"Cidade Suéter
População: Mabel"
É isso oque está escrito no suéter extra-largo em que Mabel se encontrava encolhida dentro. Deitada em sua cama em posição fetal, escondida dentro de seu suéter, tudo oque Mabel queria era fugir da realidade e só voltar quando seus problemas tivessem sumido. Mas fugir para a cidade suéter nunca realmente resolveu seus problemas, e pelo que ela estava percebendo, dessa vez não seria diferente...
A porta de seu quarto se abriu depois de três batidas curtas, e Dipper entrou parando diante da cama de sua irmã com uma feição preocupada.
"Hey, Mabes, oque houve?" Ele perguntou aproximando-se do lado da cama. Mabel permaneceu do jeito que estava mesmo depois dele falar, e Dipper ficou ainda mais preocupado. Ela já havia ficado assim antes, mas sempre que ficava, a primeira coisa que fazia era contar para ele, ele se tornou o confidente dela, mas agora ela o estava evitando, já havia semanas que isso estava acontecendo.
"Desculpe, a Mabel não se encontra no momento, ela está na cidade suéter agora, ligue mais tarde ou deixe um recado após o bipe: biiiiiiipe!"
Dipper suspirou sentando-se aos pés dela "Vamos lá, Mabel. Nossos pais estão esperando lá embaixo para irmos à festa de fim de ano na casa da tia Sally, você sempre gostou de ir lá!" Ele falou com um pequeno sorriso enquanto agarrava o dedão do pé dela, tentando fazer ela rir, mas sem sucesso...
"Eu não vou dessa vez... Diga que eu fui raptada por gnomos, ou transportada para marte para ser a rainha dos homens verdes. Não sei." Ela respondeu se encolhendo ainda mais. "Eu só quero ficar sozinha!"
"Você pode ao menos me dizer oque aconteceu?"
"Não." Dipper suspirou pesadamente
Mabel se sentiu desconfortável com o silêncio que prosseguiu, ela sabia que ele ainda estava ali, sentado aos pés dela, e a presença dele só dificultava as coisas. Ela precisava ficar sozinha, ela precisava lidar com seu coração sozinha.
Dipper começou a coçar o cabelo. Ele estava se sentindo perdido naquele momento. Mabel só ficava assim depois de terminar um namoro, mas sempre ia até ele buscar um pouco de conforto. Era irritante, sim, mas Dipper se acostumou, e eles haviam até criado um ritual para quando isso acontecesse, (Não que ela tenha tantos namoros fracassados assim...) mas Mabel estava escondendo algo dele agora, e isso o estava deixando bastante preocupado. Já fazia messes desde seu ultimo término, então o problema não era outro garoto...
"Mabel... Se foi alguma coisa que eu fiz ou disse... Por favor me desculpa!"
Mabel sentiu seu coração afundar dentro do peito. Ela não queria que ele se culpasse, não era culpa dele... Bem, na verdade era... Por quê tinha que ser ele 'O cara '? O cara que não sairia da cabeça dela nem por magia. O cara que tiraria as noites tranquilas de sono dela, e estaria em seus pensamentos e sonhos sempre? Por quê, Dipper Pines, seu maninho, seu bro-bro, seu melhor amigo, tinha que ser agora, sua maior paixão?
"Não é culpa sua, Dipper!" Ela respondeu com a voz fraquejando. Ela saiu de dentro do suéter, mas não ousou se virar para encara-lo, não tinha certeza se era forte o bastante para isso. "É só que..." Ela mordeu seu lábio inferior, impedindo a si mesma de falar oque estava na ponta de sua língua. Ela não podia falar, não podia contar oque sentia por ele. Ele ia odiá-la, ia ter repulsa dela, e ela não suportaria perder seu Dipper por causa disso, por causa de seus estúpidos sentimentos. "O problema sou eu..." Ela respondeu escondendo seu rosto do olhar cuidadoso e preocupado de seu irmão. Lágrimas ardidas já encontravam seu caminho para os seus olhos.
"Como assim, Mabel?" O tom de preocupação verdadeira em sua voz fez Mabel suspirar. Por que ele tinha que ser tão atencioso? Por que logo agora?
"Não é nada..." Ela falou se encolhendo novamente "Só me deixa sozinha, por favor..."
Dipper continuou a fitá-la em silêncio mais um pouco. Ele queria descobrir oque estava acontecendo, queria fazer ela contar oque havia acontecido de errado, mas pressioná-la agora só causaria mais problemas, ele precisava dar a ela o espaço que ela pedia.
"Tudo bem, Mabes..." Ele falou se levantando e indo em direção a porta, mas assim que a alcançou, a voz de sua irmã o chamou. Ele se virou, vendo que ela permanecia deitada recolhida, mas agora ele conseguia ver o rosto dela, e ela parecia prestes a chorar. Dipper odiava o quão inútil ele estava sendo. Ele havia jurado a si mesmo que iria cuidar dela, que não iria deixá-la se machucar por causa de uma paixão. Ela sempre se entregava rápido e forte demais aos seus sentimentos, e quase sempre se machucava por isso. Talvez ele não pudesse impedi-la de se machucar, mas ao menos podia estar ao lado dela para aliviar a dor, mas não agora. Por quê ela o estava afastando?
"Oquê?"
Mabel permaneceu em silêncio, medindo suas palavras, ela era péssima nisso... Por que ela não podia simplesmente se entregar a isso? Por que ela não pode simplesmente dizer a ele tudo oque ela sente e ver oque acontece? Sempre foi mais fácil para ela ser sincera do que inventar uma mentira. Mas sua situação agora não tem nada de igual com as anteriores: Ela já havia se apaixonado por quem não podia, como o Mark do time de futebol do colégio, mas ele já tinha namorada, e Mabel Pines não mexe com quem tem dono! Mas ela só precisou de quatro semanas para esquecer ele e se concentrar no Rick da aula de artes. Mas quando foi a vez do seu Bro-bro de entrar em seu coração, Mabel se sentiu perdida, ela sabia que era errado, que não havia futuro para esse sentimento, mas era forte, forte demais para ela enfrentar. Ela resolveu deixar de lado então, iria acabar, uma hora ela superaria, mas até agora...
"Oquê... Oquê você sente por mim, Dipper?" Ela finalmente olhou para ele. Encontrar com os olhos castanhos dele, tão confusos agora, a fez perceber que deixar o sentimento de lado só o fez crescer...
"D-Do quê você está falando?" Dipper perguntou com o rosto em um forte tom de vermelho. Mabel bufou voltando a esconder o rosto dentro do suéter.
"Vai embora!" Dipper viu ela se encolher novamente e foi em direção à ela
"(Ótimo, Dipper, você piorou tudo agora!)" Ele se condenou mentalmente "Mabel, Eu..."
"VAI EMBORA!!!" Mabel gritou sem abandonar a cidade suéter.
Dipper congelou onde estava, ele tinha que obedecer, tinha que se afastar. Sentiu-se como um covarde, mas não tinha como avançar agora, ele não tinha um plano, não tinha uma estratégia, e caminhar às cegas sempre lhe causou problemas.
Mabel escutou a porta de seu quarto fechar e suspirou pesadamente saindo de dentro de seu suéter.
"(Oque você esperava?)" Sua mente perguntou ao seu coração
"Eu te amo,Mabel!" Dipper falou olhando intensamente para Mabel. Sua camisa desabotoada até metade do peito, revelando um peitoral másculo e bronzeado, seus cabelos longos balançando ao vento. A parede do quarto caiu de repente e um unicórnio de uma cor branca reluzente e crina dourada também dançando ao vento entrou no quarto. Dipper montou no misterioso unicórnio sem separar seu olhar do dela. Ele sorri, um sorriso de galã de filme romântico, e estende sua mão para Mabel. "Venha comigo, Mabel, e vamos cavalgar pelo arco-iris até um lugar onde não teremos que nos preocupar com nada além de nosso amor!"
"Você não está ajudando, cérebro!" Mabel reclamou pressionando seus olhos com as palmas das mãos. A imagem do Dipper másculo e bronzeado grudou em seus olhos...
Já fazia um ano, ou quase, desde que Mabel começou a enxergar seu maninho com outros olhos. Claro, ele ainda era o Dipper, Sir Dippirinton, viciado em mistérios e conspirações, brilhante e super inteligente... Cabelo castanho meio encaracolado, lindos olhos marrons, braços fortes, um bumbum.... "(Droga, cérebro, concentre-se!!!)" Mabel mordeu seu lábio inferior para tentar pôr seus pensamentos de volta no lugar "(Eu estou ficando louca!... Espera... Eu já fui normal para ficar louca agora?)"
Conforme o tempo passou em silencio, Mabel suspirou deixando seus braços caírem para os lados, olhando perdidamente para o teto. "(Finalmente um pouco de paz)" ela pensou assim que a discussão entre sua mente e seu coração cessou. Ela precisava encontrar uma maneira de superar tudo isso, para suprimir esses sentimentos ou eles continuariam a crescer mais e mais.
Mabel já tinha tentado explorar os defeitos de seu maninho para tentar apagar esse fogo que tinha por ele, mas não funcionou, não por que ele não tem defeitos, pois ele tem e muitos, mas eles só o fazem ser mais irresistível! Ele havia mudado tão pouco nesses últimos anos, continuava o mesmo da época de Gravity Falls, quatro anos antes. Ainda obcecado por mistérios e teorias de conspiração. Qualquer um poderia ver isso como uma clara obsessão, mas Mabel vê diferente, ela vê o quão ele é dedicado ao que ele acredita, e além dessa dedicação firme por suas crenças, ele possui um grande censo de lealdade, não voltando atrás em sua palavra e nem abandonando quem confia nele.
Quantas vezes ele se sacrificou por ela? Incontáveis vezes. Não importava o quão chata, impertinente e egoísta ela fosse, ele sempre arranjava um tempo para ficar com ela, cuidar dela. Sempre o ombro amigo em que ela podia chorar, sempre aquele que a levantava e dava coragem a ela. Ele sempre sempre foi forte por ela, se superava por ela. Mabel se lembrou do primeiro verão dos dois em Gravity Falls. Quando Gideãozinho a capturou com o robô gigante dele. Dipper saltou de um penhasco em direção ao robô para salvá-la! E ele teve medo, ele contou que estava apavorado na hora, mas o fez assim mesmo! Essa era a prova definitiva que Dipper faria qualquer coisa por ela, mas e ela?
Mabel havia se apaixonado por Dipper. Um amor mais do que proibido, era errado. Por não conseguir conter esse sentimento, ela estava se afastando de Dipper, e isso afeta os dois. Dipper está se culpando por algo que é inteiramente culpa dela, e ele está sofrendo por isso. Até quando ela seria egoísta a ponto de deixar seu irmão sofrer por algo que é culpa sua?
Mabel sentou-se sobre sua cama, soltando um suspiro tão forte que aliviou o aperto em seu peito. Ela tinha que ser forte, ela tinha que ser forte por ele. "Dipper merece mais de mim..." Mabel sentiu uma pontada no peito. Ela estava profundamente apaixonada por ele, mas se não podia tê-lo como amante, ainda o teria como irmão, e isso era o bastante, teria de ser o bastante...
Cansada de seu quarto, Mabel se levantou dirigindo-se ao andar de baixo, com sorte seus pais e Dipper já saíram e ela teria a casa só pra ela, não que isso tenha ajudado ela a se alegrar enquanto descia a escada. Ela estranhou o som da TV ligada e desceu com cuidado mais alguns degraus até poder ver quem estava na sala de estar. Ela se surpreendeu ao ver Dipper com uma bacia de pipoca na mão e vestido com seu pijama. Dipper notou sua irmã na escada e olhou para ela surpreso.
"Hey..." Ele falou para ela com uma mão cheia de pipoca à meio caminho de sua boca
"Hey..." Ela respondeu simplesmente continuando a fitá-lo
Os dois permaneceram olhando um ao outro sem dizer nada. Dipper então colocou a bacia de pipoca sobre a mesinha de centro e voltou a olhar para sua irmã limpando as mãos do sal. "Eu já ia subir para te chamar!"
"Me chamar? Mas por -- Por quê você está aqui? Por quê não foi à festa da tia Sally?"
"Bom..." Ele coçou a parte de trás da cabeça. "Eu falei para nossos pais que eu não estava me sentindo muito bem e que achava melhor ficar em casa." Mabel permaneceu olhando confusa para ele. "E tomei a liberdade de dizer que você ia cuidar de mim!" Ele falou sorrindo
"Dip, você... Você não precisava fazer isso..."
"Eu sei, mas... Bom, você sabe como são essas reuniões de família. Depois que o tio Fredy começa a beber a festa acaba, e sem você lá eu não ia aguentar." Ele manteve seus olhos nos dela. Seu sorriso era tão lindo, tão forte e reconfortante. Como alguém poderia ter um sorriso assim? Mabel nunca descobriu a resposta, mas também nunca deu muita importância em encontrá-la. Ela gostava desse jeito, deixava o sorriso dele como um encanto misterioso.
"Dip..."
"Bom, já que estamos os dois aqui sem nada para fazer, quer fazer uma sessão de cinema comigo? Hoje vai passar uma maratona de filmes velhos de terror, é sempre bom começar o ano com umas risadas!" Mabel sorriu, ele realmente faz de tudo por ela. Não havia como recusar,e ela não queria recusar. Se ela só pode ficar com ele como irmã, então ela vai aproveitar todos os momentos que puder passar com ele. "Então, oque me diz?"
"Oquê eu digo?" Ela terminou de descer a escada caminhando até ele. "Bom, Sir Dippirinton, eu digo: Passe-me a pipoca!"
"Agora mesmo, Lady Mabelton!" Ele respondeu rindo e pegando a pipoca. Ambos foram para sofá, Mabel pegou um cobertor que Dipper já havia deixado ali exatamente para ela, como sempre fazia nas noites de filmes.
Dipper se sentou encostando no braço do sofá e colocou a bacia de pipoca sobre seu colo. Mabel sentou ao seu lado se cobrindo com o cobertor e se aproximou. "Posso chegar mais perto?" Ela perguntou por quê sabia que ele as vezes se sentia desconfortável com proximidade.
"Claro!"
Mabel deitou-se contra o peito dele, sorrindo por estar tão perto que podia escutar o coração dele bater. O seu próprio coração bateu mais forte quando Dipper pôs a mão sobre o ombro dela e a abraçou. "(Comporte-se, coração, nada mais de fantasias malucas!)" Mabel falou a si mesma, ela tinha que impor limites ao seus coração e mente, ou eles ficariam pregando peças nela. Mas estar tão perto dele não tornava as coisas fáceis. Seu corpo parecia querer desobedece-la, queria abraçá-lo, queria beijá-lo, queria ama-lo, basicamente, queria tudo aquilo que não podia, nem deveria querer fazer com seu irmão...
Mabel deteve-se de voltar a pensar no que devia ou não querer. Ela estava com ele agora, e isso era o suficiente, saber que ele sempre estaria ali por ela...
Mabel desviou seu rosto da televisão, deixando-o recostado contra o peito de Dipper, ela não estava mesmo conseguindo prestar atenção no filme, algo estava atraindo sua atenção. Ela conseguia sentir o perfume que vinha dele. Ele não estava usando sua habitual colônia naquele momento, mas possuía um perfume natural dele. "(Essência de Dipper)" Mabel sorriu mentalmente. O cheiro a lembrava da floresta, ou de grama. Era um perfume marcante, mas não por ser forte, mas por que era dele e só dele.
Dipper estava mesmo concentrado no filme que estava passando, ou teria notado sua irmã fungando contra seu pescoço. Mabel não prestava atenção em mais nada além do perfume de seu irmão e as batidas de seu coração, o único outro som que escutava de vez em quanto era o da risada dele com algo que acontecia na tela da TV. Mabel ria as vezes também, mas não era por causa de algum monstro mal feito de filme antigo, mas por um motivo que ela mesma não sabia...
Aos poucos ela foi percebendo que estava adormecendo, seus olhos estavam ficando muito pesados e ela bocejou forte, chamando a atenção de Dipper. "Já vai dormir?" Ele perguntou.
Ela ergueu seu olhar para o dele, sorrindo quando o fez. "Yeah..." Ela se espreguiçou afastando-se do peito dele. "Acho que vou capotar daqui à pouco!" Ela voltou-se a deitar contra o peito de Dipper.
"Quer subir então?"
"Não, eu quero ver a bola descer na Time Square..."
"Dorme um pouco então. Eu te acordo quando for começar."
"Você faria isso por mim, Dippinsauce?" Mabel falou com uma voz sonolenta e subindo suas mãos inconscientemente pelo peito de seu irmão.
"C-Claro!" Dipper ruborizou quando sua irmã envolveu seus braços em seu pescoço, aproximando tanto seu rosto do pescoço dele que sua respiração lhe causava cócegas.
"Obrigada, Dip" Ela respirou fundo, inalando o perfume dele. "Você está tão cheiroso hoje!"
"Hum... Obrigado?" Ele falou à uma Mabel já adormecida
(...)
"Mabel?"
"Sim, Dipper, a resposta é sim!" Mabel falou com os olhos ainda fechados
"Mabel, do que você está falando?"Dipper olhou confuso para sua irmã enquanto ela finalmente acordava. Ela olhou para ele parecendo ainda estar perdida em seu sonho.
"Ora, Dip, do nosso cas--" Ela se deteve ao perceber o olhar confuso dele. Só então notou que não estava dormindo, mesmo que estar deitada no peito dele fosse um de seus mais frequentes sonhos, dessa vez era real. Ela se levantou, percebendo que Dipper havia se deitado no sofá e deixado ela dormindo sobre ele, ela ruborizou assim que a cena se formou em sua mente. "Nã-Não foi nada, só um sonho, Dip!" Ela sorriu constrangida.
"Bom, pelo seu sorriso enquanto dormia, parece que foi um sonho bom!" Ele sorriu, Mabel corou ainda mais se lembrando do sonho onde ele, em sua forma máscula e bronzeada, a pedia em casamento ajoelhado na areia de uma praia com um pôr do sol maravilhoso atrás dele e com o unicórnio tocando uma serenata com um violão e um grupo de mariachis.
"É, foi... Incrível,mas... Bem, foi só um sonho..." Ela falou descendo seu olhar pelo peito dele, notando uma mancha escura na camisa dele. "Ah! Dip, eu babei na sua camisa toda!" Ela exclamou cobrindo a boca com a manga de seu suéter. "Me desculpa!"
"Tá tudo bem, Mabes. Eu já estava planejando colocar essa camisa para lavar amanhã, mas acho que dá para adiantar isso!" Ele falou sorrindo, Mabel sorriu de volta. Ele é mesmo perfeito... "Mas já que você babou em mim, significa que eu sou bom como travesseiro, não é?"
Mabel riu apoiando suas mãos no peito dele "Você, Sir Dip, daria um travesseiro de primeira qualidade!"
"Obrigado." Ambos começaram a rir. Dipper foi atraído pelo som da TV ainda ligada e virou seu rosto na direção dela, Mabel permaneceu olhando para ele. Ele é um bobo tão adorável... Nos últimos anos ele havia amadurecido fisicamente. Devido ao trabalho mais físico que recebia de seu Ti-vô na cabana do mistério após Wendy ter ido para a faculdade, Dipper começou a desenvolver alguns músculos, e ele também havia perdido a gordura de bebê em seu queixo, obtendo um maxilar mais definido onde o único lugar onde crescia pelo em seu rosto era na ponta do queixo, o qual ele orgulhosamente deixava crescer. Mas oque realmente marcava em seu rosto, oque fazia Mabel se apaixonar sempre que olhava para ele, eram seus olhos. Olhos castanhos lindos, fortes e decididos mais ao mesmo tempo ternos e carinhosos, eles eram o resumo do que ele era em um todo, eles eram a melhor forma de expressão dele, e Mabel os amava, Mabel o amava.
Mabel conhecia bem seu irmão, ele era um planejador, um estrategista, sempre vinte passos à frente do que você possa imaginar. Ela podia ver pelos olhos dele que ele tinha toda sua vida planejada e, muito provavelmente, esse plano não a incluiria, pelo menos, não da forma que o coração dela queria...
"Vai começar daqui à pouco." Ele falou retornando seu olhar ao dela.
"Oquê?"
"O que você queria ver, lembra?" Ele falou sorrindo, Mabel ruborizou olhando para a TV. Ela havia esquecido de listar o sorriso dele, não era como o de um galã de cinema, mais para ela, era ainda mais irresistível
"Já vai começar? Quer dizer que já é quase ano novo?"
"Yup, deve estar faltando uns cinco minutos ou menos."
Mabel retornou a olhar para ele, uma conversa muda se iniciando entre os dois olhares, Mabel então conseguiu falar. "Posso voltar para o meu lugar então, Sir Dippinsauce?"
"Claro!"
Mabel deitou-se lentamente de volta no peito de Dipper, voltando a escutar as batidas do coração dele. Seu próprio coração ameaçou disparar quando sentiu ele envolver seus braços ao redor da cintura dela, ela olhou para cima na direção do rosto dele, e sorriu corada. "Não se sente mais desconfortável me abraçando?"
"Na verdade, eu comecei a gostar." Ele respondeu rindo. Mabel sentiu seu peito esquentar ao ouvi-lo falar aquilo. Ela então voltou a deitar sua cabeça contra o peito dele, deixando-se levar pelo ritmo do coração dele...
Ela se encontrou brincando com o pelo na ponta do queixo dele quando, ao fundo, escutou o som de fogos de artificio e pessoas comemorando, mas muito distantes se comparadas ao som do coração de Dipper. Ela teria ignorado se Dipper não tivesse voltada a olhar para ela. "Feliz ano novo, Mabel!" Ele falou sorrindo. Mabel olhou para ele sorrindo tanto quanto.
"Feliz ano novo, Dipper!"
Ela voltou a deitar seu rosto contra o peito dele, aconchegada em seus braços, era um lugar de onde ela não queria ter de sair. "Mabel..." Sua voz veio quebrando o silêncio confortável que havia surgido, mas Mabel não se importou, ela gostava do som da voz dele, ainda mais com ele tão perto.
"Hum...?"
"Sobre aquela sua pergunta mais cedo..." Mabel sentiu seu coração saltar uma batida.
"Esquece isso, Dip. Foi só uma... Uma besteira minha..." Sua face se entristeceu
"Não, eu... Eu quero responder à ela! É como... A minha resolução para o ano novo." Mabel ergueu seu rosto na direção do dele, incerta do que esperar, e não conseguindo distinguir oque os olhos dele diziam naquele momento. Ela se ergueu apoiando-se com as mãos no peito dele.
"Oque você quer dizer, Dip?" Ela viu que Dipper parecia ficar mais tenso a cada segundo, como se oque ele quisesse dizer fosse difícil demais para falar, para deixar sair, e ela se identificava com isso, mas não era possível que fosse pela mesma razão, ou era?
"É muito difícil para eu dizer isso à você, quer dizer..." Ele tentou manter seus olhos fixos nos dela mais não parecia ser tarefa fácil. "Eu... Eu tenho isso guardado dentro de mim já a bastante tempo e... Bom..." Ele respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas, Mabel estava ficando mais apreensiva do que ele. "Você pode me odiar por isso, ou até me ver de forma diferente, mas... Eu sinto que... Preciso tirar isso do peito, ou vou explodir!" Ele olhou para ela, o peso do que quer que ele carregava transparecia em seu olhar, Mabel estava apavorada, oque ele queria dizer a ela que lhe causava o mesmo que o sentimento que ela tinha por ele? Seria o mesmo? Ou seria algo completamente diferente?
"V-Você está me assustando, Dipper!" Dipper respirou fundo, cortando a ligação entre seus olhares, mas logo voltou, parecendo muito mais confiante do que meio segundo atrás.
"Mabel, eu... Eu amo você!" Ele falou com o olhar firme no dela. Mabel congelou instantaneamente, mas Dipper continuou sem perceber isso. "Mais do que um irmão deveria, só que, bom, é isso oque eu sinto e... Esse sentimento é muito forte para eu conseguir guardar por mais tempo. Eu vou entender se você--" Ele foi interrompido por Mabel que se jogou sobre ele, beijando-o com tanta força que seus dentes bateram nos dele, causando uma sensação desconfortável que forçou ela a se afastar
Mabel voltou a olhar para ele, os dois com as mãos cobrindo a boca. Assim que ele cruzou o olhar com ela, ambos começaram a rir.Assim que pararam, porem, eles continuaram a fitar um ao outro.
"É... É isso oque você realmente sente por mim, Dip?" Sua voz fraquejou com a ultima gota de incerteza em seu peito.
"Eu juro, Mabel, eu amo você do fundo do coração!" Mabel sorriu largamente, uma fina lágrima de alegria escapando de seu olho.
"Podemos tentar aquele beijo de novo, então?" Ela perguntou rindo
"Claro, só vai com calma dessa vez, tá bom?"
"Não prometo nada, Dip."
Aquele seria um ano feliz, seria sim...