Amnesia escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiie,
Eu estou envergonhada da falta de notas nessa história, geralmente eu sou muito estérica, mas como eu não fazia ideia do publico que eu iria atingir acho que fiquei com vergonha *ri*
Quero só agradecer a todos vocês que deram uma chance para Amnesia e fiquem ligadas/ligados, pois a letra "B" do projeto "ABC songfic" saí ainda nesta semana.
Bom capítulo.



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“I wish that I could wake up with amnesia

Forget about the stupid little things”

Apolo acordou horas mais tarde, ou ao menos foi o que ele pensou. Não havia como saber já que ele não sabia quando havia ido dormir, mas seu corpo se sentia cansado de estar deitado quando ele acordou.

Atena e Poseidon não estavam no quarto. Mas alguém segurava sua mão com força, a cabeça caída no seu colo. Os cachos ruivos espalhados pela sua barriga.

Ártemis.

Apolo sentia o cheiro silvestre que tanto amava no irradiar do corpo dela. Sentia a respiração da garota desregulada, embora ele tivesse certeza que ela estava dormindo.

Ele não resistiu, e com a mão que ela não segurava tirou um cacho de sua face.

Ela acordou no mesmo instante.

[...]

Eles se encararam por vários minutos.

Dourado e prata enfim se reunindo em um só.

— Apolo... — Ártemis murmurou, quebrando o silêncio, ela estendeu a mão para tocar no rosto do garoto, mas este se esquivou. Apolo tentou não chorar com a visão do rosto de Ártemis quebrado, como se ele acabasse de atirar nela.

Ele ficou em silêncio, fitando a parede.

Era engraçado como quantas vezes sonhara com aquele momento mas agora não conseguia fazer nada. Com ela ali, com seu coração de volta, ele só conseguia sentir uma raiva por ela tê-lo deixado. Afinal, não era tão melhor agora?

Ártemis o encarou durante todo esse tempo, sua mão ainda na do louro, seus olhos em seu rosto. A cada mais ou menos cinco minutos ela lançava um olhar para a porta, como se quisesse fugir, mas rapidamente balançava a cabeça, como quem decide que vai ficar.

— Onde você esteve? — perguntou Apolo, quando encontrou sua voz para falar. Ele ainda não olhava para ela, fitando a parede.

— Isso é complicado, Apolo... — Ártemis falou, como se não quisesse ter aquela conversa. — Podemos, por favor, falar sobre isso depois?

— Não, Ártemis! — Apolo explodiu, encarando-a com raiva. — Pois quem me garante que você não vai entrar em outro carro preto e sumir da minha vida depois? Quem me garante que você vai ficar? Quem me garante que agora mesmo não estão lhe esperando lá embaixo? Prontos para ir para o Texas! — Ele desferiu as palavras como facas, fazendo um esforço para não levantar a voz demais.

Ártemis baixou a cabeça, envergonhada. Apolo consegui visualizar a lágrima que desceu rente a sua bochecha e teve que se concentrar muito para não ir abraçá-la e implorar por perdão.

— Você acha que foi fácil para mim, Apolo? — ela perguntou, com a voz embargada. — Você acha que deixá-lo foi fácil para mim?

— É o que parece — ele respondeu, como uma criança mimada. — Você não pareceu sofrer quando me viu ontem.

— Eu não sofri ao vê-lo ontem? — Ártemis gritou, as lágrimas irrompendo pelos seus olhos. — Certamente o seu “ontem” quer dizer semana passada, quando eu entrei no carro preto e você resolveu se matar de insolação na calçada de Los Angeles, mas para a sua informação, “ontem” foi o pior dia da minha vida, perdendo apenas para o dia que eu lhe deixei. E acredite Apolo, eu tenho vários dias horríveis! — Ela fungou, tentando respirar através do desespero.

“Eu juro que não queria deixá-lo. Mas você sabe, você viu Órion. Ele estava aqui para me buscar, ele queria me levar de volta para Cronos e... Quando ele lhe viu... Apolo ele me disse que iria matá-lo” ela tomou folego, tentando secar as lágrimas.

“Minha infância no Texas nunca foi uma coisa boa, meus pais deviam dinheiro, então trabalhávamos para Cronos e sua família. Eu era a empregada e todos me tratavam muito, mas muito mal. Menos Órion, este era gentil comigo desde que eu me conheço por gente” Ártemis encarou Apolo, com uma expressão indecifrável na face.

“Quando eu completei 13 anos, Órion disse que estava apaixonado por mim, e ele tinha 17! Eu neguei, afirmando que só gostava dele como amigo, mas ele... Ele... Ele tentou me... Me violentar” Apolo encarava o amor da sua vida, sem saber o que fazer para retirar-lhe a dor.

“ Eu gritei e meu pai chegou a tempo... Nós saímos do Texas naquele dia, morando em cada pequena cidade dos Estados Unidos, fugindo de Órion e seu pai, Cronos. Mas, mas Órion nos caçava, nos achava e forçava-nos a ir embora. Quando ele nos encontrou aqui... Bem, meu pai quis ir embora, mas eu... Eu não podia deixá-lo” Ártemis chorava inconsolavelmente, e Apolo simplesmente não sabia o que fazer, seu cérebro trabalhava com as informações o mais rápido que podia, para poder ajudar a garota o quanto antes.

“ Eu pedi para meus pais para sair da cidade, trabalhei como tudo que é coisa nos últimos 11 meses, e consegui o dinheiro para saldar a dividida. Eu estava indo para lá na semana passada, mas eu queria te ver... Porém eu desisti no meio do caminho mas você chegou e...” ela começou a chorar, sem conseguir proferir mais nenhuma palavra.

O quarto ficou sem nenhuma palavra por vários segundos, apenas com o choro baixo de Ártemis. Apolo, finalmente, consegui raciocinar tudo que Ártemis acabara de dizer e chegou perto da mesma.

— Eu... Artie, me desculpe — ele lhe abraçou, como sempre fazia, uma mão passando pela cintura dela e a outra pelos ombros, a puxando para si. — Eu não deveria ter lhe culpado, mas quando você sumiu... Eu... Você levou tudo que era bom de mim com você, Ártemis. Sem você, sem você eu não consigo viver. E quando eu pensei no que você disse mais e mais eu pensei que você havia saído com outro cara, fugido com aquele tal de Órion, e eu sinto muito, Artie, eu sinto tanto e tanto... Por tudo que ele fez com você, por tudo que eu fiz com você... — Ele respirou fundo, se preparando para dizer suas próximas palavras. — Eu não te mereço, Artie, sinto muito e...

Ártemis segurou a camisola de hospital de Apolo, puxando-o com força.

— Nunca mais me diga isto, Apolo Solarium. Se existe alguém na nossa relação que não merece o outro, este alguém sou eu. — Ela sorriu, triste. — Você me esperou este tempo todo, mesmo sem nem ouvir uma única mensagem da minha parte, exceto aquela... — ela riu, sem graça. — Eu estava indo levar o dinheiro para eles quando Atena me ligou dizendo que você estava no hospital, eu estava quase saindo do estado e demorei pelo menos seis horas para chegar aqui, mas quando eu lhe vi na maca... — ela soluçou, secando as lágrimas na camisola de Apolo. — Eu pensei que naquele momento iria morrer. Nunca, nunca mais faça isso comigo, Apolo Solarium, nunca mais.

Apolo afegou os cabelos da garota.

— Quem está levando o dinheiro? — perguntou para Ártemis, preocupado com a possibilidade de Órion aparecer ali de novo. Não por medo, mas por saber que iria parar na cadeia por assassinato.

— Meus pais. — Ártemis suspirou. — Eles viram que tínhamos que nos livrar de tudo isso, então foram levar para Cronos o dinheiro.

— Sinto muito — Apolo sussurrou, embora estivesse aliviado em saber que Ártemis nunca mais iria colocar os pés lá. — Você está bem? — ele perguntou, beijando o topo da cabeça dela.

— Se ainda pudermos ver o pôr-do-sol juntos por mim, tudo ótimo.

[...]

Fazia cinco dias desde o dia que Ártemis voltara, e era dia de Apolo sair do hospital. Os dois haviam passado a maior parte do tempo juntos, mas hoje Atena levara Ártemis para se arrumar uma hora mais cedo, já que a mesma sairia com Apolo à noite.

— O que você acha que vai acontecer? — perguntou o louro para Poseidon, enquanto este o ajudava com as coisas. Poseidon levaria todas as coisas de Apolo para a casa do mesmo, enquanto este ia direto para a casa de Ártemis.

— O que você acha? — perguntou o moreno. — Vocês vão ter uma ótima noite e quem sabe até rola uns beijinhos...

Apolo riu.

— Atena te mudou em camarada? — o louro falou. — Se eu te perguntasse o que ia acontecer quando eu saísse com uma garota 1 ano e meio atrás você teria me dito algo como: “ Ah, nada demais, leva ela pro mato, faz sexo com ela e depois vai embora.”

Poseidon gargalhou, jogando a cabeça para trás.

— E tal qual na física, tudo depende de um ponto de referencia.

Só mesmo Atena para fazer Poseidon citar “a física” mesmo.

[...]

Ártemis estava maravilhosa. Seus cabelos estavam caindo em cachos fofos, exceto a parte onde havia duas trancinhas pequenas e muito bonitinhas, como uma tiara de princesa. Ela vestia uma saia azul escura e uma blusa branca com uma passarinho solitário. No seu pescoço estava um colar que Apolo lhe dera, um presente que comprara fazia tempo. O pingente era um eclipse do sol e da lua.

— Vamos? — ele estendeu o braço, sorrindo como o homem mais orgulhoso do mundo.

— Se quisermos chegar antes do pôr-do-sol.

E assim foi, os dois entraram no carro vermelho de Apolo e o louro dirigiu até o ponto programado. O sol havia acabado de começar a descer e Apolo estendeu uma longa toalha em cima do capô.

— Quer um sanduíche e um suco de laranja? — perguntou para Ártemis, vendo-a sorrir ao notar a cesta de piquenique.

— Por favor, meu senhor.

Quando o dia virou noite, e as estrelas surgiram brilhantes no céu, Apolo virou-se para Ártemis e lhe sussurrou ao ouvido.

— “ Duvides que as estrelas sejam fogo, duvides que o sol se mova, duvides até mesmo que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais que eu te amo.” — Ele citou, com uma pontada de orgulho na voz.

— Desde quando cita Shakespeare? — Ártemis perguntou, rindo.

— Soube que era o seu favorito... — Apolo respondeu, acanhado.

— Estas certo, mas por mais que eu ame Shakespeare, eu amo ainda mais as suas palavras — ela falou, beijando a bochecha dele. Ela estava sentada na frente dele, encostada em seu tronco e com a cabeça em seu pescoço. — Eu te amo.

— Gosto das suas palavras também. — Ele beijou-lhe o topo da cabeça. — Eu te amo.

Ártemis sorriu, e seu sorriso ofuscava a beleza da lua.

— Por que não me beijas, destemido cavalheiro? — perguntou ela.

— Apenas temo sua rejeição, minha donzela — ele respondeu, sorrindo de leve para ela.

— Que tal, uma vez na vida, tentar a sorte?

E com essas palavras como incentivo, ele a beijou.

O beijo foi lento, sem presa e sem enrolação. Apenas algo puro e genuíno. Não um “primeiro beijo”, um “beijo de adeus” ou algo do tipo. Apenas um beijo de amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado da fanfic.
Sempre bom lembrar:
Ela pertence ao projeto "ABC songfic". O projeto não é meu, eu realmente não lembro e não acho a garota que o postou aqui no nyah, mas se vocês conhecem, por favor me avisem para eu poder dar os devidos créditos. "Amnesia" é a letra "A" e depois dela ainda termos quase todas as letras.
"B" será postada entre quarta-quinta-e-sexta, e será uma fanfic sobre Divergente, Fourtris.
"Você vai escrever mais short-fics sobre os deuses para o projeto?"
Com toda a certeza! Não sei em que letra volta, pode ser tanto no "C" como em alguma outra, mas apenas fiquem ligadas e vocês irão saber.
Quem quiser ler mais alguma coisa escrita por mim, "Time" é minha long-fic sobre os deuses olimpianos, mais precisamente, Atena e Poseidon.
Muito obrigada se você leu até aqui, eu realmente te amo por isso. Nem sei o seu nome mas te amo... Vocês devem perceber que eu sou facilmente encantada.
Beijos de alguém que lhes ama muito,
B.C. Hirts
P.S. Não é só porque a história já acabou que você não precisa mandar um review, nem que tenha sido só aqui no último. Eu vou lê-lo, respondê-lo e amá-lo. O mesmo vale para recomendações e favoritos. Muito obrigada.



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