havia algo de errado comigo. Encarei o sinal de positivo do décimo quinto teste de gravidez que fizera naquela manhã, em evidente pânico.

Afora os soluços lamuriosos de Murta-Que-Geme, o silencio reinava ali – o banheiro estava frio, húmido e fétido, mas eu tinha certeza de que não era essa combinação desagradável que me causava o desconforto no estômago, como se eu pudesse desmaiar a qualquer momento.

Estava sentada na mármore dura e áspera, no ultimo reservado daquele lugar praticamente abandonado, desejando que nada daquilo estivesse acontecendo. Alguns fios do meu longo cabelo loiro estavam grudados na minha testa devido ao suor, e eu respirava com dificuldade, mesmo que estivesse tentado me controlar para não ter um ataque de nervos naquele instante.

– Você precisa falar com ele – Decretou Rose, me lançando um olhar de pena.

– Rose, não. Por favor – Supliquei, em um gemido – Eu consigo lidar com a situação sozinha. Quer dizer, o papai vai até ficar furioso no começo, mas ele e a mamãe vão me apoiar. E até o Scorpius vai ser prestativo. Juro solenemente.

– Não, Mel! – A ruiva estava irredutível – Você não fez sozinha. É responsabilidade também.

– Mas...

– Mel, o Albus não é idiota – A Weasley sentou do meu lado, seu tom mais compreensivo – Quando circularem a noticia de que você está gravida, ele vai ligar os pontos.

O ar estava carregado. Inspirei pesadamente, soltando o ar pela boca, por mais que eu não gostasse de admitir, minha amiga tinha um ponto inquestionável. O Potter do meio realmente não era tão estupido assim, ele ligaria os fatos rapidamente. E quando descobrisse, uma omissão só tornaria as coisas mais complicadas.

Porcaria de lógica. Estalei a língua, resignada.

– Você está certa – Concordei, dividida entre a contrariedade e o enjoo.

Aquilo não ia prestar.

– x –

Nós sempre nos odiamos.

Normalmente, ignorávamos um ao outro, mas haviam momentos, pequenos momentos, em que a antipatia natural que compartilhávamos um pelo outro falava mais alto, ocasionando em insultos, azarações e acidentes envolvendo incêndios e inocentes feridos. Embora nem sempre os desentendimentos fossem causados por um motivo em particular, as vezes discutíamos simplesmente por discutir.

Eu estava pensando nisso, no quanto nós nos odiávamos, quando o encontrei no campo de Quadribol reservado para a Sonserina, rodeado por brutamontes sem cérebro e garotas psicóticas.

Ele estava como sempre. O cabelo preto desalinhado de uma maneira sensual, um sorriso malandro no rosto e aquela expressão arrogante que tanto me irritava. Fechei o punho, tentando controlar o impulso assassino que eu sempre tinha quando o via.

– Olha, se não é a Princesa Malfoy resolvendo dar o ar da sua graça – Megan Zabine abriu um sorriso de escarnio, arrancando risos de Luke, seu irmão.

– Pois é, as vezes a realeza resolve dar essa honra a plebe – Retruquei, com o nariz empinado, na melhor expressão arrogante que eu tinha – Embora vocês dois já devam estar acostumados com migalhas.

Dessa vez as risadas foram de Hugo Weasley.

Ouch – Hugo fez um gesto teatral – Essa deve ter doido.

Albus apenas me encarava com desgosto, como se minha ofensa tivesse sido dirigida a ele, e não a Megan e Luke Zabine.

– O que você quer, Malfoy? – Franziu o cenho, comprimindo os lábios em uma linha rígida.

Potter – Cruzei os braços, evitando uma careta – Precisamos conversar.

– Não tenho na-

– Simplesmente cale a boca e venha – Ordenei, o puxando com força.

O arrastei até meu lugar preferido, o Lago Negro, ignorando os protestos dele. Eu estava nervosa e meu coração baia acelerado, preferindo canalizar tudo aquilo em pura raiva, o que nem era tão difícil assim, pra falar a verdade.

– Caramba, Malfoy! – Ele massageava o pulso– Sua agressiva.

Girei os olhos.

Garotinha.

– Olha, se foi por causa daquela noite – Ele começou, num esforço para escolher as palavras certas – Eu...

– Francamente, Potter! – Joguei os braços para cima, impaciente - Será que da pra parar de tirar conclusões precipitadas e me ouvir?

Albus ergueu a sobrancelha.

– Olha – Respirei profundamente, tentando me acalmar – Eu estou gravida. E você é o pai.

A reação dele veio em fases.

Primeiro, arregalou os olhos. Depois, ficou imóvel e visivelmente pálido.

Como?!

Então desmaiou.

Pela calcinha rosa do Darth Vader, eu estava fodidamente fodida.


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