P.O.V Bella


Acordei com um humor fora do comum. Tomei um banho rápido e fui preparar um café da manhã gostoso para mim e meu paciente.

Enquanto preparava panquecas de espinafre, e fazendo um suco de abacaxi, me peguei cantando Bad Romance da Lady Gaga. Sorri inconsciente, arrumei tudo na bandeja e fui acordar Edward. Abri o quarto que ainda estava escuro, sendo iluminado apenas pela luz de um abajur no criado mudo. Deixei a bandeja em cima da mesinha perto da televisão e andei até a cama.

-Bom dia Edward, vamos acordar! – disse tirando o cabelo grudado em sua testa.

-Bom dia Bellita, me deixa dormir mais um pouquinho? – pediu Edward ainda com os olhos fechados.

-Ah Ed, eu preparei um super café da manhã pra gente. Só pra você não tomar café sozinho e você me dispensa assim? – disse fazendo manha com um sorriso nos lábios. Mas na minha cabeça uma só frase gritava: ‘SEJA PROFISSIONAL ISABELLA, SEJA PROFISSIONAL.’

-Sendo assim, tudo bem. Pegue o nosso café. – disse Edward se espreguiçando. –Mas não se acostume e deixe de ser manhosa Doutora. Isso é feio para uma senhora na sua idade. – Completou com um semblante sério.

-Outch! Não seja mal agradecido Senhor Cullen. – falei levantando. – Uma senhora que você adoraria ter em seus braços, né? – disse sem pensar, tampando minha boca em seguida, arrancando gargalhadas dele.

-É bom saber que você pensa assim, afinal, já é bom você saber
das minhas intenções. – disse Edward com um olhar sedutor, fazendo minhas pernas falharem.

-Sem essa Ed, você é pouca areia pro meu caminhão e outra, não gosto de trocar fraudas. – disse piscando enquanto pegada a bandeja.

-Uau! Então só se interessa por homens mais velhos? Posso te surpreender hein Doutora.

-Edzinho querido, acho melhor você comer, porque de boca fechada você fica bem mais bonito. – disse piscando e dando língua.

-Vamos ver o que temos aqui. Uau, panquecas! Acho que vou casar com você, é bom que quando eu ficar doente você cuida de mim, trás café na cama e cozinha maravilhosamente bem, onde você estava esse tempo todo Bellita? – disse Edward dando uma mordida na torrada com geléia.

-Estava num lugar que não é permitida a entrada de menores, você entende né? Pessoas da sua idade. – disse segurando o riso. – E olha, não vou casar com você querido.

-Tirou o dia pra acabar comigo Doutora? – Edward me encarou com o olhar desafiador. – E por que não casaria comigo? Não faço seu tipo Bellinha? Ah já sei, você gosta de cabelos brancos e dentaduras não é?

-Descontrair o ambiente é bom Ed querido. – disse sorrindo falsamente. – E outra, não caso com você por dois motivos: um: não gosto de bebês, e sim de homens. Dois: tenho um namorado lindo, maravilhoso, rico e inteligente. Como posso querer mais alguma coisa? – falei segurando o riso mais uma vez naquela manhã.

-Ah entendo, mas o bebê aqui não é de se jogar fora. E vamos combinar Bella, se esse seu ‘namorado’ existisse ele seria gay ou casado. Como vocês dizem, homem perfeito é comprometido ou ‘metido’. E outra, se você estivesse namorando, duvido que seu namorado dos sonhos aceitaria você morando com um outro cara. Tendo que dar banho nele, dar comida e convivendo como um casal, com a diferença de não ter uma relação de dormir juntos e toques. Ah fala sério, sou novo mas sou experiente docinho. – respondeu Edward dando um sorriso provocando.

-Nossa, me surpreendeu hein. Tudo bem, eu não tenho um namorado, mas, isso não quer dizer que eu aceito casar com você. – disse bebendo um gole do suco.

-Eu te conquisto com o tempo Bell.

-Nossa. Quantos apelidos você ainda vai me dar?

-Vamos com calma, vai fluindo na minha cabeça.

-Ai meu Deus. Eu mereço. Acho que a sua doença é na cabeça, você é meio louco. – disse rindo.

-Sou louco mesmo, e você ainda provará da minha loucura. – disse Edward com um sorriso de perder o fôlego.

-Então, preparado para um dia cheio de exames? – perguntei tentando mudar de assunto.

-Pra ser sincero não. Bella, você não tem ideia de como essa situação acaba comigo. Tem horas que me dar vontade de jogar o balde e deixar as coisas acontecerem. É péssimo ver a tristeza nos olhos do meu pai, o olhar de pena de minha mãe, a preocupação de Jack. Às vezes eu penso que seria melhor eu morr ... – não deixei Edward completar.

-Não fala isso Edward! Nós vamos achar a cura da sua doença. – disse vendo Edward abaixar a cabeça sem esperanças. – Olha pra mim Ed. – levantei a cabeça com as pontas dos dedos. – Confia em mim?

-Confio Bell, eu não sei por que mas confio. – respondeu sem tirar os olhos do meu.

-Eu te prometo que eu vou te curar, você vai poder voltar a sua vida normal. Vai voltar a frequentar as festinhas, boates, namorar, tudo normalmente. Eu dou a minha palavra que essa fase ruim vai passar. – sorri. – Mas preciso que você me ajude a conseguir isso. Eu preciso que você queira ficar bom, que você tenha força e esperança. Vai me ajudar?

-Obrigado, muito obrigado mesmo. Posso te dar um abraço Bella? – disse Edward com lágrimas nos olhos.

-É claro que pode Ed. – respondi abraçando-o, sentindo meu corpo todo formigar.

-Eu me sinto seguro ao seu lado. – disse ao pé do meu ouvido.

-Que bom, por que eu vou cumprir minha promessa. – respondi sentindo seu perfume.

Terminamos o café em silêncio, fui lavar a louça para depois ajudar Edward com os exames Raio-x.

Passamos o dia todo assim, chapa da cabeça, ultra, e milhões de exames. Já exaustos deixamos os exames de sangue, urina e fezes para amanhã. Dei um banho em Edward, e não pude deixar de perceber seu corpo quente e bem definido. Mas não tive pensamentos pervertidos, pelo contrário, estava conseguindo lidar com o meu paciente.